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Felipe Lima Santos - MED 3º SEM 
GERIATRIA 
SP5 – QUERO IR EMBORA 
Nessa situação problema, teremos os seguintes objetivos de estudo: 
• Estudar envelhecimento do sistema endócrino; 
• Entender o conceito, prevalência, diagnóstico e prevenção da depressão 
geriátrica (DSM-V e Escala de Depressão Geriátrica); 
• Discutir acerca do Estatuto do Idoso (maus-tratos); 
• Discutir sobre a Insuficiência Familiar na pessoa idosa; 
• Compreender o funcionamento das ILPIs. 
Tireoide_____________________________________________________________ 
Geralmente os valores de tiroxina (T4) e triiodotironina (T3) estão em níveis 
normais baixos e os do TSH normais altos. O hormônio tireoestimulante (TSH) 
elevado e a T4 normal podem ocorrer devido à manutenção da imunorreatividade 
do TSH nas análises laboratoriais, porém com ação biologicamente menos ativa. 
A diminuição dos hormônios tireoidianos, especialmente a conversão de T4 em 
T3, sugere uma ação protetora para o organismo contra o catabolismo, levando 
à diminuição da taxa do metabolismo basal (46 kcal em homens e 43 em 
mulheres de 14 a 16 anos para 35 e 33 de 70 a 80 anos, respectivamente) e ao 
aumento progressivo do tecido adiposo corporal. Este, metabolicamente menos 
ativo que a massa magra, diminui a demanda pelo hormônio tireoidiano, 
fechando o ciclo. Os hormônios tireoidianos estimulam o consumo de oxigênio 
em quase todos os tecidos, aumentando a taxa do metabolismo celular e 
contribuindo para a manutenção da temperatura corporal. Seu efeito calorigênico 
diminui com o aumento da idade, aumentando a suscetibilidade de hipotermia 
nos idosos. A resposta ao calor também está comprometida devido à menor 
sudorese. A redução da resposta febril ao ataque de diferentes agentes se dá 
pela incompetência termo regulatória observada, em que a participação dos 
hormônios tireoidianos, junto com a resposta termostática do hipotálamo, é 
fundamental. 
O aumento do colesterol sérico, assim como das lipoproteínas de baixa 
densidade, observado no envelhecimento, pode ser devido ao declínio da função 
tireoidiana. 
 
Felipe Lima Santos - MED 3º SEM 
Paratireoide_________________________________________________________ 
As glândulas para tireoidianas, responsáveis pela secreção dos hormônios para 
tireoidiano (PTH) e calcitonina, parecem não alterar suas funções de forma 
marcante. Algumas diferenças étnicas e de gênero têm sido observadas. 
Mulheres negras e asiáticas, pós-menopausa, apresentam baixos níveis de PTH 
e elevados níveis de cálcio em relação às mulheres brancas. Os homens 
mantêm baixos níveis desse hormônio, coincidindo com menor incidência de 
osteoporose que as mulheres. Já o aumento do PTH pode ser devido a piora do 
clearance renal ou acúmulo de fragmentos biologicamente inativos. Pode ser 
ainda uma resposta compensatória pela redução de cálcio intestinal. 
Os níveis do cálcio sérico são mantidos ao longo da vida, porém o mecanismo 
da regulação muda com o avanço da idade. Sabe-se que a manutenção dos 
níveis plasmáticos do cálcio, na infância e na fase adulta, é mantida mediante 
ingesta de cálcio sem perda óssea. Na idade avançada a calcemia é mantida 
pela reabsorção do cálcio ósseo mais do que pela absorção intestinal do cálcio 
ofertado pela dieta ou pela reabsorção do mineral pelo rim. Uma possível 
explicação para essa mudança pode ser uma diminuição na capacidade do PTH 
de estimular a produção da forma ativa da vitamina D, a qual estimula a absorção 
de cálcio intestinal. 
Embora a reabsorção óssea seja reconhecida quando o PTH está elevado, 
existem evidências de que a administração intermitente do PTH aumenta a força 
mecânica e a massa óssea pela transformação das células precursoras em 
osteoblastos. Este hormônio também aumenta a formação óssea, prevenindo a 
apoptose dos osteoblastos. 
