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Sistema Genital Masculino Cecília Gabrielle Lima Matos - Medicina FIPGBI Introdução Gônadas: órgãos produtores de gametas e de hormônios (testículos) Vias condutoras de gametas: túbulos e ductos do testículo, epidídimo, ducto deferente, ducto ejaculatório e uretra Órgão de cópula: pênis Glândulas Anexas: vesículas seminais, próstata e glândulas bulbouretrais; testículos Gônadas masculinas - produtores de gametas Órgãos pares, ovóides, facilmente palpáveis no interior da bolsa testicular - também chamada escroto ou bolsa escrotal; Possuem cerca de 5 cm de comprimento; 3 cm de largura; 2 cm de espessura; Extremidade - pólo superior e inferior Faces - lateral e medial Possuem face externa fibrosa -> túnica albugínea Mediastino do testículo (posterior) - região onde há o espessamento da túnica albugínea na face posterior do testículo que serve de comunicação com os outros órgãos. Dúctulos eferentes do testículo - saem do testículo em direção ao epidídimo levando o espermatozóide imaturo. Lóbulos dos testículos - São septos fibrosos resultantes de projeções internas da túnica. Dentro deles estão os túbulos seminíferos que são responsáveis pela produção de espermatozóides. Túnica Vaginal: continuação do peritônio. É dividida em: - Lâmina visceral: reveste as vísceras (fica acima da túnica albugínea) - Lâmina parietal: reveste a bolsa escrotal (parede ao redor do testículo) Existe uma quantidade pequena de líquido entre essas lâminas, formando uma cavidade virtual, o que permite uma maior movimentação do testículo na bolsa escrotal; Irrigação arterial: artérias testiculares Ramos da aorta percorrem o retroperitônio e entram no funículo espermático do testículo; Drenagem venosa (começa do testículo e volta em direção ao coração). Plexo venoso pampiniforme - rede de veias que confluem até a veia testicular, que drenam o testículo em direção ascendente. Veia testicular direita -> veia cava inferior Veia testicular esquerda -> veia renal esquerda Os testículos são os órgãos produtores de espermatozóides e do hormônio sexual masculino (testosterona), que é responsável pelo desenvolvimento de caracteres sexuais secundários e pelo desempenho sexual nos homens; Células de Leydig - participam da produção de testosterona; Células de Sertoli - participam da produção de espermatozoides; Secretam também o hormônio anti- Mulleriano, responsável pela regressão do desenvolvimento dos caracteres secundários femininos durante a embriogênese; No desenvolvimento embrionário, os testículos não surgem já na bolsa testicular. Originam-se na região renal e sofrem uma migração ao longo do desenvolvimento; 3 meses de vida - próximo ao íleo 6 e 8 meses - no canal inguinal 9 meses - bolsa testicular EPIDÍDIMO Estrutura alongada na face posterior do testículo. É onde ocorre o armazenamento e amadurecimento (maturação) dos espermatozóides até chegarem ao ducto deferente. Ele é dividido em três partes: Cabeça - parte superior, formada pela confluência de 12 a 14 ductos eferentes (que levam os espermatozoides do testículo em direção ao epidídimo). Corpo - enovelamento de alças do ducto do epidídimo; Cauda - inferior, contínua com o ducto deferente; DUCTO DEFERENTE Ducto com parede muscular de cerca de 40cm, com aspecto de cordão. Contínuo com o ducto do epidídimo: começa na cauda do epidídimo, no polo inferior do testículo e sobe pelo funículo espermático até encontrar o ducto da vesícula seminal e formar o ducto ejaculatório. Principal componente do funículo espermático. ESCROTO Saco cutâneo fibromuscular que faz um apêndice ao eixo do corpo humano a fim de conter o testículo, o epidídimo e ducto deferente; Ele consiste em duas camadas: Externa (Pele) e Interna (Túnica Dartos). TÚNICA DARTOS Camada de músculo liso Dartos que reveste internamente o saco escrotal, fazendo parte de sua parede. Tem capacidade de contração do escroto no frio, a fim de regular a perda de calor). A depender da temperatura externa ambiente, esse testículo