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F.M.M.A Eng. Mec. Me. Paulo C Wanderley Tolerância dimensional - 26.04.2021 Eng. Mec. Me. Paulo C Wanderley Na indústria automobilística, os conjuntos mecânicos responsáveis pela motorização e transmissão (também conhecido como Powertrain, em inglês), são compostos de diversos elementos mecânicos, tais como: eixos, chavetas, engrenagens, acoplamentos, freios industriais, rolamentos e carcaça para abrigar todas as peças e ter um cárter para lubrificação contínua dos componentes. No entanto, o processo de montagem desses componentes dentro da carcaça deve ser rigoroso; por exemplo, se durante a montagem de um par de engrenagens com folga houver desgaste precipitado, haverá, portanto, queda de desempenho e aumento de manutenção. Se for montado muito próximo, será muito difícil realizar a transmissão através dos dentes das engrenagens. Os eixos onde as engrenagens serão montadas e travadas por meio de chavetas e anéis-elástico, devem ser apoiados em rolamentos fixos na carcaça, que é estática. O rolamento, então, merece um destaque na escolha das tolerâncias de montagem e seleção, pois, caso o rolamento seja montado com interferência excessiva em relação à carcaça e ao eixo, ele será pressionado e não irá girar. Caso haja folga entre esses elementos, não haverá fixação e, portanto, o funcionamento não será adequado. O ideal é buscar o catálogo de rolamentos (Ver: Catálogo de rolamentos) e verificar as tolerâncias admissíveis para uma montagem correta. No catálogo, você verá que, na produção, o rolamento deve ser fabricado de acordo com a tolerância (item 9 no catálogo); entre os seus elementos rolantes há uma folga interna (item 9.2 no catálogo). É importante saber para a determinação de máximo deslocamento sem travar o movimento dos elementos (item 9 no catalogo). Dessa forma, é possível escolher a tolerância ideal para o projeto e ter um funcionamento ideal do rolamento. O que é tolerância dimensional? “São desvios dentro dos quais a peça possa funcionar corretamente”. O que são afastamentos? “São desvios aceitáveis das dimensões nominais, para mais ou menos, que permitem a execução da peça sem prejuízo para seu funcionamento e intercambialidade”. Eng. Mec. Me. Paulo C Wanderley Nenhuma peça, ao ser produzida, se encontra totalmente dentro dos valores nominais especificados, principalmente quando a produção é feita de forma seriada e com elevada taxa de produtividade. Para que as peças não sejam todas declaradas como não-conformes e o processo tenha um grau de liberdade para eventuais variações, o uso de tolerâncias é fundamental. Além disso, o projeto deve suportar tais variações durante a montagem de conjuntos, por exemplo. Para isso, a determinação das tolerâncias dimensionais é de suma importância para um bom projeto de produto. Vamos aprender um pouco sobre a tolerância dimensional, ampliando seu conhecimento em desenho técnico mecânico. Aprenderemos os conceitos de afastamento superior/inferior e dimensão máxima/mínima. Descrever as classes de ajustes: móveis (com folga), incertos, fixos (com interferência). Aplicar os ajustes recomendados: sistema eixo-base h6/ e sistema furo-base H7. Eng. Mec. Me. Paulo C Wanderley EXEMPLO: Na montagem de componentes mecânicos, o ajuste final da montagem é resultado da condição da dimensão entre as duas peças que sofreram encaixe. Dessa forma, o ajuste pode ser determinado como folga, incerto e interferência. Imagine que você trabalha em uma indústria automobilística e precisa realizar o ajuste para cada uma das montagens a seguir. Qual o tipo de ajuste ideal para cada uma das condições de montagem apresentadas? No 1º caso, o ajuste do rolamento junto ao rotor deve ser do tipo interferência, caso contrário o rolamento não será fixado e