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relatório final Apuração 27-10

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Expediente CEETEPS nº 0000355/2016
Portaria do Diretor da Etec de Artes nº 002, de 29 de agosto de 2016
Apuração Preliminar mediante constatação de denúncia de conduta irregular praticada por docente nas instalações da Etec de Artes.
Relatório Final
Em cumprimento à determinação do Sr. Diretor da Etec de Artes (fls. 04) constante da Portaria nº 002, de 29/08/2016, procederam os servidores designados com os trabalhos de apuração preliminar mediante Constatação, da notícia/denúncia de conduta irregular praticada pelo docente Danilo Caputo Dorta, consistente em possível prática de assédio moral e sexual.
Consigna-se o trâmite dos trabalhos: ata de instalação dos trabalhos em vinte e nove de agosto de dois mil e dezesseis (fls. 05); intimação de servidores às fls 10 à 17; realização de oitivas para colheita de termos de declarações (fls 18 à 26) nas datas de vinte, vinte e um, vinte e dois, e, vinte e sete de setembro 2016.
Registra-se que a comissão sindicante também providenciou juntada aos autos dos seguintes documentos:
- fls 06 à 07 Ocorrência gerada pelo Docente Danilo Caputo Dorta;
- fls 08 Relatório gerado pela Orientadora Educacional, após conversa com a aluna Ingrid Cardoso Marques;
- fls 09 Relatório de Diário de Faltas da aluna Ingrid Cardoso Marques;
- fls 10 Carta de Intimação ao Sr. Cláudio Aparecido Sant’Ana;
- fls 11 Carta de Intimação ao Sr. Tiago Kaltenbacher de Oliveira Patrício;
- fls 12 Carta de Intimação ao Sra. Adriana Muniz;
- fls 13 Carta de Intimação ao Sra. Ingrid Cardoso Marques; 
- fls 14 Carta de Intimação ao Sr. Danilo Caputo Dorta;
- fls 15 Carta de Reiteração da Intimação ao Sr. Danilo Caputo Dorta;
- fls 16 Comprovante de Envio de Carta Registrada com a segunda reiteração da Intimação ao Sr. Danilo Caputo Dorta;
- fls 17 Carta de segunda Reiteração da Intimação ao Sr. Danilo Caputo Dorta;
- fls 18 Termo de Declaração do Sr. Cláudio Aparecido Sant’Ana;
- fls 19 à 20 Termo de Declaração do Sr. Tiago Kaltenbacher de Oliveira Patrício
- fls 21 à 22 Termo de Declaração do Sra. Adriana Muniz;
- fls 23 à 24 Termo de Declaração do Sra. Ingrid Cardoso Marques;
- fls 25 à 26 Termo de Declaração do Sr. Danilo Caputo Dorta;
- fls 27 Pedido de prorrogação dos trabalhos deferido pela Direção;
- fls 28 à 33 Relatório final da Comissão.
Os trabalhos tiveram início na data de vinte e seis de agosto de dois mil e dezesseis e encerramento na data trinta de setembro de dois mil e dezesseis. Os trabalhos não foram concluídos no prazo de trinta dias em virtude da recusa do declarante Danilo Caputo Dorta em assinar os termos de intimação, razão pela qual estes foram prorrogados pela direção da unidade escolar (doc. fls 27).
Elenca-se na sequência transcrição parcial das declarações colhidas:
- (fls. 18) o servidor Cláudio Aparecido Sant’Ana afirmou:
“Pelo teor da ocorrência, solicitou a averiguação dos fatos pela orientadora educacional junto à aluna, para apurar a estranheza do texto do professor. Uma vez que a aluna declarou reconhecer assédio no ocorrido, e considerando a veracidade do documento gerado pelo professor, uma vez que o acesso ao sistema depende de senha pessoal, solicitou abertura deste expediente de Apuração de Conduta Docente.”
