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Puericultura: Cuidados com a Saúde Infantil

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SUMÁRIO
1. Introdução ..................................................................... 3
2. Epidemiologia .............................................................. 3
3. Agente etiológico e Transmissão ........................ 4
4. Fisiopatologia .............................................................. 5
5. Apresentação Clínica ............................................... 8
6. Diagnóstico ...............................................................11
7. Tratamento da Tuberculose .................................16
Referências Bibliográficas .........................................20
3PUERICULTURA
1. DEFINIÇÃO
A puericultura consiste na consulta 
médica periódica de uma criança onde 
devem estar presentes: orientações 
educativas, ações de promoção da 
saúde, ações relacionadas à preven-
ção de doenças e observação dos 
riscos e vulnerabilidades sob a qual 
está submetida a respectiva crian-
ça. Apesar da infância possuir diver-
sas etapas (conforme quadro abaixo) 
aqui abordaremos aspectos gerais da 
puericultura pois, como dito por Dra. 
Nathalia, haverá uma aula específica 
de Hebiatria em que será abordada 
as especificidades da consulta com o 
adolescente. A Organização Mundial 
da Saúde (OMS) e a Sociedade Bra-
sileira de Pediatria (SBP), consideram 
como adolescentes aqueles que têm 
de 10 a 20 anos incompletos, ou seja, 
entre 10 e 19 anos 11 meses e 29 
dias de idade.
Recém-nascido (0 a 28 dias de vida)
Lactente (29 dias a 2 anos de idade)
Pré-escolar (2 a 7 anos de idade)
Escolar (7 a 10 anos de idade)
Adolescente (10 aos 20 anos incompletos)
Tabela 1:. Etapas da infância (Fonte: PORTO, 2014; 
SBP, 2019).
Atualmente, diferente do que foi con-
siderado há um tempo, a puericultura 
não se restringe a uma consulta me-
ramente educativa do médico dire-
cionado à criança e sua família, mas 
parte da importância de pensar junto 
com a família da criança orientações 
que façam sentido para a mesma com 
o intuito de promover uma vida mais 
saudável, minimizando efeitos das 
condições adversas a qual a criança e 
sua família podem estar submetidas. 
CONCEITO! Puericultura é a consulta 
periódica de uma criança feita com o 
propósito de avaliar seu crescimento e 
desenvolvimento de maneira próxima
Além disso, é papel da puericultura 
observar fatores de risco e vulnera-
bilidades que cercam as diferentes 
fases do processo de crescimento e 
desenvolvimento da criança. Enfocar 
nos riscos consiste na compreensão de 
que diferentes grupos populacionais 
(nos quais as crianças estão inseridas) 
apresentam riscos diferenciados de 
danos à saúde devido a características 
individuais/exposição a fatores ambien-
tais/circunstâncias sociais. Já o conceito 
de vulnerabilidade permite compreen-
der que as crianças possuem caracte-
rísticas e comportamentos individuais 
(baixo peso ao nascer, obesidade, de-
ficiências imunológicas), uma dinâmi-
ca familiar e o modo como a criança 
se expressa (agressividade, agitação, 
timidez), os ambientes em que convive 
(escola, espaços de lazer) e as oportu-
nidades que tem de acessar serviços 
de saúde – tudo isso determinada se 
tal criança será mais ou menos susce-
tível a determinados agravos.
4PUERICULTURA
2. FREQUÊNCIA 
DE CONSULTAS
Considerando os conceitos acima 
citados relativos à risco e vulnerabi-
lidade, a puericultura deve planejar 
suas ações com base nas caracte-
rísticas específicas da criança to-
mando como base cada faixa etária 
e as demandas envolvidas no pro-
cesso de crescimento e desenvolvi-
mento correspondente. Nos primei-
ros 2 anos de vida as consultas são 
mais frequentes devido ao processo 
de crescimento e desenvolvimen-
to ser mais intenso, por isso, no 1º 
ano de vida é recomendado um 
mínimo de 7 consultas de rotina : 
na 1ª semana , no 1º/2º/4º/6º/9º e 
12º mês; além disso, no 2º ano de 
vida, deve se ter um mínimo de 2 
consultas de rotina: no 18º e 24º 
mês. Além da oportunidade de ava-
liar o desenvolvimento da criança, 
tal organização da frequência de 
consultas adotada pelo Ministério 
da Saúde toma como base o ca-
lendário de vacinação, permitindo 
a verificação do cartão vacinal em 
meses oportunos : 
 
 
ao
 
nascimento ,
 
com
 
1,
 
2,
 
3,
 
4,
 
5,
 
6,
 
12
 
e
 
15
 
meses.
 
 
 
 
A
 
partir
 
dos
 
2
 
anos
 
de
 
idades
 
as
 
consultas
 
podem
 
se
 
tornar
 
anuais .
 
Outras
 
consultas podem ser feitas
 
 
conforme
 
necessidades
 
devido
 
a
 
problemas
 
de
 
saúde . Apesar dos 
mínimos indicados , na aula a Dra . 
Nathalia ressalta a importância de 
frequências mais elevadas de 
consultas caso seja possível.
 