o rotor trabalhará com folgas. No 2º caso, o ajuste entre a bucha e o eixo deve ser do tipo folga, assim o eixo poderá girar sem problemas e com a folga necessária para que um fluido lubrificante trabalhe, evitando condições de desgaste. No 3º caso, o ajuste entre o pistão e a guia do cilindro hidráulico deve ser com folga, permitindo que o cilindro atue sem encontrar a resistência de montagem com interferência. Eng. Mec. Me. Paulo C Wanderley Para as condições de ajustes existirem, é preciso ficar atento aos valores máximos e mínimos dos eixos e dos furos. Veja, no infográfico a seguir, três tipos diferentes de ajustes, resultantes da variação dos valores de tolerância dimensional. Sistema de tolerância e ajustes 1. Definições 1.2. Dimensão efetiva (real): É a dimensão obtida pela medição da peça com instrumento e técnica de medidas adequados. No exemplo a leitura adequada do paquímetro indica 29,10 mm. 6 Eng. Mec. Me. Paulo C Wanderley Sistema de tolerância e ajustes 1.3. Dimensões limites: São os valores máximo e mínimo admissíveis para a dimensão efetiva. São determinados pelo projeto e processo construtivo No exemplo anterior poderíamos ter por exemplo.: 29,25 mm 29,05 mm 1.3.1. Dimensão máxima (Dmax): É o máximo valor admissível para a dimensão efetiva. No exemplo ao lado Dmax= 29,25 mm 1.3.2. Dimensão mínima (Dmin): É o menor valor admissível para a dimensão efetiva. No exemplo ao lado Dmin = 29,05 mm 7 Eng. Mec. Me. Paulo C Wanderley Sistema de tolerância e ajustes 1.4. Afastamento: É a diferença entre as dimensões limites e a dimensão nominal. 1.4.1. Afastamento superior: É a diferença entre a dimensão máxima e a dimensão nominal. as = dmax- dnom (eixo) = 29,250 – 29,000 = 0,250 As = Dmax- Dnom (Furo) 1.4.2. Afastamento inferior: É a diferença entre a dimensão mínima e a dimensão nominal. ai = dmin- dnom (eixo) = 29,050 – 29,000 = 0,050 Ai = Dmin- Dnom (furo) 8 Eng. Mec. Me. Paulo C Wanderley Sistema de tolerância e ajustes 9 Eng. Mec. Me. Paulo C Wanderley 1) Qual a dimensão nominal do comprimento da peça? R. 40mm 2) Qual é o afastamento superior e inferior do comprimento? R. + 0,25mm e -0,25mm 3) Qual é o afastamento do diâmetro da parte rebaixada? R. + 0,25mm e + 0,12mm 4) Qual é a dimensão efetiva do diâmetro referente ao diâmetro da questão 3? R. Qualquer dimensão entre 12,25 mm e 12,12 mm pode ser a dimensão efetiva 5) Qual é a dimensão máxima e mínima do comprimento da parte rebaixada? R. 20,2 mm e 19,9 mm 6) O diâmetro maior da peça tem 2 afastamentos negativos, logo a dimensão efetiva desta cota é ............que a dimensão nominal. menor Sistema de tolerância e ajustes 10 Eng. Mec. Me. Paulo C Wanderley ATENÇÃO: Caso não seja indicado valor de tolerância para uma cota, é comum expressar, ao fim do desenho e próximo à região da legenda, uma indicação de que as tolerâncias devem seguir a norma ABNT NBR ISO 2768-1:2001, que atribui valores de tolerância de acordo com a faixa de dimensão utilizada — no geral, são valores mais abertos e que exigem menor precisão na fabricação. Sistema de tolerância e ajustes 1.5. Tolerância: É a variação dimensional permitida para a peça. É dada pela diferença entre as Dimensões máxima e mínima, ou ainda, entre os Afastamentos superior e inferior. t = Dmax – Dmin (furo) t = dmax – dmin (eixo) = 29,250 – 29,050 = 0,200 t = as – ai (eixo) = 0,250 - 0,050 = 0,200 t = As – Ai (furo) 11 Eng. Mec. Me. Paulo C Wanderley Sistema de tolerância e ajustes 12 1.6. Linha zero: É uma linha imaginária que, nos desenhos de projetos, passa pela altura da Dimensão nominal. Em uma representação gráfica de tolerâncias e ajustes, que estabelece a origem dos afastamentos (positivos acima da linha zero e negativos abaixo da linha zero). Eng. Mec. Me. Paulo C Wanderley Sistema de tolerância e ajustes 13 Eng. Mec. Me. Paulo C Wanderley Sistema de tolerância e ajustes 14 Eng. Mec. Me. Paulo C Wanderley 1.7. Eixo: Termo convencional utilizado para descrever características externas de uma peça. Dimensões sempre indicadas em letras minúsculas. 