- (fls. 19 à 20) o servidor Tiago Kaltenbacher de Oliveira Patrício afirmou:
“O declarante afirma que, nem na posição de docente, coordenador de curso ou como profissional da área, não encontra nada que justifique tais afirmações e comentários sobre um aluno”
- (fls.21 à 22) a servidora Adriana Muniz afirmou:
“(...) considerando o vocabulário e o teor que ele utilizou com a aluna, além de sua recusa em pedir desculpas quando solicitado pela aluna ofendida (...) as frases do docente foram desnecessárias e inadequadas para o ambiente escolar.”
-(fls.23 à 24) a aluna Ingrid Cardos Marques afirmou:
“[Segundo a declarante] O professor sugeriu que a aluna Ingrid formasse dupla com aquele citado acima, para fazer uma cena em um sex shop, quando comentou: ‘Nossa, o Wellington como ator pornô e a Ingrid com este tamanho de bunda vai ficar incrível de assistir’. A declarante diz ter se sentido constrangida com o comentário [do docente Danilo Caputo Dorta], mas não apresentou reação. (...) a declarante diz ter ouvido outro comentário do docente durante sua apresentação: ‘Adoro quando a Ingrid fica de costas na frente da sala’. Ao protestar e dizer que estava incomodada com os comentários do professor, este se exaltou e começou a dizer que a responsabilidade era da aluna, por ter faltado muito e não estar entendendo a proposta da aula. (...) outros comentários que a incomodaram já tinham ocorrido no semestre anterior, fora do contexto de aula, quando o docente, ao ver a declarante com um figurino de uma cena, teria dito ‘com esta roupa sua bunda fica empinada’. A aluna identifica nessas ações do docente um caso de assédio moral e sexual.
-(fls.25 à 26) o servidor Danilo Caputo Dorta afirmou:
“Solicitou à aluna Ingrid Cardoso Marques que, assim como havia pedido aos outros alunos, virasse de costas para realizar o exercício, quando esta se recusou, dizendo ao docente ‘Quem garante que você não está olhando para a minha bunda?’. Enquanto o docente tentava responder ao questionamento, dizendo que, por ela ter faltado muito desde o início do semestre, havia perdido as explicações de como os conteúdos seriam desenvolvidos, a aluna se exaltou, recolheu seus pertences e se retirou da sala. Segundo o declarante, a reação da aluna pode ter se originado na aula anterior, quando durante um exercício semelhante, de criação de personagens e posterior cena de improvisação entre dois alunos, este teria dito, se referindo ao personagem interpretado pela aluna Ingrid: ‘A cena que vocês escolheram [cena entre um estuprador, interpretado pelo aluno Wellington Vieira da Silva, e uma prostituta, interpretada pela Ingrid Cardoso Marques] vai ficar ótima com este tamanho de bunda’”.
Assim, pela análise documental e das oitivas realizadas foi possível constatar que durante o dia 10 de agosto de 2016, o docente Danilo Caputo Dorta registrou, através do sistema de gerenciamento de vida escolar NSA, uma ocorrência sobre discussão com a aluna Ingrid Cardoso Marques, da qual esta comissão destaca as seguintes frases (fls. 06 à 07): “A aluna ficou incomodada com a minha seguinte fala: ‘Gosto de quando a Ingrid fica de costas’ e achou que se tratava de um suposto assédio. Durante a discussão percebi que o incomodo da aluna começou na aula anterior quando também fiz o seguinte comentário ‘A cena vai ficar perfeita com o Wellington (outro aluno) fazendo um estuprador e a Ingrid com esse tamanho de bunda’ (...) ‘a aluna em questão já apresentação (sic) descontentamento com as aulas, através (sic) de alguns comportamentos como por exemplo ficar ao celular durante a aula, ou dizer abertamente que não queria fazer a aula.” Ressaltamos a inconsistência entre o relato do docente feito nesta ocorrência e a declaração prestada pelo mesmo no dia 27 de setembro de 2016, conforme citado no parágrafo anterior deste relatório.
