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ARQUIVOLOGIA PARA PG‐DF PROFESSORA: CAROLINA TEIXEIRA AULA 4 1 www.pontodosconcursos.com.br Olá, queridos alunos! Chegamos à nossa quarta e última aula! Como estamos no ritmo de estudos? Este último mês é importantíssimo na sua preparação, hein. Não é hora de desanimar, de deixar a peteca cair. Muito pelo contrário, anime-se! Sei que, com a chegada do Carnaval, dá aquela preguiça de estudar, aquela vontade de viajar, estar com os amigos, divertir-se... mas é preciso pensar que esta época de estudos exige de você um pouco de esforço, mas, depois, tudo será recompensado! Se você já está com viagem marcada no Carnaval, não estou querendo te julgar, olhe lá. No fundo, cada um é plenamente consciente das suas necessidades, inclusive de descanso. Para quem não vai viajar no Carnaval, mas está com vontade de aproveitar um pouco o feriado, eu sugiro uma técnica, que era o que eu fazia quando estudava. Escolha o período que você mais deseja aproveitar e, no outro, estude. Eu, por exemplo, prefiro o dia à noite. Então, em feriados em que eu desejava descansar, saia cedo, aproveitava o dia com os amigos e, lá pelas 16hs, voltava pra casa e estudava até o final da noite. Se você, por outro lado, prefere a noite ao dia, acorde cedo, estude e, à noite, divirta-se um pouco. A verdade é que não existe regra alguma para isto, mas acho que, se, para você, for inevitável descansar um pouco neste Carnaval, você deve tentar o equilíbrio, que tentei explicar acima. Bom, vamos à nossa aula? O Carnaval ainda está longe e, até lá, temos ainda muito trabalho pela frente. A verdade é que, quando eu era aluna, achava que ninguém sofria mais do que eu quando a banca de um concurso era desconhecida. Agora, do outro lado, vejo que ninguém sofre mais do que o professor, rsrs. Brincadeiras à parte, sei que você, concursando, é muito exigido, ao estudar para concursos de bancas sem tradição, mas o que quero dizer é que é, também, muito difícil preparar uma aula nesse caso. ARQUIVOLOGIA PARA PG‐DF PROFESSORA: CAROLINA TEIXEIRA AULA 4 2 www.pontodosconcursos.com.br A aula de hoje está bem light, mais tranqüila que as outras. É que, ao longo das aulas anteriores, avançamos na matéria e, para esta aula, sobraram poucos pontos do edital... A IADES usa termos não muito comuns em provas de arquivologia e entender o edital exige de mim muita pesquisa e preparação. Hoje, vamos estudar o tópico “organização de um arquivo”, que ainda não vimos nas aulas. Muitas vezes, em meus cursos de exercícios, eu trato de um tema, mas não consigo encontrar questões recentes sobre ele. Ainda assim, eu faço questão de falar sobre ele somente na teoria, para dormir com a consciência tranqüila. Foi assim no meu último curso de arquivologia, pro STM. Eu, na última aula, não encontrei questões sobre o método variadex, mas, como considero ele importante pra concursos, falei sobre ele, na teoria. E não é que ele caiu na prova? É isso que vai acontecer agora. Vamos falar sobre a organização de arquivos, na teoria. Pois o edital exigiu o tema expressamente e não encontrei questões recentes sobre ele. vamos lá? A organização dos arquivos é isto mesmo que você está pensando: a organização dos arquivos de uma instituição, rs. Ela pressupõe várias fases, que estudaremos uma a uma. São elas: - levantamento de dados; - análise dos dados coletados; - planejamento; - implantação e acompanhamento. 1) Levantamento de dados Vamos rever a definição de arquivo? “Consideram-se arquivos, para os fins desta Lei, os conjuntos de documentos produzidos e recebidos por órgãos públicos, instituições de caráter público e entidades privadas, em decorrência do exercício de atividades específicas, bem como por pessoa física, qualquer que seja o suporte da informação ou a natureza dos documentos.” ARQUIVOLOGIA PARA PG‐DF PROFESSORA: CAROLINA TEIXEIRA AULA 4 3 www.pontodosconcursos.com.br Bom, podemos perceber que parte essencial no levantamento dos dados é conhecer a entidade mantenedora do arquivo, sua estrutura, seus objetivos, seu funcionamento, etc. O levantamento dos dados deve começar, portanto, pela análise dos estatutos, atas, regimentos, organogramas, normas e de todos os documentos que possuem parte na constituição daquela instituição. Quando estes materiais estiverem em mãos, o arquivista deve fazer um exame destes documentos, esclarecendo, por exemplo, o seu gênero, espécie, estado de conservação, arranjo, estado de conservação dos documentos. Além disso, deve, também, fazer um levantamento sobre o local físico do arquivo, como os equipamentos utilizados, a localização, a iluminação, a umidade, etc. Ou seja, nesta fase, o arquivista fará, como diz o nome, um levantamento de todos os dados relevantes sobre este arquivo. 