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Kathlyn Póvoa Técnicas básicas do exame físico abdominal Técnicas básicas do exame físico: Introdução Geralmente, se inicia com desconforto, ansiedade, medo e vergonha, mas devemos ter seriedade na técnica para repassar confiança ao paciente A segurança do aluno depende do conhecimento e aprendizado dele; Sempre durante o exame físico conversar com o paciente, com exceção na hora da ausculta Solicitar ajuda do paciente (perguntar se está doendo, pedir para respirar profundamente) O exame físico do aluno é mais demorado por falta de experiencia por ser mais detalhado; Utilizar visão, olfato, tato e audição; a partir do momento em que o paciente entra na sala você já pode começar a observar; Habilidades: inspeção, ausculta, palpação, percussão. Sempre lavar as mãos antes e depois do exame Luvas são obrigatórias quando existem lesões cutâneas, quando vai se examinar cavidade bucal, mucosas ou quando há sudorese. Indispensável uso de jaleco, calcado fechado e antiderrapante Paramentação (EPI): Luvas, máscaras, gorros, avental com mangas longas, óculos, principalmente quando há contato com líquidos corporais. Vacinas Hepatite B, Tétano e Influenza H1N1 ➔ vacinação do aluno em dia. Pontos chave: → Temperatura da sala deve estar agradável → Nem muito frio nem muito quente. → Deve-se respeitar a privacidade do paciente (se não quer ser examinado deve ser respeitada a sua vontade); → Sempre observar as expressões faciais e questionar dor; → Avental ou lençol para cobrir as demais partes que não serão examinadas no momento; → Manter paciente informado de cada passo que for fazer. Ambiente adequado • Silencioso • Privacidade → se necessário trancar a porta para evitar interferência. • Iluminação → ambiente claro para melhor observação; Kathlyn Póvoa • Temperatura agradável • Maca → para melhor exame físico. • Lençol descartável • Avental • Ruídos = distração. Instrumentos e aparelhos utilizados: Podem ser veículos de transmissão de infecções, por isso devem ser cuidadosamente desinfectados. Estetoscópio Termômetro Rinoscópio Oftalmoscópio Otoscópio Lupa Esfigmomanômetro Lanterna Martelo de reflexo Abaixador de língua Agulha descartável e algodão Anuscópio Oxímetro de pulso Balança Portáteis de alta tecnologia Inspeção: Exploração através da visão do examinador; Inicia-se desde o primeiro contato com o paciente; Pode ser feita a olho nu ou através de lupa; Pode ser feita panorâmica ou por segmentos; → Panorâmica: observa o corpo como um todo, para observar dismorfias; → Segmentar: observa cada parte de uma vez; Boa iluminação (natural): para melhor visualização da coloração da pele Exposição do paciente deve ser adequada; Desnudar apenas a parte que vai ser examinada, por partes; Respeitar pudor do paciente → só ser examinado se quiser Ter em mãos os instrumentos necessários; Ter focos luminosos para observar as cavidades (oral, otorrino etc.) Conhecer anatomia topográfica para evitar falsos diagnósticos Educar a visão Inspeção pode ser frontal (de frente) e tangencial (de lado) para identificar possíveis abaulamentos, retrações, movimentos; A posição depende das condições do paciente; Cometem-se mais erros por não olhar do que por não saber; Ausculta Instrumento utilizado ➔ ESTETOSCÓPIO. Componentes: • Olivas auriculares Kathlyn Póvoa • Armação metálica • Tubos de borracha • Receptores • Campanula → baixa frequência • Diafragma → alta frequência Tipos: • Clássico • Master • Digital • Com amplificador • Eletrônico • Pediátrico • Obstétrico Pontos chave: As olivas devem estar bem ajustadas e limpas; (deve ser feita a desinfecção com álcool 70%) Pressão firme com o diafragma sob o corpo do paciente; Não auscultar sobre a roupa do paciente; Quando o tórax possui muitos pelos, deve-se umedecê-los para uma melhor ausculta; Conhecer os sons normais para conseguir identificar os sons patológicos. Pode apresentar mais de um som em uma região: isso exige treinamento para identificar → Focar no que você quer escutar. O ambiente deve ser silencioso Posições do paciente e do examinador: Tórax: Paciente sentado e um pouco inclinado para frente; o Ausculta anterior → examinador a direita o Ausculta posterior → examinador à esquerda. Paciente em decúbito dorsal; Paciente em decúbito lateral; Abdome: Decúbito dorsal; Fazer as solicitações de forma clara, de uma forma que o paciente vai entender; Escolher o receptor correto (campanula ou