Hipófise______________________________________________________________ 
Com o envelhecimento, a hipófise aumenta de volume, e as alterações 
bioquímicas que aí ocorrem variam de indivíduo para indivíduo. Os níveis de 
melatonina tanto diurnos quanto noturnos diminuem na maioria das pessoas, 
interferindo no sono, visto que este hormônio tem efeito hipnótico. Este hormônio 
também apresenta ação protetora contra os danos oxidativos. 
A intolerância à glicose com o envelhecimento é devida a vários fatores, além da 
diminuição da insulina. Os mecanismos que levam ao surgimento da intolerância 
à glicose com o envelhecimento ainda não estão completamente esclarecidos. 
Parece haver uma exaustão progressiva do turnover das células β. O fato é que 
ocorre menor resposta dos tecidos à glicose e à insulina. 
 
 
 
Felipe Lima Santos - MED 3º SEM 
Conceito e prevalência 
A depressão consiste em enfermidade mental frequente no idoso, associada a 
elevado grau de sofrimento psíquico. Na população geral, a depressão tem 
prevalência em torno de 15%; em idosos vivendo na comunidade, essa 
prevalência situa-se entre 2 e 14% e em idosos que residem em instituições, a 
prevalência da depressão chega a 30%. 
No idoso, a depressão tem sido caracterizada como uma síndrome que envolve 
inúmeros aspectos clínicos, etiopatogênicos e de tratamento. Quando de início 
tardio, freqüentemente associa-se a doenças clínicas gerais e a anormalidades 
estruturais e funcionais do cérebro. Se não tratada, a depressão aumenta o risco 
de morbidade clínica e de mortalidade, principalmente em idosos hospitalizados 
com enfermidades gerais. 
As causas de depressão no idoso configuram-se dentro de um conjunto amplo 
de componentes onde atuam fatores genéticos, eventos vitais, como luto e 
abandono, e doenças incapacitantes, entre outros. Cabe ressaltar que a 
depressão no idoso freqüentemente surge em um contexto de perda da 
qualidade de vida associada ao isolamento social e ao surgimento de doenças 
clínicas graves. 
Enfermidades crônicas e incapacitantes constituem fatores de risco para 
depressão. Sentimento de frustração perante os anseios de vida não realizados 
e a própria história do sujeito marcada por perdas progressivas - do 
companheiro, dos laços afetivos e da capacidade de trabalho - bem como o 
abandono, o isolamento social, a incapacidade de reengajamento na atividade 
produtiva, a ausência de retorno social do investimento escolar, a aposentadoria 
que mina os recursos mínimos de sobrevivência, são fatores que comprometem 
a qualidade de vida e predispõem o idoso ao desenvolvimento de depressão. 
Diagnóstico__________________________________________________________ 
O diagnóstico da depressão passa por várias etapas: anamnese detalhada, com 
o paciente e com familiares ou cuidadores, exame psiquiátrico minucioso, exame 
clínico geral, avaliação neurológica, identificação de efeitos adversos de 
medicamentos, exames laboratoriais e de neuroimagem. Estes são 
procedimentos preciosos para o diagnóstico da depressão, intervenção 
psicofarmacológica e prognóstico, especialmente em função da maior 
prevalência de comorbidades e do maior risco de morte. 
Em pacientes idosos, além dos sintomas comuns, a depressão costuma ser 
acompanhada por queixas somáticas, hipocondria, baixa auto-estima, 
sentimentos de inutilidade, humor disfórico, tendência autodepreciativa, 
Felipe Lima Santos - MED 3º SEM 
alteração do sono e do apetite, ideação paranóide e pensamento recorrente de 
suicídio. Cabe lembrar que nos pacientes idosos deprimidos o risco de suicídio 
é duas vezes maior do que nos não deprimidos. 
DSM-5 
O Manual Diagnóstico Estatístico de Transtornos Mentais 5ª edição (DSM-5)(8) 
define o TDM como uma condição de saúde mental e multideterminada 
caracterizado por um conjunto de quatro ou mais dos seguintes sintomas 
depressivos: alteração do humor, do apetite, do sono, anedonia, letargia, 
sentimento de culpa e baixa autoestima, dificuldade de concentração, agitação 
e ideação suicida. 