SAIBA MAIS
A taxa de mortalidade infantil (TMI) é considerada um indicador sensível do grau de desen-
volvimento de uma sociedade e do cuidado que é dispensado à criança. Entre 1990 e 2014, 
houve no Brasil uma queda de 70% na TMI, saindo de 47,1 em 1990 para 14,1 óbitos in-
fantis/1.000 nascidos vivos em 2014. A redução da mortalidade infantil se deu, sobretudo, 
devido a acentuada redução dos óbitos pós-neonatais decorrentes de redução das doenças 
infecto-parasitárias e nos déficits neonatais. No entanto, neste mesmo período, houve um 
aumento da participação dos óbitos neonatais (embora tenha ocorrido uma redução nas 
taxas de mortalidade neonatal) devido ao aumento da taxa de prematuridade decorrente do 
avanço nas tecnologias que permitem gestantes de alto risco engravidarem e do aumento 
do número de cesáreas programadas que levam ao nascimento de recém-nascidos nem 
sempre a termo. Fonte: Tratado de medicina de família e comunidade: princípios, formação 
e prática [recurso eletrônico] / Organizadores: Gustavo Gusso, José Mauro Ceratti Lopes, 
Lêda Chaves Dias– 2. ed. – Porto Alegre: Artmed, 2019. 2 vol.]
Lara
Realce
Lara
Realce
5PUERICULTURA
Consulta completa
O nascimento de uma criança repre-
senta uma mudança importante no 
cotidiano de uma família, logo, é pre-
ciso que o profissional que irá atender 
a criança esteja atento às possíveis 
dúvidas, inquietações e inseguran-
ças relativas ao cuidado com o bebê. 
Logo, a primeira etapa de uma consul-
ta completa é apresentar-se, pergun-
tar o nome dos familiares e da criança 
e então ouvir não somente os res-
ponsáveis, mas também a própria 
criança, estimulando sua participa-
ção ainda que a mesma não tenha o 
domínio da linguagem.
Como dito anteriormente, idealmen-
te, a primeira consulta de uma criança 
deve ser na sua 1ª semana de vida, 
porém, algumas vezes é possível que 
a primeira consulta de uma crian-
ça seja quando a mesma esteja em 
idade mais avançada, até mesmo na 
adolescência. Independente da eta-
pa da infância, é preciso realizar uma 
anamnese completa de modo a com-
preender melhor aspectos da vida e 
da saúde da criança e de sua famí-
lia, devendo ser realizadas pergun-
tas que auxiliem na compreensão de 
quais pessoas estão envolvidas no 
cuidado à criança, o que construirá a 
base para o atendimento integral da 
mesma. 
A anamnese deve ser completa, com 
todos os itens de uma anamnese co-
mum, mas devendo também abordar:
Antecedentes pessoais da 
criança com informações 
desde a sua concepção, 
com ênfase nos anteceden-
tes patológicos e alimenta-
res, questionando acerca da 
gestação, nascimento e perí-
odo neonatal.
Desenvolvimento neurop-
sicomotor (DNPM) onde é 
preciso colher um relato da 
família sobre o aparecimento 
de habilidades motoras, aqui-
sição de linguagem gestual e 
falada, controle esfincteriano 
e desenvolvimento socioafe-
tivo da criança com membros 
da família e amigos. 
 1 ano
 2 anos 18º mês
1ª semana
24º mês
1º mês 4º mês 9º mês2º mês 6º mês 12º mês
Anual
A partir 
dos
2 anos Fluxograma 1: Frequência das consultas pediátricas.
1
2
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Realce
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6PUERICULTURA
Antecedentes vacinais de-
vendo além de registrar as 
vacinas tomadas e períodos 
em queforam realizadas, 
registrar eventos adversos 
(locais ou sistêmicos) caso 
tenham ocorrido. 
História de formação da 
família, relacionamento dos 
pais e aceitação da criança 
neste processo. 
Habitação é um ponto im-
portante para a compreen-
são do profissional acerca 
das condições de vida e saú-
de da criança e sua família, 
de modo a conseguir com-
preender se existem fatores 
de risco para doenças respi-
ratórias, infecto-parasitárias 
e dermatológicas. 
Hábitos atuais da criança 
também devem ser questio-
nados à família, abarcando 
seus respectivos hábitos: ali-
mentares, intestinais, uriná-
rios, sono, higiene corporal e 
bucal, lazer e atividade físi-
ca. Neste ponto, é relevante 
também questionar, quanto 
tempo a criança fica exposta 
a telas de telefone, tablets, 
televisão, etc. 
Veja o fluxograma abaixo com informa-
ções detalhadas acerca do que deve 
conter na 1ª anamnese pediátrica.
VOCÊ SABIA?: Em 2019, a Organi-
zação Mundial da Saúde (OMS) lan-
çou Diretrizes acerca da “Atividade 
psíquica, comportamento sedentário 
e sono” onde recomenda que crianças 
menores de 2 anos não devem pas-
sar nenhuma hora na frente de telas e 
que, entre 2 e 5 anos de idade o tem-
po máximo destinado a atividades na 
frente de uma tela (smartphone, com-
putador ou TV) deva ser de no máxi-
mo 1 hora. Com isso, a OMS espera 
que crianças de até 5 anos, troquem 
as telas por atividades físicas, brinca-
deiras diversas ou hábitos de leitura 
até mesmo através de contação de 
histórias pelos cuidadores. Desta for-
ma, espera-se que o haja menor se-
dentarismo entre as crianças, melhor 
desenvolvimento de atividades moto-
ras e, melhor qualidade do sono. Fon-
te: https: //www.paho.org/bra/index.
php?option=com_content&view=arti-
cle&id=5919:para-crescerem-sauda-
veis-criancas-precisam-passar-me-
nos-tempo-sentadas-e-mais-tem-
po-brincando&Itemid=839. Diretriz 
