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Aula01-Regra para Julgamento de Governadores-Aragonê Fernandes

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Regra para Julgamento de Governadores
Prof. Aragonê Fernandes
Primeiramente, vamos falar sobre julgamento envolvendo Presidente da República, porque há um ponto muito importante quando falamos de responsabilidade dos governantes e é um entendimento central. 
A figura do Presidente da República acumula duas funções: ele é Chefe de Estado e Chefe de Governo. Temos hoje no Brasil apenas um Chefe de Estado que é o Presidente da República. Porém quando falamos em Chefe de Governo, temos vários, por exemplo: 1 (um) Presidente da República, 27 (vinte e sete) Governadores e quase 5600 (cinco mil e seiscentos) prefeitos, então se juntarmos todos daria em torno de 5600 (cinco mil e seiscentos) Chefes de Governo e apenas 1(um) Chefe de Estado. 
Isso vai ser importante, porque quando determinada prerrogativa for de Chefe de Estado, significa que apenas o Presidente da República terá, agora, se ela for de Chefe de Governo, essas prerrogativas descem para os governadores. E é o que, exatamente, está acontecendo aqui. 
No âmbito do Supremo Tribunal Federal, em seu Artigo 102, diz que o Presidente da República no crime comum, vai ser julgado no STF (Supremo Tribunal de Justiça), mas antes disso, ele precisa da autorização da Câmara dos Deputados. Já no Artigo 51, inciso 1º da Constituição Federal, afirma que 2/3 (dois terços) da Câmara dos Deputados deverão autorizar a abertura de processo contra o Presidente, então, faça-se uma diferenciação. A Câmara autoriza, se for crime comum, o Supremo Tribunal de Justiça julga se for crime de responsabilidade, o Senado julga. Por exemplo, o impeachment da Ex-Presidenta Dilma Roussef, onde 2/3 (dois terços) da Câmara autorizou a abertura de processo e em seguida, a votação foi para o Senado Federal. 
Atenção!
Para o Presidente da República 2/3 (dois terços) da Câmara dos Deputados ou Assembleia Legislativa precisa autorizar a abertura de processo. 
O entendimento que o Supremo Tribunal Federal tinha antes era, exatamente, no mesmo sentido, pois para os Governadores aplicava-se em simetria, ou seja, para o Presidente ser julgado a Câmara precisa autorizar a abertura do processo com 2/3 (dois terços) dos votos, então para o Governador ser julgado também precisava de 2/3 (dois terços) dos votos da casa legislativa, estadual ou municipal. 
Com esse pressuposto, houve uma grande discussão envolvendo a constituição do Estado de Minas Gerais em relação ao Governador Fernando Pimentel, onde a constituição do Estado de Minas Gerais, diferentemente as demais constituições estaduais, não faz referência à necessidade de autorização de 2/3 (dois terços) dos votos para a abertura de processo e o Governador seria julgado no Supremo Tribunal de Justiça como crime comum, conforme a Constituição Federal. Porém o Supremo Tribunal de Justiça, afirma em seu entendimento, que mesmo na omissão da constituição estadual deveria ser aplicado aquele entendimento do Supremo Tribunal Federal de Simetria, ou seja, para que houvesse a abertura de processo contra o Governador do Estado de Minas Gerais era necessário o quorum o de 2/3 (dois terços) dos votos da Assembleia Legislativa mineira para autorizar. 
5 MIN.
Contudo, seja na omissão, ou na presença explícita da regra de julgamento de Governadores, não há necessidade de autorização de 2/3 (dois terços) da Assembleia. 
Assim, além dessa nova de julgamento, o STF (Supremo Tribunal de Federal) entende que não há autorização para julgamento de Governadores, ou seja, a regra dos 2/3 (dois terços) dos votos é inválida;
10 MIN.
Em relação aos casos de afastamento, medidas cautelares e prisão de Governadores. Primeiramente, há alguns anos, o Ex-Governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, durante seu mandato, foi preso preventivamente, por decisão do Supremo Tribunal de Justiça, pois naquela época prevalecia a regra de que para a abertura de processo contra Governador, eram necessários os 2/3 (dois terços) dos votos da Câmara dos Deputados, mas para a prisão já não era necessário. Então é possível a prisão de Governador?
Em resposta a esse questionamento, voltamos ao ponto falado anteriormente, existe o Chefe de Estado e o Chefe de Governo o Presidente da República é Chefe de Estado e por isso ele tem a chamada imunidade ou inviolabilidade relativa, ou seja, durante o mandato o Presidente da República não responde por “atos estranhos” as suas funções, ou seja, crime anterior ao mandato. Durante o mandato ele só responde se o fato estiver relação com o exercício do mandato. Então, o Presidente da República dificilmente é preso. Ele só pode ser preso, de acordo com a constituição, após a prolação de sentença, mas para ter sentença é necessária a abertura de processo e para haver processo contra o Presidente da República o fato deve ter sido durante o mandato e com relação ao mandato. Nesse caso, se ele for julgado perante o Supremo Tribunal Federal, após a sentença poderá ocorrer à prisão. 
Agora, para os casos de prisão de Governador a prerrogativa difere, pois o Governador pode sofrer prisão temporária, prisão em flagrante e prisão preventiva a qualquer tempo, inclusive antes do oferecimento da denúncia, caso esse que ocorreu com o Ex-Governador Arruda. 
Em relação ao afastamento, o Supremo Tribunal Federal entende que o afastamento do Governador se dará de forma automática deve ser feita a analise pelo Supremo Tribunal de Justiça, caso a caso para saber se é ou não dispensável a medida. Esse entendimento também será aplicado às Medidas Cautelares Penais.
A INFLUÊNCIA DA OPERAÇÃO LAVA JATO
· Cenário de autorizações dadas às Assembléias Legislativas até a decisão do STF;
 -52 pedidos;
 -15 negados;
 -01 deferido;
 -36 não respondidos.
· O que acontecerá agora com os Governadores citados na Lava Jato? 
- Todos os Governadores citados na Lava Jato tem o chamado foro especial, dessa forma vai tramitar o inquérito judicial no poder judiciário. O inquérito judiciário é presidido por um ministro-relator da corte especial do Supremo Tribunal de Justiça e, caso a caso recebendo a denúncia, o STJ irá analisar e decidir se será afastado ou não o Governador daquele Estado da Federação; 
15 MIN.

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