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INSTITUTO ESTADUALDE EDUCAÇÃO PROFESSOR DIEHL TURMA: 1° Médio DISCIPLINA: Filosofia PROF: Sandra Prates Período: 14/06 a 02/07 As três peneiras de Sócrates Um homem foi ao encontro de Sócrates levando ao filósofo uma informação que julgava de seu interesse: - Quero contar-te uma coisa a respeito de um amigo teu! - Espera um momento – disse Sócrates – Antes de contar-me, quero saber se fizeste passar essa informação pelas três peneiras. - Três peneiras? Que queres dizer? - Vamos peneirar aquilo que quer me dizer. Devemos sempre usar as três peneiras. Se não as conheces, presta bem atenção. A primeira é a peneira da VERDADE. Tens certeza de que isso que queres dizer-me é verdade? - Bem, foi o que ouvi outros contarem. Não sei exatamente se é verdade. - A segunda peneira é a da BONDADE. Com certeza, deves ter passado a informação pela peneira da bondade. Ou não? Envergonhado, o homem respondeu: - Devo confessar que não. - A terceira peneira é a da UTILIDADE. Pensaste bem se é útil o que vieste falar a respeito do meu amigo? - Útil? Na verdade, não. Então, disse-lhe o sábio, se o que queres contar-me não é verdadeiro, nem bom, nem útil, então é melhor que o guardes apenas para ti. Moral da história: Se as pessoas usassem desses critérios, seriam mais felizes e usariam seus esforços e talentos em outras atividades, antes de obedecer ao impulso de simplesmente passá-los adiante. Você entendeu o texto? 1. Quem é Sócrates e o que ele quis ensinar com esse texto? 2. Qual o sentido das peneiras na leitura? 3. As pessoas que conhecemos, costumam ter esse comportamento? Quando ficam sabendo de algum fato, logo querem ser os primeiros a contar? Você já procedeu assim alguma vez? Conhece alguém que age ou agiu desta maneira? Em caso afirmativo houve consequências? Enumere-as. 4. Como posso avaliar se o que vou falar é verdadeiro, bom e necessário? 5. É fácil ou difícil tomar conhecimento de alguma história, guardar segredo ou simplesmente esquecer que ouviu, sem maiores comentários. 6. Você já foi atingido por um mal entendido assim? Como você se sentiu? Gostaria que algum amigo passasse por uma situação constrangedora por conta de uma fofoca, assim? 7. É sempre bom ter em mente a seguinte máxima: "Fazer aos outros, somente aquilo que queremos que façam a nós". Como você pode interpretar essa máxima? Desenvolvendo a criatividade a) Criar um comentário em mais ou menos dez linhas sobre as questões que envolvem... Verdade - Bondade - Necessidade, existentes no texto. Música : Lógica https://www.youtube.com/watch?v=5E47x74kFjU Lógica Jota Quest Lógica Exagero de vida Exagero de amor Exagero de ego Exagero da falta Falta de vida, de amor, de valor. Falta de graça e de grana Falta dos irmãos. A vida é dura é injusta A vida é crua e assusta A vida é jogo e é luta A vida é fogo e é cruz A vida passa A vida é pouco. A vida é sua A vida é pouco a pouco... Entre a vida e a morte Onde esta a lógica? Entre a guerra e a paz O amor não tem lógica Amor por tudo Amor profundo Um amor maior que o mundo Amor sem paz Amor que dói demais Amor de mãe e pai Entre a vida e a morte Onde está a lógica? Entre a guerra e a paz O amor não tem lógica (O amor não tem lógica) Lá, lá, lá, lá, lá, rá, lá, rá, lá Lá-lá-lá-lá-lááááá (O amor não tem lógica) Lá, lá,… Lógica A palavra lógica pode denotar tanto um conjunto de regras racionais para a obtenção de um conhecimento quanto a área da Filosofia que estuda a validade formal das proposições linguísticas e matemáticas. A lógica, enquanto propriedade linguística, não se preocupa com a veracidade dos enunciados, mas com a validade formal lógica, ou seja, com a possibilidade de sentido da frase dada por sua estrutura. Se a estrutura de uma frase é correta, isto é, se ela segue um padrão formal correto, https://www.google.com/search?rlz=1C1AVNC_enBR730BR731&q=Jota+Quest&stick=H4sIAAAAAAAAAONgVuLUz9U3MClKT89bxMrllV-SqBBYmlpcAgCN59ZoGgAAAA&sa=X&ved=2ahUKEwiJq4qy3IbxAhXAHrkGHXRFCbAQMTAAegQIBRAD https://mundoeducacao.uol.com.br/filosofia/o-que-filosofia.htm podemos dizer que a frase é logicamente válida. Na matemática, é a lógica que garante a estrutura formal racional das equações e demais elementos matemáticos que, de algum modo, relacionam-se. Não podemos dizer que a lógica em si foi criada, mas sim descoberta. Desde que existe racionalidade, a lógica existe. Quem a descobriu foi Aristóteles. As suas criações dizem respeito apenas à nomenclatura que ele deu e ao estudo sistemático daquilo que era a lógica. A lógica aristotélica, também chamada de lógica clássica, sustenta-se com base em princípios racionais e nos silogismos. Na contemporaneidade, Gottlob Frege revolucionou a lógica ao misturar elementos matemáticos e linguísticos para o entendimento de enunciados e ao distinguir as noções de sentido e referente. Isso possibilitou o aprofundamento na programação, o que, por sua vez, forneceu bases para a criação da informática e dos computadores. Outros