EDG 
A EDG é composta por perguntas fáceis de serem entendidase possui pequena 
variação nas possibilidades de respostas (sim/não), pode ser autoaplicada ou 
aplicada por um entrevistador treinado, demandando de cinco a 15 minutos para 
a sua aplicação. 
 Inicialmente foi composta por 30 questões binárias (sim/não) e de fácil 
compreensão, após foi criada uma versão reduzida, com 15 itens, a partir da 
escala original, considerando-se os itens que mais fortemente se 
correlacionavam com o diagnóstico de depressão. Possui uma variação de zero 
(ausência 
de 
sintomas 
Felipe Lima Santos - MED 3º SEM 
depressivos) a quinze pontos (pontuação máxima de sintomas depressivos). 
Almeida e Almeida (1999) propõem escore de corte ≥ 5 para determinar a 
presença de sintomas depressivos nos idosos. 
 
o Estatuto do Idoso é uma Lei Federal, de nº 10.741, de 1º de outubro de 2003, 
isto é, uma Lei Orgânica do Estado Brasileiro destinada a regulamentar os 
direitos assegurados às pessoas com idade igual ou superior a 60 (sessenta) 
anos que vivem no país. 
O documento, vigente desde janeiro de 2004, veio ampliar direitos que já 
estavam previstos em outra Lei Federal, de nº 8842, de 04 janeiro de 1994 e 
também na Constituição Federal de 1988 e dessa forma se consolida como 
instrumento poderoso na defesa da cidadania dos cidadãos e cidadãs daquela 
faixa etária, dando-lhes ampla proteção jurídica para usufruir direitos sem 
depender de favores, amargurar humilhações ou simplesmente para viverem 
com dignidade. 
Ao longo de seus 118 artigos são tratadas questões fundamentais, desde 
garantias prioritárias aos idosos, até aspectos relativos à transporte, passando 
pelos direitos à liberdade, à respeitabilidade e à vida, além de especificar as 
funções das entidades de atendimento à categoria, discorrer sobre as questões 
de educação, cultura, esporte e lazer, dos direitos à saúde através do SUS, da 
garantia ao alimento, da profissionalização e do trabalho, da previdência social, 
dos crimes contra eles e da habitação, tanto em ações por parte do Estado, como 
da sociedade. Cada uma dessas questões tem um tratamento minucioso, mas 
fazendo uma síntese, os aspectos mais significativos são os seguintes: 
a) Nas aposentadorias, reajuste dos benefícios na mesma data do reajuste 
do salário-mínimo, porém com percentual definido em regulamento; a 
idade para requerer o salário-mínimo estipulado pela Lei Orgânica da 
Assistência Social-LOAS cai de 67 para 65 anos; 
b) Assegura desconto de pelo menos 50% nas atividades culturais, de lazer 
e esportivas, além da gratuidade nos transportes coletivos públicos; 
c) No caso do transporte coletivo intermunicipal e interestadual, ficam 
reservadas duas vagas gratuitas por veículo para idosos com renda igual 
ou inferior a dois salários-mínimos e desconto de 50% para os idosos da 
mesma renda que excedam essa reserva; 
d) Prioridade na tramitação dos processos e procedimentos dos atos e 
diligência judiciais nos quais pessoas acima de 60 anos figurem como 
intervenientes; 
Felipe Lima Santos - MED 3º SEM 
e) Os meios de comunicação também deverão manter espaços ou horários 
especiais voltados para o público idoso, com finalidade educativa, 
informativa, artística e cultural sobre o envelhecimento; 
f) Os currículos mínimos dos diversos níveis de ensino formal deverão 
prever conteúdos voltados ao processo de envelhecimento, a fim de 
contribuir para a eliminação do preconceito, sendo que o poder público 
deverá apoiar a criação de universidade aberta para pessoas idosas e 
incentivar a publicação de livros e periódicos em padrão editorial que 
facilite a leitura; 
g) Quanto aos planos de saúde, a lei veda a discriminação do idoso com a 
cobrança de valores diferenciados em razão da idade, determinando 
ainda ao poder público o fornecimento gratuito de medicamentos, assim 
como prótese e outros recursos relativamente ao tratamento, habilitação 
ou reabilitação; 
h) O idoso terá prioridade para a compra de moradia nos programas 
habitacionais, mediante a reserva de 3% das unidades, sendo prevista, 
ainda, a implantação de equipamentos urbanos e comunitários voltados 
para essa faixa etária. 