disponível em: https: //apps.who.int/
iris/handle/10665/311664.
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7PUERICULTURA
Antecedentes familiares; 
Antecedentes pessoais:
Gestação: uso de medicamentos, nº de consultas 
no pré-natal, doenças;
Nascimento: tipo de parto, motivo do parto, peso 
e comprimento ao nascer;
Período Neonatal: tempo de permanência na 
unidade neonatal, doenças;
Patológicos: idade de aparecimento das 
doenças, duração e tratamentos recebidos, 
acidentes, cirurgias, internações;
Alimentares: período de amamentação 
exclusiva com leite materno, início e motivo do 
desmame, época de introdução de alimentos 
complementares ao leite materno e quais, 
aceitação dos alimentos, se há intolerância 
alimentar.
Identificação; 
História atual; 
Interrogatório sintomatológico. 
Hábitos Atuais: 
Alimentares: quem ajuda a criança a comer/ 
como a mesma se alimenta, descrição do dia 
alimentar (detalhar horários e composição de 
todas as refeições);
Intestinais e urinários: frequência e 
características;
Sono: períodos de sono, despertares noturno, 
em que quarto e cama dorme, quem coloca para 
dormir, se há problemas relacionados ao sono ou 
hora de dormir;
Banho corporal: nº de vezes, produtos utilizados;
Higiene bucal: como é realizada limpeza da 
boca/ escovação dentária;
Lazer e tempo de tela: quais brinquedos mais 
utiliza, com quem brinca, tempo de uso de telas, 
frequência de passeios.
Desenvolvimento 
Neuropsicomotor (DPNM):
Habilidades motoras 
(grosseira e fina): época de 
aparecimento;
Aquisição de linguagem 
(gestual e verbal); 
Controle esfincteriano;
Desenvolvimento 
socioafetivo: com familiares, 
amigos e ambiente escolar. 
Antecedentes vacinais: 
Quais já foram aplicadas, nº 
de doses, idade em que foram 
aplicadas;
Questionar acompanhante 
sobre efeitos adversos (locais 
e/ou sistêmicos) de cada 
vacina; 
Relacionamentos familiares: 
Relação entre os pais, 
se a criança foi planejada, 
significado da mesma na vida 
destes;
Se pais separados, perguntar 
de quem é a guarda e como a 
criança lida com isso;
Como os pais dividem o 
cuidado com a criança;
Outros familiares que 
participam da vida da criança.
Habitação:
Características do bairro e da rua;
Características da casa: 
- Fatores de risco para doenças 
infecto-parasitárias: relação 
pessoa-cômodo ≥ 3, ausência 
de água tratada e esgoto não 
tratatado;
- Fatores de risco para doenças 
respiratórias: ventilação 
inadequada, umidade, poeira 
(tapetes, pelúcia), animais e 
plantas;
- Fatores de risco para doenças 
dermatológicas: presença de 
insetos e outros animais.
FLUXOGRAMA 2: ANAMNESE DA 1ª CONSULTA PEDIÁTRICA.
Lara
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8PUERICULTURA
3. ESTRATÉGIAS 
DE INTERAÇÃO
Alguns grupos de que estudam es-
pecificamente a Puericultura têm 
colocado as habilidades de comuni-
cação como ponto crucial na relação 
médico-paciente, as quais podem ser 
inclusive compreendidas sob a ótica 
da Pediatria. O grupo Bright Futu-
res ressalta que “toda criança mere-
ce ser saudável e que a saúde ideal 
envolve uma relação de confian-
ça entre o profissional de saúde, a 
criança, a família e a comunidade 
como parceiros na prática em saú-
de” e que, as consultas devem ser 
baseadas nas questões levantadas 
pelo paciente e sua família, logo, cria-
ram um documento com “perguntas-
-gatilho” que podem ser feitas pelo 
médico como forma de facilitar que 
os pacientes venham a relatar suas 
questões. Em seguida, alguns mem-
bros do Bright Futures lançaram um 
documento com estratégias práticas 
para facilitar a interação entre mé-
dicos, pacientes e suas famílias du-
rante as consultas de Puericultura:
Ouvir as 
demandas da 
família
Chamar pessoas 
pelo nome
Utilizar perguntas 
diretas e objetivas 
com base nas 
condições da 
família
Ter empatia
Não usar jargão
MEDIDAS 
BÁSICAS DE 
INTERAÇÃO
Passar 
informações no 
momento do 
exame
Indicar onde 
encontrar 
especialistas, 
buscar escolas 
especiais, etc.
Dividir tarefas com 
família
Reconhecer 
capacidades
CRIAR 
PARCERIA 
EFETIVA COM A 
FAMÍLIA
Consultar o 
prontuário antes 
da consulta
GERENCIAR 
O TEMPO DE 
FORMA EFICAZ
USAR 
MOMENTOS 
PRÓPRIOS 
PARA AÇÕES 
EDUCATIVAS
GERENCIAR 
O TEMPO DE 
FORMA EFICAZ
ORIENTAÇÃO 
PREVENTIVA
ESTRATÉGIAS
DE INTERAÇÃO
Mapa mental 
Fonte: Jornal de Pediatria, 2003
9PUERICULTURA
4. EXAME FÍSICO
No momento do exame físico, é pre-
ciso lançar mão de algumas outras 
estratégias de interação (além das ci-
tadas acima) como forma de estabele-
cer uma relação de confiança com a 
criança, uma vez que estar em conta-
to com uma figura desconhecida como 
a do médico muitas vezes pode causar 
estresse para a mesma. Logo, ter pa-
ciência e calma neste momento é fun-
damental, pois é importante que seja 
realizado um exame físico completo 
durante as consultas da Puericultura. 
Deve-se explicar para a criança 
(e para os pais) o que será feito no 
momento do exame físico indepen-
dentemente da idade que esta te-
nha. Apresentar à criança os ins-
trumentos que serão utilizados em 
cada etapa do exame (estetoscópio, 
espátula, fita métrica, etc.) auxilia na 
compreensão da mesma acerca de 