1.8. Furo: Termo convencional utilizado para descrever características interna de umapeça. Dimensões sempre indicadas em letras maiúsculas. 15 Sistema de tolerância e ajustes Eng. Mec. Me. Paulo C Wanderley Sistema de tolerância e ajustes 1.9. Ajuste • É o comportamento dimensional de um furo em relação a um eixo ambos com a mesma dimensão nominal. • É caracterizado pela folga ou interferência antes da montagem. 16 Eng. Mec. Me. Paulo C Wanderley Sistema de tolerância e ajustes 1.10. Folga: Diferença positiva entre as dimensões do furo e do eixo, antes da montagem, quando o eixo é menor que o furo. 1.11. Interferência: Diferença negativa entre as dimensões do furo e do eixo, antes da montagem , quando o eixo é maior que o furo. 17 Eng. Mec. Me. Paulo C Wanderley Sistema de tolerância e ajustes 18 Eng. Mec. Me. Paulo C Wanderley 19 Eng. Mec. Me. Paulo C Wanderley Sistema de tolerância e ajustes - FOLGA 1.11.1. Folga máxima: Diferença positiva entre a Dimensão máxima do furo e a Dimensão mínima do eixo. Fmax= Dmax furo – Dmin eixo = As - ai 1.11.2. Folga mínima: Diferença positiva entre a Dimensão mínima do furo e a Dimensão máxima do eixo. Fmin= Dmin furo – Dmax eixo = Ai - as 20 1.11. Ajuste com folga: Ajuste em que ocorre uma folga entre o furo e o eixo quando montados. Dmin furo ≥ Dmax eixo ou Ai ≥ as O ajuste com folga tem como características ou condições limites : Folga máxima e Folga mínima. Eng. Mec. Me. Paulo C Wanderley Sistema de tolerância e ajustes - FOLGA 21 Exemplo: Para as peças abaixo o projeto determina Dmax = 30,30 mm, Dmin = 30,00 mm, dmax= 29,80 mm e dmin = 29,60 mm. Nestas condições a Folga máxima (Fmax) é 0,70 mm e a Folga mínima (Fmin) é 0,20 mm. Fmáx=30,30-29,60=0,70 Fmín=30,00-29,80=0,20 Eng. Mec. Me. Paulo C Wanderley Sistema de tolerância e ajustes - Interferência 1.12. Ajuste com interferência: Ajuste em que ocorre uma interferência entre o furo e o eixo quando montados. dmin eixo ≥ Dmax furo ou ai≥ As O ajuste com interferência tem como características ou condições limites : Interferência máxima e Interferência mínima. 1.12.1. Interferência máxima: Diferença negativa entre a Dimensão mínima do furo e a Dimensão máxima do eixo. Imax= Dmin furo – dmax eixo = Ai - as 1.12.2. Interferência mínima: Diferença negativa entre a Dimensão máxima do furo e a Dimensão mínima do eixo. Imin= Dmax furo – dmineixo = As- ai 22 Eng. Mec. Me. Paulo C Wanderley 23 Eng. Mec. Me. Paulo C Wanderley 24 Eng. Mec. Me. Paulo C Wanderley Ajuste Incerto É aquele em que as dimensões máxima e mínima de fabricação do furo ou do eixo são tais que não se pode garantir se no assento de um casal escolhido ao acaso, haverá folga ou interferência. Ou seja, pode ocorrer uma folga ou interferência entre o furo e o eixo quando montados. Este tipo de ajuste se dá quando a dimensão máxima do eixo é maior que a dimensão mínima do furo e dimensão máxima do furo é maior que a dimensão mínima do eixo. O ajuste é incerto quando ambos os campos de tolerância tem uma faixa de valores em comum. Algumas ou todas as dimensões do furo coincidem com algumas ou todas as dimensões do eixo. Condição: Dmax furo > dmax eixo > Dmin furo Ajuste com Folga Diferença positiva entre as dimensões do furo e do eixo, antes da montagem, quando o eixo é menor que o furo. O afastamento inferior do furo é maior ou igual ao afastamento superior do eixo. Condições: Dmin furo >= dmax eixo ou Ai >= as Ajuste com Interferência ou forçado Diferença negativa entre as dimensões do furo e do eixo, antes da montagem, quando o eixo é maior que o