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ESTRUTURAS DE MADEIRA Notas de Aula - 2011/2 Profº. Carlos Henrique Saraiva Raposo 2 ÍNDICE 1 - PROPRIEDADES FÍSICAS E MECÂNICAS DA MADEIRA 1.1 - Tipos de Madeira de Construção 1.2 - Estrutura e Crescimento das Madeiras 1.3 - Propriedades Físicas das Madeiras 2 - MADEIRAS DE CONSTRUÇÃO – PRODUTOS COMERCIAIS 2.1 - Madeira Roliça 2.2 - Madeira Falquejada 2.3 - Madeira Serrada 2.4 - Madeira Laminada e Colada 2.5 - Madeira Compensada 3 - ENSAIOS DE MADEIRAS – BASE DE CÁLCULO 3.1 - Classificação de Peças Estruturais de Madeira – 3.2 - Ensaio de Peças Estruturais de Madeira 3.3 - Tensões Admissíveis Básicas em Peças Estruturais de Madeira Bruta Serrada 4 – DIMENSIONAMENTO DE PEÇAS TRACIONADAS 4.1 - Critério de calculo 4.2 - Exercícios 5 – DIMENSIONAMENTO DE PEÇAS COMPRIMIDAS 5.1 - Seções transversais de peças comprimidas 5.2 - Peças comprimidas de seção simples 5.3 - Exercícios 6 - DIMENSIONAMENTO DE PEÇAS FLETIDAS 6.1 - Tipos construtivos 6.2 - Critérios de cálculo 3 6.3 - Vigas de madeira maciça, serrada ou lavrada 6.4 - Exercícios 6.5 - Flambagem lateral de vigas retangulares 6.6 - Vigas retangulares sujeitas à flexão oblíqua 7 - LIGAÇÕES DE PEÇAS ESTRUTURAIS 7.1 - Tipos de ligações 7.2 - Critérios de dimensionamento 7.3 - Pregos 7.4 - Parafusos 7.5 - Ligações por entalhes 8 - PROJETO DE ESTRUTURAS DE MADEIRA PARA COBERTURA 8.1 - Generalidades 8.2 - Definição da geometria da estrutura 8.3 – Cálculo de cargas 9 - DADOS PARA ANTE-PROJETO DE ESTRUTURAS DO TIPO TRELIÇADO 9.1 - Treliças de contorno triangular 9.2 - Meia tesoura em balanço 9.3 - Treliças de contorno retangular 10 - ETAPAS PARA ELABORAÇÃO DE PROJETO DE UMA ESTRUTURA DE MADEIRA 10.1 - Algumas características de telhas onduladas de fibrocimento 10.2 - Ações do Vento em Edificações 11 – TABELAS 11.1 - Dimensões de Peças de Madeira Serrada 11.2 - Bitolas comerciais de pregos com cabeça de aço temperado 11.3 - Propriedades Mecânicas e Tensões Admissíveis de Algumas Madeiras Brasileiras 4 1 – PROPRIEDADES FÍSICAS E MECÂNICAS DA MADEIRA 1.1. TIPOS DE MADEIRA DE CONSTRUÇÃO As madeiras utilizadas em construção são obtidas de troncos de árvores. Distinguem-se duas categorias principais de madeiras: a) Madeiras duras ou madeiras de lei – provenientes de árvores frondosas, de crescimento lento, como peroba, ipê, aroeira, carvalho etc. b) Madeiras macias – provenientes em geral das árvores coníferas (com sementes agrupadas em forma de cones), de crescimento rápido, como pinheiro-do-paraná e pinheiro-bravo ou pinheirinho, pinheiros europeus, norte-americanos etc. 1.2. ESTRUTURA E CRESCIMENTO DAS MADEIRAS A seção transversal de um tronco de árvore revela as seguintes camadas, de fora para dentro: a) Casca – Proteção externa da árvore b) Alburno ou branco – camada formada por células vivas que conduzem a seiva das raízes para as folhas (não tem interesse comercial); c) Cerne – tem a função de sustentar o tronco (parte aproveitada): d) Medula – tecido macio Os troncos das árvores crescem pela adição de anéis em volta da medula. Casca Alburno Cerne Medula 1.3 PROPRIEDADES FÍSICAS DAS MADEIRAS Conhecer as propriedades físicas da madeira é de grande importância porque estas propriedades podem influenciar significativamente no desempenho e resistência da madeira utilizada estruturalmente. Entre as características físicas da madeira, cujo conhecimento é importante para sua utilização como material de construção, destacam-se: - umidade; - densidade; - retratibilidade; - resistência ao fogo; - durabilidade natural. 5 Outro fator a ser considerado na utilização da madeira é o fato de se tratar de um material ortotrópico, ou seja, com comportamentos diferentes em relação à direção de crescimento das fibras. Devido à orientação das fibras da madeira e à sua forma de crescimento, as propriedades variam de acordo com três eixos perpendiculares entre si: longitudinal, radial e tangencial 1.3.1 – Umidade. A umidade da madeira tem grande importância sobre as suas propriedades. O grau de umidade é medido pela relação: 100 0 0 x P PPh n −= sendo: Pn – peso da madeira com a umidade natural; P0 – peso da madeira seca; A norma brasileira para estruturas de madeira (NBR 7190/1997), apresenta, em seu anexo B, um roteiro detalhado para a determinação da umidade de amostras de madeira. De um modo geral, uma madeira é considerada seca quando aquecida numa estufa (100oC a 105oC) permanece com o seu peso constante. A água é importante para o crescimento e desenvolvimento da árvore, constituindo uma grande porção da madeira verde. Na madeira, a água apresenta-se de duas formas: como água livre contida nas cavidades das células (lumens), e como água impregnada contida nas paredes das células. Radial Tangencial Longitudinal 6 Quando a árvore é cortada, ela tende a perder rapidamente a água livre existente em seu interior para, a seguir, perder a água de impregnação mais lentamente. A umidade na madeira tende a um equilíbrio em função da umidade e temperatura do ambiente em que se encontra. O teor de umidade correspondente ao mínimo de água livre e ao máximo de água de impregnação é denominado de ponto de saturação das fibras (PSF). Para as madeiras brasileiras esta umidade encontra-se em torno de 25%. A perda de água na madeira até o ponto de saturação das fibras se dá sem a ocorrência de problemas para a estrutura da madeira. A partir deste ponto a perda de umidade é acompanhada pela retração (redução das dimensões) e aumento da resistência, por isso a secagem deve ser executada com cuidado para se evitarem problemas na madeira. Para fins de aplicação estrutural da madeira e para classificação de espécies, a norma brasileira especifica a umidade de 12% como de referência para a realização de ensaios e valores de resistência nos cálculos. É importante destacar ainda que a umidade apresenta grande influência na densidade da madeira. 