Buscar

Trichomonas: Características e Problemas Relacionados

Prévia do material em texto

º 
 
Parasitologia 
→
Trichomonas 
▫ Reino: Protista 
▫ Filo: Sarcomastigophora 
▫ Gênero: Trichomonas 
▫ Espécies que parasitam o homem: ▫ Trichomonas 
vaginalis (patogênica-vaginite), ▫ Trichomonas tenax 
(não patogênica - cavidade bucal), ▫ Trichomonas 
hominis (não-patogênico - trato intestinal humano) 
 
Características: 
•Morfologia: polimórfica (ovais ou 
esféricos); 
•Reprodução: divisão binária; 
•Não há formação de cistos. 
•Alimentação: pseudópodes 
•Habitat: trato genitourinário masculino e 
feminino. 
• Anaeróbio facultativo; • Fonte de energia: glicose, 
frutose, maltose e glicogênio; • Grânulos densos 
(hidrogenossomos) - portadores da piruvato 
ferredoxina-oxidorredutase enzima capaz de 
transformar o 
piruvato em acetato e de liberar adenosina-trifosfato 
(ATP) e 
hidrogênio. • Reserva de glicogênio. 
 
1.Relação sexual – Tricomoníase é considerada uma 
DST 
a. O parasito pode sobreviver por mais de uma 
semana sob o prepúcio do homem sadio após o coito 
com a mulher infectada; 
b. O homem com a ejaculação do esperma pode 
transmitir os Trichomonas 
vaginalis presentes na mucosa da uretra para a 
vagina. 
2. Durante o parto vaginal; 
3. Roupa íntima ou de cama, artigos de toalete e 
banho. 
 
º 
 
A infecção está associada: 
-Transmissão do vírus da imunodeficiência humana 
(HIV) 
-Causa de baixo peso em recém nascido 
-Nascimento prematuro 
-Câncer cervical 
-Infertilidade 
Problemas relacionados com a gravidez 
• Há relatos de: ▫ Associação entre tricomoníase e 
ruptura prematura de membrana (parto prematuro, 
baixo peso de recém-nascido, endometrite pós-parto, 
natimorto e morte neonatal). 
• A resposta inflamatória gerada pela infecção por T. 
vaginalis pode conduzir direta ou indiretamente a 
alterações na membrana fetal. 
Problemas relacionados com a fertilidade 
• O risco de infertilidade é quase duas vezes maior em 
mulheres com história de tricomoníase comparado 
com as que nunca tiveram a infecção. 
• Doença inflamatória pélvica resposta inflamatória 
que destrói a estrutura tubária e danifica as células 
ciliadas da mucosa tubária, inibindo a passagem de 
espermatozoides ou óvulos através da tuba uterina. 
Transmissão do HIV 
• A infecção por este protozoário faz surgir uma 
agressiva resposta imune celular local com inflamação 
do epitélio vaginal em mulheres e da uretra em 
homens. 
• Essa resposta inflamatória induz uma grande 
infiltração de leucócitos, incluindo células-alvo do HIV, 
como linfócitos TCD4. 
• Frequentemente esta infecção causa pontos 
hemorrágicos na mucosa permitindo o acesso direto 
do vírus para a corrente sanguínea. 
-Diminuição da acidez local; 
-Modificação da flora bacteriana; 
-Acentuada descamação epitelial. 
 