tais objetos, o que pode facilitar a ta-
refa do médico. 
Além disso, é 
importante que 
durante toda a 
consulta algum 
dos responsá-
veis esteja no 
consultório po-
dendo solicitar 
a ajuda destes 
durante as eta-
pas do exame 
físico. 
Na Puericultura nem sempre será 
possível realizar o exame físico na 
sequência crânio-caudal com cos-
tuma-se realizar nas outras áreas 
da Medicina, assim, é possível iniciar 
parte do exame físico com a criança 
ainda no colo de um dos seus fami-
liares. Como ressaltado por Dra. Na-
thalia, sobretudo na fase entre os 7 
meses e 2 anos de idades as crianças 
estranham mais a realização do exa-
me físico. Além disso, uma boa estra-
tégia é deixar o exame da orofaringe 
e a otoscopia para serem realiza-
dos ao final, pois estes costumam 
causar maior desconforto na criança 
e se feitos logo no início podem difi-
cultar a avaliação dos outros órgãos e 
sistemas. 
Lembrando que a 1ª consulta de 
todacriança deve ser ainda na sua 
1ª semana de vida é importante res-
saltar alguns, dentre todos os siste-
mas que não devem ser esquecidos 
nesta consulta com o 
recém-nascido (tabe-
la abaixo). Segundo o 
Ministério da Saúde, 
as consultas seguintes 
à primeira não devem 
obrigatoriamente con-
tar com todos os ele-
mentos de um exame 
físico completo, no en-
tanto, até os 10 anos de 
idade recomenda que 
procedimentos especí-
ficos não deixem de ser 
Lara
Realce
10PUERICULTURA
realizados: dados antropométricos, 
rastreamento para displasia evolutiva 
do quadril, ausculta cardíaca, avalia-
ção da visão e audição, aferição da 
pressão arterial e rastreamento para 
criptroquirdia. Abaixo, falaremos mais 
detalhadamente de cada um destes 
pontos. 
PESO
O peso da criança deve ser analisado em relação ao peso ideal ao nascer (baixo peso ao nas-
cer: < 2.500g; macrossomia: > 4.000g), sendo considerado normal uma perda de até 10% ao 
nascer e recuperação até o 15º dia de vida. 
FACE Pesquisar assimetria, malformação, deformidade ou aparência sindrômica.
PELE
Observar a presença de: edema (se for generalizado: pense em doença hemolítica perinatal, 
iatrogenia por uso de coloides ou cristaloides em excesso, insuficiência cardíaca, sepse; se for 
localizado: sugere trauma de parto); palidez (sangramento, anemia, vasoconstrição periférica ou 
sinal de arlequim – palidez em um hemicorpo e eritema do lado oposto, por alteração vasomotora 
e sem repercussão clínica); cianose (se for generalizada: pense em doenças cardiorrespiratórias 
graves; se for localizada nas extremidades ou na região perioral, pense em hipotermia); icterícia 
atentar-se caso a icterícia tenha se iniciado nas primeiras 24 horas ou depois do 7º dia de vida, 
caso tenha > 1 semana no RN a termo, > 2 semanas no prematuro e se a tonalidade for amarela 
com matiz intenso ou se espalha pelo corpo, atingindo pernas e braços. 
Pesquise a possível presença de assaduras, pústulas (impetigo) e bolhas palmo-plantares 
(sífilis). Esclareça a família quanto à benignidade do eritema tóxico.
CRÂNIO
Realizar exame das fontanelas: a fontanela anterior mede de 1-4cm, tem forma losangular, 
fecha-se do 9º ao 18º mês e não deve estar fechada no momento do nascimento. A fonta-
nela posterior é triangular, mede cerca de 0,5cm e fecha-se até o segundo mês. Não devem 
estar túrgidas, abauladas ou deprimidas. 
Em caso de presença de bossa serossanguínea, a mesma desaparece espontaneamente.
OLHO
Em caso de secreção purulenta é importante fazer coleta do material com swab e enviar para 
análise bacteriológica (importante descartar infecção por gonococo, clamídia e herpes vírus). 
Após a coleta deve-se iniciar imediatamente tratamento com colírio de tobramicina ou ofloxa-
cina e, após o resultado da análise deve-se tratar de acordo com o agente etiológico.
Estrabismo e nistagmo lateral são normais nos RN, pois a visão binocular só fica bem de-
senvolvida entre 3-7 meses. 
TÓRAX
Importante observar presença de assimetrias que possam sugerir malformações cardíacas, 
pulmonares ou óssea. Observar se há sinais de sofrimento respiratório (tiragem intercostal, 
estridor, retração xifoidiana, batimento de asa de nariz). Verificar os pulsos, frequência car-
díaca (FC) e se há presença de sopros cardíacos.
ABDOME
Como nesta fase a respiração é basicamente abdominal, deve-se realizar a contagem dos 
movimentos respiratórios abdominais que variam de 40-60 mrm. Observar se há presença 
de hérnia inguinal, a qual indica cirurgia imediatamente devido ao risco de estrangulamento/
encarceramento e, em caso de hérnia umbilical deve-se aguardar sua regressão espontânea 
até os 12 meses. 
AVALIAÇÃO
NEUROLÓGICA
Observe os reflexos de: sucção, preensão palmo-plantar e Moro que são atividades próprias 
do recém-nascido a termo, sadio. A postura de flexão generalizada e a lateralização da ca-
beça costumam permanecer até o final do primeiro mês. Vale ressaltar que, o tônus normal 
é de semiflexão generalizada.
Tabela 2: Tópicos do exame físico na 1ª consulta do recém-nascido 
Fonte: MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2012 com adaptações
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11PUERICULTURA
Dados antropométricos
