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Acúmulos Intracelulares

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Histologia P3 – Alícia Camyle - MEDICINA FITS/PE 
Acúmulos Intracelulares 
Uma das manifestações de alterações metabólicas nas células 
é o acúmulo intracelular de quantidades anormais de diversas 
substâncias que são inofensivas ou estão associadas com 
graus variados de lesão. A substância pode estar localizada 
no citoplasma, dentro das organelas (tipicamente lisossomos), 
ou no núcleo, e é sintetizada pelas próprias células afetadas, 
ou pode ter sido em outros locais. 
Mecanismos 
Existem quatro mecanismos principais que geram acúmulos 
intracelulares anormais: 
1. Substância normal é produzida em uma taxa normal ou 
aumentada, mas a taxa metabólica é inadequada para 
removê-la. → Problema na eliminação! 
 
2. Uma substância endógena normal ou anormal se 
acumula em consequência de defeitos genéticos ou 
adquiridos em seu dobramento, empacotamento, 
transporte e secreção. 
 
3. Defeito herdado em uma enzima resultando na 
deficiência em degradar um metabólico. 
 
4. Substâncias exógenas anormais ficam depositadas na 
célula porque ela não tem mecanismos enzimáticos 
para degradá-la ou habilidade de transportá-la para 
outros locais. 
 
Degenerações 
Lesão reversível secundária a alterações bioquímica que 
resulta em acúmulo de substância no interior das células. 
São agrupadas de acordo com a natureza da substância 
acumulada: 
❖ Degeneração por acúmulo de água e eletrólitos 
(degeneração hidrópica) 
❖ Degeneração por acúmulo de proteínas (degeneração 
hialina e mucóides) 
❖ Degeneração por acúmulo de lipídeos (esteatose e 
lipidoses) 
❖ Degeneração por acúmulo de carboidratos 
(glicogenoses e mucopolissacaridoses) 
Principais Causas de Acúmulos 
Intracelulares 
 
 Histologia P3 – Alícia Camyle - MEDICINA FITS/PE 
 
 
 
Lipídios 
Todas as classes principais de lipídios podem se acumular 
nas células (triglicerídeos, colesterol/ésteres de colesterol e 
fosfolipídios. 
Esteatose (degeneração gordurosa) 
Acúmulos anormais de triglicerídeos dentro das células 
parenquimatosas. Com frequência, a degeneração gordurosa 
é vista no fígado, mas também ocorre no coração, músculos 
e rins. 
As causas de esteatose incluem: 
❖ Substâncias tóxicas 
❖ Desnutrição proteica 
❖ Diabetes melito 
❖ Obesidade 
❖ Anoxia 
Nas nações desenvolvidas, as causas mais comuns de 
degeneração gordurosa hepática significativa são o abuso de 
álcool e a doença hepática gordurosa não alcoólica, que 
frequentemente, está associada com diabetes e obesidade. 
 
Colesterol e ésteres de colesterol 
O metabolismo celular do colesterol é finamente regulado de 
modo que a maioria das células usa o colesterol para a 
síntese das membranas celulares sem acúmulo intracelular 
de colesterol ou ésteres de colesterol. Os acúmulos, 
manifestados histologicamente por vacúolos intracelulares, 
são observados em diversos processos patológicos. 
Aterosclerose 
Nas placas ateroscleróticas, as células musculares lisas e os 
macrófagos dentro da túnica íntima da aorta e das grandes 
artérias estão repletos de vacúolos lipídicos, a maioria dos 
quais composta de colesterol e ésteres de colesterol. Tais 
células exibem uma aparência espumosa (células espumosas), 
e agregados dessas células na íntima produzem os ateromas 
amarelos carregados de colesterol. Algumas dessas células 
cheias de gordura se rompem, liberando lipídeos no espaço 
extracelular. Os ésteres de colesterol extracelulares podem 
se cristalizar na forma de agulhas lonas, produzindo fendas 
bastante características nos cortes histológicos. 
Xantomas 
O acúmulo intracelular de colesterol dentro dos macrófagos 
também é característico dos estados hiperlipidêmicos 
hereditários ou adquiridos. Aglomerados de células 
espumosas são encontrados no tecido conjuntivo subepitelial 
da pele e tendões, produzindo massas tumorais conhecidas 
como xantomas. 
Colesterolose 
Este termo refere-se aos acúmulos focais de macrófagos 
cheios de colesterol na lâmina própria da vesícula biliar. 
 