-Assintomática- maioria 
Sintomática: principalmente durante a gravidez ou 
entre mulheres que tomam medicamento 
anticoncepcional oral. 
Manifestações frequentes: Mulher: 
• Vaginite (caract: corrimento vaginal fluido 
abundante de cor amarelo-esverdeada, de odor 
fétido, mais frequentemente no período pós-
menstrual) 
• Prurido, irritação vulvovaginal, dor, dificuldade 
durante as relações sexuais, desconforto nos genitais 
externos, dor ao urinar e poliúria. 
• Erosão e pontos hemorrágicos na parede cervical 
(Colpitis macularis ou cérvice com aspecto de 
morango) 
Mulher: O espectro clínico da tricomoníase varia da 
forma assintomática ao estado agudo. Estudos clínicos 
e experimentais da infecção determinaram que o 
período de incubação varia de três a 20 dias. O 7: 
vaginalis infecta principalmente o epitélio do trato 
genital. Nas mulheres adultas, a exocérvice é 
suscetível ao ataque do protozoário, mas raramente 
os organismos são encontrados na endocérvice. Esse 
flagelado não causa corrimento endocervical 
purulento. Poderá ser observada uma secreção 
cervical mucopurulenta em infecções genitais 
associadas a Neisseria gonorrhoeae, Chlamydia 
trachomatis ou herpes simples. A tricomoníase 
provoca uma vaginite que se caracteriza por um 
corrimento vaginal fluido abundante de cor amarelo-
esverdeada, bolhoso, de odor fétido, mais 
frequentemente no período pós-menstrual. O 
processo infeccioso é acompanhado de prurido ou 
irritação vulvovaginal de intensidade variável e dores 
no baixo ventre. A mulher apresenta dor e dificuldade 
para as relações sexuais (dispareunia de intróito), 
desconforto nos genitais externos, dor ao urinar 
(disúria) e freqüência miccional (poliúria). A vagina e a 
cérvice podem ser edematosas e eritematosas, com 
erosão e pontos hemorrágicos na parede cervical, 
conhecida como colpitis macularis ou cérvice com 
aspecto de morango. A tricomoníase é mais 
sintomática durante a gravidez ou entre mulheres que 
tomam medicamento anticoncepcional oral. 
º 
 
 
Homem: A tricomoníase no homem é comumente 
assintomática ou apresenta-se como uma uretrite 
com fluxo leitoso ou purulento e uma leve sensação 
de prurido na uretra. Pela manhã, antes da passagem 
da urina, pode ser observado um corrimento claro, 
viscoso e pouco abundante, com desconforto ao 
urinar (ardência miccional) e por vezes hiperemia do 
meato uretral. Durante o dia, a secreção é escassa. O 
parasito desenvolve-se melhor no trato urogenital do 
homem, em que o glicogênio é mais abundante. Nos 
portadores assintomáticos, o parasito permanece na 
uretra e talvez na próstata. As seguintes complicações 
são atribuídas a esse organismo: prostatite, 
balanopostite e cistite. Esse protozoário pode se 
localizar ainda na bexiga e vesícula seminal. 
•Não pode ser feito somente com a apresentação 
clínica - confundida com outras doenças sexualmente 
transmissíveis, visto que o clássico achado da cérvice 
com aspecto de morango é observado somente em 
2% das pacientes e o corrimento somente em 20% das 
mulheres infectadas. 
• Se a clínica fosse utilizada isoladamente para o 
diagnóstico, 88% das mulheres infectadas não seriam 
diagnosticadas e 29% das não infectadas seriam 
falsamente indicadas como tendo infecção. 
•A investigação laboratorial é necessária e essencial 
para o diagnóstico da tricomoníase, uma vez que leva 
ao tratamento apropriado e facilita o controle da 
propagação da infecção. 
•Exame Imunológico: 
•Reações de aglutinação, Imunofluorescência (direta 
ou indireta) e ELISA. 
 
 
• Os homens deverão comparecer ao local da colheita 
pela manhã, sem terem urinado no dia e sem terem 
tomado nenhum medicamento tricomonicida há 15 
dias. 
• O material uretral é colhido com uma alça de platina 
ou com swab de algodão não absorvente ou de 
poliéster. 
• O organismo é mais facilmente encontrado no 
sêmen do que na urina 
• Uma amostra fresca poderá ser obtida pela 
masturbação em um recipiente limpo e estéril. 
 