2) Análise dos dados coletados O livro da professora Marilena Leite Paes explica, em dois curtos e excelentes parágrafos, a que esta fase se propõe. Por isso, vou limitar-me a reproduzi-los aqui: “De posse de todos os dados mencionados no item anterior, o especialista estará habilitado a analisar objetivamente a real situação dos serviços de arquivo e a fazer seu diagnóstico para formular e propor as alterações e medidas mais indicadas, em cada caso, a serem adotadas no sistema a ser implantado. Em síntese, trata-se de verificar se estrutura, atividades e documentação de uma instituição correspondem à sua realidade operacional. O diagnostico seria, portanto, uma constatação dos pontos de atrito, de falhas ou lacunas existentes no complexo administrativo, enfim, das razões que impedem o funcionamento eficiente do arquivo”. Bem clara a explicação da professora, né? Passemos à próxima fase. 3) Planejamento Lá nas nossas primeiras aulas, estudamos os arquivos correntes, intermediários e permanentes, lembra-se (não tem jeito, você precisa estar afiado neste tema para a sua prova do dia 27, hein?!)? ARQUIVOLOGIA PARA PG‐DF PROFESSORA: CAROLINA TEIXEIRA AULA 4 4 www.pontodosconcursos.com.br Pois é, para os arquivos passarem de uma fase para outra, é preciso um planejamento muito bem fundamentado, que leve em conta as normas vigentes e, também, as necessidades da instituição. Segundo a professora Marilena Paes, para a elaboração desse plano, devem ser considerados os seguintes elementos: posição do arquivo na estrutura da instituição, centralização ou descentralização e coordenação dos serviços de arquivo, escolha de métodos de arquivamento adequados, estabelecimento de normas de funcionamento, recursos humanos, escolha das instalações e do equipamento, constituição de arquivos intermediário e permanente, recursos financeiros. Releia com atenção o parágrafo acima e perceba que, em algum momento do nosso curso, nós estudamos estes elementos: a centralização e descentralização dos arquivos, os métodos de arquivamento... Vamos, aqui, dar uma ênfase na parte das “instalações e equipamentos”, pois, dela, desmembra uma parte do edital, bem pequenininha: os modelos de pastas. Mas, antes de qualquer coisa, o que é uma pasta? Pasta é uma folha de papelão resistente, ou cartolina, dobrada ao meio, que serve para guardar e proteger os documentos. Pode ser suspensa, de corte reto, isto é, lisa, ou ter projeção. São divididas em: - individual ou pessoal: onde se guardam documentos referentes a um assunto ou pessoa em ordem cronológica; - miscelânia: onde se guardam documentos referentes a diversos assuntos ou diversas pessoas em ordem alfabética e dentro de cada grupo, pela ordenação cronológica. Bom, eu duvidaria que a banca pudesse cobrar uma questão específica sobre os tipos de pasta, mas, como está expresso no edital, precisamos estudar este tópico. Aqui, as figuras valem por si só. Basta olhar e entender que tipo de pasta é. Pasta suspensa: ARQUIVOLOGIA PARA PG‐DF PROFESSORA: CAROLINA TEIXEIRA AULA 4 5 www.pontodosconcursos.com.br Pasta com projeção: A terceira pasta é lisa, de corte reto ou corrida, que é a mais simples mesmo. É como a pasta acima,mas sem a projeção. Como o nome diz, é de corte reto e não entrecortado, como a acima. Ainda nesta fase do planejamento, há um importante elemento a ser estudado: a tabela de temporalidade. Ela tem tudo a ver com planejamento, não é mesmo? Na aula passada, vimos a sua definição. Vamos, agora, treinar alguns exercícios? Desta vez, do CESPE, que costuma cobrar mais este tópico, que eu considero importante para o seu concurso. 