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Bruna Miranda Odontologia VII 1 CARIOLOGIA 02.04 Histopatologia da cárie Cárie: doença crônica de progressão lenta. Na ausência de tratamento progride até destruir totalmente a estrutura dentária. Pode afetar o esmalte, dentina exposta e cemento radicular. A destruição de tecidos duros (lesão) é o sinal clínico da doença. ESMALTE: Normal: hígido. Formato por cristais de hidroxiapatita muito unidos, que conferem uma aparência de vidro (translúcido). A cor branco-amarelada do dente é o resultado da dentina “brilhando” através da camada de esmalte translúcido. Cristais de apatita: Geralmente encontrados nos tecidos biológicos duros, tais como o esmalte. Os cristais de esmalte não são agrupados ao acaso, são arranjados em prismas de esmalte e esmalte interprismático. Os espaços entre os cristais são ocupados por água (11% por volume) e material orgânico (2% por volume). Interface esmalte-placa: A exposição frequente ao açúcar, que altera o pH para baixo e para cima repetidamente, pode esgotar os reservatórios de cálcio e de fosfato na placa e, dessa forma, promover a redução induzida pelo pH no grau de saturação e aumentar o potencial cariogênico no fluido da placa. Ranhuras e microporosidades: No esmalte, o processo carioso se inicia com uma “ranhura” na superfície sob a camada da placa dentária e se o processo progride sob condições cariogênicas, forma-se microporosidades na superfície do esmalte, que começam a se estender para porções mais profundas. Locais de acúmulo de placa: Os sinais sensíveis de cárie se desenvolvem nos locais onde os depósitos bacterianos permanecem protegidos contra as forças orais de remoção por um longo período. Margem gengival nichos interproximais (abaixo do ponto de contato) fissuras e sulcos oclusais (de dentes em irrupção). Tempo necessário para visualizar a perda de minerais: Após 4 semanas de exposição à placa bacteriana inalterada, vimos o desenvolvimento de uma lesão ativa em esmalte, ou seja, uma lesão de mancha branca, apresentando uma característica superficial calcária que lembra o giz. Aumento na porosidade interna do esmalte, provoca a perda de sua translucidez fazendo com que o esmalte pareça opaco. O esmalte, nesse caso, perde também a aparência brilhante, devido a erosão de sua camada mais externa, tornando-o mais irregular e provocando o aumento da reflexão difusa da luz. Lesões ativas em nível subclínico podem se tornar inativas quando os acúmulos microbianos são removidos em intervalos regulares. Isso significa que a progressão da lesão foi interrompida devido ao controle das condições ambientais desfavoráveis. Bruna Miranda Odontologia VII 2 Lesão em esmalte – mancha branca: ATIVA INATIVA Opaca e rugosa Brilhante e lisa Local onde havia acúmulo de placa Ausência de placa, permitindo a incorporação de minerais e abrasão/polimento (escovação) Lesão de cárie em esmalte – profundidade: ZONA SUPERFICIAL: conteúdo mineral relativamente alto e volume do poro baixo (remineralização). Tamanho dos cristais maior que no esmalte hígido. CORPO DA LESÃO: maior grau de desmineralização dentro da lesão cariosa, assim como o volume do poro é maior do que em todas as zonas dentro do esmalte. ZONA ESCURA: coloração amarronzada (pigmento utilizado para visualização na microscopia de luz transmitida). Poros menores mais distantes do corpo da lesão. ZONA TRANSLÚCIDA: porosidade do esmalte cariado um pouco acima do esmalte sadio. É encontrado cristais com tamanho menor que no esmalte sadio (desmineralização inicial). O desenvolvimento da lesão segue a orientação dos prismas: Proximal: formato de cone invertido, com sua base na superfície de esmalte e a ponta para a JAD. Oclusal: fissura oclusal tem dimensão tridimensional com ponta para a superfície e base em direção a JAD. COMPLEXO DENTINHO-PULPAR: Esmalte é um tecido acelular, não representa resposta ao ataque da cárie. A resposta do esmalte se baseia em fenômenos de dissolução química e precipitação de minerais (DES-RE). Dentina é um tecido VITAL, apresenta processos celulares vivos dos odontoblastos que delimitam a parede pulpodentinária. Complexo dentinho- pulpar (dentina – odontoblastos – polpa). Contém vasos sanguíneos e linfáticos, tecido conjuntivo, tecido nervoso, células tronco. Bruna Miranda Odontologia VII 3 O desenvolvimento da lesão segue os túbulos dentinários. Reações do complexo dentinho-pulpar: Com a contínua desmineralização da camada de esmalte e aumento da porosidade do esmalte, os ácidos e toxinas bacterianas são capazes de atingir e penetrar a dentina subjacente. Esclerose tubular dentina reacional (polpa > JAD) dentina esclerótica (lesão > JAD). Lesão em dentina: ATIVIDADE: ATIVA INATIVA Amolecida Dura Local onde não há facilidade de remoção de placa Ausência de placa permitindo a incorporação de minerais e abrasão/polimento (escovação) GRAU DE DESMINERALIZAÇÃO TECIDUAL: AFETADA INFECTADA Passível de remineralização Necrosada. Não passível de remineralização Tecido rígido/duro, dentina organizada Tecido amolecido e úmido 1. Dentina terciária/reacional/reativa/reparadora. 2. Zona esclerótica (tratos mortos). 3. Zona de desmineralização (corpo da lesão). 4. Zona de invasão bacteriana e destruição. 5. Direção do prisma.
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