A avaliação do crescimento e desen-
volvimento faz parte da avaliação bá-
sica da Pediatria, cabe aqui destacar 
a contribuição dos dados antropomé-
tricos nesta avaliação. Esse acompa-
nhamento sistemático permite o mo-
nitoramento das condições de saúde 
e nutrição da criança assistida. Nesta 
etapa do exame físico deve-se reali-
zar as medidas de: peso, comprimen-
to/altura, índice de massa corpórea 
(IMC), perímetro cefálico, perímetro 
torácico (até os 3 anos de idade) e cir-
cunferência abdominal. As informa-
ções do peso, altura, IMC e perímetro 
cefálico devem ser transpostas para 
as curvas disponíveis na Caderne-
ta de Saúde da Criança e as infor-
mações devem ser compartilhadas 
com os pais. 
Os gráficos disponíveis na Caderne-
ta são baseados em recomendações 
da OMS para crianças de qualquer 
país ou etnia, no entanto, o diagnós-
tico de algum desvio no crescimento 
da criança deve ser analisado com 
base no meio e condições de vida 
que a mesma se encontra. Os parâ-
metros disponíveis na caderneta para 
avaliação do crescimento utilizam os 
seguintes gráficos: perímetro cefálico 
(até os 2 anos), peso x idade (0 até 
10 anos), comprimento/altura x idade 
(0 até 10 anos) e IMC x idade (0 até 
10 anos). As curvas possuem diver-
sos pontos de corte classificados em 
escores z que indicam unidades do 
desvio-padrão do valor da mediana 
(escore z 0 ou linha verde), um ponto 
que não esteja entre as linhas verme-
lhas (escore z ≤ +2 e ≥ -2) indica um 
problema de crescimento, logo, uma 
criança que está crescendo adequa-
damente tem pontos do gráfico pa-
ralelo à linha verde (acima ou abaixo 
dela).
SAIBA MAIS
A hiperbilirrubinemia indireta costuma manifestar-se clinicamente como icterícia atingindo 
níveis séricos de 5mg/dL, acontecendo em até 60% dos RN a termo e até 80% dos pre-
maturos. Na maioria das vezes trata-se de uma adaptação fisiológica do organismo ao me-
tabolismo da bilirrubina, mas pode também significar um processo patológico levando ao 
quadro de encefalopatia bilirrubínica aguda. Quando fisiológica, costuma ocorrer após 24h 
de vida, com pico entre 3º e 4º dias e bilirrubina total (BT) de 12mg/dL porém, se houver 
presença de ictéricia nas primeiras 24h ou valores de BT ≥ 12mg/dL, deve-se investigar 
processos patológicos. A figura abaixo ilustra uma gradação da extensão da icterícia, com 
isso, recomenda-se que todo RN ictérico no nível ou abaixo do umbigo, deve ter solicitada 
uma dosagem de bilirrubina sérica. Fonte: Sociedade Brasileira de Pediatria. Departamento 
de Neonatologia. Icterícia no recém-nascido com idade gestacional ≥ 35 semanas. 2012. 
Disponível em: https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/2015/02/Ictericia_sem-Dep-
toNeoSBP-11nov12.pdf. 
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12PUERICULTURA
Figura 1: Exemplo de interpretação do gráfico peso x idade da Caderneta de Saúde da Criança (Fonte: http://aventuras-
maternais.blogspot.com/2013/07/meu-filho-tem-baixo-peso.html)
SE LIGA! Crianças nascidas antes do termo, ou seja, com idade gestacional (IG) < 37 
semanas, devem ter um acompanhamento diferenciado e, em se tratando do DNPM 
e das curvas de crescimento, recomenda-se que seja realizada a correção da idade 
cronológica em função do grau de prematuridade para que tais crianças não te-
nham seu crescimento e desenvolvimento subestimados durante a avaliação. Consi-
derando que o ideal seria nascer com 40 semanas, um prematuro que nasce com 36 
semanas e tem idade cronológica de 2 meses de vida (ou seja, 8 semanas) deve ter 
sua idade corrigida “descontando” da sua idade cronológica as semanas que faltavam 
para alcançar o termoe, o que “resta” de semanas é sua idade 
cronológica corrigida. Na Caderneta de Saúde da Criança devem ser anotadas as me-
didas na idade corrigida correspondente:
40 semanas-36 semanas=4 semanas
8 semanas (2 meses de vida)-4 semanas=4 semanas (ou 1mês de vida)
Idade cronológica corrigida = 1 mês
O perímetro cefálico deve ser corrigido até 1 ano e meio e os outros dados antro-
pométricos, assim como o DNPM devem ser corrigidos até os 2 anos de idade. 
Fonte: CADERNOS DE ATENÇÃO BÁSICA, 2012.
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13PUERICULTURA
A aferição do peso e comprimento/al-
tura, como vimos na aula de Dra. Na-
thalia, é realizada por métodos dife-
rentes a depender das características 
da criança examinada. O peso pode 
ser aferido por meio da balança pe-
diátrica que deve ser utilizada para 
crianças de até 25 kg ou 2 anos 
ou até a criança poder ficar em pé, 
quando então poderá ser pesada na 
balança em pé. A medida do com-
primento é realizada com a régua 
antropométrica com haste fixa que 
deve ficar na cabeça e a haste mó-
vel é colocada logo abaixo do pé da 
criança, mais uma vez é fundamental 
o auxílio dos pais neste momento; em 
crianças a partir dos 2 anos é pos-
sível medir a altura da criança com 
estadiômetro onde a mesma em pé 
e cabeça retificada. 
Ombros
Parte mais alta 
da cabeça
Parte de trás da 
cabeça Nádegas
Panturrilhas
Calcanhares
Encostar 
cursos na sola 
dos pés, com 
calcanhar e 
pés em 90o
O IMC já foi validado como bom mar-