1. (CESPE – TRE/GO – Técnico Judiciário/Administrativa – 2009 – Adaptada) A destinação dos documentos é indicada pela tabela de temporalidade. Item certo. Você se lembra das 5 atividades típicas dos arquivos correntes? Pois bem, a última delas é a destinação: ARQUIVOLOGIA PARA PG‐DF PROFESSORA: CAROLINA TEIXEIRA AULA 4 6 www.pontodosconcursos.com.br 1 – Protocolo, incluindo recebimento e classificação, registro e movimentação; 2 – Expedição; 3 – Arquivamento; 4 – Empréstimo e consulta; 5 – Destinação. Última atividade dos arquivos correntes é a destinação, conceituada pela terminologia arquivística brasileira como: operações que se seguem à fase de avaliação dos documentos destinadas a promover sua guarda temporária ou permanente, sua eliminação ou sua microfilmagem. Alguns documentos têm valor temporário; outros, valor permanente e, por isso, não poderão, jamais, ser eliminados. A primeira fase desta etapa de destinação é analisar e avaliar os documentos para determinar se eles têm valor temporário ou permanente. Para auxiliar nesta decisão, há um instrumento, muitíssimo cobrado em concursos públicos, chamado tabela de temporalidade. A tabela de temporalidade, você já sabe, é o instrumento de destinação, aprovado pela autoridade competente, que estabelece prazos para a manutenção dos documentos em arquivos correntes ou intermediários ou para sua eliminação. Veja, mais uma vez, a definição da terminologia arquivística brasileira: “Instrumento de destinação, aprovado pela autoridade competente, que determina os prazos em que os documentos devem ser mantidos nos arquivos correntes e intermediários, ou recolhidos aos arquivos permanentes, estabelecendo critérios para microfilmagem e eliminação.” Veja o exemplo a seguir, da tabela de temporalidade de documentos de uma pessoa física: ARQUIVOLOGIA PARA PG‐DF PROFESSORA: CAROLINA TEIXEIRA AULA 4 7 www.pontodosconcursos.com.br Vamos observar a primeira linha da tabela: ela diz que os documentos de Imposto de Renda deverão ser mantidos por 5 anos, contados a partir do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. Os comprovantes de pagamento de compra de água, por sua vez, têm o prazo de guarda de 90 dias. Isto significa que, para a sua casa não ficar cheia de documentos velhos e inúteis, você pode eliminar as contas de água depois de 90 dias. Não é preciso decorar nenhum desses valores, é claro! A tabela acima serve apenas para você compreender, na prática, o que é uma tabela de temporalidade! Agora, já estamos prontos para responder ao item: sim, a destinação dos documentos é indicada pela tabela de temporalidade. Ficou fácil agora, né?! ARQUIVOLOGIA PARA PG‐DF PROFESSORA: CAROLINA TEIXEIRA AULA 4 8 www.pontodosconcursos.com.br 2. (CESPE – SEPLAG/DFTRANS – Analista de Transportes Urbanos/Arquivista – 2008) Os documentos de guarda temporária devem ser mantidos por cinco anos. Item errado. O tempo em que os documentos devem ser mantidos sob guarda temporária depende da natureza do documento. Este prazo é definido por meio da tabela de temporalidade e deve ser cuidadosamente analisado. O CESPE costuma, em suas provas de concursos públicos, perguntar se os documentos devem ser mantidos por um prazo qualquer de anos, sem fazer qualquer referência ao tipo de documento ou a sua tabela de temporalidade. Esses itens de prova são, de forma geral, errados. Existem documentos que, sob a guarda temporária, podem ser mantidos por, por exemplo, 1, 5 ou 100 anos e é impossível dizer, genericamente, sem a tabela de temporalidade, qual é este prazo. Eu poderia preparar uma aula inteira somente com exercícios exatamente iguais ao acima, afirmando que determinado documento deve ser mantido por um prazo X. A grande verdade é que não há como saber por quanto tempo o documento deve ser mantido sem a sua tabela de temporalidade. Fique atento a isto! 3. (CESPE – TRE/GO – Técnico Judiciário /Administrativa – 2009 – Adaptada) A destinação dos documentos é indicada pelo plano de classificação. Item errado. Sempre tem aquela questão que tenta confundir o candidato. Qual o nome do instrumento que mostra a destinação dos documentos? É a tabela de temporalidade, você já sabe! 4. (MPU – CESPE – 2010) A análise e a avaliação dos documentos para o estabelecimento dos prazos de guarda fazem parte da fase de destinação. Item certo. ARQUIVOLOGIA PARA PG‐DF PROFESSORA: CAROLINA TEIXEIRA AULA 4 9 www.pontodosconcursos.com.br Veja o que a autora Marilena Leite Paes diz sobre a fase de avaliação e destinação de documentos: “ talvez a mais complexa das três fases da gestão de documentos, se desenvolve mediante a análise e avaliação dos documentos acumulados nos arquivos, com vistas a estabelecer seus prazos de guarda, determinando quais serão objeto de arquivo permanente e quais serão eliminados por terem perdido o seu valor para a instituição.”