diafragma) e fazer a aplicação correta dele. Percussão: Golpear originando vibrações com características próprias quanto a intensidade, timbre e tonalidade. Observar o som e a resistência. Formas de percussão: a) Direta Dedos em flexão como martelo Movimenta a articulação do punho, o cotovelo fica em repouso Golpe seco e rápido, com retirada espontânea. Bater sempre o leito ungueal, pois a polpa digital não dá som. Exemplo de percussão direta: Seios da face Kathlyn Póvoa b) Digito digital É a mais utilizada Deve-se golpear com a borda ungueal do dedo médio ou indicador de uma das mãos a superfície dorsal da 2ª falange do dedo médio ou indicador da outra mão. o Plexor: dedo que golpeia (indicador ou médio da mão direita); o Pleximetro: dedo que recebe o golpe único em contato com a região a ser percutida. (indicador ou médio da mão esquerda) Golpear com leito ungueal e não com polpa digital A intensidade do golpe depende da espessura do tecido; São feitos de dois a três golpes; Exige treino; Sempre automatizar o movimento da mão (ritmo, força e direção do golpe) c) Punho-percussão com a mão fechada Com a mão fechada, golpeia-se com borda cubital na região para avaliação de dor. Giordano + → pielonefrite ou hidro nefrose. d) Percussão com a borda da mão Dedos estendidos e unidos, golpeando-se a região com a borda ulnar, avaliando a dor. e) Percussão tipo piparote Uma mão golpeia abdome com piparote (peteleco), enquanto outra mão espalmada capta ondas liquidas em região contralateral. Usado na pesquisa de ascite volumosa; Sons obtidos na percussão: ➔ Som Maciço: Regiões desprovidas de ar Ex: fígado, baco, coração Teste: tampo de uma mesa ➔ Som Submaciço: Variação de som maciço Pouco ar Ex: diafragma ➔ Som claro pulmonar Regiões com ar Ex: tórax Teste: colchão de mola ou livro grosso ➔ Som timpânico Regiões com ar recoberta por membrana flexível Ex: intestino, espaço de Traube Teste: caixa vazia, tambor. Palpação Kathlyn Póvoa Confirma os pontos observados durante a inspeção São dados através do tato (quando superficial) e pressão (quando profunda); Se analisa: Temperatura Textura Umidade Espessura Volume Dureza Frêmito Sensibilidade Consistência Elasticidade Flutuação Crepitação Vibração Pulsação A palpação deve ser sistematizada, você já deve saber o que fazer; Abordagem tranquila e gentil ao paciente; Aquecer as mãos antes; A posição do examinador depende das condições clínicas do paciente e do segmento corporal; Existem várias formas de ser realizada; Formas de ser realizada: a) Palpação com uma das mãos sobrepondo-se uma a outra b) Palpação com a mão espalmada: Se usam apenas as polpas digitais e a parte ventral dos dedos. Uma ou ambas mãos. c) Palpação usando-se o polegar e o indicador Formando uma pinça Utilizado para avaliar a hidratação. d) Palpação com o dorso dos dedos ou da mão: Avaliar temperatura. e) Digitopressão:Utiliza-se o polegar ou a ponta dos dedos e pressiona contra uma estrutura; Kathlyn Póvoa Avalia dor, edema; f) Puntipressão: Utiliza-se uma agulha para avaliar a sensibilidade dolorosa do paciente. Muito utilizado no diagnóstico de Hanseníase. g) Vitropressão: Utiliza-se uma lâmina de vidro Pressiona contra a pele do paciente Faz para diferenciar eritema de purpura No eritema a vermelhidão some quando pressionado Na purpura a vermelhidão persiste. h) Fricção do algodão: i) Pesquisa de flutuação: Dedo indicador esquerdo em um lado da tumefação, enquanto o outro indicador no lado oposto, comprimindo perpendicularmente a superfície cutânea. Quando líquido, provoca rechaço. j) Palpação bimanual/combinada: Usa-se as duas mãos para palpar alguma estrutura Ex: palpação das glândulas salivares; toque ginecológico. Avaliar a sensibilidade cutânea Pontos chave: - A ansiedade no início provoca mãos frias e sudoréicas; - Unhas devem ser curtas; - Pontos dolorosos são últimos a serem examinados - Abdome: paciente geralmente em decúbito dorsal horizontal com cabeça no travesseiro. - Distrair o paciente é importante, pois o paciente mantém a Kathlyn Póvoa inspiração profunda ao manter o diálogo, e relaxa a musculatura; - Aprimorar o tato com o treino. Olfato: É menos importante, mas identifica características importantes, como: Hálito celíaco Hálito cetônico Coma hepático: odor fétido Uremia: hálito com odor de urina Halitose: várias causas (saúde bucal, próteses, metabólicas, gastrointestinais) Kathlyn Póvoa
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