cador de adiposidade e sobrepeso, 
apresentando correlação com outros 
parâmetros que avaliam porcenta-
gem de gordura corpórea e, em crian-
ças, alguns estudos mostram que 
a mensuração do IMC na infância 
pode ser preditivo do IMC na ado-
lescência e idade adulta. Quando o 
IMC da criança está entre os escores 
z ≥ -2 e +1, fala-se que a mesma 
está com IMC adequado. 
Figura 2: Técnica de aferição do comprimento. 
Fonte: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/orientacoes_coleta_analise_dados_antro-
pometricos.pdf
O perímetro cefálico (PC) deve ser 
medido em todas as consultas até 
os 2 anos de vida. A circunferência 
da cabeça deve ser medida com uma 
fita métrica maleável envolvendo os 
maiores diâmetros frontoccipital na 
testa no sulco supra orbital e na por-
ção mais proeminente do occipital. 
Na Caderneta do Ministério da Saú-
de é possível correlacionar tal medida 
com a idade, de modo que, se escore 
z < -2 fala-se que o PC está abaixo 
do esperado e se > +2 está acima do 
esperado para idade. 
Ombros
14PUERICULTURA
Figura 3: Mensuração do perímetro cefálico (Fonte: 
http://www.saude.am.gov.br/docs/zika/INSTRUTIVO_
PC_REV01.pdf )
A medida do PC é um dado clíni-
co fundamental no atendimento pe-
diátrico, podendo constituir a base 
diagnóstica de um grande número de 
doenças neurológicas, sobretudo, a 
microcefalia. Segundo a OMS, a mi-
crocefalia deve ser diagnosticada 
dentro das primeiras 24h até a 1ª 
semana de vida se a medida do PC 
estiver no escore z < -2, em casos 
de medidas < -3 no escore z, fala-
-se em microcefalia grave. Para RN a 
termo, pode-se usar os gráficos de 
idade x PC, no entanto, em se tratan-
do de prematuros recomenda-se uti-
lizar como referência a tabela Estudo 
Internacional de Crescimento Fetal e 
do Recém-Nascido: Padrões para o 
Século 21 (Intergrowth). 
Figura 4: Curvas de Crescimento da Intergrowth para 
crianças nascidas pré-termo: comprimento e perímetro 
cefálico (Fonte: https://www.sbp.com.br/departamentos-
-cientificos/endocrinologia/graficos-de-crescimento/).
15PUERICULTURA
Além disso, é possível relacionar os 
gráficos de PC com os gráficos de 
peso x comprimento/altura, pois sem-
pre que houver uma ascensão do tra-
çado de PC deve haver uma ascen-
são do traçado peso x altura. Em caso 
de traçado positivo do PC com tra-
çado negativo do peso x altura em 
mais de 2 consultas pode ser indi-
cativo de macrocefalia. 
VOCÊ SABIA QUE? No 1º trimestre 
de vida, o PC costuma crescer em mé-
dia 2 cm/mês, no 2º trimestre este valor 
cai para 1cm/mês, enquanto que no 3º 
trimestre passa para 0,5 cm/mês. Ao fi-
nal de um ano o crescimento do crânio 
chega a 12 cm. Fonte: https://www.por-
taleducacao.com.br/conteudo/artigos/
medicina/avaliando-o-perimetro-cefali-
co-da-crianca/11754]
Rastreamento para displasia 
evolutiva de quadril
Outro ponto importante na avaliação 
do exame físico na Puericultura é o 
rastreamento para displasia do qua-
dril. Apesar de não haver consenso 
sobre a efetividade da redução dos 
desfechos clínicos, o rastreamento 
auxilia no diagnóstico precoce (antes 
dos 3-6 meses) e, com isso, na esco-
lha de tratamentos menos invasivos e 
com menores riscos de complicações. 
Os principais fatores de risco para 
displasia do desenvolvimento do 
quadril são: sexo feminino, história 
familiar de displasia congênita do 
quadril e parto com apresentação 
pélvica. 
Duas manobras devem ser realizadas 
logo nas primeiras consultas até os 2 
meses, testando um membro de cada 
vez a partir das manobras de Barlow 
(provocativa do deslocamento) e Orto-
lani (sua redução). Quando a manobra 
de Ortolani é positiva faz-se o diag-
nóstico de displasia do desenvolvi-
mento do quadril indicando avaliação 
com cirurgião ortopédico especialista 
que avalie a melhor abordagem. 
Após os 3 meses é possível avaliar se 
a criança possui limitação da abdução 
dos quadris e encurtamento de um dos 
membros. Quando a criança começa a 
deambular é pode-se observar se há 
Trendelenburg positivo, ou seja, a não 
sustentação da pelve após a elevação 
do membro inferior do lado oposto.
Figura 5: Manobra de Barlow é um teste provocati-
vo realizado com quadris e joelhos do recém-nascido 
fletidos. Seguram-se as pernas gentilmente, com a coxa 
em adução (A), e o examinador aplica uma força no 
sentido posterior. A manobra é positiva (B) se o quadril 
é deslocável (luxável) (Fonte: PORTO, 2014).
16PUERICULTURA
Figura 6: A manobra de Ortolani é o reverso de Bar-
low. O examinador segura as coxas do recém-nascido 
e gentilmente realiza a abdução do quadril enquanto 
move anteriormente o trocanter com os dois dedos (A). 
A manobra é positiva (B) quando a cabeça do fêmur 
luxada retorna ao acetábulo com um “clunk” palpável 
quando o quadril é abduzido (Fonte: PORTO, 2014). 
Ausculta cardíaca
Assim como em todo atendimento 
médico, a ausculta da frequência car-
díaca (FC) deve ser realizada na Pue-
ricultura. Logo, é importante saber as 
faixas de FC, bem como a FC média 
em cada etapa da infância, podendo 
em caso de discrepâncias pensar em 
possibilidades diagnósticas:
FAIXA ETÁRIA FC MÉDIA ESPECTRO DA FC
Recém-nascido 145 bpm 90-180 bpm
6 meses 145 bpm 105-185 bpm