. Portanto, chegamos à conclusão de que, na destinação dos documentos, atividade típica dos arquivos correntes, é feita a análise e a avaliação dos documentos para o estabelecimento dos prazos de guarda – fique atento a esta informação! 5. (MPU – CESPE – 2010) O processo de avaliação de um documento tem como resultado a elaboração da tabela de temporalidade do documento. Item certo. Acabamos de ver, no item acima, que, na fase de destinação, a análise e a avaliação dos documentos são feitas. Deste modo, dizer que o processo de avaliação de um documento tem como resultado a elaboração da tabela de temporalidade faz todo sentido! Para você não esquecer: a tabela de temporalidade é o instrumento de destinação, aprovado pela autoridade competente, que estabelece prazos para a manutenção dos documentos em arquivos correntes, intermediários ou permanentes ou para sua eliminação. Na tabela, está escrito, suponha, que os memorandos internos serão eliminados após 10 anos e os atos de aposentadoria somente após 150 anos. 6. (ABIN – CESPE – 2010) O instrumento que indica os prazos de guarda e a destinação final dos documentos, resultado direto do processo de avaliação, é denominado ARQUIVOLOGIA PARA PG‐DF PROFESSORA: CAROLINA TEIXEIRA AULA 4 10 www.pontodosconcursos.com.br código de classificação de documentos de arquivo da atividade-meio. Item errado Nem vamos precisar gastar muito tempo nesta questão. Qual o nome do instrumento que indica os prazos de guarda e a destinação final dos documentos, resultado direto do processo de avaliação? Isso mesmo, é a tabela de temporalidade! Tudo certo até aqui? Bom, só para você se situar em que momento estamos nesta aula. É tanta matéria que é comum se perder. Iniciamos a aula estudando a organização dos arquivos, que é formada por quatro fases. Já estudamos as três primeiras, a saber: levantamento de dados, análise dos dados coletados e planejamento (fase na qual vimos a tabela de temporalidade). Falta, portanto, estudarmos a última fase da organização dos arquivos: a implantação e acompanhamento. 4) Implantação e acompanhamento Como o nome diz, é a fase em que as normas elaboradas na etapa anterior serão implantadas, o que exigirá do responsável constante acompanhamento, para corrigir e ir adaptando quaisquer falhas ou vícios eventuais. Depois de implantados e testados os procedimentos é que deve-se elaborar o manual de arquivo, em que ficam registradas as instruções que irão garantir o funcionamento eficiente e uniforme do arquivo. Pronto! Acabamos, aqui, a matéria do nosso edital. Faltam, porém, eucumprir uma promessa: terminar de comentar as questões da IADES de arquivologia. ARQUIVOLOGIA PARA PG‐DF PROFESSORA: CAROLINA TEIXEIRA AULA 4 11 www.pontodosconcursos.com.br 7. (CONSELHO FEDERAL DE ADMINISTRAÇÃO – IADES – 2010) Como se classificam os arquivos, de acordo com seu estágio de evolução? (a) Os arquivos podem ser divididos entre arquivos mortos e pastas em movimento. (b) De acordo com o estágio de evolução, os arquivos podem ser genéricos, departamentais ou corporativos. (c) Os arquivos podem ser privados, públicos ou públicos com acesso restrito. (d) Eles se classificam em correntes, intermediários e permanentes. Viu como eu falei que as questões da IADES costumam ser fáceis? Eu venho adotando com você, neste curso, a metodologia de responder a todas as letras das questões de múltipla escolha, mostrando porque determinado item está certo ou errado. Nesta questão, entretanto, vamos direto à resposta, para não ficar redundante. Ora, eu disse a você, ainda na primeira aula, que os arquivos podem ser classificados, segundo seu estágio de evolução, em correntes, intermediários e permanentes. Resposta certa é letra “d”, portanto. Disse, ainda, que esta classificação é muitíssimo importante em concursos públicos e eu, no seu lugar, chegaria à prova com este tópico na ponta da língua. Lembra-se? GABARITO: D ARQUIVOLOGIA PARA PG‐DF PROFESSORA: CAROLINA TEIXEIRA AULA 4 12 www.pontodosconcursos.com.br 8. (CONSELHO FEDERAL DE ADMINISTRAÇÃO – IADES – 2010) Como se denomina o conjunto de documentos estritamente vinculados aos objetivos imediatos para os quais foram produzidos e recebidos no cumprimento de atividades fim e meio e que se conservam junto aos órgãos produtores em razão de sua vigência e da frequência com que são por eles consultados? (a) Documentação livre de uso (b) Documentos