furo. A montagem da peça, pode ser feita com o auxilio de martelo, prensa e/ou aquecimento da peça com furo. O afastamento inferior do eixo é maior ou igual ao afastamento superior do furo. Condições: dmin eixo > Dmax furo ou ai > As Sistema de tolerância e ajustes - Interferência 25 Exemplo: Para as peças abaixo o projeto determina: Dmax = 49,95 mm, Dmin = 49,70 mm, dmax= 50,25 mm e dmin = 50,05 mm. Nestas condições a Interferência máxima (Imax) é -0,55 mm e a Interferência mínima (Imin) é -0,10 mm. I máx= 49,70-50,25=-0,55 I mín= 49,25-50,05=-0,10 Eng. Mec. Me. Paulo C Wanderley Sistema de tolerância e ajustes 1.13. Ajuste incerto: Ajuste no qual pode ocorrer uma folga ou interferência entre o furo e o eixo quando montados, devido a suas dimensões efetivas. O ajuste incerto tem como características ou condições limites : Interferência máxima e Folga mínima. 1.13.1. Interferência máxima: Diferença negativa entre a Dimensão mínima do furo e a Dimensão máxima do eixo. Imax= Dmin furo – dmax eixo = Ai - as 1.13.2. Folga máxima: Diferença positiva entre a Dimensão máxima do furo e a Dimensão mínima do eixo. Fmax= Dmax furo – dmineixo = As- ai 26 Eng. Mec. Me. Paulo C Wanderley Sistema de tolerância e ajustes 27 Exemplo: Para as peças abaixo o projeto determina: Dmax = 30,50 mm, Dmin = 30,15 mm, dmax= 30,40 mm e dmin = 30,10 mm. Nestas condições a Interferência máxima (Imax) é -0,25 mm e a Folga máxima (Fmax) é 0,40 mm. I máx = 30,15 – 30,40 = - 0,25 F máx = 30,50 – 30,10 = 0,40 Eng. Mec. Me. Paulo C Wanderley Eng. Mec. Me. Paulo C Wanderley Eng. Mec. Me. Paulo C Wanderley Unidade de Tolerância ( i ) É um valor numérico que serve de base para o desenvolvimento do sistema de tolerâncias e fixa a ordem de grandeza dos afastamentos. É calculado pelas expressões: (para dimensões nominais até 500 mm inclusive) (para dimensões nominais acima de 500 mm até 3150 mm) Onde: i = unidade de tolerância expressa em micrometros (µm) D = média geométrica dos dois valores extremos de cada grupo de dimensões. Eng. Mec. Me. Paulo C Wanderley D 3 500 < D 630 3 < D 6 630 < D 800 6 < D 10 800 < D 1000 10 < D 18 1000 < D 1250 18 < D 30 1250 < D 1800 30 < D 50 1800 < D 2000 50 < D 80 2000 < D 2500 80 < D 120 2500 < D 3150 120 < D 180 180 < D 250 250 < D < 315 315 < D 400 400 < D 500 Grupos de Dimensões As dimensões entre 0 e 3150 mm, seja de um eixo ou de um furo, são divididas em grupos: Grupos de Dimensões Nominais D1 < D D2 Eng. Mec. Me. Paulo C Wanderley Grau de Tolerância-Padrão ou Qualidade de Trabalho É o grau de precisão estabelecido pelo sistema ISO de Tolerâncias e Ajustes. Na faixa de 0 a 500 mm, inclusive, foram estabelecidos 20 graus de Tolerância – Padrões que são designados por: IT 01; IT 0; IT 1; IT 2; IT 3; IT 4; IT 5; IT 6; IT 7; IT 8; IT 9; IT 10; IT 11; IT 12; IT 13; IT 14; IT 15; IT 16; IT 17 e IT 18, onde I = Internacional e T = Tolerância. Na faixa de dimensões acima de 500 até 3150 mm inclusive, foram designados IT 1 a IT 18. Para cada Grau existe uma fórmula empírica para determinar a valor da tolerância, essas fórmulas foram baseadas, principalmente, em experiência prática na indústria. Eng. Mec. Me. Paulo C Wanderley Exemplos: IT 6 = 10 i IT 7 = 16 i IT 15 = 640 i Para determinar o valor da tolerância de um eixo ou de um furo verificar tabela de “Grau de Tolerância – Padrão” na tabela da próxima pagina. Recomendam-se as seguintes aplicações: – Peças de alta precisão, como Calibradores: IT 01 a IT 3 para eixos IT 01 a IT 4 para furos – Peças intercambiáveis e/ou que formam conjuntos: (ex. engrenagens) IT 4 a IT 11 para eixos IT 5 a IT 11 para furos – Peças mais grosseiras e/ou que não farão parte do conjunto: IT 12 a IT 18 para eixos e furos Obs.: Grau de Tolerância-Padrão IT 14 a IT 18 (inclusive) não devem ser usados dimensões