1.3.2 – Densidade. A norma brasileira apresenta duas definições de densidade a serem utilizadas em estruturas de madeira: a densidade básica e a densidade aparente. A densidade básica da madeira é definida como a massa específica convencional obtida pelo quociente da massa seca pelo volume saturado e pode ser utilizada para fins de comparação com valores apresentados na literatura internacional. , sat s V m =ρ A densidade aparente é determinada para uma umidade padrão de referência de 12%, pode ser utilizada para classificação da madeira e nos cálculos de estruturas. , V m =ρ Sendo m e V a massa e o volume da madeira à 12% de umidade. 1.3.3 – Retratibilidade. Define-se retratibilidade como sendo a redução das dimensões em uma peça da madeira pela saída de água de impregnação.Como visto anteriormente a madeira apresenta comportamentos diferentes de acordo com a direção em relação às fibras e aos anéis de crescimento. Assim, a retração ocorre em percentagens diferentes nas direções tangencial, radial e longitudinal ξR 3% a 6% ξT 7% a 10% ξL 0,1% a 0,5% A retração tangencial pode causar problemas de torção e a retração radial pode causar problemas de rachaduras nas peças de madeira. Um processo inverso também pode ocorrer, o inchamento, que se dá quando a madeira fica exposta a condições de alta umidade ao invés de perder água ela absorve, provocando um aumento nas dimensões das peças. 7 1.3.4 – Resistência da madeira ao fogo. Erroneamente, a madeira é considerada um material de baixa resistência ao fogo. Isto se deve, principalmente, à falta de conhecimento das suas propriedades de resistência quando submetida a altas temperaturas e quando exposta à chama, pois, sendo bem dimensionada ela apresenta resistência ao fogo superior à de outros materiais estruturais. Uma peça de madeira exposta ao fogo torna-se um combustível para a propagação das chamas, porém, após alguns minutos, uma camada mais externa da madeira se carboniza tornando-se um isolante térmico, que retém o calor, auxiliando, assim, na contenção do incêndio, evitando que toda peça seja destruída. A proporção da madeira carbonizada com o tempo varia de acordo com a espécie e as condições de exposição ao fogo. Entre a porção carbonizada e a madeira sã encontra-se uma região intermediária afetada pelo fogo, mas, não carbonizada, porção esta que não deve ser levada em consideração na resistência. 1.3.5 – Durabilidade natural. A durabilidade da madeira, com relação a biodeterioração, depende da espécie e das características anatômicas. Certas espécies apresentam alta resistência natural ao ataque biológico enquanto outras são menos resistentes. Outro ponto importante que deve ser destacado é a diferença na durabilidade da madeira de acordo com a região da tora da qual a peça de madeira foi extraída, pois, como visto anteriormente, o cerne e o alburno apresentam características diferentes, incluindo-se aqui a durabilidade natural, com o alburno sendo muito mais vulnerável ao ataque biológico. A baixa durabilidade natural de algumas espécies pode ser compensada por um tratamento preservativo adequado às peças, alcançando-se assim melhores níveis de durabilidade, próximos dos apresentados pelas espécies naturalmente resistentes. 2 – MADEIRAS DE CONSTRUÇÃO – PRODUTOS COMERCIAIS As madeiras utilizadas nas construções podem classificar-se em duas categorias: a) Madeiras maciças: - madeira bruta ou roliça; - madeira falquejada; - madeira serrada; b) Madeiras industrializadas: - madeira laminada e colada; - madeira compensada; 2.1 – MADEIRA ROLIÇA A madeira bruta ou roliça é empregada em forma de tronco, servindo para estacas, escoramento, postes, colunas, etc. A madeira roliça é utilizada com mais freqüência em construções provisórias, como escoramento. Os roliços de uso mais freqüente no Brasil são o pinho-do-paraná e os eucaliptos. 8 2.2 - MADEIRA FALQUEJADA A madeira falquejada é obtida de troncos por corte com machado. Dependendo do diâmetro dos troncos, podem ser obtidas seções maciças falquejadas de grandes dimensões, como por exemplo, 30 cm x 30 cm ou mesmo 60 cm x 60 cm. No falquejamento do tronco, as partes laterais cortadas constituem a perda. A seção retangular inscrita que produz menor perda é o quadrado de lado 2db = . 2.3 – MADEIRA SERRADA Corte e desdobramento das toras a) Desdobramento em pranchas paralelas b) Desdobramento radial O comprimento das toras é limitado por problemas de transporte e manejo, ficando em geral na faixa de 4 m a 6 m. As madeiras serradas, são vendidas em seções padronizadas, com bitolas nominais em polegadas, obedecendo à nomenclatura da ABNT (Padronização PB-5): Vigas; Pranchões; tábuas; caibros, sarrafos e ripas. b h 9 2.4 – MADEIRA LAMINADA E COLADA b h A madeira laminada apresenta, em relação à madeira maciça, as seguintes vantagens: a) permite a confecção de peças de grandes dimensões: b) permite melhor controle de umidade das lâminas, reduzindo defeitos provenientes de secagem irregular; c) permite a seleção da qualidade das lâminas situadas nas posições de maiores tensões; d) permite a construção de peças de eixo curvo, muito convenientes para arcos e cascas. A desvantagem mais importante das madeiras laminadas é o seu preço, mais elevado que o da madeira serrada. 2.5 - MADEIRA COMPENSADA A madeira compensada apresenta uma série de vantagens sobre a madeira maciça: a) pode ser fabricada em folhas grandes, com defeitos limitados; b) reduz retração e inchamento, graças a ortogonalidade de direção das fibras nas camadas adjacentes; c) é mais resistente na direção normal ás fibras; d) reduz trincas na cravação de pregos; e) permite o emprego de madeira mais resistente nas camadas extremas e menos resistente nas camadas interiores, o que é vantajoso em algumas aplicações. A desvantagem mais importante está no preço mais elevado. 10 3 – ENSAIOS DE MADEIRAS – BASE DE CÁLCULO 3.1 – CLASSIFICAÇÃO DE PEÇAS ESTRUTURAIS DE MADEIRA Através de ensaios, estabeleceu-se uma correlação entre a incidência dos principais defeitos e a redução de resistência. A avaliação da incidência dos defeitos se faz por inspeção visual, obedecendo às regras deduzidas dos citados ensaios. As peças estruturais de madeira são em geral classificadas em três categorias: a) Primeira categoria. – Madeira de qualidade excepcional, sem nós, retilínea, quase isenta de defeitos. b) Segunda categoria. – Madeira de qualidade estrutural corrente, com pequena incidência de nós firmes e outros defeitos. c) Terceira categoria – Madeira de qualidade estrutural inferior, com nós em ambas as faces. 