RAF (restricted Access file) (c) Arquivo corrente (d) Central Dinâmica de Arquivos e Documentos (CDAD) Considero esta questão fácil. Você não pode errá-la na hora da prova! Mesmo que um aluno da nossa turma não lembrasse, na hora da prova, o que é um arquivo corrente, ele, ainda assim, teria grandes chances de acertar a questão, pois, durante o curso, não tratamos de nenhuma outra alternativa, rs. Vamos rever o que são arquivos correntes? “Consideram-se arquivos correntes os conjuntos de documentos em curso ou que, mesmo sem movimentação, constituam objeto de consultas freqüentes.” São, como diz o item, aqueles que se conservam junto aos órgãos produtores em razão de sua vigência e da frequência com que são por eles consultados. Faz todo sentido, né? ARQUIVOLOGIA PARA PG‐DF PROFESSORA: CAROLINA TEIXEIRA AULA 4 13 www.pontodosconcursos.com.br GABARITO: C Bom, acabamos, agora, de ver toda a teoria do edital e, também, de resolver a todas as 4 questões de arquivologia que a IADES produziu ao longo de seus concursos, rs. Como eu acho (mais uma vez, é só mesmo um palpite, já que a banca não possui tradição na nossa matéria, em concursos públicos) que a prova exigirá bons conhecimentos da letra seca da lei, reproduzi, abaixo, a Lei nº 8.159 e farei, ainda, alguns comentários, que eu julgo lhe serem úteis durante o seu estudo. Os meus comentários estarão em vermelho e dentro de um box, para quem imprimir as aulas em preto e branco. LEI Nº 8.159, DE 08 DE JANEIRO DE 1991 Dispõe sobre a política nacional de arquivos públicos e privados e dá outras providências. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 1º É dever do Poder Público a gestão documental e a proteção especial a documentos de arquivos, como instrumento de apoio à administração, à cultura, ao desenvolvimento científico e como elementos de prova e informação. ARQUIVOLOGIA PARA PG‐DF PROFESSORA: CAROLINA TEIXEIRA AULA 4 14 www.pontodosconcursos.com.br Veja que a gestão documental é instrumento de apoio à administração, à cultura e ao desenvolvimento científico. É, também, elemento de prova e informação. É muito comum - muito mesmo - questões perguntando sobre o objetivo do arquivo, que é justamente este, servir de prova. Guarde isto! Art. 2º Consideram-se arquivos, para os fins desta Lei, os conjuntos de documentos produzidos e recebidos por órgãos públicos, instituições de caráter público e entidades privadas, em decorrência do exercício de atividades específicas, bem como por pessoa física, qualquer que seja o suporte da informação ou a natureza dos documentos. Não vou perder muito tempo desmembrando o artigo, pois já o fizemos, durante as primeiras aulas. Este é, na minha opinião, o artigo de lei mais exigido em arquivologia para concursos públicos. Eu destacaria a expressão “produzidos ou recebidos” que traduz bem essa particularidade do arquivo, que o distingue de bibliotecas ou museus - que podem, por exemplo, comprar ou permutar os arquivos. Na minha opinião, o trecho que mais confunde os alunos na hora da prova é “qualquer que seja o suporte da informação ou a natureza dos documentos”. Durante o estudo, os alunos não prestam atenção neste trecho e, na hora “h”, costumam achar que trata-se de um “peguinha” da banca. ARQUIVOLOGIA PARA PG‐DF PROFESSORA: CAROLINA TEIXEIRA AULA 4 15 www.pontodosconcursos.com.br É muito comum, em provas de concursos públicos, a mera reprodução do artigo! Art. 3º Considera-se gestão de documentos o conjunto de procedimentos e operações técnicas referentes à sua produção, tramitação, uso, avaliação e arquivamento em fase corrente e intermediária, visando a sua eliminação ou recolhimento para guarda permanente. Gestão de documentos não está no seu edital, mas vale a pena dar uma conferida na definição trazida pela lei. Art. 4º Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular ou de interesse coletivo ou geral, contidas em documentos de arquivos que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado, bem como à inviolabilidade da intimidade, da vida privada, da honra e da imagem das pessoas. O que o artigo está dizendo é que: a) As informações constantes em órgãos públicos referentes ao interesse particular de um cidadão ou de interesse coletivo ou geral são, em regra, acessíveis; b) Todavia, as informações cujo sigilo é imprescindível à segurança da sociedade e do Estado, bem como à inviolabilidade da intimidade, da