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apg pares de nervos cranianos

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APG problema :E agora, Mário?
Abertura:11.09.21
Fechamento:13/09/21.
Objetivos 
1°. Estudar o tronco encefálico, seus componentes e funções.
2°. Compreender o que caracteriza a morte cerebral.
3°. conhecer os nervos cranianos (5°,7°,9°,10°,11°,12°). e revisar os arcos reflexos do encéfalo.
01°. Estudar o tronco encefálico, seus componentes e funções.
1.1°. Parte do encéfalo mais inferior antes dele se comunicar com a medula espinhal.
1.2°. estrutura chave porque vai estar num local que facilita a comunicação com as vias mais superiores e inferiores 
decussação das pirâmides e o que gera a lesão a se manifestar do lado oposto, pois ela gera essa comunicação.
· O tronco encefálico é a parte do sistema nervoso central (SNC) localizada entre o diencéfalo e a medula espinal. Encontra-se a frente do cerebelo e juntamente com ele delimita o IV ventrículo.
· Há simetria na anatomia do SNC, dessa forma, a maioria das estruturas citadas aparece tanto do lado direito quanto do lado esquerdo do tronco.
· Apesar de ser uma região pequena, é essencial para a manutenção da vida.
· Além disso, abriga os núcleos de 10 dos 12 pares de nervos cranianos – NC - (exceto nervos olfatório e óptico) e permite passagem de fibras nervosas ascendentes e descendentes, conectando áreas distantes do SNC.
· É dividido em três regiões: mesencéfalo, ponte e bulbo (medula oblonga)
BULBO OU MEDULA OBLONGA
O bulbo, a porção mais caudais do tronco encefálico, tem uma porção fechada, similar e contínua com medula espinal e uma porção superior aberta, com vários acidentes anatômicos. É limitado inferiormente pelo plano que passa acima do primeiro filamento radicular da medula espinal, no nível do forame magno e superiormente pelo sulco bulbo-pontino, que o separa da ponte.
Na vista anterior, é possível observar as pirâmides bulbares, constituídas por fibras do trato corticospinal, responsáveis pela motricidade do corpo. Logo abaixo das pirâmides, parte dessas fibras cruza o plano mediano, apagando a fissura mediana anterior formando a decussação das pirâmides e se conectando como via final motora com o lado oposto da medula. A título de curiosidade, você já deve ter ouvido falar sobre acidentes vasculares encefálicos ou “derrames cerebrais” que geram paralisia do lado contralateral dos membros. Isso ocorre devido a este cruzamento das fibras no bulbo!
Ao lado de cada pirâmide há a oliva, região com intensa densidade de neurônios do núcleo olivar inferior, essencial para a aprendizagem motora.
Anteriormente à a oliva, no sulco pré-olivar surge o nervo hipoglosso (NCXII) e posteriormente a ela, no sulco retro olivar, emergem outros três nervos cranianos: de cima para baixo, nervos glossofaríngeos (NCIX), vago (NCX) e a raiz bulbar do nervo acessório (NCXI).
Na vista posterior do bulbo, sua porção aberta forma a parte inferior do assoalho do IV ventrículo. Inferior e lateralmente ao assoalho há duas elevações no bulbo, o tubérculo do núcleo grácil mais medial e o tubérculo do núcleo cuneiforme mais lateral, que recebem as fibras ascendentes da medula dos fascículos grácil e cuneiforme. Parte das fibras provenientes dos tubérculos é direcionada para o cerebelo por meio do pedúnculo cerebelar inferior.
PONTE
Na vista anterior, em toda a sua extensão, a ponte tem aspecto estriado devido à presença de fibras transversas, que seguem em direção ao cerebelo e formam o pedúnculo cerebelar médio. O nervo trigêmeo (V) emerge a frente do pedúnculo cerebelar médio constituído por uma raiz motora fina e uma grossa raiz sensitiva. Medialmente na ponte, há o sulco basilar que acomoda a artéria basilar.
No sulco bulbo-pontino emergem de medial para lateral: nervo abducente (VI), nervo facial (VII) e nervo vestíbulo-coclear (VIII). O nervo facial é dividido em raiz motora e uma raiz sensitiva, chamada de nervo intermédio, na sua porção lateral. Acometimentos na região mais lateral do sulco bulbo-pontino levam à Síndrome do ângulo ponto cerebelar, com sintomatologia ampla devido à lesão dos Nc VII e VIII.