3.2 – ENSAIOS EM PEÇAS ESTRUTURAIS DE MADEIRA Os ensaios em peças estruturais são feitos em corpos de prova de dimensões normalizadas e sem defeito. Para cada espécie, são determinados os seguintes valores médios: a) Compressão paralela às fibras – Corpos de prova de 15cm x 15 cm x 60 cm. A Nf uc = sendo: fc – resistência à compressão paralela às fibras Nu – carga de ruptura; A – seção transversal da peça b) Flexão estática – Corpos de prova de 15 cm x 15 cm x 360 cm. 2 6 bh M W Mf uub == sendo: fb – módulo de ruptura à flexão estática Mu – Momento de ruptura 6 2bhW = 11 c) Cisalhamento paralelo às fibras - 2,5 Fu Fu A Ff uv = sendo fv – resistência ao Cisalhamento paralelo às fibras Fu – Carga de ruptura6,4 A - seção transversal da peça 5,0 5,0 5,0 3.3 – TENSÕES ADMISSÍVEIS BÁSICAS EM PEÇAS ESTRUTURAIS DE MADEIRA BRUTA OU SERRADA Os ensaios disponíveis indicam que as peças estruturais classificadas como de 2a categoria têm resistências mecânicas da ordem de 60% dos valores obtidos com corpos de prova isentos de defeitos. As peças estruturais classificadas como de 1a categoria têm o percentual acima elevado para 85%. As normas brasileiras fornecem tensões admissíveis válidas para peças de 2a categoria, que são as correntemente utilizadas. Nos casos especiais de peças de 1a categoria, as tensões admissíveis podem ser aumentadas, multiplicando-as pela relação 85/60 = 1,40. As tensões admissíveis das normas brasileiras baseiam-se em resultados de resistência em ensaios normalizados (Método Brasileiro MB-26) de pequenas peças de madeira verde. Para cada espécie, são determinados os seguintes valores médios: fc - resistência à compressão paralela às fibras; fb - módulo de ruptura à flexão estática; fv - resistência ao Cisalhamento paralelo às fibras; E - módulo de elasticidade. 3.3.1 – Compressão simples. A tensão admissível a compressão simples, sem flambagem, é obtida multiplicando-se a resistência experimental média fc pelos seguintes fatores: 0,75 – para levar em conta a dispersão nos ensaios; 0,62 – para reduzir os resultados de ensaios rápidos à carga de longa duração (10 anos); 0,60 – redução de resistência em peças de segunda categoria; 0,72 –para ter um coeficiente de segurança (γ = 1,4) em relação à ruptura e limitar as tensões em serviço a valores inferiores ao limite de proporcionalidade. σc = 0,75 x 0,60 x 0,62 x 0,72fc = 0,20fc 12 3.3.2 - Flexão simples. Tensão de bordo. A tensão de bordo admissível na flexão simples é dado por: σb = 0,75 x 0,60 x 0,62 x 0,53fb = 0,15fb 3.3.3 – Cisalhamento paralelo às fibras. Para Cisalhamento paralelo às fibras, existe maior probabilidade de redução de resistência devido a defeitos, como, por exemplo, rachas, fendas. τ = 0,10fv No caso de Cisalhamento paralelo às fibras, nas ligações, a inspeção visual reduz o perigo de rachas, daí ser o mesmo coeficiente de segurança à flexão: τ = 0,15fv 3.3.4 – Flambagem elástica e inelástica. Em peças de elevado índice de esbeltez, a flambagem é realizada em regime elástico, isto é, com tensões inferiores ao limite de proporcionalidade. As peças curtas atingem a resistência à ruptura por compressão, sem efeito de flambagem. Nas peças intermediária, verifica-se flambagem inelástica, isto é, com tensões superiores ao limite de proporcionalidade. - Flambagem elástica Carga crítica de flambagem - 2 2 fl fl EIN l pi = Tensão crítica - σfl = A N fl ; A Ii = ; σfl = ( )2 2 i E fll pi i fll =λ ; σfl = 2 2 λ pi E Para a tensão admissível à compressão com flambagem na fase elástica adota-se o coeficiente de segurança global γ = 4. σfl = 0,25σfl = 0,25 2 2 λ pi E Esta fórmula é válida somente em regime elástico, isto é, para σfl ≤ fel A norma brasileira adota um limite mais conservador. - σfl = 3 2 σc - Flambagem inelástica. Para 40≤λ , não há efeito de flambagem (peça curta), prevalecendo a tensão admissível à compressão simples σc . 13 c fl c i = lλ ⇒ índice de esbeltez correspondente ao limite de aplicabilidade da fórmula elástica. Quando λ = λc ⇒ σfl = 3 2 σc __ 2 2 3 225,0 c c E σλ pi = ⇒ __8 3 c c E σ piλ = A fórmula elástica também pode ser escrita em função de σc e λc 2 __ 2 2 __ 3 225,0 == λ λ σ λ pi σ ccfl E Flambagem elástica Na flambagem inelástica a tensão admissível é representada por fórmulas empíricas, tendo a Norma brasileira adotado uma linha reta, representada pela equação: − − −= 40 40 3 11 ____ c cfl x λ λ σσ σc − − −= 40 40 3 11 ____ c cfl x λ λ σσ __ 3 2 cσ 2 ____ 3 2 = λ λ σσ ccfl 40 λc λ RESUMO Quando λ ≤ 40 ⇒ σfl = σc Quando 40 < λ < λc ⇒ − − −= 40 40 3 11 ____ c cfl x λ λ σσ Quando λ > λc ⇒ 2 ____ 3 2 = λ λ σσ ccfl 3.3.5. – Compressão normal às fibras. A tensão de compressão normal às fibras é tomada igual a 6% da resistência à compressão paralela às fibras, quando a extensão da carga, medida nesta direção, é igual ou superior a 15 cm. Para valores menores da extensão da carga, a tensão 14 admissível é dada pela fórmula a seguir, exceto no caso de apoios distantes menos de 7,5 cm da extremidade da viga: σcn = 6%knfc Sendo kn o coeficiente que leva em conta a maior resistência da madeira para esforços aplicados em pequena área. b b b bbkn !!83+ ≅ ∆+ = Coeficiente kn de amplificação da tensão admissível normal às fibras Extensão de carga na direção das fibras–b– (cm) 1,0 2,0 3,0 4,0 5 7,5 10 ≥ 15 Coeficiente kn 2,0 1,7 1,55 1,4 1,3 1,15 1,10 1,00 Os acréscimos de tensões do quadro acima não se aplicam às áreas de apoio nos extremos da viga (distância à extremidade inferior a 7,5 cm). 