menores ou iguais a 1 mm. Eng. Mec. Me. Paulo C Wanderley Tabela “A” de “Grau de Tolerância – Padrão” Eng. Mec. Me. Paulo C Wanderley Posição dos Afastamentos dos Campos de Tolerância O posicionamento dos afastamentos dos campos de tolerância é feito sempre em relação à Linha Zero (Dimensão Nominal). Sendo considerados afastamentos negativos aqueles que estão abaixo da linha zero e positivos os que forem acima dela. O posicionamento dos afastamentos dos campos de tolerância é representado por uma ou duasletras maiúsculas para os furos e minúsculas para os eixos. Furos: A; B; C; CD; D; E; EF; F; FG; G; H; J; JS; K; M; N; P; R; S; T; U; V; X; Y; Z; ZA; ZB; ZC. Eixos: a; b; c; cd; d; e; ef; f; fg; g; h; j; js; k; m; n; p; r; s; t; u; v; x; y; z; za; zb; zc. Os afastamentos fundamentais “a” e “b” para eixos, e “A” e “B” para furo , não devem ser usados para dimensões nominais menores ou iguais a 1 mm. Eng. Mec. Me. Paulo C Wanderley Afastamentos negativos aqueles que estão abaixo da linha zero e positivos os que forem acima dela Eng. Mec. Me. Paulo C Wanderley https://www.skf.com/br/products/rolling-bearings/principles-of-rolling-bearing- selection/bearing-selection-process/bearing-interfaces/tolerances-and-resultant-fits 37 Eng. Mec. Me. Paulo C Wanderley Sistema de tolerância e ajustes 38 Eng. Mec. Me. Paulo C Wanderley ATENÇÃO: Caso não seja indicado valor de tolerância para uma cota, é comum expressar, ao fim do desenho e próximo à região da legenda, uma indicação de que as tolerâncias devem seguir a norma ABNT NBR ISO 2768-1:2001, que atribui valores de tolerância de acordo com a faixa de dimensão utilizada — no geral, são valores mais abertos e que exigem menor precisão na fabricação. Eng. Mec. Me. Paulo C Wanderley Afastamento Fundamental É aquele que está mais próximo da linha zero, para cada um deles existe uma fórmula empírica para determinar o seu valor, em função da Dimensão Nominal. O que podemos encontrar em uma das tabelas no formulário abaixo. Posição dos Afastamentos dos Campos de Tolerância para Eixos. Os valores dos Afastamentos Fundamentais para Eixos são calculados através de fórmulas empíricas tais como: Posição h => as = 0 PARA ESTAS Posição g => as = – 2,5xD0,34 POSIÇÕES NÃO Posição n => ai = 5,0xD0,34 USAMOS A TABELA Eng. Mec. Me. Paulo C Wanderley Tabela “B” Eng. Mec. Me. Paulo C Wanderley Tabela “C” Eng. Mec. Me. Paulo C Wanderley EIXO t = as – ai as = ai + t ai = as – t as = dmax – Dnom dmax = Dnom + as Dnom = dmax – as ai = dmin – Dnom dmin = Dnom + ai Dnom = dmin – as FURO t = As – Ai As = Ai + t Ai = As – t As = Dmax – Dnom Dmax = Dnom + As Dnom = Dmax – As Ai = Dmin – Dnom Dmin = Dnom + Ai Dnom = Dmin – As EXERCICIOS DE EXEMPLO: Determinar as Dimensões Limites: 1) 25 b 8 Dnom = 25,00 Grau de Tolerância-Padrão: IT 8 --> na tabela “A” --> t = 33µm Posição: b --> na tabela ”B”--> afastamento fundamental --> as = – 160µm Sabendo-se que: · t = as – ai \ ai = as – t \ ai = – 160µm – 33µm => ai = – 193µm · as = dmax – Dnom \ dmax = as + Dnom \ dmax = – 0,160 + 25,000 => dmax = 24,840 mm · ai = dmin – Dnom \ dmin = ai + Dnom \ dmin = – 0,193 + 25,000 => dmin = 24,807 mm 2) 55 p 5 Dnom = 55,000 Grau de Tolerância-Padrão: IT 5 --> na tabela “A” --> t = 13µm Posição: p --> na tabela “B” --> afastamento fundamental --> ai = + 32µm Sabendo-se que: · t = as – ai \ as = ai + t \ as = + 32µm + 13µm => as = 45µm · as = dmax – Dnom \ dmax = as + Dnom \ dmax = 0,0045 + 55,000 => dmax = 55,045 mm · ai = dmin – Dnom \ dmin = ai + Dnom \ dmin = + 0,032 + 55,000 => dmin = 25,032 mm FORMULAS: Eng. Mec. Me. Paulo C Wanderley Eng. Mec. Me. Paulo C Wanderley As definições citadas abaixo estão de acordo com a norma NBR- 6158: 1995. •Eixo: Termo convencional utilizado para descrever uma característica externa de uma peça, incluindo