1 ano 132 bpm 105-170 bpm
2 anos 120 bpm 90-150 bpm
4 anos 108 bpm 72-135 bpm
6 anos 100 bpm 65-135 bpm
10 anos 90 bpm 65-130 bpm
Tabela 3: Frequência cardíaca (FC) por faixa etária na 
infância (Fonte: PORTO, 2014).
Aferição da pressão arterial:
Segundo o Ministério da Saúde, reco-
menda-se que a pressão arterial (PA) 
seja aferida em crianças uma primeira 
medida aos 3 anos de idade e segun-
da medida aos 6 anos, no entanto, 
outras referências não fazem menção 
a idades específicas para a medida. 
O manguito apropriado deve ter 
largura correspondente a 40% da 
circunferência do braço (no ponto 
médio entre o acrômio e olécrano). 
Caso não haja o manguito com nº 
ideal para a criança, deve-se escolher 
um imediatamente maior que deixe a 
fossa cubital livre e com cumprimen-
to suficiente para circundar o braço 
da criança com o mínimo de super-
posição; manguitos menores podem 
falsear elevações na PA. A medida 
deve ser feita de preferência no 
braço direito, com a criança em re-
pouso de 3 a 5 minutos. 
Acrômio
Olécrano
Posicionamento 
correto da 
fita métrica
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17PUERICULTURA
Figura 7: Como encontrar o local correto para medir a 
circunferência do braço da criança. No local do ponto mé-
dio deve ser medida a circunferência e, 40% deste valor 
corresponde ao tamanho do manguitoadequado para a 
criança (Fonte da imagem: https://encrypted-tbn0.gstatic.
com/images?q=tbn:ANd9GcSlDmQQTF_3KYZDGuy-
J93OKNQf5EmkUZshYhut7QBKajq7tiO5NOQ&s).
Os valores de PA sistólica e diastólica 
podem ser relacionados com o per-
centil da estatura da criança e o sexo 
da mesma em tabelas apropriadas. 
Tais tabelas com percentis constam 
com valores de idade de 1 a 17 anos 
(abaixo). A PA normal é inferior ao 
percentil 90, pré-hipertensão en-
tre percentil 90-95 e hipertensão é 
definida por valores superiores ao 
percentil 95. 
Posicionamento 
incorreto da 
fita métrica
Ponto médio
encontrado
PA SISTÓLICA (mmHG)
 (percentil de altura)
PA DISTÓLICA (mmHG) 
(percentil de altura)
Idade PA
(percentil)
5 10 25 50 75 90 95 5 10 25 50 75 90 95
1 50 83 84 85 86 88 89 90 38 39 39 40 41 41 42
90 97 97 98 100 101 102 103 52 53 53 54 55 55 56
95 100 101 102 104 105 106 107 56 57 57 58 59 59 60
99 108 108 109 11 112 113 114 64 64 65 65 66 67 67
2 50 85 85 87 88 89 91 91 43 44 44 45 46 46 47
90 98 99 100 101 103 104 105 57 58 58 59 60 61 61
95 102 103 104 105 107 108 109 61 62 62 63 64 65 65
99 109 110 111 112 114 115 116 69 69 70 70 71 72 75
3 50 86 87 88 89 91 92 93 47 48 48 49 50 50 51
90 100 100 102 103 104 106 106 61 62 62 63 64 64 65
95 104 104 105 107 108 109 110 65 66 66 67 68 68 69
99 111 111 113 114 115 116 117 73 73 74 74 75 76 75
4 50 88 88 90 91 92 94 94 50 50 51 52 52 53 54
90 101 102 103 104 106 107 108 64 64 65 66 67 67 68
95 105 106 107 108 110 111 112 68 68 69 70 71 71 72
99 112 113 114 115 117 118 119 76 76 76 77 78 79 79
5 50 89 90 91 93 94 95 96 52 53 53 54 55 55 56
90 103 103 105 106 107 109 109 66 67 67 68 69 69 70
95 107 107 108 110 111 112 113 70 71 71 72 73 73 74
99 114 114 116 117 118 120 120 78 78 79 79 80 81 81
Tabela 4: Recorte de Tabela com valores de pressão arterial para meninas com idade e percentil de estatura 
(Fonte: TRATADO DE PEDIATRIA, 2010).
18PUERICULTURA
Rastreamento para criptorquidia
A criptorquidia é uma relevante ano-
malia congênita com isso, o Ministé-
rio da Saúde recomenda que, caso 
os testículos não sejam palpáveis 
ou sejam retráteis na 1ª consulta da 
Puericultura o rastreamento deve ser 
realizado nas próximas consultas de 
rotina. Se aos 6 meses não houver 
testículos palpáveis, a criança deve 
ser encaminhada à cirurgia pediátri-
ca. Se forem retráteis, deve ser mo-
nitorado a cada 6-12 meses entre os 
4-10 anos de idade, pois pode ocor-
rer da criança crescer mais rápido do 
que o cordão espermático e haver 
saída dos testículos da bolsa escro-
tal. Vale ressaltar que, o tratamento 
precoce da criptoquirdia resulta em 
diminuição do risco de câncer de tes-
tículo e problemas de fertilidade em 
adultos.
Avaliações específicas da saúde 
da criança
Algumas avaliações específicas de 
saúde devem ser realizadas na crian-
ça, tanto no período em que a mes-
ma é recém-nascida, quanto em fase 
pré-escolar e escolar:
NOS RECÉM-NASCIDOS
Programa Nacional de Triagem Neonatal: A Tria-
gem Neonatal, conhecida como Teste de Pezinho, 
foi instituída como prática obrigatória no país desde 
2001 e inclui os testes de rastreamento para ane-
mia falciforme, hipotireoidismo congênito, fenilceto-
núria e fibrose cística.
Triagem auditiva: Existe a recomendação para o 
rastreamento das perdas auditivas em todos os 
RNs antes de completarem 1 mês de vida, com o 
teste da orelhinha, que inclui a emissão otoacústica 
seguida da resposta auditiva do tronco cerebral.
Teste do reflexo vermelho: Essa avaliação da trans-
parência e da integridade das câmaras oculares 
deve ser feita com o oftalmoscópio, logo ao nascer e 
nas consultas subsequentes. 
NOS PRÉ-ESCOLARES E ESCOLARES
Triagem da acuidade visual: A realização do teste 
de Snellen para avaliação da acuidade visual pode 
ser feita nas consultas de rotina da criança a partir 