filósofos, como os alemães Ludwig Wittgenstein e Rudolf Carnap e o britânico Bertrand Russell, dedicaram-se a estudar as relações entre a lógica e a linguagem, aprofundando os estudos da chamada filosofia analítica da linguagem. Onde surgiu e quem é o criador da lógica? Os estudos de lógica foram iniciados por Aristóteles, entre 384 a.C e 322 a.C., na Grécia Antiga. Esse grande pensador percebeu que a maior distinção entre o ser humano e os demais animais é a linguagem. Ele também notou que há uma estrutura linguística que deve ser obedecida para que os enunciados tenham sentido. Essas percepções fizeram com que o filósofo formalizasse uma ciência capaz de entender e classificar os elementos que permitem os enunciados linguísticos com sentido e validade, fundando a lógica. Lógica aristotélica As investigações de Aristóteles acerca da lógica fizeram-no descobrir que todo o conhecimento válido emitido por enunciados deve respeitar três princípios básicos. São eles: Princípio da identidade: é o que enuncia as identidades dos seres e das coisas. Por meio do verbo ser, o princípio diz o que certa coisa é. Como exemplo, podemos dizer “A é A”. O verbo ser conjugado na primeira pessoa do singular, destacado em vermelho, é o elemento que denota a identidade do objeto. Para pegar um exemplo mais palpável, podemos dizer “isto é um texto”, indicando que a identidade desse objeto a que nos referimos é a categoria “texto”. Princípio da não-contradição: este princípio elementar diz que a identidade de algo não pode ser ela mesma e não ser ela ao mesmo tempo e sob o mesmo aspecto. A sua formulação pode ser pensada da seguinte maneira: não é possível que algo seja e não seja aquilo que é, ao mesmo tempo e sob o mesmo aspecto. É impossível que isto seja um texto e não seja um texto ao mesmo tempo e sob o mesmo aspecto. Princípio do terceiro excluído: algo é ou não é e não há terceira possibilidade. Pensando com base na identidade e na não contradição, podemos afirmar que isto é um texto ou não é um texto, não havendo outra possibilidade. Se isto for um automóvel, por exemplo, deixa de ser um texto, encaixando-se na segunda possibilidade. Verdade e Validade. A lógica pretende julgar a validade e verdade dos raciocínios, expressões, afirmações e operações intelectuais. Entende por verdade a concordância entre o sentido e a realidade, entre os argumentos e a verificação da existência concreta dos elementos que fornecem sustentação à argumentação. https://mundoeducacao.uol.com.br/matematica https://mundoeducacao.uol.com.br/matematica/equacao-1.htm https://mundoeducacao.uol.com.br/filosofia/aristoteles.htm https://mundoeducacao.uol.com.br/historiageral/idade-contemporanea.htm https://mundoeducacao.uol.com.br/filosofia/aristoteles.htm https://mundoeducacao.uol.com.br/historiageral/civilizacao-grega.htm Já a validade, ao contrário, nãomede a relação entre o discurso e a realidade, mas apenas o grau de correção, a coerência interna do raciocínio. Um silogismo pode compor um raciocínio válido e verdadeiro, tal como no exemplo a seguir: 1. Todo homem é mortal. – Premissa universal afirmativa. 2. Sócrates é homem. – Premissa particular afirmativa. 3. Portanto, Sócrates é mortal. – Conclusão = Premissa Particular afirmativa. No entanto, um silogismo também pode compor um raciocínio válido e não verdadeiro, como no exemplo que segue: 1. Os biscoitos são feitos de água e sal. – Premissa universal afirmativa. 2. O mar é feito de água e sal. – Premissa universal afirmativa. 3. Portanto, o mar é um grande biscoito. – Conclusão = Premissa universal afirmativa. Nem mesmo um silogismo complexo escapa deste problema, pois também pode ser valido, apesar de não verdadeiro, tal como no exemplo que segue: 01. Deus é amor. 02. O amor é cego. 03. Steve Wonder é cego. 04. Portanto, Steve Wonder é Deus. 05. Disseram-me que sou ninguém. 06. Ninguém é perfeito. 07. Portanto, eu sou perfeito. 08. Só Deus é perfeito. 09. Portanto, eu sou Deus. 10. Se Steve Wonder é Deus, eu sou Steve Wonder. 11. Portanto, estou cego. Enquanto o silogismo, cujo significado em grego é “reunir com o pensamento”, utiliza premissas bem definidas e que trabalham com a aceitação de afirmações tidas como verdadeiras, compondo raciocínios validos; a falácia expressa um argumento não valido, mas que aparenta se válido e verdadeiro. A origem da falácia está fixada na antiguidade, inserindo-se na tradição dos sofistas gregos, extremamente vinculado com a retórica e a política. Portanto, a falácia não é um argumento que deduz suas conclusões de premissas necessariamente válidas ou verdadeiras, constituindo um raciocínio que, quando decomposto e analisado pela lógica, demonstra não ser válido devido a contradições internas, configurando um erro de construção lógica. Em geral, a falácia procura se sustentar por meio de influências exteriores à sua própria demonstração, valendo-se de ambigüidades, duplos sentidos, apelo à emoção ou utilizando um argumento de autoridade descontextualizado.