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Pré-clínica 1 Cariologia Cárie ● Conceito e terminologia Doença complexa Desequilíbrio entre o mineral do dente e o fluido do biofilme. Atividade metabólica das bactérias do biofilme decorrente da disponibilidade de nutrientes causa uma constante flutuação do PH, como consequência, a superfície dentaria coberta pelo biofilme vai experimentar perda e ganho de mineral. ● Como evitar a doença? Evitando a instalação Interferindo na progressão Reparando as sequelas ● Tratamento Mancha Branca → Remineralizador. Cavidade → Restauração. Obs: A saliva é sempre supersaturada comparada ao dente, portanto, tem função tampão. Obs2: A progressão de carie em dentina é muito mais rápida e forte. Obs3: Radiografia Interproximal para diagnostico de cárie. ● Dente hígido Sem alteração da translucidez Obs4: Cavidade da cárie em terço cervical do dente é classe 5. ●Mancha Branca Ar - Índice de refração é 1 Espaços intercristalinos – Índice de refração é 1,62 Grande diferença na difração da luz. ● Mancha Branca – Histologia 1 – Zona superficial prismática ou camada de Darling: Zonas relativamente intactas Tuneis que permitem a entrada de produtos bacterianos. Apresenta porosidade entre 1 e 5% É a área do esmalte mais resistente a ação dos ácidos. 2 – Corpo da lesão ou zona subsuperficial: Ocupa a maior parte da lesão do esmalte.. Desmineralização mais rápida com maior solubilidade dos cristais e porosidade. Apresenta porosidade entre 10 e 25% ou ate mais. 3 – Zona translucida: Zona mais profunda da lesão e representa a frente de avanço no lado interno. Apresenta porosidade em torno de 1% próximo ao esmalte intacto(0,1%) 4 – Zona escura: Resultados de episódios de des-re dentro da lesão. Apresenta porosidade em torno de 2 a 4%. ●Mancha Branca ativa Tratamento não invasivo. Fluorterapia e orientação de higiene. ● Biofilme Dental Streptococcus Mutans: Principal microrganismo cariogênico em superfícies lisas. Responsável pelo inicio do processo cárie. Acidúrico e Acidogênico Não depende de sacarose, pois se liga através das adesinas bacterianas que interagem com as proteínas salivares da película adquirida. Participa do espessamento e maturação da placa bacteriana. Acidúrico: Capacidade de sobrevivência de um microrganismo em ambiente de pH ácido, permitindo que o microrganismo desenvolva sua atividade metabólica. Acidogênico: Capacidade de produzir acido lático que é determinante para a patogenicidade, sendo responsável pela dissolução dos substratos. Película Adquirida: Protege contra a erosão dental. Regula o processo DES-RE. Mantem os dentes lubrificados, protegendo contra o atrito antagonista, alimentos abrasivos, tecidos moles e a abfração dos dentífricos. Biofilme dental: 1- Colonização por cocos e bastonetes gram +. 2- Caso a paca não seja desorganizada. 3- Ocorre sua maturação tornando mais densa e facilitando a adesão de microrganismos gram -. As lesões de cárie só se encontram em regiões onde o biofilme encontra-se estagnado, tendo como localização preferencial: margem gengival, superfícies proximais a abaixo do ponto de contato, sistema de fóssulas e fissuras da face oclusal. Dificilmente encontram-sem em áreas de constante auto-limpeza decorrente da mastigação e dos movimentos de bochecha e da língua ● DES-RE ● Classificação da carie dentaria Presença de restauração prévia: primária secundária Tecido envolvido: Esmalte dentina cemento Presença de cavidade: cavitada não cavitada Sítio anatômico superfície lisa fóssula ou fissura Localização: coronária radicular Quanto a atividade ativa inativa Propagação em fóssulas e fissuras: Perda de translucidez normal. São mais difíceis de serem detectadas em estágio precoce. Propagação em faces livres: Aspecto opaco. Superfície rugosa. Forma oval e limites bem definidos. Cor branca (podendo ser pigmentada). Com a progressão se torna branco amarelada, amarelo parda ou enegrecida. Propagação em faces proximais: Dificuldade de observação direta. Uso de afastadores interproximais mediatos (mecânicos) ou imediatos (elásticos). ● Composição