 Histologia P3 – Alícia Camyle - MEDICINA FITS/PE 
 
Doença de Niemann-Pick tipo C 
Esta doença de depósito lisossômico é causada por 
mutações que afetam uma enzima envolvida no transporte 
de colesterol, resultando em acúmulo de colesterol em 
múltiplos órgãos. 
Proteínas 
Os acúmulos intracelulares de proteína geralmente 
aparecem como gotículas, vacúolos, ou agregados 
arredondados e eosinófilos no citoplasma. 
Os excessos de proteína dentro das células suficientes para 
causas acúmulo morfologicamente visível têm diversas 
causas. 
Gotículas de reabsorção nos túbulos renais 
proximais são observadas em doenças renais associadas à 
proteinúria. No rim, quantidades mínimas filtradas pelo 
glomérulo são normalmente reabsorvidas por pinocitose no 
túbulo proximal. Em distúrbios com extravasamento maciço 
de proteína através do filtro glomerular há um aumento da 
reabsorção de proteína dentro das vesículas pinocitóticas, e 
a proteína aparece como gotículas hialinas róseas dentro do 
citoplasma da célula tubular. O processo é reversível; se a 
proteinúria diminuir, as gotículas de proteína são 
metabolizadas e desaparecem. 
 
As proteínas que se acumulam podem ser proteínas 
normais secretadas que são produzidas em quantidade 
excessiva. O RE torna-se imensamente distendido, 
produzindo grandes inclusões eosinófilas homogêneas 
chamadas de corpúsculos de Russell. 
Defeito intracelular no transporte e secreção de 
proteínas fundamentais. Na deficiência de α1-antitripsina, 
mutações em que há dobramento significativamente lento 
de proteínas resultam no acúmulo de intermediários 
parcialmente dobrados, que se agregam no RE do fígado e 
não são secretados. A deficiência dessa enzima na circulação 
causa enfisema. Em muitas dessas doenças, a alteração 
patológica resulta não apenas da perda da função da 
proteína, mas também do estresse do RE causado por 
proteínas mal dobradas, culminando em morte das células 
por apoptose 
Acúmulo de proteínas do citoesqueleto . Existem 
vários tipos de proteínas do citoesqueleto, incluindo os 
microtúbulos, filamentos finos de actina, filamentos grossos 
de miosina e filamentos intermediários. Os filamentos 
intermediários fornecem uma armação intracelular flexível 
que organiza o citoplasma e resiste às forças aplicadas sobre 
a célula, e são divididos em cinco classes — filamentos de 
ceratina, neurofilamentos, filamentos de desmina, filamentos 
de vimentina e filamentos gliais. Os acúmulos de filamentos 
de ceratina e neurofilamentos estão associados com certos 
tipos de lesão celular. 
❖ A hialina alcoólica é uma inclusão citoplasmática 
eosinófila, característica de doença hepática alcoólica, e 
é composta, predominantemente, de filamentos 
intermediários de ceratina. Os emaranhados 
neurofibrilares encontrados no cérebro na doença 
de Alzheimer contêm neurofilamentos e outras 
proteínas. 
 