ASSOALHO DO IV VETRÍCULO (fossa romboide)
Formado pela região posterior (dorsal) da ponte e do bulbo. Dentre os
acidentes anatômicos, é importante identificar:
• Locus ceruleus – com neurônios escuros (produtores de melanina) que
nos despertam do sono para a vigília diurna.
• Colículo facial – formado por fibras do nervo facial (joelho) que contornam o núcleo do nervo abducente, na ponte.
• Área vestibular - contém neurônios que integram a via auditiva.
• Trígono do nervo Vago - contém o núcleo posterior do vago, núcleo motor que promove o peristaltismo, por exemplo.
• Trígono do Hipoglosso - contém o núcleo do nervo hipoglosso, que realiza a motricidade da língua.
• Área postrema - relacionada ao reflexo do vômito.
MESENCÉFALO
É a porção superior do tronco encefálico. Na vista anterior é possível ver os pedúnculos cerebrais, constituídos pelas fibras descendentes motoras do trato corticospinal. Observe que esse trato nasce em áreas motoras do córtex cerebral, desce passando pelo pedúnculo cerebral, ponte, pirâmides bulbares e
cruza parcialmente na decussação das pirâmides.
Entre os pedúnculos cerebrais há a fossa interpeduncular, de onde emerge o
nervo oculomotor (III), que movimenta o bulbo do olho em conjunto com os nervos troclear (IV) e abducente (VI). Na vista posterior, há os colículos superiores que integram a via auditiva e os colículos inferiores que integram reflexos visuais. O nervo troclear (IV) surge abaixo dos colículos inferiores e é o único nervo que emerge da região dorsal do tronco encefálico.
Há um canal na porção interna, o aqueduto do mesencéfalo, que conecta o III ao IV ventrículo. Ao redor do aqueduto, está a substância cinzenta periaquedutal, importante para regulação da dor.
Posteriormente ao aqueduto está a região do teto do mesencéfalo com os colículos superiores e inferiores. Todo resto a frente do aqueduto é chamado de pedúnculo cerebral que possui o tegmento, porção interna, e uma base protrusa composta do pedúnculo cerebral (crus cerebri) e substância negra, região escura devido à presença de neurônios produtores de melanina, que integram circuitos motores.
02°. Compreender o que caracteriza a morte cerebral.
A morte cerebral, também conhecida como morte encefálica, é a perda irreversível de todas as funções do cérebro, incluindo o tronco cerebral, que é a região responsável por controlar a respiração, os batimentos cardíacos e a pressão arterial, além dos movimentos e audição. Isto significa que uma pessoa com morte cerebral não tem capacidade de manter as funções vitais do corpo, como respirar sozinho e nem responder a estímulos.
Possíveis causas
A morte cerebral pode acontecer quando o fornecimento de sangue ou oxigênio para o cérebro é interrompido, o que pode ser causado por:
1. Traumatismo craniano;
2. Parada cardiorrespiratória;
3. Infarto;
4. Derrame cerebral (AVC);
5. Inchaço no cérebro;
6. Infecções no cérebro como encefalite;
7. Hemorragia cerebral;
8. Embolia;
9. Aneurisma cerebral;
10. Aumento da pressão intracraniana;
11. Tumor no cérebro;
12. Overdose;
13. Hipoglicemia grave.
Estas e outras causas levam a um inchaço do cérebro, conhecido cientificamente como edema cerebral, que associado a impossibilidade de expansão devido ao crânio, leva à compressão, à diminuição da atividade cerebral e a danos irreversíveis no sistema nervoso central.
Principais sinais e sintomas
Os sinais que indicam que se trata de uma morte cerebral, e que a pessoa não irá se recuperar, são: 
Ausência de respiração espontânea, ou seja, a pessoa não consegue respirar sozinha, sendo a respiração mantida com ajuda de aparelhos ;
Ausência de dor ou de resposta a estímulos, como picar uma agulha no corpo ou tocar no globo ocular da pessoa;
Ausência de contração das pupilas dos olhos, quando estimulada por uma fonte de luz como lanterna, por exemplo;
Não engasgar quando algo é colocado na parte superior da garganta.
Na presença desses sinais e sintomas, os médicos devem confirmar o diagnóstico através da realizaçãode testes para morte cerebral.