química da estrutura dental Hidroxiapatita Mineral composto por cálcio, fosforo, hidroxila (OH). Estrutura na forma de cristais hexagonais Ca10(PO4)(OH)2. O pH é 5,5. Fluorapatita Mineral muito parecido com a hidroxiapatita, porem a hidroxila (OH) é substituída pelo flúor. O flúor é menor que a hidroxila, portanto, a estrutura dental fica menor e com um arranjo mais estável. Isso leva a diminuição da solubilidade em comparação com a hidroxiapatita. O pH é 4,5. Hidroxiapatita biológica Mineral presente na estrutura dental. O termo “biológico” representa que o mineral não está na sua forma pura, mas formado em condições teciduais. Se liga alguns “contaminantes”, os quais alteram significativamente as propriedades desses materiais em relação a hidroxiapatita pura. Os mais importantes “contaminantes”: carbonato e fluoreto. Carbonato (𝐶𝑂32−) Pode ocupar o lugar do fosfato ou da hidroxila na hidroxiapatita. Ele desestabiliza o mineral. Torna o mineral mais instável e mais solúvel. ● Esmalte x Dentina Esmalte: 97% conteúdo inorgânico. 1% conteúdo orgânico. 2% água. ↑ dureza. ↑ friabilidade (trincas). ↑ resistência a fratura. Estrutura prismática. Estrutura interprismática Obs: Amelogênese 1° pré-secreção: morfodiferenciação dos ameloblastos. 2° secreção: matriz orgânica. 3° maturação: aumentos dos cristais e perda de proteínas e água Dentina: 70% conteúdo inorgânico. 18% conteúdo orgânico (colágeno tipo 1). 12% água. ↑ resiliência. Sustentação do esmalte. Amortece as forças da mastigação. Estrutura tubular. Prolongamentos odontoblásticos. Obs: Dentinogênese 1° dentina do manto: mineralização inicial da matriz. 2° dentina circumpulpar: proteínas não colagenosas modulando a mineralização Dentina infectada: Amarelo acastanhada. Amolecida. Deve ser removida. “mousse de chocolate”. Zona necrótica e zona contaminada. Dentina afetada Amarelo acastanhada. Menos amolecida. Passível de remineralização. “sorvete congelado”. Zona desmineralizada e zona translucente. Tipos de dentina terciária: Dentina reparadora: exposição pulpar, lesões de cárie profundas, preparos cavitários sem refrigeração. Dentina esclerosada: esclerose tubular. ● Saliva Saliva possui uma composição compatível com a integridade do mineral dos dentes. A capacidade de se manter no estado de hipersaturação em relação ao dente, isso está diretamente ligados as proteínas presentes na saliva. A estrutura dental entra em contato com outra estrutura muito importante na sua solubilidade – porção fluida do biofilme. Porção fluida do biofilme Ele representa a porção líquida que permeia as células e a matriz do biofilme dental e é a solução responsável pelas trocas iônicas com o mineral dental. Condição de exposição do biofilme a açucares fermentáveis. Microrganismos produzem ácidos pela sua fermentação, que diminui o pH do fluido do biofilme. Os minerais dentais dissolvem e ocorre o aumento da concentração de íons no fluido Porque o material da estrutura dentária dissolve em baixo pH? A relação de equilíbrio dos minerais da estrutura dental com o meio bucal é dada pela relação entre o produto de atividade de íons constituintes da hidroxiapatita biologia nos fluidos bucais (saliva e/ou fluido do biofilme) e a constante do produto de solubilidade. O equilíbrio citado sempre será mantido, isso se dá pelo princípio de le chatelier: A saliva é supersaturada em relação a hidroxiapatita, devido as proteínas estabilizadoras de cálcio e fosfato, que mantem os íons solúveis sem haver precipitação. Porem, se ocorre uma alteração nesse equilíbrio, A hidroxiapatita se torna supersaturada ao fluido do meio bucal, devido a produção de ácidos pelas bactérias que diminui o pH do fluido. A hidroxiapatita, na tentativa de produzir um novo equilíbrio libera minerais para o meio, ocorrendo o processo de desmineralização dentaria. ● RemineralizarãoEsmalte São subsuperficiais. Há mais desmineralização do interior do esmalte do que na superfície. Iniciam com uma desmineralização dos cristais de hidroxiapatita localizados na superfície do esmalte, apresentando um aspecto poroso e com