3.3.6 – Compressão inclinada em relação às fibras. A tensão normal admissível σcβ numa face, cuja normal está inclinada do ângulo β, em relação à direção das fibras, é dada pela fórmula empírica de Hankinson: __ 22 __ ____ __ cossen βσβσ σσ σ β cnc cnc c + × = 3.3.7. – Tração simples. A tensão admissível a tração da mesma forma que a tensão admissível a flexão é dada por: σt = 0,15ft b a σcn σcn= 6%knfc b < 15 cm kn > 1 a > 7,5 cm σcβ 90° - β β 15 4. DIMENSIONAMENTODE BARRAS TRACIONADAS A madeira tem boa resistência à tração na direção das fibras, podendo ser utilizada como peça sujeita à tração axial. O ponto crítico para o dimensionamento fica nas emendas ou ligações de extremidade das peças. Nas barras tracionadas axialmente a ruptura das fibras ocorre na seção líquida, ou na seção bruta quando não houver furos. 4.1. – CRITÉRIO DE CÁLCULO 4.1.1. – Tensões admissíveis. Nas peças solicitadas à tração simples a condição de segurança é expressa por: t nA N σσ ≤= sendo tt f15,0=σ 4.1.2. – Área líquida nas seções de ligação. A área líquida (An) é igual a área bruta da seção transversal subtraída de furos e entalhes. Sendo: Ag = b x h (área bruta); d = diâmetro do conector; d ′ = d + 1,6 mm (diâmetro do furo) a) furos alinhados na direção da carga: Considerar a seção AA. An = Ag – 3(b x d ′ ) b) furos não alinhados: Quando S > 8d ⇒ seção CC An = Ag – 3(b x d ′ ) Quando S ≤ 8d ⇒ seção BB An = Ag – 5(b x d ′ ) A A b N N N B B C C S S 16 Além das verificações das deformações da estrutura completa, recomenda-se limitar a esbeltez da peça tracionada correspondente ao comprimento máximo de 50 vezes a menor dimensão da seção transversal: 1731250 12 50 max ≅=== b b i Lλ , Evita-se, com esta limitação, o aparecimento de vibrações excessivas em conseqüência de ações transversais não previstas no dimensionamento da barra. 4.2 – EXERCÍCIOS 4.2.1. – Um pendural de pinho-do-paraná está preso por parafusos de 25mm e duas talas laterais metálicas. Verificar a segurança do pendural em tração paralela às fibras para as duas situações da figura abaixo. 1) 2) Cotas em centímetros Madeira: Pinho-do-paraná ⇒ MPat 6,8=σ ; d = 25 mm = 2,5 cm d ′ = 25 + 1,6 = 26,6 mm = 2,7 cm a) Parafusos alinhados: a.1) Esforço de tração admissível na peça de madeira: t nA N σσ ≤= Ag = 3,8 x 20 = 76,0 cm2 An = Ag – 2(b x d ′ ) = 76,0 – 2( 3,8 x 2,7) = 55,48 cm2 xAN tσ≤ n = 0,86 x 55,48 = 47,7 kN > 45KN OK 20 20 3,8 N=45KN N=45KN N 10(S) 17 b) Parafusos não alinhados: b.1) Esforço de tração admissível na peça de madeira: S = 10 < 8d = 8 x 2,5 = 20 cm ⇒ An = Ag – 3(b x d ′ ) An = 76,0 – 3(3,8 x 2,7) = 45,2 cm2 xAN tσ≤ n = 0,86 x 45,2 = 38,9 kN < 45KN NÃO ATENDE Com o espaçamento S < 8d, a disposição de furos não alinhados é menos favorável para a resistência da madeira. 4.2.2 – Verificar a seção útil da barra tracionada da figura abaixo que tem uma seção de 7,5cm x 15cm cuja madeira é o ipê. Os parafusos da ligação são de 19 mm. Solução: Ipê tσ = 16,4MPa d' = 19 + 1,6 = 20,6mm = 2,06cm S = 100mm < 8d = 8 x 19 = 152mm An = Ag – 3(b x d’) Ag = 7,5 x 15 = 112,5cm2 An = 112,5 – 3(7,5 x 2,06) = 66,15cm2 221,1 15,66 80 cmKNf t == = 12,1MPa < tσ = 16,4MPa OK ou N = 66,5 x 1,64 = 108,5KN > N = 80KN OK N = 80KN 150 100 100 150 30 45 45 30 N = 80KN 38 75 38 150 Cotas em milímetros 18 5 –DIMENSIONAMENTO DE PEÇAS COMPRIMIDAS 5.1. – SEÇÕES TRANSVERSAIS DE PEÇAS COMPRIMIDAS As peças de madeira, comprimidas na direção das fibras, podem ser constituídas de seções transversais simples ou compostas: a) madeira roliça b) madeira lavrada c) madeira serrada d) madeira laminada colada e) Seção composta de peças serradas 5.2. – PEÇAS COMPRIMIDAS DE SEÇÃO SIMPLES 5.2.1 – Comprimento de flambagem. Denomina-se comprimento de flambagem ( fll l) o comprimento utilizado no cálculo da resistência à flambagem da peça comprimida. Numa coluna com rótulas nas extremidades, o comprimento de flambagem é igual ao próprio comprimento da coluna )( ll =fl . Para colunas com extremidades não rotuladas, o comprimento de flambagem é inferior ao comprimento da coluna ( ll <fl ), dependendo do grau de engastamento do apoio da extremidade. Em estruturas de madeira, devido à natureza deformável das ligações, geralmente se despreza o efeito favorável do engastamento nas extremidades, tomando-se para comprimento de flambagem o próprio comprimento da coluna )( ll =fl . 5.2.2 – Limites de esbeltez. Deve-se impor limitação máxima na esbeltez de barras comprimidas correspondente ao comprimento máximo de 40 vezes a menor dimensão da seção transversal. No caso de seções retangulares implica em considerar: 1405,1381240max ≈=== b b i fllλ 19 5.2.3- Tensões admissíveis em compressão axial σc = ≤A N σfl; i fll =λ ; c c E x σ piλ 8 3 = 40≤λ ⇒ ccfl f20,0 ____ == σσ cλλ <<40 ⇒ − − −= 40 40 3 11 ____ c cfl x λ λ σσ 140≤≤ λλc ⇒ 2 ____ 3 2 = λ λ σσ ccfl - peça de seção retangular 40≤ i fll b A Ii = h 12 3bhI ×= A = h x b 1212 3 b bh bhi = ×× × = 40 12 ≤b fll ∴ bbbfl 125,1112 40 ≅=≤l sendo b - menor dimensão transversal da peça. 5.3 - EXERCÍCIOS 5.3.1 – Calcular a carga admissível a compressão para um caibro (7,5 cm x 7,5 cm) de pinho-do- paraná. a) sem flambagem b) fll = 300 cm. a) 40≤ i fll ℓfl ≤ 12b = 12 x 7,5 = 90 cm ccfl f20,0 ____ == σσ pinho-do-paraná 2 __ /52,02,5 cmkNMPac ==σ N = kNAc 3,295,75,752,0 __ =××=×σ 20 b) fll = 300 cm. Seção retangular - 12 bi = ⇒ 140 12 5,7 300 ≅= i fll __8 3 c c E σ piλ = pinho-do-paraná λc = 86 14086 ≤≤ λ ⇒ 2 22____ /13,0 140 8652,0 3 2 3 2 cmkNccfl = = = λ λ σσ N = kNAfl 31,75,75,713,0 __ =××=×σ 5.3.2- Calcular a carga admissível de colunas de madeira laminada com seções indicadas na figura abaixo, sendo o comprimento de flambagem fll l = 8,50 m. Adotar as tensões admissíveis da peroba- rosa. Solução. a) Seção retangular 98 12 30 850 ≅= i fll __8 3 c c E σ piλ = Peroba-rosa λc = 64 2 __ /84,04,8 cmkNMPac ==σ 14064 ≤≤ λ ⇒ 2 22 ____ /24,0 98 6484,0 3 2 3 2 cmkNccfl = = = λ λ σσ N = kNAfl 216303024,0 __ =××=×σ b) Seção “I” podendo flambar em torno de x-x e y-y y 30 y 10 10 10 x 30 7,5 x 15 7,5 x y y 21 Ix = 4 33 61875 12 1520 12 3030 cm= × − × Iy = 4 33 35000 12 1015 12 3015 cm= × + × A = 30 x 15 + 10 x 15 = 600 cm2 iy = cmA I y 64,7 600 35000 == 111 64,7 850 ≅= y fl i l 14064 ≤≤ λ ⇒ 2 22 ____ /18,0 111 6484,0 3 2 3 2 cmkNccfl = = = λ λ σσ N = 0,18 x 600 = 108 kN c) Seção “I” contraventada no plano x-x Ix = cmA I x 16,10 600 61875 == 84 16,10 850 ≅= x fl i l 14064 ≤≤ λ ⇒ 2 22 ____ /32,0 84 6484,0 3 2 3 2 cmkNccfl = = = λ λ σσ N = 0,32 x 600 = 192 kN Comparando-se as tensões admissíveis acima, conclui-se que a seção I trabalha com maior eficiência que a seção retangular cheia de mesmas dimensões externas, quando a flambagem da seção I se dá no plano da alma. 5.3.3. – As escoras de um assoalho de edifício são constituídas de peças de peroba-rosa, com seção transversal de 3” x 9” (7,5 cm x 23 cm), e comprimento de flambagem de 3 m, nas duas direções principais. a) Qual a melhor orientação para as peças? b) Qual a carga axial admissível? 