dos 4 anos de vida. Entretanto, a operacionaliza-
ção desse exame feito nas escolas, aos 4 anos, 
apresenta melhores resultados, principalmente em 
função da participação dos professores no preparo 
das crianças para o teste. Recomenda-se também 
a realização desse teste aos 7 anos para abranger 
as crianças que não frequentaram pré-escola e, por 
isso, não tiveram acesso ao exame previamente.
Levantamento epidemiológico da cárie e doença 
periodontal: Esses procedimentos fazem parte das 
ações dirigidas aos pré-escolares e escolares reali-
zados nas escolas e são parte das ações coletivas 
em saúde bucal.
Tabela 2: Avaliações específicas de saúde (Fonte: TRA-
TADO DE MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE, 
2019).
19PUERICULTURA
Rastreamento para Displasia 
Evolutiva do Quadril
- Manobras: Barlow e Ortolani
Dados Antropométricos
- Peso, estatura, perímetro 
cefálico, IMC, circunferência 
abdominal e torácica
- Colocar nos gráficos 
correspondentes
Avaliações Específicas
- Triagem Neonatal
- Triagem auditiva
- Avaliação da visão
Rastreamento para 
Critptorquidia
Aferição da Pressão Arterial
- Escolher manguito adequado
- Avaliar sistólica e diastólica pela 
tabela de percentis da estatura e 
sexo
Exame Físico completo 
- Iniciar auscultas no colo do 
acompanhante;
Deixar orofaringe e otoscopia 
por último.
5. DIAGNÓSTICOS 
Ao final de toda consulta de Puericul-
tura devem ser elaborados no mínimo 
6 diagnósticos (havendo outros diag-
nósticos estes devem ser elencados 
após). Como vimos na aula de Dra. 
Nathalia, podemos usar o mnemôni-
co “CEVADA” para memorizar estes 
diagnósticos:
MAPA MENTAL: EXAME FÍSICO PUERICULTURA
20PUERICULTURA
Crescimento:
Classificar se a estatura está adequada, 
baixa ou alta para a idade
Estado nutricional: 
Classificar a criança como eutrófica ou distrófica 
(desnutrição, obesidade, deficiências ou excesso 
de vitaminas/minerais, )
Vacinação:
Se completa ou incompleta
Alimentação: 
Se adequada ou inadequada. 
Anotar alterações observadas.
Desenvolvimento:
Classificar se adequado ou inadequado. Em caso de atraso, 
determinar se é de linguagem, motor ou socioafetivo.
Ambiente físico e emocional:
Se adequado ou inadequado. Avaliar fatores de risco 
para doenças influenciadas pelo ambiente físico 
e considerar situações de proteção e/ou conflito.
C
E
V
A
D
A
21PUERICULTURA
MAPA MENTAL RESUMO – PUERICULTURA
Primeira 
consulta
Antecedentes 
familiares
Triagem 
neonatal
Antecedentes 
obstétricos e 
perinatais
Anamnese 
Antropometria 
Exame físico
Caracterização 
psicossocial 
da família
Consulta anual 
a partir do 
2º ano de vida
Uma consulta nos meses: 
01, 02, 04, 06, 09, 12, 18 e 24
1ª consulta na 1ª 
semana de vida
Número de 
consultas 
(M. Saúde)
Cuidados em 
situações de 
violència
Imunizações
Prevenção de 
acidentes
Saúde bucal 
da criança
Acompanhamento 
do 
desenvolvimento
Monitorização 
do crescimento
Checar cartão 
vacinal
Alimentação 
saudável
Anamnese
Queixas novas e 
pregressas
Antropometria
Consultas de 
seguimento
22PUERICULTURA
REFERÊNCIAS 
BIBLIOGRÁFICAS 
Tratado de pediatria: Sociedade Brasileira de Pediatria. – 2.ed. – Barueri, SP: Manole, 2010.
Tratado de medicina de família e comunidade: princípios, formação e prática [recurso ele-
trônico] / Organizadores: Gustavo Gusso, José Mauro Ceratti Lopes, Lêda Chaves Dias– 2. 
ed. – Porto Alegre: Artmed, 2019. 2 vol.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Bási-
ca. Saúde da criança: crescimento e desenvolvimento. Brasília: Ministério da Saúde, 2012. 
272 p.: il. – (Cadernos de Atenção Básica, nº 33)
PORTO, CC. Semiologia Médica. 7ª Ed. Rio de Janeiro. Guanabara Koogan, 2014. 
SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA. Departamento de Pediatria Ambulatorial. Manu-
al Prático de Atendimento em Consultório e Ambulatório de Pediatria. 2006.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA. Departamento Científico de Adolescência. Ma-
nual de Orientação. Consulta do adolescente: abordagem clínica, orientações éticas e le-
gais como instrumentos ao pediatra. Nº 10, Janeiro de 2019.
MINISTÉRIO DA SAÚDE.Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. 
Orientações para a coleta e análise de dados antropométricos em serviços de saúde: Norma 
Técnica do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional - SISVAN Brasília, 2011.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância 
das Doenças Transmissíveis. Protocolo de vigilância e resposta à ocorrência de micro-
cefalia e/ou alterações do sistema nervoso central (SNC). Ministério da Saúde, Secretaria 
de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. – Brasília: 
Ministério da Saúde, 2015.
BLANK, D. A puericultura hoje: um enfoque apoiado em evidências. Jornal de Pediatria - 
Vol.79, Supl.1, 2003
TOURINHO, AB; REIS, LBSM. Peso ao nascer: uma abordagem nutricional. Com. Ciências 
Saúde, 2013. 22(4): 19-30.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Caderneta de Saúde da Criança. Brasília- DF, 2013. Disponível 
em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/caderneta_saude_crianca_menino.pdf. 
23PUERICULTURA

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