perda de brilho. É apenas após a formação da mancha branca que o diagnostico dessas lesões iniciais se torna mais fácil. Elas são caracterizadas por uma desmineralização acentuada da subsuperfície, enquanto a camada superficial do esmalte embora não esteja integra (já apresenta várias áreas atacadas pelos ácidos) ainda não sofreu perda estrutural (cavitação). Dentina A perda mineral me dentina também é subsuperficial, porém, não se forma uma lesão de mancha branca. Devido ao colágeno da dentina, ocorre um amolecimento superficial do tecido. ● Lesões de carie – remineralizarão do esmalte Uma vez que o processo de cárie seja controlado (controle do biofilme dental, por exemplo) ocorrerá tanto a remineralizaçao dessa camada (pela ação da saliva e técnicas de fluoreto), com também a abrasão dessa superfície pela escovação, resultando em um aspecto brilhante e endurecido. Os cristais totalmente dissolvidos da região subsuperficial da lesão raramente serão formados novamente A remineralização ocorre devido a deposição de minerais nos cristais ainda presentes, mas que foram parcialmente dissolvidos. A nova remineraliação resulta em cristais em uma conformação menos ordenada que a anterior. ● Lesões de carie – Remineralizarão da dentina O processo de remineralização da dentina resulta em um endurecimento da lesoa ativa, o que muitas vezes pode ser acompanhado de pigmentação da lesão, por pigmentos oriundos da alimentação, porem, sem sequelas clinicas ● Lesões de carie – Reação do flúor O mineral da estrutura dental, quando exposto pela primeira vez na cavidade bucal, irá gradativamente reagir com os fluidos bucais, ganhando e perdendo minerais, essas trocas tornam a superfície do esmalte mais resistente. Maturação pós-eruptiva. Quando o material é exposto a produtos com concentração superior a 100 ppm (parte por milhão) de fluoretos, pode ocorrer a reação da hidroxiapatita biológica com o fluoreto – produtos com concentração de 9000 – 20000 ppm. O resultado da reatividade do fluoreto com o esmalte e a dentina é a formação de dois produtos da reação: fluoreto firmemente ligado (fluorapatita) – representa a ligação do fluoreto com o mineral dental a nível ultraestrutural, incorporando no mineral na forma de fluorapatita, incorporação nos já existentes. Fluoreto fracamente ligado (fluoreto de cálcio) – resultado da reação do fluoreto com íons de cálcio =, formando precipitações sobre a superfície dental e no interior das lesões de carie de um mineral do tipo fluoreto de cálcio; ele funciona como reservatório de fluoreto, dissolvendo-se ao longo de semanas ou meses e fornecendo flúor para atuar no processo de des-re. A reatividade do material dental depende do substrato Obs: A dentina é mais reativa que o esmalte. Esmalte com lesão de carie é mais reativo que o hígido. ● Diagnostico de cárie Para diferir a Lesão cariosa da hipocalcificação, tem que prestar atenção no Aspecto e localização. Lesão ativa (coloração clara, fundo amolecido e os bordos são manchados). Lesão inativa (coloração escurecida, sem halo de mancha branca). Métodos Exame visual (mais importante, feito com os dentes limpos, secos e com adequada iluminação). Exame tátil. Exame radiográfico (interproximal principalmente). Transiluminação por fibra óptica. Fluorescência a laser. Condutibilidade elétrica. Testes microbiológicos. ● Cárie x Erosão dental Cárie A dentina é mais reativa que o esmalte. Esmalte com lesão de carie é mais reativo que o hígido. Só ocorre na presença do biofilme dental. Se forma (subsuperficial) em condição de subsaturação em relaçaõ ao mineral dental, porém desde que a subsaturação não seja tão grande e permita manter a superfície da cavidade. pH 4 a 5 e contém concentrações em milimolares de Ca e P. Erosão dental Ocorre na ausência do biofilme dental. É superficial, a perda é rápida, pois o grau de subsaturação do meio em relação ao mineral do dente é muito maior que o da cárie. pH até próximo de 2 e soluções com baixas concentrações de Ca e P. Dissolução é muito mais rápida
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