• As mulheres não deverão realizar a higiene vaginal 
durante um período de 18 a 24 horas anterior a 
colheita do material, e não devem ter feito uso de 
medicamentos tricomonicidas, tanto vaginais como 
orais, há 15 dias. 
• A vagina é o local mais facilmente infectado e os 
tricomonas são mais abundantes durante os primeiros 
dias após a menstruação. 
• O material é usualmente coletado na vagina com 
swab de algodão não absorvente ou de poliéster, com 
o auxílio de um espéculo não lubrificado. 
•Exame Parasitológico 
• Esfregaços a fresco ou fixados e corados; 
• Material: líquido prostático, sêmen (por 6 horas ) 
sedimento urinário (3 horas), secreção vaginal ou 
cervical; 
 
º 
 
•Uso de preservativos; 
•Evitar relações sexuais com pessoas infectadas; 
•Tratamento imediato do casal. 
Incontestavelmente, o mecanismo de contágio da 
tricomoníase é a relação sexual, portanto o controle 
da mesma é constituído das mesmas medidas 
preventivas que são tomadas no combate as outras 
DSTs. Na abordagem dos pacientes com DST são 
essenciais dados sobre a data do último contato 
sexual, número de parceiros, hábitose preferências 
sexuais, uso recente de antibióticos, métodos 
anticoncepcionais e história pregressa desse tipo de 
doença. Convém salientar que a presença de uma DST 
é fator de risco para outra. Preconizam-se estratégias 
de prevenção as DSTs, como: 1) prática do sexo 
seguro, que inclui aconselhamentos que auxiliam a 
população a fazer as escolhas sexuais mais 
apropriadas para a redução do risco de contaminação 
com os agentes infecciosos; 2) uso de preservativos; 
3) abstinência de contatos sexuais com pessoas 
infectadas e 4) limitação das complicações patológicas 
mediante a administração de um tratamento imediato 
e eficaz, tanto para os casos sintomáticos como para 
os assintomáticos, ou seja, tratamento simultâneo 
para parceiros sexuais, mesmo que a doença tenha 
sido diagnosticada em apenas um dos membros do 
casal. 
•Metronidazol; 
•Tinidazol; 
•Ornidasol; 
•Nimorazol; 
•Carnidazol; 
•Secnidazol. 
• Em gestantes esses medicamentos não devem ser 
usados via oral, somentepela aplicação local de 
cremes, geléias ou óvulos. 
O 7: vaginalis foi descrito pela primeira vez em 1836, 
entretanto, o parasito ficou conhecido como causa de 
vaginites somente em 1916, e 50 anos se passaram, 
antes que uma substância ativa eficiente fosse 
sintetizada para o tratamento dessa infecção. Em 
1954, pela triagem de vários antibióticos, 
antimaláricos e amebicidas foi descoberta a azomicina 
(2-nitroimidazol). Através da manipulação da 
estrutura química da azomicina, foi sintetizado o 
metronidazol [l-(2-hidroxieti1)-metil-5-nitroimidazol], 
um fármaco efetivo contra as infecções pelo 
tricomonas do trato genitourinário. O 7: vaginalis não 
é sensível aos antibióticos e atualmente existe uma 
emergente ameaça de cepas resistentes ao 
metronidazol. Os fármacos usados são o metronidazol 
(Flagyl), tinidazol (Fasigyn), omidazol (Tiberal), 
nimorazol (Nagoxin), camidazol e secnidazol. Em 
gestantes esses medicamentos não devem ser usados 
via oral, somente pela aplicação local de cremes, 
geléias ou óvulos. 
•É a DST não viral mais comum no mundo; 
•170 milhões de casos novos por ano – depende: 
idade, atividade sexual, no de parceiros, outras DSTs, 
fase do ciclo menstrual, técnicas de diagnóstico e 
condições socioecônomicas ; 
• Prevalência alta em: grupos de nível socioeconômico 
baixo, entre as pacientes de clínicas ginecológicas, 
pré-natais e em serviços de doenças sexualmente 
transmitidas.

Continue navegando

Outros materiais