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Introdução À Saúde Mental ESCOLA DE ENFERMAGEM THEREZA NÉO DISCIPLINA: SAÚDE MENTAL DOCENTE: ENFª. PAULA LOPES MOSSORÓ 2021 Psiquiatria ou Saúde Mental? Enfermagem Psiquiátrica Enfermagem em Saúde Mental Falar em Saúde Mental é muito mais do que uma troca de termos; inclui uma diferença de critérios, da doença para a saúde. Psiquiatria ou Saúde Mental? Falar em transtornos mentais, mas com os olhos voltados para: REINTEGRAÇÃO SAÚDE REABILITAÇÃO Psiquiatria ou Saúde Mental? A psiquiatria, com todo o seu conhecimento, é parte essencial, mas não a única. Outras áreas de estudo se integram para formar um conhecimento mais amplo, que tente dar conta desta forma de sofrimento humano. Psiquiatria ou Saúde Mental? Área de conhecimento que, mais do que diagnosticar e tratar, liga-se à prevenção e promoção da saúde, preocupando-se em reabilitar e reincluir o paciente em seu contexto social. Resgate Histórico O conceito de doença mental estava ligado a explicações mágico-religiosas. Atribuíam a uma força sobrenatural a origem dos transtornos mentais. Aceita como uma imposição divina. LOUCURA Resgate Histórico O modo como a sociedade encarava a loucura tornava-se ambíguo, podendo o enfermo ser: Portador ou intérprete da vontade divina. Castigado pelos deuses ou um endemoniado. O tratamento objetivava controlar, apaziguar ou expulsar estas forças “demoníacas”. Resgate Histórico A humanidade vive com a loucura desde o seu surgimento, tendo adotado as mais diferentes práticas com o objetivo de curar o louco ou simplesmente afastá-lo da sociedade. GRÉCIA ANTIGA Os distúrbios mentais eram encarados ainda com origens sobrenaturais, mas procurou-se em causas somáticas a sua origem. Exemplo: a histeria curiosamente era atribuída ao deslocamento do útero (histero), por falta de atividades sexuais. Resgate Histórico IMPÉRIO ROMANO O tratamento dos transtornos mentais adquiriu novas ideias. Resgate Histórico Defendiam uma maior relação individual entre o médico e o portador de transtornos mentais, e se diferenciava as alucinações das ilusões. pela primeira vez, surgiu uma concepção diferente com relação aos doentes mentais. IMPÉRIO ROMANO Resgate Histórico Foram criadas leis em que se detalhava as várias condições, tais como insanidade e embriaguez, que, se presentes no ato do crime, poderiam diminuir o grau de responsabilidade do criminoso. Resgate Histórico IDADE MÉDIA Doutrina dos temperamentos, isto é, do estado de humor do paciente. Conceito de doença mental: “Melancolia” era o termo utilizado com frequência para descrever todos os tipos de enfermidades mentais. Resgate Histórico IDADE MÉDIA Devido ao pensamento religioso da época, a possessão da mente de uma pessoa por um espírito maligno, retornou como a principal causa dos distúrbios mentais. Muitos dos portadores de alienações mentais encontraram a “cura” para seus males nas fogueiras e nos patíbulos de suplícios. Resgate Histórico Durante todo o período da Idade Média, as epidemias como a “peste negra” aliadas à “lepra” causavam grande medo na população. IDADE MÉDIA Quando estes começaram a se dissipar, achava- se que uma nova ameaça pairava sobre a população: os “loucos”, criminosos e mendigos. Resgate Histórico A ideia de que “os loucos” eram perigosos e inúteis permaneceu na sociedade até os fins do século XVIII. Os antigos “depósitos de leprosos” abriram suas portas para a recepção destes novos “inquilinos”. Decidiu-se pelo isolamento destes seres considerados “improdutivos”. A semente dos manicômios havia sido plantada. Resgate Histórico Phillipe Pinel 1789 (século XVIII); Proposta de tratamento humanitário para os doentes; Desenvolveu uma corrente de pensamento de médicos especialistas em doenças mentais, aprimorando as descrições detalhadas dos transtornos mentais através de longas observações. Resgate