Em conclusão, é fato notório que o Estatuto do Idoso representa um avanço 
considerável na proteção jurídica aos homens e mulheres com 60 anos e mais 
da sociedade brasileira, mas é fundamental que todos eles , assim como seus 
familiares, se interessem em buscar informações mais detalhadas sobre o 
mesmo, consultando bibliotecas, acessando a internet e acompanhando as 
notícias dos meios de comunicação de massa, como jornais, revistas, rádio e 
TV, acionando seus órgãos representativos de classe, como associações e 
sindicatos, cobrando providências e ações de seus representantes políticos e 
dos órgãos públicos e dos governantes, apoiando e participando ativamente de 
movimentos reivindicativos ou de protestos, a fim de que tudo o que está 
prescrito no texto legal seja devidamente cumprido e que tal conquista não acabe 
sendo mais um lei brasileira que fica apenas no papel como letra morta. 
A família pode ser definida por um conjunto de pessoas ligadas por laços de 
parentesco, dependência doméstica ou normas de convivência, que residem na 
mesma unidade domiciliar ou sozinhas. Também pode ser vista como um 
sistema interpessoal formado por pessoas que interagem por diferentes motivos, 
tais como afetividade e reprodução, dentro de um processo histórico de vida, 
mesmo sem habitar o mesmo espaço físico. Assim, pode ser facilitadora na 
formação de pessoas saudáveis, emocionalmente estáveis, felizes e 
equilibradas. Desse modo, a família constitui um espaço de proteção social, à 
medida que se caracteriza como lugar de apoio, solidariedade, de reprodução 
social e de cuidados a seus membros. 
Felipe Lima Santos - MED 3º SEM 
Mudanças sociodemográficas e culturais, tais como o aumento da longevidade 
das pessoas, a redução da taxa de fecundidade, o aumento da participação da 
mulher no mercado de trabalho, a valorização do individualismo e os conflitos 
intergeracionais, ao longo dos anos, repercutiram na configuração da família 
com consequente fragilização do suporte familiar. Isso comprometeu a função 
da família, afetando sua capacidade de acolhimento às pessoas com menor 
autonomia que historicamente dependiam do apoio e cuidado familiar. 
Quando a família não tem condições psicológicas, sociais nem mesmo recursos 
financeiros ou humanos para cuidar de seu familiar idoso, este fica exposto às 
situações de morbidade. Nesse contexto a insuficiência familiar encontra terreno 
fértil, o que pode prejudicar as condições de vida da pessoa idosa e comumente 
levá-la à institucionalização e separação de seus familiares. Atualmente, o 
conceito de insuficiência familiar assume a característica de Síndrome Geriátrica 
e é considerada um dos sete gigantes da Geriatria. 
Insuficiência familiar na pessoa idosa caracteriza-se como processo de interação 
psicossocial de estrutura complexa, fundado em dois elementos definidores: 
baixo apoio social e vínculo familiar prejudicado. 
O apoio social é importante para o bem-estar individual ao longo da vida; todavia 
pode ser de particular relevância na vida mais tardia, quando os desafios 
ocupacionais, econômicos, funcionais e de saúde tendem a aumentar. 
Assim, o apoio social, emocional e/ou instrumental, como ajuda financeira, 
transporte, auxílio nos trabalhos domésticos e na doença, pode ter diferentes 
associações com o bem-estar da pessoa idosa. Afinal, uma rede social 
insuficiente somada com dificuldades financeiras ou má saúde física podem 
acarretar uma situação de vida tensa, contribuindo para o sofrimento psicológico 
experimentado pela pessoa idosa. 
As principais redes de integração social, encarregadas de fornecer uma base de 
apoio ampla, são mescladas por familiares, amigos e vizinhos, além daquelas 
advindas do envolvimento da pessoa idosa com a comunidade, como 
pertencenteao bairro, a grupos religiosos, clubes ou organizações não 
governamentais. Tais redes se distinguem por sua estrutura, em relação aos 
tipos e número de laços sociais, à reciprocidade, ao engajamento social, à 
proximidade de relacionamento e função, como a frequência de contato da 
pessoa idosa e sua participação. 