vida privada, da honra e da imagem das pessoas são a exceção da regra acima e, portanto, são inacessíveis. ARQUIVOLOGIA PARA PG‐DF PROFESSORA: CAROLINA TEIXEIRA AULA 4 16 www.pontodosconcursos.com.br Art. 5º A administração pública franqueará a consulta aos documentos públicos na forma da Lei. Art. 6º Fica resguardado o direito de indenização pelo dano material ou moral decorrente da violação do sigilo, sem prejuízo das ações penal, civil e administrativa. CAPÍTULO II DOS ARQUIVOS PÚBLICOS Art. 7º Os arquivos públicos são os conjuntos de documentos produzidos e recebidos, no exercício de suas atividades, por órgãos públicos de âmbito federal, estadual, do Distrito Federal e municipal em decorrência de suas funções administrativas, legislativas e judiciárias. § 1º São também públicos os conjuntos de documentos produzidos e recebidos por instituições de caráter público, por entidades privadas encarregadas da gestão de serviços públicos no exercício de suas atividades. § 2º A cessação de atividade de instituições públicas e de caráter público implica o recolhimento de sua documentação à instituição arquivística pública ou a sua transferência à instituição sucessora. Art. 8º Os documentos públicos são identificados como correntes, intermediários e permanentes. Muitíssimo importante isto! ARQUIVOLOGIA PARA PG‐DF PROFESSORA: CAROLINATEIXEIRA AULA 4 17 www.pontodosconcursos.com.br § 1º Consideram-se documentos correntes aqueles em curso ou que, mesmo sem movimentação, constituam objeto de consultas freqüentes. Na minha opinião, este é o segundo artigo da lei mais cobrado em concursos públicos. Leia e releia-o, mas tenho certeza que, com pouco esforço, você já estará com ele memorizado. Portanto, são documentos correntes: - os documentos em curso; - os documentos, que são movimentados, que sejam objeto de consultas frequentes ; e - os documentos, ainda que não movimentados, que sejam objeto de consultas frequentes. § 2º Consideram-se documentos intermediários aqueles que, não sendo de uso corrente nos órgãos produtores, por razões de interesse administrativo, aguardam a sua eliminação ou recolhimento para guarda permanente. A definição de documentos intermediários também é importante para a sua prova! Mais uma vez, leia e releia o artigo da lei! § 3º Consideram-se permanentes os conjuntos de documentos de valor histórico, probatório e informativo que devem ser definitivamente preservados. ARQUIVOLOGIA PARA PG‐DF PROFESSORA: CAROLINA TEIXEIRA AULA 4 18 www.pontodosconcursos.com.br Muitos alunos titubeiam, na hora da prova, por conta da palavra “definitivamente”. É isso aí mesmo, os documentos permanentes são aqueles que são preservados definitivamente. Além disso, são aqueles que possuem valor histórico, probatório e informativo. É correto dizer, também, que eles possuem valor secundário. Art. 9º A eliminação de documentos produzidos por instituições públicas e de caráter público será realizada mediante autorização da instituição arquivística pública, na sua específica esfera de competência. Art. 10 Os documentos de valor permanente são inalienáveis e imprescritíveis. Guarde isto! CAPÍTULO III DOS ARQUIVOS PRIVADOS Este capítulo, de forma geral, é menos importante que o anterior, já que, via de regra, os arquivos, em um órgão público que realiza concurso público, são também públicos. Art. 11 Consideram-se arquivos privados os conjuntos de documentos produzidos ou recebidos por pessoas físicas ou jurídicas, em decorrência de suas atividades. ARQUIVOLOGIA PARA PG‐DF PROFESSORA: CAROLINA TEIXEIRA AULA 4 19 www.pontodosconcursos.com.br Art. 12 Os arquivos privados podem ser identificados pelo Poder Público como de interesse público e social, desde que sejam considerados como conjuntos de fontes relevantes para a história e desenvolvimento científico nacional. Art. 13 Os arquivos privados identificados como de interesse público e social não poderão ser alienados com dispersão ou perda da unidade documental, nem transferidos para o exterior. Parágrafo único - Na alienação desses arquivos o Poder Público exercerá preferência na aquisição. Art. 14 O acesso aos documentos de arquivos privados identificados como de interesse público e social poderá ser franqueado mediante autorização de seu proprietário ou possuidor. Art. 15 Os arquivos privados identificados como de interesse público e social poderão ser depositados a título revogável, ou doados