Histórico Século XIX: uso de substâncias (haldol) que agem diretamente no sistema nervoso central passaram a ser amplamente difundidas. Final dos anos de 1930: introdução do tratamento de choque e da psicocirurgia para os casos de transtornos mentais graves. Resgate Histórico No Brasil: A política com relação ao tratamento dos transtornos mentais permaneceu sempre “atrelada” ao modelo europeu do século XIX, centrado no isolamento em instituições fechadas. Resgate Histórico No Brasil: No fim da década de 1980 , inicia-se no Brasil o movimento da Reforma Psiquiátrica. Apresentou e desencadeou mudanças muito além da mera assistência em saúde mental; Ocorrendo nas dimensões jurídicas, políticas, socioculturais e teóricas. Desde a 8ª Conferência Nacional de Saúde, profissionais de saúde e grupos da sociedade civil organizada avaliaram que o sistema de assistência ao doente com transtornos mentais era excludente, impedindo que os indivíduos ali tratados exercessem os seus direitos civis, políticos e sociais. Os hospitais superlotados de doentes não dispunham de programas que os reintegrassem à sociedade. Resgate Histórico Hereditariedade – acreditavam que passava de geração em geração; Institucionalização – o tratamento só poderia ocorrer através da hospitalização; Periculosidade – todos os “loucos” eram agressivos e perigosos; Incurabilidade – a loucura não tinha cura. A prática predominante na área de saúde mental sustentava-se nos seguintes princípios: Resgate Histórico O paciente era visto como um transtorno para a sociedade As práticas adotadas sequestravam este cidadão temporariamente dos direitos civis, isolando-o e segregando-o em manicômios, afastando-o dos espaços urbanos. Resgate Histórico Com os avanços da constituição de 1988, surgiram espaços de elaboração e aprofundamento de leis voltadas para o atendimento das questões sociais. Resgate Histórico Propiciou um ambiente adequado para que a sociedade civil, trabalhadores de saúde mental e a articulação nacional da luta antimanicomial se organizassem pela reforma do sistema psiquiátrico, buscando um novo estado de direito para o doente mental. Reforma Psiquiátrica Na 2ª Conferência de Saúde Mental, em 1992, foram resgatadas propostas previstas no projeto do Deputado Paulo Delgado, de 1989. Substituição do “modelo hospitalocêntrico”; Rede de serviços descentralizada, hierarquizada, diversificada nas práticas terapêuticas; Favorecendo o acesso desse cliente ao sistema de saúde; Diminuindo o número de internações; Reintegrando-o à família e comunidade. Reforma Psiquiátrica Lei 10.216 de 06 de abril de 2001 – Lei Paulo Delgado Propõe a extinção progressiva dos manicômios (instituições fechadas) e sua substituição por instituições abertas. Unidades de saúde mental em hospital geral, emergência psiquiátrica em pronto socorro geral, unidade de atenção intensiva em saúde mental em regime de hospital-dia, centros de atenção psicossocial (CAPS), serviços territoriais que funcionem 24 horas (NAPS), pensões protegidas, lares abrigados, e outros serviços que preservem a integridade do cidadão. A Lei Federal 10.216 redireciona a assistência em saúde mental, privilegiando o oferecimento de tratamento em serviços de base comunitária. Dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas com transtornos mentais, mas não institui mecanismos claros para a progressiva extinção dos manicômios. Reforma Psiquiátrica Foram 12 anos de tramitação no congresso nacional! Reforma Psiquiátrica Observa-se nessa lei que a família, o trabalho e a comunidade recebem lugar de destaque, contribuindo para a inserção deste indivíduo no cenário social. A família é levada a refletir sobre o seu papel no processode reintegração deste indivíduo, embora existam famílias que continuem achando a internação uma solução. Obrigada!!!
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