As diversas fontes de apoio podem causar impactos diferenciados sobre o bem-
estar das pessoas idosas. Naturalmente, é mais possível oferecer o apoio social 
total à pessoa idosa pela também rede social total, caracterizada pelo somatório 
dos filhos, parentes e amigos, sendo identificada como a melhor rede social. Já 
a família é fonte de informação, aconselhamento e ajuda instrumental; contudo, 
os membros da família prestam mais apoio instrumental do que emocional. 
Felipe Lima Santos - MED 3º SEM 
O baixo apoio social total diferencia-se como elemento fundante da insuficiência 
familiar na pessoa idosa, que por sua vez se constitui do baixo apoio familiar e 
do baixo apoio social. 
A relação familiar é de natureza obrigatória, sustentada pela estrutura 
institucionalizada da família e aprovada por normas sociais e papéis prescritos. 
Logo, a rede focada nos familiares é caracterizada por laços estreitos com 
cônjuge, filhos e irmãos; porém, pouco contato com amigos e controlada 
participação organizacional. Devido às mudanças físicas, mentais, emocionais e 
sociais, as pessoas idosas necessitam de mais cuidados e ajuda dos membros 
da família. Portanto, a família é a principal fonte de suporte à pessoa idosa, de 
modo que cada familiar auxilia como pode a melhorar a vida do seu idoso, em 
especial nos momentos de “necessidade extrema”. Considerando a proximidade, 
ela tem a possibilidade de detectar, com rapidez e precisão, alterações no seu 
familiar idoso, como na habilidade de realizar tarefas diárias de forma 
independente. Ademais, poderá identificar seu potencial físico ou notificar 
mudanças e dificuldades em sua saúde, mesmo os discretos sintomas 
depressivos, e ajudá-lo a gerir ou lidar com potenciais problemas de saúde. Em 
especial, a pessoa idosa que está doente experiencia maior benefício quando 
conta com o apoio da família. Nesse contexto, o baixo apoio social da família à 
pessoa idosa implica em prejuízo na sua interdependência, no apego pessoal, 
na sua intimidade emocional, na reciprocidade, tanto no cuidado físico como no 
psicológico. 
Dessa forma, dentre as múltiplas redes sociais a que a pessoa idosa possa 
pertencer, a rede social total, constituída pela soma dos filhos, parentes, amigos 
e confidentes, se apresenta como importante papel na proteção contra a moradia 
em Instituições de Longa Permanência. Por outro lado, quando essas redes se 
encontram fragilizadas, aliada à solidão, tornam a pessoa idosa vulnerável à 
institucionalização e consequente afastamento da família. 
A insuficiência familiar na pessoa idosa tem também como consequência o 
declínio da saúde psicológica. Pois, quando a pessoa idosa não se encontra 
integrada a sua família, nem tampouco à comunidade à qual pertence, 
conservando frágeis relacionamentos, comumente ela apresenta sentimentos 
negativos com a vida, baixa autoestima e aumento do afeto negativo. Desse 
modo, a solidão, isolamento e trocas sociais negativas exacerbam o mau 
funcionamento emocional, geram situações estressantes e implicam em 
deficientes cuidados psicológicos à pessoa idosa. Ademais, carência de afeto e 
ajuda à pessoa idosa poderá enfraquecer a defesa contra estressores 
relacionados à saúde e desencadear dificuldades na adaptação às crises. 
Felipe Lima Santos - MED 3º SEM 
O envelhecimento populacional está ocorrendo em um contexto de grandes 
mudanças sociais, culturais, econômicas, institucionais, no sistema de valores e 
na configuração dos arranjos familiares. Para o futuro próximo, espera-se um 
crescimento a taxas elevadas da população muito idosa (80 anos e mais), como 
resultado das altas taxas de natalidade observadas no passado recente e da 
continuação da redução da mortalidade nas idades avançadas. No entanto, a 
certeza do crescimento desse segmento populacional está sendo acompanhada 
pela incerteza das condições de cuidados que experimentarão os longevos. 