a instituições arquivísticas públicas. Art. 16 Os registros civis de arquivos de entidades religiosas produzidos anteriormente à vigência do Código Civil ficam identificados como de interesse público e social. CAPÍTULO IV DA ORGANIZAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO DE INSTITUIÇÕES ARQUIVÍSTICAS PÚBLICAS Este capítulo é, para mim, pouquíssimo importante, já que trata de coisas que são raramente cobradas em concursos públicos. ARQUIVOLOGIA PARA PG‐DF PROFESSORA: CAROLINA TEIXEIRA AULA 4 20 www.pontodosconcursos.com.br Art. 17 A administração da documentação pública ou de caráter público compete às instituições arquivísticas federais, estaduais, do Distrito Federal e municipais. § 1� São Arquivos Federais o Arquivo Nacional do Poder Executivo, e os arquivos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário. São considerados, também, do Poder Executivo os arquivos do Ministério da Marinha, do Ministério das Relações Exteriores, do Ministério do Exército e do Ministério da Aeronáutica. § 2º São Arquivos Estaduais o arquivo do Poder Executivo, o arquivo do Poder Legislativo e o arquivo do Poder Judiciário. § 3º São Arquivos do Distrito Federal o arquivo do Poder Executivo, o arquivo do Poder Legislativo e o arquivo do Poder Judiciário. § 4º São Arquivos Municipais o arquivo do Poder Executivo e o arquivo do Poder Legislativo. § 5º Os arquivos públicos dos Territórios são organizados de acordo com sua estrutura político-jurídica. Art. 18 Compete ao Arquivo Nacional a gestão e o recolhimento dos documentos produzidos e recebidos pelo Poder Executivo Federal, bem como preservar e facultar o acesso aos documentos sob sua guarda, e acompanhar e implementar a política nacional de arquivos. Parágrafo único - Para o pleno exercício de suas funções, o Arquivo Nacional poderá criar unidades regionais. Art. 19 Competem aos arquivos do Poder Legislativo Federal a gestão e o recolhimento dos documentos produzidos e recebidos pelo Poder ARQUIVOLOGIA PARA PG‐DF PROFESSORA: CAROLINA TEIXEIRA AULA 4 21 www.pontodosconcursos.com.br Legislativo Federal no exercício de suas funções, bem como preservar e facultar o acesso aos documentos sob sua guarda. Art. 20 Competem aos arquivos do Poder Judiciário Federal a gestão e o recolhimento dos documentos produzidos e recebidos pelo Poder Judiciário Federal no exercício de suas funções, tramitados em juízo e oriundos de cartórios e secretarias, bem como preservar e facultar o acesso aos documentos sob sua guarda. Art. 21 Legislação Estadual, do Distrito Federal e municipal definirá os critérios de organização e vinculação dos arquivos estaduais e municipais, bem como a gestão e o acesso aos documentos, observado o disposto na Constituição Federal, e nesta Lei. CAPÍTULO V DO ACESSO E DO SIGILO DOS DOCUMENTOS PÚBLICOS Art. 22 É assegurado o direito de acesso pleno aos documentos públicos. Costuma cair em provas. Art. 23 Decreto fixará as categorias de sigilo que deverão ser obedecidas pelos órgãos públicos na classificação dos documentos por eles produzidos. § 1º Os documentos cuja divulgação ponha em risco a segurança da sociedade e do Estado, bem como aqueles necessários ao resguardo da inviolabilidade da intimidade, da vida privada, da honra e da imagem das pessoas são originalmente sigilosos. ARQUIVOLOGIA PARA PG‐DF PROFESSORA: CAROLINA TEIXEIRA AULA 4 22 www.pontodosconcursos.com.br Este parágrafo é uma exceção ao artigo anterior. § 2º O acesso aos documentos sigilosos referentes à segurança da sociedade e do Estado será restrito por um prazo máximo de 30 (trinta) anos, a contar da data de sua produção, podendo esse prazo ser prorrogado, por uma única vez, por igual período. § 3º O acesso aos documentos sigilosos referentes à honra e a imagem das pessoas será restrito por um prazo máximo de 100 (cem) anos, a contar da data de sua produção. Como a matéria deste concurso é pequena, eu faria um esforço para memorizar a diferença destes prazos, acima. Art. 24 Poderá o Poder Judiciário, em qualquer instância, determinar a exibição reservada de qualquer documento sigiloso, sempre que indispensável à defesa de direito próprio ou esclarecimento de situação pessoal da parte. Parágrafo único Nenhuma norma de organização administrativa será interpretada de modo a, por qualquer forma, restringir o disposto neste artigo. DISPOSIÇÕES FINAIS Art. 25 Ficará sujeito à responsabilidade penal, civil