3,00 m 22 a) Como as peças podem flambar com o mesmo comprimento de flambagem, nas duas direções principais, as peças podem ser orientadas com a maior dimensão na direção longitudinal ou na transversal. A carga axial admissível será a mesma, nos dois casos. b) A carga axial admissível é determinada pela flambagem em torno do eixo mais fraco (eixo paralelo ao maior lado). cm bi 17,2 46,3 5,7 12 === 6,138 17,2 300 == y fl i l __8 3 c c E σ piλ = Peroba-rosa λc = 64 2 __ /84,04,8 cmkNMPac ==σ 14064 ≤≤ λ ⇒ 2 22 ____ /12,0 6,138 6484,0 3 2 3 2 cmkNccfl = = = λ λ σσ A carga axial vale: N = 0,12 x 7,5 x 23 = 20,7 kN 5.3.4. – Resolver o problema anterior, admitindo contraventamento que deduz o comprimento de flambagem a 1,50 m , em uma das direções principais. 1,5 m 1,5 m 9” 3” Solução. a) A melhor orientação da peça é a que situa o eixo mais fraco no plano normal ao contraventamento mais eficaz, como indicado na figura. 23 b) A carga admissível deverá ser calculada separadamente nas duas direções principais. Direção do maior lado ( lfl = 3,00 m): cm bi 64,6 46,3 23 12 === 45 64,6 300 == i fll __8 3 c c E σ piλ = Peroba-rosa λc = 64 2 __ /84,04,8 cmkNMPac ==σ 6440 << λ ⇒ − − −= 40 40 3 11 ____ c cfl x λ λ σσ = 2/77,0 4064 4045 3 1184,0 cmkNx = − − − N = 7,5 x 23 x 0,77 = 133 kN Direção do menor lado (lfl = 1,50m) cm bi 17,2 46,3 5,7 12 === 14064 ≤≤ λ ⇒ 2 22 ____ /47,0 1,69 6484,0 3 2 3 2 cmkNccfl = = = λ λ σσ N = 7,5 x 23 x 0,47 = 81 kN A carga admissível da escora é o menor dos dois valores calculados acima, sendo determinante a direção do menor lado (Nfl = 81 kN) 1,69 17,2 150 == i fll 24 6 DIMENSIONAMENTO DE PEÇAS FLETIDAS 6.1. TIPOS CONSTRUTIVOS As vigas de madeira são feitas em diversos tipos: a) vigas de madeira roliça; b) vigas de madeira lavrada; c) vigas de madeira serrada; d) vigas de madeira laminada colada; e) vigas compostas. a) b) c) d) e) e) 25 6.2 - CRITÉRIOS DE CÁLCULO No dimensionamento das vigas de madeira, são utilizados dois critérios básicos, a saber: - limitação de tensões; - limitação de deformações. As limitações de deformações têm, em obras de madeira, importância relativamente maior que em outros materiais, como aço e concreto armado. 6.2.1 – Limitação de tensões. _ bb W M σσ ≤= O problema de verificação de tensões, em obras de madeira, é formulado com a teoria clássica da resistência dos materiais, muito embora o material não siga a lei linear de tensões (Lei de Navier) até a ruptura. Em peças de grande altura, os desvios da Lei de Navier são corrigidos por coeficientes de forma. Em peças compostas, leva-se em conta a ineficiência das ligações através de valores reduzidos dos momentos de inércia ou dos momentos resistentes. 6.2.2. - Limitação de deformações. As limitações de flechas das vigas visam a atender a requisitos estéticos ou de conforto dos usuários. A Norma Brasileira NB-11 (Item 69) adota como flecha admissível, sob carga total: 200 l≤δ Sendo l vão teórico da viga. As flechas são calculadas com as seções brutas das vigas. e a carga: q l 200384 5 4 ll ≤= EI q xMAXδ 26 Tabela 6.1 – Tabela de flechas e deflexões angulares para algumas vigas isostáticas. 27 6.3 - VIGAS DE MADEIRA MACIÇA, SERRADA OU LAVRADA As vigas de madeira maciça são as que têm maior utilização na prática. Em geral, o produto é disponível em forma de madeira serrada, em dimensões padronizadas e comprimentos limitados a cerca de 5m. As vigas de madeira serrada são empregadas na construção de telhados, assoalhos, casas, galpões, treliças etc.6.3.1. – Tensões admissíveis. No dimensionamento de vigas de madeira maciça, são verificadas as tensões admissíveis que seguem. a) Tensão admissível à flexão _ bσ , válida para bordos comprimidos e tracionados: _ bb W M σσ ≤= Para seção retangular de base “b” e altura “h” ⇒ 6 2bhW = obtém-se _ 2 6 bb bh M σσ ≤= As tensões admissíveis à flexão ( _ bσ ) de pendem da forma da seção. Para se poder adotar o mesmo valor de _ bσ em todos os casos, a fórmula acima é generalizada, multiplicando-se o módulo de resistência (W) por um coeficiente de forma (kb): _ b b b Wk M σσ ≤= onde kb = coeficiente de forma para flexão, apresentando os seguintes valores: - seção retangular h ≤ 30 cm kb = 1 - seção retangular h > 30 cm kb = ( ) 9130 h - seção circular kb = 1,18 - seção quadrada com carga no plano da diagonal kb = 2 Para seções retangulares, observa-se um decréscimo de tensões admissíveis quando h > 30 cm, como se pode ver nos seguintes valores: H <30 35 40 45 50 kb 1 0,98 0,97 0,96 0,95 b) Tensão admissível de compressão normal à fibra, no ponto de atuação da reação de apoio ou de cargas concentradas: _ cncn bxa R σσ ≤= sendo R = reação de apoio a e b = dimensões da superfície de apoio R 28 c) Tensão admissível a cisalhamento paralelo ás fibras: _ ττ ≤= Ib VS Para seções retangulares, obtem-se: _ 2 3 ττ ≤= bh V x 6.4 – EXERCÍCIOS 6.4.1 – Uma viga de 15 cm x 30 cm de Ipê trabalha sob uma carga q = 10,0 kN/m . Verificar a viga, considerando as limitações de tensões e de deformações. Supõe-se a viga contraventada, de modo a evitar flambagem lateral. q = 12,0 kN/m (acidental) Ipê _ bσ = 19,1 MPa; _ τ = 2,1 MPa; E = 16670 MPa; _ cnσ = 4,7 MPa Solução. Solicitações: mkNxM .5,37 8 50,12 2 == kNxV 0,30 2 50,12 == a) Tensões normais - como h = 30 cm ⇒ kb = 1 _ 2 6 bb bh M σσ ≤= 22 /7,13015 37506 cmkN x x b ==σ = 17,0 MPa < _ bσ = 19,1 MPa OK b) Cisalhamento _ 2 3 ττ ≤= bh V x 2/1,0 30152 0,303 cmkN xx x ==τ = 1,0 MPa < _ τ = 2,1 MPa OK c) Flecha 200384 5 4 ll ≤= EI q xMAXδ sendo I = 4 3 750.33 12 3015 cm