 Histologia P3 – Alícia Camyle - MEDICINA FITS/PE 
 Agregação de proteínas anormais. As proteínas 
anormais ou mal dobradas podem se depositar nos tecidos e 
interferir com suas funções normais. Os depósitos podem 
ser intra ou extracelulares, ou ambos, e podem causar, direta 
ou indiretamente, alterações patológicas. Certas formas 
de amiloidose se enquadram nessa categoria de doenças. 
Esses distúrbios são algumas vezes chamados 
de proteinopatias ou doenças de agregação de 
proteína. 
Degeneração Hialina 
O termo hialina geralmente refere-se a uma alteração dentro 
das células ou no espaço extracelular, que confere uma 
aparência rósea, vítrea e homogênea. Ele é amplamente usado 
como um termo descritivo histológico, e não como um 
indicador específico de lesão celular. Esse aspecto morfológico 
é produzido por uma variedade de alterações e não 
representa um padrão específico de acúmulo. Os acúmulos 
intracelulares de proteínas são exemplos de depósitos hialinos 
intracelulares. 
 
A hialina extracelulartem sido mais difícil de analisar. O 
tecido fibroso colágeno em cicatrizes antigas 
parece hialinizado, mas a base bioquímica dessa alteração é 
obscura. Na hipertensão de longa duração e no diabetes 
melito, as paredes das arteríolas, especialmente no rim, 
tornam-se hialinizadas devido ao extravasamento e depósito 
de proteína plasmática na membrana basal. 
Glicogênio 
O glicogênio é uma reserva de energia prontamente 
disponível armazenada no citoplasma de células saudáveis. 
Depósitos intracelulares excessivos de glicogênio são 
encontrados em pacientes com uma anormalidade no 
metabolismo da glicose ou do glicogênio. Independentemente 
do contexto clínico, o acúmulo do glicogênio aparece como 
vacúolos claros dentro do citoplasma. 
 
O diabetes melito é o principal exemplo de distúrbio do 
metabolismo da glicose. Nessa doença, o glicogênio é 
encontrado nas células epiteliais dos túbulos renais, bem como 
dentro dos hepatócitos, células β das ilhotas de Langerhans e 
células musculares cardíacas. 
 
O glicogênio se acumula dentro das células em um grupo de 
distúrbios genéticos relacionados, coletivamente denominados 
de doenças de depósito do 
glicogênio ou glicogenoses. Nessas doenças, defeitos 
enzimáticos na síntese ou degradação do glicogênio resultam 
em acúmulo maciço, causando lesão e morte celular. 
 
Pigmentos 
Pigmentos são substâncias coloridas, algumas das quais são 
constituintes normais das células (p. ex., melanina), enquanto 
outros são anormais e acumulam-se nas células somente sob 
circunstâncias especiais. Podem ser exógenos, provenientes 
de fora do corpo, ou endógenos, sintetizados dentro do 
próprio corpo. 
Pigmentos exógenos 
O pigmento exógeno mais comum é o carbono (poeira de 
carvão), um poluente do ar ubíquo em áreas urbanas. Quando 
inalado, é assimilado pelos macrófagos dentro dos alvéolos e, 
então, transportado através dos vasos linfáticos para 
linfonodos regionais na região traqueobrônquica. O acúmulo 
desse pigmento confere cor negra ao tecido 
pulmonar (antracose) e aos linfonodos envolvidos. Nos mineiros 
de carvão, os agregados de poeira de carvão podem induzir 
uma reação fibroblástica, ou até mesmo enfisema, causando, 
assim, uma doença pulmonar grave conhecida 
como pneumoconiose dos trabalhadores do carvão. 
A tatuagem é uma forma de pigmentação exógena localizada 
da pele. Os pigmentos inoculados são fagocitados pelos 
macrófagos da derme, nos quais residem pelo resto da vida 
das pessoas adornadas. Os pigmentos geralmente não 
despertam nenhuma resposta inflamatória. 
Pigmentos endógenos 
 
A lipofuscina é um pigmento insolúvel, também conhecido 
como lipocromo ou pigmento de desgaste. A lipofuscina não 
é nociva à célula ou às suas funções. Sua importância reside 
no fato de ela ser um sinal denunciador de lesão por radicais 
livres e peroxidação lipídica. O termo é derivado do latim 
(fuscus, marrom), significando lipídio marrom. Nos cortes 
histológicos, ela aparece como um pigmento castanho-
amarelado finamente granular citoplasmático, frequentemente 
perinuclear. É observada em células que sofrem alterações 
regressivas lentas e é particularmente proeminente no fígado 
e coração de pessoas idosas ou em pacientes com 
desnutrição grave e caquexia do câncer. 
 