também elementos não cilíndricos. •Eixo-base: Eixo cujo afastamento superior é zero. •Furo: Termo convencional utilizado para descrever uma característica interna de uma peça, incluindo também elementos não cilíndricos. •Furo-base: Furo cujo afastamento inferior é zero. Eng. Mec. Me. Paulo C Wanderley Eng. Mec. Me. Paulo C Wanderley Eng. Mec. Me. Paulo C Wanderley Eng. Mec. Me. Paulo C Wanderley Quando se deseja indicar uma tolerância já pensando no tipo de montagem, é possível apontar as classes de tolerâncias juntas, utilizando letra minúscula para eixo e maiúscula para furos. Esse tipo de indicação é muito comum quando uma das peças que sofrerá montagem já está feita e pode receber apenas um pequeno grau de ajuste (lixamento ou retificação). Assim, não é necessário desenhar duas peças para indicar esse tipo de montagem. Eng. Mec. Me. Paulo C Wanderley Eng. Mec. Me. Paulo C Wanderley Sistema furo-base e eixo-base Em alguns dimensionamentos e cálculos de homologia (cálculo das condições de ajuste), os valores das tolerâncias para o furo ou eixo podem ser iguais a zero, ou seja, considerados como sendo a base do dimensionamento. Esse tipo de consideração é conhecido como sistema furo-base ou eixo-base, dependendo de qual posição é escolhida (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 1995). A Figura 8 apresenta a variação de ajuste para sistema furo-base, e a Figura 9 para eixo-base. Figura 8. Sistema furo-base (H). Fonte: Adaptada de Associação Brasileira de Normas Técnicas (1995). Figura 9. Sistema eixo-base (h). Fonte: Adaptada de Associação Brasileira de Normas Técnicas (1995). Por fim, há, ainda, uma tabela prática que recomenda algumas posições de tolerância para que a montagem seja do tipo especificado. A Figura 13 apresenta a tabela que relaciona esses tipos de tolerâncias. Figura 13. Tabela de tolerâncias para tipos de montagem. Fonte: Frigo (2012). Eng. Mec. Me. Paulo C Wanderley Os tipos de tolerâncias especificados pelas classes exigem elevado grau de usinagem. Por isso, para facilitar a verificação dessas condições de tolerância, foi criado um instrumento de medição indireta, chamado de calibrador passa/não passa. Ou seja, o valor é igual ao mínimo da tolerância e, do outro, o máximo, sendo assim bem fácil saber quando os valores de tolerância ainda não foram satisfeitos. Acessando o vídeo, é apresentada a aplicação de um calibradores passa/não passa. Telecurso 2000 Metrologia 13 Calibrador xvid https://www.youtube.com/watch?v=HkaATihEcSs Eng. Mec. Me. Paulo C Wanderley Exemplo 1) Em uma tolerância de um encaixe de rabo de andorinha, os valores ao lado da dimensão nominal são de +0,06 mm e -0,09 mm. Sabendo que a dimensão nominal é de 35 mm, quais os valores dos afastamento superior (AS) e afastamento inferior (AI)? R.: AS = 0,06 mm e AI = -0,09 mm. Exemplo 2) Em caso de não informação de tolerância dimensional, qual norma pode ser utilizada para ser o padrão das tolerâncias gerais? NBR ISO 2768-1. 3) Qual o ajuste correto em um encaixe da figura ao lado? a) Ajuste forçado. b) Ajuste incerto. c) Ajuste indeterminado. d) Ajuste com interferência. e) Ajuste com folga. d) Ajuste com interferência. Por que esta resposta é a correta? O ajuste forçado é determinado com outro tipo de tabela. Ajuste indeterminado não é um tipo de ajuste. Ajuste com folga é dado apenas quando há folga no encaixe, ou seja, o menor valor do furo é maior do que o maior valor do eixo. Ajuste com interferência só existe quando há condição de interferência na montagem, ou seja, o menor valor do eixo é maior do que o maior valor do furo. E o incerto acontece quando há situações de interferência e folga. Eng. Mec. Me. Paulo C Wanderley 54 Eng. Mec. Me. Paulo C Wanderley BOA NOITE!
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