x = 200 1 288 1 337501667 50012,0 384 5 3 p l == x x x δ OK 5,0m b=15cm h=30cm q 29 d) Tensão de compressão normal às fibras _ cncn bxa R σσ ≤= a x b R a x b = 2 _ 8,63 47,0 0,30 cm R cn == σ ⇒ a = b = 8,0 cm 6.4.2 – Verificar a estabilidade de uma viga de ipê, de seção retangular, serrada, 18 x 36 cm, com vão de 5,0 m, para um carregamento de q = 15 KN/m. Supõe-se a viga contraventada de modo a evitar a flambagem lateral. q 36 5,0 m 18 Solução: a) Propriedades mecânicas do ipê-amarelo: MPab 1,19 _ =σ ; ;1,2 _ MPa=τ ;7,4 _ MPacn =σ E = 16670 MPa. b) propriedades geométricas da seção: A = 18 x 36 = 648 cm2 W = 3 22 3888 6 3618 6 cm xbh == I = 4 33 69984 12 3618 12 cm xbh == c) Esforços Solicitantes M = kNmxqx 875,46 8 515 8 22 == l 30 V = kNxqx 5,37 2 515 2 == l d) Tensão de flexão: como h > 30 cm ⇒ kb = ( ) 9130 h h = 36 cm ⇒ kb = 0,98 MPaMPacmkN xxWk M b b b 1,193,12/23,1388898,0 5,4687 _2 =<==== σσ e) Tensão de cisalhamento MPaMPacmkN x x bh V x 1,29,0/09,0 3618 5,37 2 3 2 3 _2 =<==== ττ f) Flecha 200384 5 4 ll ≤= EI q xMAXδ cm x x x 0,1 699841667 50015,0 384 5 4 ==δ cmADM 5,2200 500 200 === lδ OK g) Apoios _ cncn bxa R σσ ≤= a x b R a x b = 2 _ 8,79 47,0 5,37 cm R cn == σ a = b =9,0 cm 31 6.5 – FLAMBAGEM LATERAL DE VIGAS RETANGULARES. As vigas esbeltas apresentam o fenômeno de flambagem lateral, que é uma forma de instabilidade envolvendo a flexão e torção. A flambagem lateral pode ser evitada por amarrações laterais (contraventamentos) que impedem a torção da viga. Na prática, não é, em geral, possível uma completa amarração da viga para evitar torção, sendo então necessário verificar a segurança contra a flambagem lateral. Para vigas de seção retangular, dispõe-se de estudos teóricos comprovados experimentalmente. 6.5.1 – Tensões admissíveis com flambagem ( __ bσ ′ ) de seções retangulares. O dimensionamento à flexão das vigas retangulares, é feita com tensões admissíveis reduzidas (tensões admissíveis à flexão com flambagem lateral __ bσ ′ ), calculadas em função de um parâmetro de esbeltez ,2bhel admitindo-se a viga com contenção lateral nos apoios. - vigas curtas 1000 2 << b hel ⇒ __ bσ ′ = __ bσ (sem flambagem lateral) - vigas médias __2 6,0100 b e E b h σ << l ⇒ __ bσ ′ = − 2 __ 2 __ 6,03 11 b e b E bh σ σ l - vigas longas 25006,0 2__ << b hE e b l σ ⇒ __ bσ ′ = 24,0 bh E el onde __ bσ = tensão admissível à flexão sem flambagem lateral; el = comprimento efetivo da viga, para calculo de flambagem lateral, cujos valores podem ser encontrados no Quadro a seguir.32 Comprimento efetivo el de vigas retangulares Condições das extremidades das vigas e tipo de carregamento el Viga simplesmente apoiada, carga concentrada no centro 1,61a Idem, carga uniformemente distribuída 1,92a Idem, momentos iguais nas extremidades 1,84a Viga em balanço, carga concentrada no extremo livre 1,69a Idem, carga uniformemente distribuída 1,06a Viga simples ou em balanço, valor conservativo aplicável a qualquer carga 1,92a No Quadro acima, “a” representa a distância entre os pontos de apoio lateral, devidamente contraventados com capacidade de impedir o deslocamento lateral e a torção da viga. Não devem ser usadas vigas com parâmetro de esbeltez superior a 2500. 5.5.2.- Exercícios 5.5.2.1. Projetar uma viga de Aroeira para vencer um vão de 6,30 m sujeita a uma carga q de 12,0 kN/m. Somente as seções do apoio estão fixadas lateralmente. q l 33 Solução: a) Propriedades mecânicas da Aroeira: MPab 4,22 _ =σ ; ;0,2 _ MPa=τ ;4,4 _ MPacn =σ E = 14895 MPa. b) esforços solicitantes kNcmkNmxqxM 595454,59 8 3,60,12 8 22 ==== l kNxqxV 8,37 2 3,60,12 2 === l c) dimensionamento Arbitrar b = 15 cm e admitir que não haja flambagem lateral. c.1) Tensões de flexão _ bb W M σσ ≤= ∴ _ 2 6 bb bh M σσ ≤= cm x x bx Mh b 8,32 24,215 595466 __ ==≥ σ c.2) Cisalhamento _ 2 3 ττ ≤= bh V x cm xx x bx V xh 9,18 2,0152 8,373 2 3 __ ==≥ τ c.3) Flecha 200 1 384 5 3 ≤= xEI q x l l δ 4 3 460.52200 5,1489 63012,0 384 5 cmx x xI x =≥ 460.52 12 3 ≥bh ⇒ cmxh 8,34 15 460.5212 3 =≥ d) Seção adotada 15 x 40 34 e) Verificação da estabilidade lateral a = 630 cm ⇒ 215 15 406,1209 22 == x b hel ∴ 403 22,2 5,14896,06,0 __ == b E σ el = 1,92 x a = 1,92 x 630 = 1209,6 cm __2 6,0100 b e E b h σ << l ⇒ __ bσ ′ = − 2 __ 2 __ 6,03 11 b e b E bh σ σ l __ bσ ′ = MPa0,20403 215 3 114,22 2 = − <= Wk M b bσ __ bσ ′ 2 6 bhk M b b =σ h = 40 cm ⇒ kb = 9130 h ⇒ kb = 0,97 <=== MPacmkN xx x b 3,15/53,1401597,0 59546 2 2σ __ bσ ′ OK A seção a ser adotada para a viga é de 15 x 40 cm. f) verificação dos apoios _ cncn bxa R σσ ≤= a x b R a x b = 2 _ 9,85 44,0 8,37 cm R cn == σ a = b = 9,5 cm 35 6.6 – VIGAS RETANGULARES SUJEITAS À FLEXÃO OBLÍQUA. Denomina-se flexão oblíqua a solicitação onde as cargas que produzem momentos não ficam situadas num dos planos principais da seção. As vigas apoiadas em elementos inclinados estão sujeitas à flexão oblíqua, como é o caso de terças de telhado. w a) Elevação treliça treliça l terças b) Planta treliça w w = carga de vento g g = carga permanente gy x gx x y c) Seção transversal da terça 36 Momentos fletores: Mx = ( ) 8 2 lwg y + My = 8 2lxg __ b y y x x b W M W M σσ ≤+= Mx = momento que provoca rotação da seção em torno do eixo x-x Wx = módulo de resistência da seção, em torno do eixo x-x. Esforços cortantes: Vy = ( )2 1 wg y + Vx = 2 1 xg __ 22 22 2 3 ττττ ≤ + =+= bh VV yX yx Vy = esforço cortante no plano y-y Vx = esforço cortante no plano x-x. Flechas: ( )wg EI x y x y += 4 384 5 lδ ( )x y x gEI x 4 384 5 l =δ 200 22 l≤+= yx δδδxδ = flecha no plano y-y yδ = flecha no plano x-x δ = flecha resultante. 37 6.6.1 – Exercícios 6.6.1.1 – Verificar a estabilidade de uma terça de peroba-de-campos, com as cargas e dimensões da figura. 