A melanina é um pigmento endógeno com cor que varia do 
castanho ao negro, formado quando a enzima tirosinase 
 
 Histologia P3 – Alícia Camyle - MEDICINA FITS/PE 
catalisa a oxidação da tirosina em di-hidroxifenilalanina nos 
melanócitos. Para fins práticos, a melanina é o único pigmento 
endógeno marrom-negro. O único outro que poderia ser 
considerado nessa categoria é o ácido homogentísico, um 
pigmento negro que ocorre em pacientes com alcaptonúria, 
uma doença metabólica rara. Aqui, o pigmento é depositado 
na pele, tecido conjuntivo e cartilagem, e a pigmentação é 
conhecida como ocronose. 
 
A hemossiderina é um pigmento granular ou cristalino, 
amarelo-ouro a marrom, derivado da hemoglobina, sendo uma 
das principais formas de armazenamento do ferro. O ferro é 
normalmente carreado por uma proteína de transporte 
específica chamada transferrina. Nas células, é armazenado em 
associação com uma proteína, a apoferritina, para formar 
micelas de ferritina. A ferritina é um componente da maioria 
dos tipos celulares. Quando há um excesso local ou sistêmico 
de ferro, a ferritina forma grânulos de hemossiderina, que são 
facilmente vistos à microscopia óptica. O pigmento 
hemossiderina representa agregados de micelas de ferritina. 
Sob condições normais, pequenas quantidades de 
hemossiderina podem ser observadas em fagócitos 
mononucleares da medula óssea, baço e fígado, que estão 
ativamente envolvidos na degradação das hemácias. 
 
Os excessos de ferro, locais ou sistêmicos, causam o acúmulo 
de hemossiderina dentro das células. Os excessos 
locais resultam de hemorragias nos tecidos. O melhor exemplo 
de hemossiderose localizada é a equimose comum. No local da 
lesão, as hemácias extravasadas são fagocitadas durante vários 
dias pelos macrófagos, que degradam a hemoglobina e 
recuperam o ferro. Após a remoção do ferro, a porção heme 
é convertida primeiramente em biliverdina (“bile verde”) e, 
depois, em bilirrubina (“bile vermelha”). Em paralelo, o ferro 
liberado do heme é incorporado na ferritina e, finalmente, na 
hemossiderina. Essas conversões são responsáveis pela 
dramática mudança de cores vista em uma equimose em 
reabsorção, que tipicamente muda de vermelho-arroxeada 
para azul-esverdeada e para amarelo-ouro, até desaparecer. 
Quando há sobrecarga sistêmica de ferro, a hemossiderina é 
depositada em muitos órgãos e tecidos, uma condição 
denominada hemossiderose. As principais causas 
de hemossiderose são: 
❖ Aumento da absorção do ferro da dieta, devido a um 
erro inato do metabolismo chamado hemocromatose 
❖ Anemias hemolíticas, em que a lise prematura das 
hemácias conduz à liberação de quantidades anormais 
de ferro 
❖ Transfusões de sangue repetidas, porque as hemácias 
transferidas constituem uma carga exógena de ferro. 
 
Calcificação Patológica 
A calcificação patológica é a deposição anormal de sais de 
cálcio nos tecidos, junto com quantidades menores de ferro, 
magnésio e outros sais minerais. 
 
Há duas formas de calcificação patológica. Quando a deposição 
ocorre localmente em tecidos mortos, é conhecida 
como calcificação distrófica; ela ocorre apesar de níveis 
séricos de cálcio normais e na ausência de alterações no 
metabolismo do cálcio. Em contraste, a deposição de sais de 
cálcio em tecidos normais é conhecida como calcificação 
metastática, e quase sempre resulta da hipercalcemia 
secundária a algum desequilíbrio no metabolismo do cálcio. 
 