Como confirmar o diagnóstico
O diagnóstico da morte cerebral deve ser feito por dois médicos diferentes, mediante a observação dos sintomas e através de exames que devem ser realizados em dois dias diferentes, que incluem:
Teste de reação das pupilas utilizando uma lanterna para verificar se as pupilas se contraem quando expostas à luz; 
Teste de sensibilidade dos olhos para avaliar se a pessoa reage quando se encosta um tecido ou pedaço de algodão no globo ocular;
Avaliação da resposta à estímulos ao aplicar pressão na testa e no nariz;
Teste de movimento dos olhos inserindo água gelada em cada orelha para ver se a pessoa movimenta os olhos ao receber esse estímulo;
Antes de iniciar os testes para confirmar a morte cerebral, os médicos devem realizar uma série de exames e verificações para garantir que os sintomas não sejam causados por outros fatores como overdose de drogas, venenos ou medicamentos, hipotermia, hipotireoidismo, encefalite do tronco cerebral, encefalopatia causada por insuficiência hepática ou síndrome de Guillain-Barré, por exemplo. 
03°.conhecer os nervos cranianos (5°,7°,9°,10°,11°,12°). e revisar os arcos reflexos do encéfalo.
Arco reflexo medular 
Dentre os reflexos medulares está o reflexo flexor ou de retirada. Este reflexo é caracterizado pela retirada de um membro do corpo frente a estímulos como dor, picada e calor.
Um exemplo é quando encostamos a mão no fogo: não precisamos ver ou mesmo sentir a dor para que a resposta reflexa seja desencadeada e nossa mão seja retirada (reflexo flexor ou de retirada). Isso ocorre graças à integração, na medula, da ativação dos neurônios sensitivos com os neurônios motores e, consequente excitação dos músculos flexores e
recíproco relaxamento ou inibição dos músculos extensores. A flexão de um membro acompanhada da reação contralateral do membro oposto é denominada reflexo extensor cruzado. No entanto, para que este reflexo seja observado o estímulo tem que ser suficientemente forte para atingir os interneurônios, com limiar de ativação mais alto, que fazem parte do circuito neuronal do reflexo extensor cruzado. A necessidade do envolvimento dos músculos contralaterais neste tipo de reflexo tem a função de dar suporte postural durante a retirada do membro afetado frente
ao estímulo da dor.
Outro reflexo medular associado a movimentos musculares é o reflexo de locomoção, como o caso do reflexo natatório. Observações em animais experimentais mostram que um padrão rítmico básico dos movimentos dos membros durante a locomoção ou natação podem não ser dependentes de estímulos sensoriais e tão pouco dependentes de centros nervosos superiores
OS REFLEXOS
Os reflexos são os movimentos mais simples, operados por circuitos de neurônios (os arcos reflexos) contidos na medula ou no tronco encefálico. Nesse
contexto, os músculos ativados reflexamente são determinados pelo local de estimulação. Além disso, a força empregada e a duração da resposta dependem da intensidade do estímulo.
O arco reflexo
O estímulo é transmitido da fibra sensitiva de um nervo aferente até a medula espinhal, passando pela raíz nervosa dorsal. Uma vez na medula ou no encéfalo, o estímulo é transformado em uma ordem de ação por neurônios associativos. Tal ação, então, sai da medula pela raíz nervosa ventral e é enviada através das fibras motoras/eferentes ao órgão efetor. Essa sequência de eventos forma um "arco", sendo por isso chamado de arco reflexo
! Fique Ligado!
• Lesões graves no encéfalo ou na medula, comprometem os atos reflexos. Por isso testamos reflexos, como o reflexo pupilar, quando nos deparamos com um paciente com suspeita de grave lesão neurológica. Por exemplo, em um indivíduo com rebaixamento do nível de consciência, pupilas não reativas sugerem lesão mesencefálica.
• O reflexo patelar é um tipo de reflexo miotático. A ausência ou diminuição deste reflexo é conhecida como sinal de Westphal.
REFERÊNCIAS
Guyton, A.C. & Hall, J.E. 2006. Tratado de Fisiologia Médica. 11a edição, Elsevier -Pensilvania, E.U.A. 116 p.
Silverthorn, D.U. 2003. Fisiologia Humana. Uma Abordagem Integrada. 2ª edição, Editora Manole - São Paulo, Brasil.

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