3,5 m w = carga de vento w = 2,0 kN/m g = carga permanente g = 3,0 kN/m x gy gx gx = 3,0 sen 200 = 1,03 kN/m gy = 3,0 cos 200 = 2,82 kN/m x 30 y 200 12 a) Propriedades mecânicas da peroba-de-campos: MPab 5,15 _ =σ ; ;2,1 _ MPa=τ E = 11759 MPa. b) Propriedades geométricas da seção: A = 12 x 30 = 360 cm2 3 2 1800 6 3012 cm xWx == 2 2 720 6 1230 cm xWy == 4 3 27000 12 3012 cm xI x == 4 3 4320 12 1230 cm xI y = 38 c) Esforços solicitantes e flechas: ( ) ( ) kNcmkNmwgM yx 73838,78 5,30,282,2 8 22 == + = + = l kNcmkNmxgM xy 15858,18 5,303,1 8 22 ==== l ( ) ( ) kNwgV yy 44,82 5,30,282,2 2 = + = + = l kNxgV xx 8,12 5,303,1 2 === l ( )wg EI x y x x += 4 384 5 lδ = ( ) cm x x 30,002,00282,0 270009,1175 350 384 5 4 =+ ( )x y y gEI x 4 384 5 l =δ = ( ) cm x x 39,00103,0 43209,1175 350 384 5 4 = d) Verificação de tensões e flecha: __ b y y x x b W M W M σσ ≤+= MPaMPacmkN bb 5,153,6/63,022,041,0720 158 1800 738 __2 =<==+=+= σσ __ 22 22 2 3 ττττ ≤ + =+= bh VV yX yx __ 2 22 4,0/04,0 3012 44,88,1 2 3 ττ <== + = MPacmkN x 200 22 l≤+= yx δδδ cm49,039,030,0 22 =+=δ cm75,1 200 350 200 ==≤ lδ OK 39 7 – LIGAÇÕES DE PEÇAS ESTRUTURAIS 7.1. – TIPOS DE LIGAÇÕES As peças de madeira bruta têm o comprimento limitado pelo tamanho das árvores, meios de transporte etc. As peças de madeira serrada são fabricadas em comprimentos ainda mais limitados, geralmente de 4 a 5 m. As ligações são os pontos mais perigosos das estruturas de madeira. Devem ser tomados o máximo de cuidado tanto no cálculo quanto na execução. Os principais tipos de ligação empregados são: F F F a) Cola b) Prego c) Parafuso F F d) Conector metálico e) Entalhe A colagem é utilizada em grande escala, nas fábricas de peças de madeira laminada e madeira compensada. As emendas de campo, isto é, as emendas realizadas na obra, não são, em geral, coladas, pois a colagem deve fazer-se sob controle rigoroso da cola, da umidade, da pressão e da temperatura. Os pregos são peças metálicas, em geral cravadas na madeira com impacto. Eles são utilizados em ligações de montagem e ligações definitivas. Os parafusos são de dois tipos: a) parafusos rosqueados auto-atarraxantes; b) parafusos com porcas e arruelas. Os parafusos auto-atarraxantes são muito utilizados em marcenaria, ou para prender acessórios metálicos em postes, dormentes etc.; não se empregam em geral como elementos de ligação de peças estruturais de madeira. Os parafusos utilizados nas ligações estruturais são cilíndricos e lisos, tendo numa extremidade uma cabeça e na outra uma rosca e porca. Eles são instalados em furos com folga máxima de 1 a 2 milímetros e depois apertados com a porca. Para reduzir a pressão de apoio na superfície da madeira, utilizam-se arruelas metálicas. Os conectores são peças metálicas especiais, encaixadas em ranhuras, na superfície da madeira e apresentando grande eficiência na transmissão de esforços. No local de cada conector, coloca-se um parafuso para impedir a separação das peças ligadas. Os conectores usuais são em forma de anel. 40 Os entalhes e encaixes são ligações em que a madeira trabalha à compressão associada a corte. Nessas ligações, a madeira realiza em geral o principal trabalho de transmissão dos esforços, utilizando-se grampos ou parafusos para impedir a separação das peças. 7.2 – CRITÉRIOS DE DIMENSIONAMENTO As emendas coladas são bastante rígidas. Seu dimensionamento se faz por um critério de resistência: tensão admissível igual a tensão experimental de ruptura dividida pelo coeficiente de segurança. Nas emendas por entalhes ou encaixes, utilizam-se as tensões admissíveis da madeira para os esforços atuantes. As emendas com pregos, parafusos ou conectores são dimensionadas com tensões admissíveis determinadas em ensaios em escala natural. Tratando-se de ligação deformáveis, a tensão admissível pode ser determinada por um critério de resistência ou de deformação. A Norma NB-11 adota para esforço admissível o menor dos seguintes valores: a) 50% do limite de proporcionalidade experimental; b) 20% da resistência à ruptura experimental; c) esforço correspondente a um deslocamento relativo de 1,5 mm entre as peças ligadas. F F F F a) cola b) pregos c) conector de anel d) parafuso F Fu F Fu F Fu F Fu __ F __ F __ F __ F 0 1,5mm δ 0 1,5mm δ 0 1,5mm δ 0 1,5mm δ Fu = carga de ruptura; __ F = carga admissível 41 7.3 – PREGOS 7.3.1. – Tipos e bitolas de pregos. Os pregos são fabricados com arame de aço-doce, em grandes variedades de tamanhos. As bitolas comerciais antigas, ainda utilizadas no Brasil, descrevem os pregos por dois números: o primeiro representa o diâmetro em fieira francesa; o segundo mede o comprimento em linhas portuguesas. Nomenclatura comercial (22 x 48) – diâmetro em fieira francesa e comprimento em linhas portuguesas; Padronização ABNT (54 x 108) – diâmetro em décimos de milímetros e comprimento em milímetros ℓTabela de pregos Medidas (mm) Designação Espessura (d) Comprimento (ℓ) 17x24 3,00 57,00 17x27 3,00 63,00 17x30 3,00 69,00 19x36 3,90 82,00 20x30 4,40 69,00 20x33 4,40 76,00 20x39 4,40 89,00 20x42 4,40 95,00 21x33 4,90 76,00 21x45 4,90 101,00 21x48 4,90 108,00 21x54 4,90 127,00 22x45 5,40 101,00 22x48 5,40 108,00 23x54 5,90 127,00 23x60 5,90 140,00 25x72 7,00 165,00 26x72 7,60 165,00 26x78 7,60 178,00 26x84 7,60 190,00 d 42 7.3.2. – Disposições construtivas As ligações pregadas devem ser obrigatoriamente pré-furadas, com diâmetro df não maior que o diâmetro d do prego, atendendo aos valores: df = 0,85d – para as coníferas df = 0,98d – para as demais Nas ligações com mais de oito (8) pregos, os pregos adicionais devem ser considerados com apenas 2/3 de sua resistência individual. Os pregos estruturais devem apresentar fyk ≥ 600 Mpa e diâmetro d ≥ 3 mm. Recomendação para a escolha do diâmetro do prego: 5 0,3 bdmm ≤≤ sendo b = a menor espessura da madeira atravessada; d = o diâmetro do prego. As distâncias mínimas dos pregos, segundo a NB-11, estão representadas a seguir: Espaçamento entre pregos 7.3.3. – Carga admissível dos pregos. A carga admissível de um prego correspondente a uma única seção de corte é determinada em função dos parâmetros: 23 __ KdF = onde __ F = força admissível (N) para um prego cravado, na direção normal à fibra, em corte simples (tensão de corte paralela ou normal às fibras; d = diâmetro do prego (mm). 