Danças Urbanas

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E D . F Í S I C A - P R O F . C R I S T I A N E F A R I A S
DANCAS URBANAS
 Uma dimensão importante da dança é que ela é a expressão das características de
um povo, grupo ou sociedades. As danças muitas vezes são criadas para expressar
sentimentos, emoções, ideias, princípios filosóficos e éticos de um grupo. 
 Dessa forma, assim como outras práticas corporais (esportes, lutas, jogos e
ginásticas), elas também devem ser contextualizadas, pois expressam valores,
sentimento de um grupo com o cotidiano no qual está inserido.
 A dança de rua, ou Street Dance é um conjunto de estilos de danças que possuem
movimentos detalhados (acompanhados de expressão facial), fortes, sincronizados e
harmoniosos, rápidos e coreografados. Independente do estilo de Street Dance, as
músicas, no geral, têm a batida forte como principal característica.
 A dança de rua originou-se nos Estados Unidos, em 1929, época da quebra da bolsa
de Nova York e da grande crise econômica. Músicos e dançarinos dos cabarés
americanos urbanos, desempregados como consequência da crise, passaram a realizar
suas performances nas ruas.
 Nas décadas seguintes (30 e 40) outros ritmos de origem afro-americana, como o
Blues e o Rhytm and Blues influenciaram a dança de rua. No fim dos anos 60, o cantor
americano James Brown criou um novo ritmo que influenciou muito a dança de rua: o
Soul (ritmo de origem afro-americana). Mais tarde, o funk (também de James Brown), a
música Disco e o Rap também influenciaram a dança de rua. O Breaking surgiu na
década de 80 como uma vertente da dança de rua, e foi disseminado pelo mundo
rapidamente, tendo como principal precursor o americano Michael Jackson.
 Mais do que um estilo de dança influenciado por vários ritmos, a dança de rua
sempre foi associada à cultura e a identidade negra, sobretudo a partir da década de
70. Nesse período, o movimento que teve início com a dança se estendeu para outras
manifestações culturais e artísticas, como a pintura, a poesia, o grafite e o visual (modo
de se vestir, de andar, etc.). A esse novo estilo nascido nos guetos nova-iorquinos
(Bronx, Brooklin e Harlem) deu-se o nome de Hip – Hop.
 Os quatro elementos culturais que compõem o movimento Hip – Hop são: rap (ritmo
e poesia), grafites (assinaturas), Dj’s e Mc’s, e Street Dance. Alguns autores dividem a
dança de rua em dois tipos: o Hip – Hop (movimento cultural, de rua) e a Street Dance
(dança oriunda de academias e escolas de dança).
https://www.youtube.com/watch?v=5BZ7NqUiNrc
https://www.youtube.com/watch?v=5LhYYN4ZouI
 Outra dança que tem a criatividade como característica e que também tem suas
raízes na expressão do povo negro estadunidense é o Breaking. Ele surgiu nas ruas
americanas dentro hip-hop – movimento cultural constituído por três elementos: o rap,
o grafite e o breaking. 
 
BREACKING 
https://www.youtube.com/watch?v=-88R1HENUUg
 O rap é o ritmo e a poesia expressos por meio da música; o grafite é a arte plástica
manifestada em desenhos que utilizam os espaços da cidade como suporte, e o breaking
é a expressão desse movimento na dança.
 O movimento hip-hop surgiu nos EUA como uma forma de a população negra
enfrentar, por meio da dança, do desenho e da música às dificuldades econômicas e
sociais pelas quais o país passava em virtude da crise ocorrida na década de 1970. A
violência nos bairros da periferia e as dificuldades enfrentadas pela população negra
foram elementos importantes para a organização desse movimento. A realização de
atividades culturais foi uma das formas encontradas pelo grupo para canalizar a
angústia dos jovens diante da situação, buscando assim diminuir os índices de violência.
Podemos notar, com esse breve panorama histórico, os reflexos do período
escravocrata nos Estados Unidos, pois, mesmo depois da abolição da escravatura, as
grandes diferenças sociais entre brancos e negros permaneceram, tornando-se fonte
da desigualdade persistente até os dias de hoje no país e, com características
específicas, também no Brasil.
 Assim, na década de 1970, no Bronx (bairro da cidade de Nova York), garotos se
divertiam em festas de ruas ao som de ritmos, como soul, funk (americano) e o jazz. Na
época eles não conseguiam acompanhar os passos dos mais velhos e começaram a
improvisar, criando o breaking.
 Mesmo com grande espaço deixado por essa dança para a improvisação, algumas
características são constantes, como movimentos bruscos e desafiadores, que
procuram transporte dificuldades. Nas coreografias desenvolvidas pelos Breakers
(dançarinos do break) os movimentos envolvem mímicas, passando por movimentos
ritmados e acrobacias.
 É uma competição entre breakers na qual a dramaticidade possibilita a expressão
do conflito, do equilíbrio na segurança dos que dançam. Os breakers se posicionam em
rodas e começam a dançar um a um centro dessa formação, em uma espécie de desafio
entre os dançarinos.
 
RACHA 
https://www.youtube.com/watch?v=-88R1HENUUg