Calcificação Distrófica 
 
A calcificação distrófica é encontrada em áreas de necrose, 
sejam elas do tipo coagulativa, caseosa ou liquefativa, e em 
focos de necrose enzimática da gordura. A calcificação quase 
sempre está presente nos ateromas da aterosclerose 
avançada. Também se desenvolve comumente nas valvas 
cardíacas envelhecidas ou danificadas, dificultando ainda mais a 
sua função. Qualquer que seja o local da deposição, os sais de 
cálcio aparecem macroscopicamente como delicados grânulos 
ou grumos brancos, muitas vezes palpáveis como depósitos 
arenosos. Às vezes, um linfonodo tuberculoso é praticamente 
convertido em pedra. 
 
 
 
Histologicamente, com a coloração de rotina de hematoxilina 
e eosina, os sais de cálcio exibem aparência granular, amorfa 
e basofílica, algumas vezes formando grumos. Podem ser 
intracelulares, extracelulares, ou se encontrar em ambas 
localizações. Com o passar do tempo, pode ocorrer a 
formação de osso heterotópico no foco da calcificação. 
Eventualmente, células necróticas individuais constituem um 
 
 Histologia P3 – Alícia Camyle - MEDICINA FITS/PE 
foco de cristalização que é ampliado pelo depósito de minerais.A aquisição progressiva de camadas externas cria 
configurações lamelares chamadas de corpos de 
psamoma devido à sua semelhança a grãos de areia. Alguns 
tipos de cânceres papilares (p. ex., da tireoide) são capazes de 
formar psamomas. Na asbestose, sais de ferro e cálcio se 
acumulam em torno das espículas delgadas de asbesto no 
pulmão, criando formas exóticas de halteres com contas. 
 
Embora a calcificação distrófica seja simplesmente um sinal 
indicador de lesão celular prévia, ela, com frequência, é causa 
de disfunção do órgão. 
 
Calcificação Metastática 
 
A calcificação metastática ocorre nos tecidos normais sempre 
que há hipercalcemia. A hipercalcemia também acentua a 
calcificação distrófica. Há quatro causas principais de 
hipercalcemia: 
❖ Aumento da secreção do paratormônio (PTH) com 
subsequente reabsorção óssea. 
❖ Destruição de tecido ósseo, decorrente de tumores 
primários da medula óssea ou metástases esqueléticas 
disseminadas, remodelamento ósseo acelerado ou 
imobilização; 
❖ Distúrbios relacionados à vitamina D 
❖ Insuficiência renal, que causa retenção de fosfato, 
provocando hiperparatireoidismo secundário. 
❖ Causas menos comuns incluem intoxicação por alumínio, 
que ocorre em pacientes sob diálise renal crônica, e na 
síndrome leite-álcali, que resulta da ingestão excessiva de 
cálcio e antiácidos absorvíveis como o leite ou carbonato 
de cálcio. 
 
A calcificação metastática pode ocorrer em qualquer lugar do 
corpo, mas afeta principalmente os tecidos intersticiais da 
mucosa gástrica, rins, pulmões, artérias sistêmicas e veias 
pulmonares. Embora em localização bastante diferente, todos 
esses tecidos excretam ácido e, portanto, têm um 
compartimento interno alcalino que os predispõe à calcificação 
metastática. Em todos esses locais, os sais de cálcio 
morfologicamente se assemelham aos descritos na 
calcificação distrófica. Assim, eles ocorrem como depósitos 
amorfos não cristalinos ou, em outras vezes, como cristais de 
hidroxiapatita. 
 
Em geral esses sais minerais não causam disfunção clínica, 
mas, ocasionalmente, o envolvimento maciço dos pulmões 
produz achados radiográficos e comprometimento 
respiratório notáveis. Depósitos maciços no rim 
(nefrocalcinose) podem, com o tempo, causar lesão renal.

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