6d 7d 1, 5d 3d 1, 5d 6d 4d 1, 5d 3d 1, 5d 1,5d 3d 1,5d 4d 6d 1, 5d 1,5d 3d 1,5d 1, 5d 6d 4d a) Solicitação paralela às fibras b) Solicitação normal às fibras 43 Para pregos aplicados em madeira seca ao ar, o coeficiente “K” tem os seguintes valores: K = 44,1 para madeiras com peso específico γ < 0,65; K = 73,5 para madeiras com peso específico γ > 0,65. Pregos trabalhando em corte simples: ( t4 < t2) (t4 = t2) d d t1 t4 t4 ≥ 12d t1 t2 t4 = t2 t2 Pregos trabalhando em corte duplo: (t4 < t3) (t4 = t3) d t4 d d t4 ≥ 12d t4 = t3 t1 t2 t3 t1 t2 t3 Para os pregos cravados a partir de faces opostas de uma peça intermediária, os espaçamentos (s), na direção da fibra, dos pregos transpassados, dependem da distância (a) entre a ponta do prego e a face oposta à de cravação: a a s = 6d a a a ≥ 8d a < 8d 44 Sendo: a = distância entre a ponta do prego e a face oposta à cravação; s = espaçamento na direção da força transmitida; d = diâmetro do prego. 7.3.4. – Exercícios 7.3.4.1. - Projetar a emenda de uma peça de Peroba-rosa de 7,5 x 10 cm (3” x 4”), sujeita a um esforço de 22 kN. 40 (b) N/2 N = 22 kN 75 N/2 40 (b) Peroba-rosa ⇒ γ = 0,78 g/cm3 γ > 0,65 ⇒ K = 73,5 ⇒ F = 73,5d3/2 = 35,73 d Escolha do prego: 5 0,3 bdmm ≤≤ ⇒ ≤≤ dmm0,3 8,0mm d = 5,4 mm Tabela de pregos ⇒ 22 x 48 l = 108 mm F = ( )34,55,73 = 922 N a < 8d t4 =68 108 ( l ) 8d = 8 x 5,4 = 43,2 mm 7 (a) a = 7 < 8d = 43,2 ⇒ s =6d t4 ≥ 12d = 12 x 5,4 = 64,8mm No de pregos necessários: n = 24 922 22000 == F N pregos ( 12 pregos em cada face) 1,5d = 1,5 x 5,4 =8,1 mm ≈ 10 mm Cisalhamento simples: 3d = 3 x 5,4 = 16,2 mm ≈ 20 mm 6d = 6 x 5,4 = 32,4 mm ≈ 35 mm 7d = 7 x 5,4 = 37,8mm ≈ 40 mm 45 12 pregos 22 x 4812 pregos 22 x 48 40 35 35 35 35 35 40 10 25 30 25 10 10 0 40 70 70 75 75 70 70 40 46 7.4 – PARAFUSOS 7.4.1 – Parafusos Auto-atarraxantes. Os parafusos auto-atarraxantes em geral trabalham a corte simples. Eles são instalados com furação prévia, devendo a ponta penetrar 8d para desenvolver o esforço de corte admissível. a1 ≥ 8d As ligações com parafusos auto-atarraxantes são empregadas em obras secundárias ou provisórias (escoramentos). 7.4.2. – Parafusos de porca e arruela. Os parafusos são instalados em furos ajustados, de modo a não ultrapassar a folga de 1 a 1,5 mm. O aperto do parafuso se faz com a porca, transmitindo-se o esforço à madeira por meio de arruelas. As ligações parafusadas são consideradas rígidas quando o diâmetro de pré-furação não ultrapassar o limite: df ≤ 0,5d F d Aσ F/2 F/2 b b1 b1 47 7.4.2.1. – Disposições construtivas O diâmetro do furo deve ser apertado para o parafuso, de modo que a folga seja a menor possível. A DIN-1052 recomenda folga máxima de 1 mm; as normas americanas adotam folga de 1/16” = 1,6 mm. As arruelas podem ser dimensionadas para transferir à madeira uma força escolhida arbitrariamente. As especificações americanas adotam dois tipos de arruelas: a) arruelas leves, circulares, estampadas, calculadas para transferir à madeira, com tensão de apoio ≅ 30 Kgf/cm2, uma força de 10 a 20% da carga de tração admissível do parafuso; b) arruelas pesadas, de chapas quadradas, calculadas para transferir à madeira, com tensão de apoio ≅ 30 Kgf/cm2, uma força igual à carga de tração admissível do parafuso. A carga de tração admissível no parafuso, referida acima, é igual a área do núcleo da rosca An multiplicada pela tensão admissível do aço do parafuso. Parafusos Comuns – Rosca Padrão Americano – Aço Comum – fy = 240 MPa Diâmetro do fuste d Diâmetro do furo d ′ Arruelas de chapa (pol.) (mm) Área bruta A (cm2) Á. do núcleo An (cm2) (pol.) (mm) Lado (mm) Espessura (pol.) 3/8 1/2 5/8 3/4 7/8 1 1 1/8 1 1/4 1 3/8 1 1/2 1 3/4 2 9,5 12,7 16 19 22 25 29 32 35 38 45 51 0.71 1,27 1,98 2,85 3,88 5,07 6,43 7,92 9,58 11,4 15,52 20,27 0,44 0,81 1,30 1,95 2,70 3,56 4,47 5,74 6,77 8,32 11,23 14,84 7/16 9/16 11/16 13/16 15/16 1 1/16 1 1/4 1 3/8 1 1/2 1 5/8 1 7/8 2 1/8 11 14 17 21 24 27 32 35 38 41 48 54 45 60 75 95 110 125 145 160 180 200 230 260 3/16 1/4 5/16 3/8 1/2 1/2 5/8 3/4 3/4 7/8 1 11/8 Segundo a NB-11, as arruelas devem ter espessura mínima de 9 mm (3/8”) no caso de pontes, e 6 mm (1/4”), em outras obras. Comercialmente utilizam-se arruelas quadradas ou circulares; a espessura não deve ser inferior a 1/8 do lado ou diâmetro da arruela, para que a mesma tenha rigidez suficiente. 48 A NB-11 especifica os seguintes diâmetros construtivos mínimos dos parafusos: - elementos principais de pontes: d ≥ 16 mm (5/8”); - demais casos: d ≥ 9 mm (3/8”). Nas ligações de peças com parafusos, utilizam-se peças auxiliares (talas) de madeira ou de chapa de aço. As chapas de aço das ligações devem ter as seguintes espessuras mínimas: - elementos principais de pontes: t ≥ 9 mm (3/8”); - demais casos: t ≥ 6 mm (1/4”). 7.4.2.2. – Espaçamento mínimo entre parafusos. 1,5 d 3d 1,5d 4d 4d 7d a-1) Peças tracionadas 1,5d 3d 1,5d 4d 4d 4d a-2) Peças comprimidas a) Esforço paralelo as fibras 49 1,5d 3d 1,5d 1,5d 3d 1,5d 1,5d 4d 4d 4d 4d 1,5d b) Esforço normal as fibras 7.4.2.3.- Esforços admissíveis nos parafusos. F b aσ d aσ = ≤bd F aσ sendo aσ = tensão de apoio; F = esforço no parafuso b = largura da peça de madeira d = diâmetro do parafuso aσ = tensão admissível de apoio da madeira no plano diametral do parafuso. 50 Para peças expostas ao tempo, podem ser adotados os seguintes valores admissíveis para as tensões de apoio da madeira no plano diametral dos parafusos: - esforço na direção das fibras: - talas metálicas aσ = 0,9 cσ talas de madeira aσ = 0,8 x 0,9 cσ = 0,72 cσ - esforço na direção perpendicular às fibras, com talas metálicas ou de madeira: anσ = 0,225kn cσ onde kn = coeficiente de majoração destinado a levar em conta o efeito de carregamento local, no caso de parafusos de pequenos diâmetros. d (cm) 0,62 0,95 1,25 1,6 1,9 2,2 2,5 kn 2,5 1,95 1,68 1,52 1,41 1,33 1,27 d (cm) 3.1 3,8 4,4 5,0 6,3 7,5 kn 1,19 1,14 1,10 1,07 1,03 1,00 Esforços admissíveis nos parafusos: a) talas de madeira – esforço na direção das fibras: a y crit f db σ 77,0= Se b ≤ bcrit - parafusos curtos (pequenas espessuras de madeira) ⇒ F = b x d x aσ Se b > bcrit - parafusos longos ⇒ ay xfdF σ277,0= Esforço na direção normal às fibras: an y ncrit f db σ 51,0= Se b ≤ bncrit - parafusos curtos (pequenas espessuras de madeira)
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