No dia 18 de agosto, a aluna foi chamada à sala da Orientação Educacional para conversar sobre os fatos relatados pelo docente. Do relatório gerado após esta conversa, esta comissão destaca as seguintes frases (fls. 08): “Ao reclamar com o professor, com o intuito de dizer a ele que estava incomodada com este tipo de comentário, pois como o próprio professor relata foram duas vezes, neste momento iniciou a discussão. A partir deste momento a aluna não veio mais as aulas dele e solicitou a mudança para a turma A. A aluna se sentiu assediada (...)” 
Destaca-se também que o docente quando intimado a prestar esclarecimentos sobre o Registro no NSA e também sobre as alegações da aluna, se recusou, utilizando o seguinte argumento: “O Cláudio [diretor da unidade escolar] se recusa a assinar tudo que entrego a ele”. Afirmou, ainda, que iria consultar seu advogado e daria uma resposta à comissão até o dia seguinte. Em seguida, criou registro fotográfico da carta de intimação.No dia 15 de setembro de 2016, a comissão reiterou a intimação, desta vez para colher depoimento no dia 21 de setembro, às 19 horas, e recebeu nova recusa de assinatura por parte do docente. Por fim, uma nova reiteração de intimação foi gerada e enviada pelos Correios, em carta registrada nº JO715996127BR, intimando o docente para colher seu depoimento no dia 27 de setembro de 2016, às 15 horas.
Esta comissão salienta, ainda, que após a declaração dada pelo docente, este tornou a situação desta apuração pública à turma, enfatizando a exposição da aluna. Esta constatação foi feita a partir de observação própria dos membros desta comissão, quando no Conselho de Classe realizado no dia 30 de setembro de 2016, representantes da turma afirmaram saber do caso e que desejavam ser ouvidos para apresentar suas versões dos fatos. Uma vez que nenhum aluno da turma teve participação direta no caso analisado, sem interferir na ação do docente com relação à aluna, ou desta em resposta ao docente, esta comissão entendeu ser desnecessário o colhimento destas declarações por não contribuírem para o esclarecimento das apurações.
	 
Conclusão
Entende esta Comissão Sindicante que consoante os documentos acostados ao Expediente 0000355/2016 (fls. 06 à 09) e o teor dos Termos de Declarações colhidos (fls. 18 à 26), há indícios suficientes para indicar que o docente incorreu em possível conduta imprópria para servidor público, sem participação de qualquer outro servidor, deixando de observar o novo Regulamento Disciplinar dos Empregados Públicos do CEETEPS, REDEPS, aprovado mediante a Deliberação nº 11, de 02.02.2015, publicado no DOE de 03.02.2015, que preceitua em seu artigo 1º, inciso VI, que: 
“São deveres do empregado público do CEETEPS, sem prejuízo de outros decorrentes da natureza da função desempenhada manifestar-se respeitosamente, oralmente ou por escrito, e tratar com urbanidade os outros servidores e o público em geral”.
O mesmo artigo supracitado prevê ainda, no artigo XV, que é dever do empregado público do CEETEPS zelar pelo correto cumprimento do presente Regulamento Disciplinar.
O artigo 2º, inciso IX, prevê ainda que ao empregado público do CEETEPS são proibidas condutas comissivas ou omissivas, dolosas ou culposas, que atentem contra os princípios que orientam a administração pública ou que atentem contra as normas legais e regulamentares, especialmente praticar ato contra a integridade física ou moral de pessoa.
O Regimento Comum das Escolas Técnicas, conforme consta no §2º do Artigo 1º do REDEPS, em seu Artigo 93, incisos III e VII, determina que são deveres dos membros do corpo docente colaborar nos assuntos referentes à conduta e ao aproveitamento dos alunos e; estabelecer com alunos, colegas e servidores um clima favorável à ação educativa e em harmonia com as diretrizes gerais fixadas pela Etec.
O artigo seguinte do Regimento Comum das Escolas Técnicas, Artigo 94, incisos II, IV e VI, determina que é vedado aos membros do corpo docente: apresentar condutas que comprometam o trabalho escolar; causar constrangimento, humilhação, perseguição ou utilizar recursos que intimidem o aluno ou; desrespeitar o aluno, quanto às suas convicções políticas, religiosas, às suas condições sociais e econômicas, à sua nacionalidade, às suas características étnicas, individuais e intelectuais.