Embora a legislação brasileira estabeleça que o cuidado dos membros 
dependentes deva ser responsabilidade das famílias, este se torna cada vez 
mais escasso, em função da redução da fecundidade, das mudanças na 
nupcialidade e da crescente participação da mulher - tradicional cuidadora - no 
mercado de trabalho. Isto passa a requerer que o Estado e o mercado privado 
dividam com a família as responsabilidades no cuidado com a população idosa. 
Diante desse contexto, uma das alternativas de cuidados não-familiares 
existentes corresponde às instituições de longa permanência para idosos (ILPIs), 
sejam públicas ou privadas. No entanto, a residência em instituições não é uma 
prática comum na sociedade brasileira. 
Faltava, até então, uma visão agregada sobre as ILPIs brasileiras. Não se 
conhecia quantos idosos viviam em instituições, suas características - como 
sexo, idade, renda, condições de saúde/autonomia, laços familiares, tempo de 
permanência na instituição - e tampouco o número de instituições existentes, a 
infraestrutura, os serviços oferecidos, a estrutura de custos, os recursos com que 
contam, os modelos de assistência praticados, etc. A falta de informações sobre 
essa modalidade de serviços, bem como a expectativa de que a sua demanda 
tende a crescer, foi a principal motivação para a realização da pesquisa nacional, 
de caráter censitário, aqui descrita. 
O que é uma instituição de longa permanência para idosos 
(ILPI)? 
No Brasil, não há consenso sobre o que seja uma ILPI. Sua origem está ligada 
aos asilos, inicialmente dirigidos à população carente que necessitava de abrigo, 
frutos da caridade cristã diante da ausência de políticas públicas. Isso justifica 
que a carência financeira e a falta de moradia estejam entre os motivos mais 
importantes para a busca, bem como o fato de a maioria das instituições 
brasileiras ser filantrópica (65,2%), o preconceito existente com relação a essa 
modalidade de atendimento e o fato de as políticas voltadas para essa demanda 
estarem localizadas na assistência social. 
Felipe Lima Santos - MED 3º SEM 
O envelhecimento da população e o aumento da sobrevivência de pessoas com 
redução da capacidade física, cognitiva e mental estão requerendo que os asilos 
deixem de fazer parte apenas da rede de assistência social e integrem a rede de 
assistência à saúde, ou seja, ofereçam algo mais que um abrigo. Para tentar 
expressar a nova função híbrida dessas instituições, a Sociedade Brasileira de 
Geriatria e Gerontologia sugeriu a adoção da denominação Instituição de Longa 
Permanência para Idosos (ILPI). Entretanto, na literatura e na legislação, 
encontram-se referências indiscriminadamente a ILPIs, casas de repouso, 
clínicas geriátricas, abrigos e asilos. Na verdade, as instituições não se 
autodenominam ILPIs. 
Para a Anvisa, ILPIs são instituições governamentais ou não-governamentais, 
de caráter residencial, destinadas a domicílio coletivo de pessoas com idade 
igual ou superior a 60 anos, com ou sem suporte familiar, em condição de 
liberdade, dignidade e cidadania. 
É comum associar ILPIs a instituições de saúde. Mas elas não são 
estabelecimentos voltados à clínica ou à terapêutica, apesar de os residentes 
receberem - além de moradia, alimentação e vestuário - serviços médicos e 
medicamentos. Os serviços médicos e de fisioterapia são os mais frequentes 
nas instituições brasileiras, encontrados em 66,1% e 56,0% delas, 
respectivamente. No entanto, 34,9% dos residentes são independentes. Por 
outro lado, a oferta de atividades que geram renda, de lazer e/ou cursos diversos 
é menos frequente, declarada por menos de 50% das instituições pesquisadas. 
O papel dessasatividades é o de promover algum grau de integração entre os 
residentes e ajudá-los a exercer um papel social. 
Sumarizando, entende-se ILPI como uma residência coletiva, que atende tanto 
idosos independentes em situação de carência de renda e/ou de família quanto 
aqueles com dificuldades para o desempenho das atividades diárias, que 
necessitem de cuidados prolongados.

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