e administrativa, na forma da legislação em vigor, aquele que desfigurar ou destruir documentos de valor permanente ou considerado como de interesse público e social. Art. 26 Fica criado o Conselho Nacional de Arquivos - CONARQ , órgão vinculado ao Arquivo Nacional, que definirá a política nacional ARQUIVOLOGIA PARA PG‐DF PROFESSORA: CAROLINA TEIXEIRA AULA 4 23www.pontodosconcursos.com.br de arquivos, como órgão central de um Sistema Nacional de Arquivos - SINAR. § 1º O Conselho Nacional de Arquivos será presidido pelo Diretor- Geral do Arquivo Nacional e integrado por representantes de instituições arquivísticas e acadêmicas, públicas e privadas. § 2º A estrutura e funcionamento do Conselho criado neste artigo serão estabelecidos em regulamento. Art. 27 Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Art. 28 Revogam-se as disposições em contrário. Brasília, em 08 de janeiro de 1991. Queridos alunos, Chegamos ao fim do nosso curso! Espero que vocês tenham gostado das aulas. Eu vou entrar de férias na semana que vem, mas volto na semana do dia 20, a semana do concurso. Portanto, se você me procurar depois do dia 02 de março no fórum, eu vou demorar alguns dias para responder, mas pode ficar tranqüilo que, até a data da sua prova, eu irei zerar as dúvidas. Por fim, gostaria de pedir aos colegas que gostaram do nosso curso o favor de indicar o meu livro aos amigos: “Arquivologia para Concursos”, da Editora Método. Também tenho outro livro, publicado pela mesma editora, chamado “Administração de Recursos Materiais para Concursos”, com teoria e exercícios do CESPE comentados. A segunda edição dos livros deve sair no meio do ano. Em breve, devo lançar, aqui no Ponto, a série 1001 Questões de Arquivologia, também do CESPE. ARQUIVOLOGIA PARA PG‐DF PROFESSORA: CAROLINA TEIXEIRA AULA 4 24 www.pontodosconcursos.com.br Desejo a você tudo de bom! Que Deus lhe abençoe e ótima prova na PG-DF! Um forte abraço e força na peruca, Carolina Teixeira. carolina@pontodosconcursos.com.br ARQUIVOLOGIA PARA PG‐DF PROFESSORA: CAROLINA TEIXEIRA AULA 4 25 www.pontodosconcursos.com.br QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA 1. (CESPE – TRE/GO – Técnico Judiciário/Administrativa – 2009 – Adaptada) A destinação dos documentos é indicada pela tabela de temporalidade. 2. (CESPE – SEPLAG/DFTRANS – Analista de Transportes Urbanos/Arquivista – 2008) Os documentos de guarda temporária devem ser mantidos por cinco anos. 3. (CESPE – TRE/GO – Técnico Judiciário /Administrativa – 2009 – Adaptada) A destinação dos documentos é indicada pelo plano de classificação. 4. (MPU – CESPE – 2010) A análise e a avaliação dos documentos para o estabelecimento dos prazos de guarda fazem parte da fase de destinação. 5. (MPU – CESPE – 2010) O processo de avaliação de um documento tem como resultado a elaboração da tabela de temporalidade do documento. 6. (ABIN – CESPE – 2010) O instrumento que indica os prazos de guarda e a destinação final dos documentos, resultado direto do processo de avaliação, é denominado código de classificação de documentos de arquivo da atividade-meio. 7. (CONSELHO FEDERAL DE ADMINISTRAÇÃO – IADES – 2010) Como se classificam os arquivos, de acordo com seu estágio de evolução? (e) Os arquivos podem ser divididos entre arquivos mortos e pastas em movimento. (f) De acordo com o estágio de evolução, os arquivos podem ser genéricos, departamentais ou corporativos. ARQUIVOLOGIA PARA PG‐DF PROFESSORA: CAROLINA TEIXEIRA AULA 4 26 www.pontodosconcursos.com.br (g) Os arquivos podem ser privados, públicos ou públicos com acesso restrito. (h) Eles se classificam em correntes, intermediários e permanentes. 8. (CONSELHO FEDERAL DE ADMINISTRAÇÃO – IADES – 2010) Como se denomina o conjunto de documentos estritamente vinculados aos objetivos imediatos para os quais foram produzidos e recebidos no cumprimento de atividades fim e meio e que se conservam junto aos órgãos produtores em razão de sua vigência e da frequência com que são por eles consultados? (e) Documentação livre de uso (f) Documentos RAF (restricted Access file) (g) Arquivo corrente (h) Central Dinâmica de Arquivos e Documentos (CDAD) ARQUIVOLOGIA PARA PG‐DF PROFESSORA: CAROLINA TEIXEIRA AULA 4 27 www.pontodosconcursos.com.br GABARITO DAS QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA 1. C 2. E 3. E 4. C 5. C 6. E 7. D 8. C
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