É possível registrar ainda como consequência da possível conduta irregular praticada pelo docente Danilo Caputo Dorta o constrangimento moral e psicológico da aluna Ingrid Cardoso Marques, que diz ter se sentido assediada na frente de seus colegas de classe. Ressalta-se que não se trata de uma conduta eventual, mas recorrente do docente, já que ocorreu por duas semanas seguidas, além de já ter situação correlata ocorrida no semestre anterior, conforme registrado na declaração da aluna (fls. 23 à 24). 
Não obstante, as ações do docente descreditam a própria Instituição de Ensino, já que se tratam de atitudes incompatíveis com a função e responsabilidades de um educador. 
Assim, esta comissão entende que há indícios de possível cometimento de conduta indevida pelo docente (mau procedimento e conduta inapropriada de servidor público) que justifica a continuidade das investigações mediante processo sancionatório.
São Paulo, 30 de setembro de 2016
João Lourenço de Paula e Silva
Membro
Caio Ricardo Moura
Presidente
Expediente CEETEPS nº 0000355/2016
Portaria do Diretor da Etec de Artes nº 002, de 29 de agosto de 2016
Apuração Preliminar mediante constatação de denúncia de conduta irregular praticada por docente nas instalações da Etec de Artes.
Complemento ao Relatório Final
Em cumprimento à solicitação da Sra. Diretora Superintendente do CEETEPS (fls. 35, anverso), procederam os servidores designados com os trabalhos de apuração preliminar mediante Constatação, da notícia/denúncia de conduta irregular praticada pelo docente Danilo Caputo Dorta, consistente em possível prática de assédio moral e sexual.
Acrescenta-se aos aos trabalhos: Intimação de testemunhas (fls.); realização de oitivas para colheita de termos de declarações (fls.) em vinte e um de outubro de 2016.
Registra-se que a comissão sindicante também providenciou juntada aos autos dos seguintes documentos:
- fls. 36 Aditamento da Portaria do Diretor da Etec de Artes, nº 002, de 29/08/2016
- fls. 37 Carta de Intimação ao aluno Wellington Vieira da Silva;
- fls. 38 Carta de Intimação à aluna Nickole Lopes Covaltchuk;
- fls. 39 Termo de Declaração do Sr. Wellington Vieira da Silva;
- fls. 40 à 41 Termo de Declaração da Sra. Nickole Lopes Covaltchuk;
- fls. 42 Carta de Intimação ao Docente Danilo Caputo enviada em carta registrada pelos Correios, devolvida por não foi recebido pelo destinatário.
- fls. 43 à 46 Complemento ao Relatório Final 
 Elenca-se na sequência transcrição parcial das declarações colhidas:
- (fls. 39) o aluno Wellington Vieira da Silva afirmou:
“o docente Danilo Caputo Dorta teria dito que a cena ficaria ótima, pelo corpo da Ingrid. A partir daí a aluna teria perdido o comprometimento com a atividade, por ter se ofendido com o comentário do professor.”
- (fls.40 à 41) a aluna Nickole Lopes Covaltchuk afirmou:
“Em seu entendimento, se tratou, sim, de um assédio moral e sexual, que quem deve compreender o ocorrido como assédio é a própria Ingrid, e que a própria declarante se sentiu ofendida, passando a ficar apreensiva sobre possíveis comentários do docente sobre ela.”
Conclusão
Estas oitivas colhidas das testemunhas do fato ocorrido (fls. 39 à 41 ) corroboram o entendimento desta comissão sobre os fatos ocorridos em dez de agosto de 2016, de que há indícios suficientes para indicar que o docente incorreu em possível conduta imprópria para servidor público, sem participação de qualquer outro servidor, deixando de observar o novo Regulamento Disciplinar dos Empregados Públicos do CEETEPS, REDEPS, aprovado mediante a Deliberação nº 11, de 02.02.2015, publicado no DOE de 03.02.2015, que preceitua em seu artigo 1º, inciso VI, que: 
“São deveres do empregado público do CEETEPS, sem prejuízo de outros decorrentes da natureza da função desempenhada manifestar-se respeitosamente, oralmente ou por escrito, e tratar com urbanidade os outros servidores e o público em geral”.
O mesmo artigo supracitado prevê ainda, no artigo XV, que é dever do empregado público do CEETEPS zelar pelo correto cumprimento do presente Regulamento Disciplinar.
O artigo 2º, inciso IX, prevê ainda que ao empregado público do CEETEPS são proibidas condutas comissivas ou omissivas, dolosas ou culposas, que atentem contra os princípios que orientam a administração pública ou que atentem contra as normas legais e regulamentares, especialmente praticar ato contra a integridade física ou moral de pessoa.
O Regimento Comum das Escolas Técnicas, conforme consta no §2º do Artigo 1º do REDEPS, em seu Artigo 93, incisos III e VII, determina que são deveres dos membros do corpo docente colaborar nos assuntos referentes à conduta e ao aproveitamento dos alunos e; estabelecercom alunos, colegas e servidores um clima favorável à ação educativa e em harmonia com as diretrizes gerais fixadas pela Etec.
O artigo seguinte do Regimento Comum das Escolas Técnicas, Artigo 94, incisos II, IV e VI, determina que é vedado aos membros do corpo docente: apresentar condutas que comprometam o trabalho escolar; causar constrangimento, humilhação, perseguição ou utilizar recursos que intimidem o aluno ou; desrespeitar o aluno, quanto às suas convicções políticas, religiosas, às suas condições sociais e econômicas, à sua nacionalidade, às suas características étnicas, individuais e intelectuais.
Além das consequências anteriormente elencadas (fls. 32 à 33), esta comissão compreende que novas consequências vieram à luz, principalmente no relato da aluna Nickole Lopes Covaltchuk, quando esta diz que (fls. 40 à 41):
“se sentiu ofendida, passando a ficar apreensiva sobre possíveis comentários do docente sobre ela.”
A citação selecionada demonstra que o assédio caracterizou-se para além da percepção da vítima, chegando a gerar ofensa e receio em outras mulheres presentes no momento. Cabe ressaltar que a referida testemunha, sra. Nickole Lopes Covaltchuk, é uma adolescente de 17 anos, o que gera, como consequência, o enquadramento do ocorrido no Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei Nº 8.069, de 13 de julho 1990, Artigo 4º, que determina: “É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária. Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende: a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias; b) precedência de atendimento nos serviços públicos ou de relevância pública; c) preferência na formulação e na execução das políticas sociais públicas; d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção à infância e à juventude.”. Ainda no mesmo Estatuto, se faz necessário citar os artigos 17, 18 e 18-A: “Art. 17. O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral da criança e do adolescente, abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da autonomia, dos valores, ideias e crenças, dos espaços e objetos pessoais.” ”Art. 18. É dever de todos velar pela dignidade da criança e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor.” “Art. 18-A. A criança e o adolescente têm o direito de ser educados e cuidados sem o uso de castigo físico ou de tratamento cruel ou degradante, como formas de correção, disciplina, educação ou qualquer outro pretexto, pelos pais, pelos integrantes da família ampliada, pelos responsáveis, pelos agentes públicos executores de medidas socioeducativas ou por qualquer pessoa encarregada de cuidar deles, tratá-los, educá-los ou protegê-los. Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se: I - castigo físico: ação de natureza disciplinar ou punitiva aplicada com o uso da força física sobre a criança ou o adolescente que resulte em: a) sofrimento físico; ou b) lesão; II - tratamento cruel ou degradante: conduta ou forma cruel de tratamento em relação à criança ou ao adolescente que: a) humilhe; ou b) ameace gravemente; ou c) ridicularize.”
Assim, esta comissão entende que há indícios de possível cometimento de conduta indevida pelo docente (mau procedimento e conduta inapropriada de servidor público) que justifica a continuidade das investigações mediante processo sancionatório.
São Paulo, 27 de outubro de 2016
João Lourenço de Paula e Silva
Membro
Caio Ricardo Moura
Presidente

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