se aproxima (ganhar °C) ou se afasta do corpo (perder °C). Essa contração também ajuda a proteger o testículo no ato sexual de algum trauma, para aumentar a espessura e a firmeza da parede da bolsa escrotal. Ela divide internamente o testículo em dois compartimentos pelo septo do escroto e externamente pela rafe do escroto (divisão entre a bolsa escrotal direita e esquerda). Não há tecido subcutâneo na bolsa escrotal, é só pele e musculatura lisa, que é a túnica dartos. O desenvolvimento do escroto está intimamente relacionado com o canal inguinal. Rafe do escroto -> Rafe do pênis -> Frênulo do prepúcio; Cremaster juntamente com a Túnica de Dartos tem a função de contração para controle de temperatura testicular ou proteção. É preciso manter uma temperatura ideal para acontecer a espermatogênese; FUNÍCULO ESPERMÁTICO É um canal por onde passa o testículo durante o desenvolvimento embrionário. Função de suspender o testículo no escroto; Contém estruturas que correm da cavidade abdominal para o testículo e vice-versa; Começa no anel inguinal interno (profundo), passa pelo canal inguinal, e sai no anel inguinal externo ou (superficial). Ele termina no escroto - margem posterior do testículo. Revestimento: Fáscia Espermática Interna - derivada da fáscia transversalis Fáscia Cremastérica - intermediária; contém fibras musculares do mm Cremaster, que é derivado do mm oblíquo interno; Fáscia Espermática Externa - derivada do músculo oblíquo externo. Conteúdo: Ducto Deferente - tubo que conduz espermatozoides do epidídimo até o ducto ejaculatório; Artéria Testicular Artéria do Ducto Deferente Artéria Cremastérica Plexo venoso pampiniforme Fibras nervosas simpáticas Ramo genital do Genito-femoral Vasos linfáticos OBS: O Músculo transverso do abdomem não participa da descida para o revestimento do testiculo; Glândulas seminais Estruturas alongadas de cerca de 5cm, situadas entre o fundo da bexiga e o reto; São bolsas saciformes; Possuem o ducto seminal, que se junta com o ducto deferente e forma o ducto ejaculatório NA URETRA PROSTÁTICA. Não armazenam espermatozóides; Secretam líquido alcalino com frutose que faz parte do sêmen (líquido seminal); Sêmen - composto por espermatozóides e componentes líquidos (ativar e nutrir os espermatozoides e facilitar sua progressão pelo trato genital feminino) Ductos ejaculatórios Junção dos ductos deferente com os ductos seminais; Trajeto ântero-inferior, atravessando a parte posterior da próstata e desembocando na uretra prostática, onde recebem as secreções prostáticas; Ele vai levar tanto os espermatozóides vindos do ducto deferente, tanto o líquido seminal vindo da vesícula seminal para a uretra prostática, aonde será eliminado. Próstata Maior glândula do sistema genital masculino; A parte glandular representa cerca de 2/3 da próstata; o outro 1/3 é fibromuscular; Produz secreção que faz parte do sêmen (20%) e participa da ativação dos espermatozóides; Essa secreção é lançada diretamente na uretra através dos ductos prostáticos; Peso: 25g Pode-se estimar o seu tamanho a depender do peso, e esse peso pode ser estimado através dos exames de imagem (US). À medida que o paciente envelhece, a próstata passa por um aumento fisiológico; Divisões anatômicas FACES: Base: em contato com o colo vesical/bexiga (parte mais alta) Ápice: em contato com a fáscia na face superior do mm esfíncter externo da uretra e do mm transverso profundo do períneo (parte mais baixa) Face Anterior: muscular, separada da sínfise púbica pela gordura retroperitoneal no espaço retropúbico; Face Posterior: contato com o reto; Exame de toque retal; Face Ínfero-lateral: relacionada com o mm levantador do ânus; LOBOS (todos são palpáveis no exame de toque retal): Direito Esquerdo Mediano ZONAS: Periférica (postero-inferior) - 70%; É onde ocorre as neoplasias (tumores) e consegue-se palpar no exame de toque retal; Transição - 5%; É chamada assim pois fica entre a próstata muscular e a glandular. É a região mais próxima da uretra; Ondeocorre a hiperplasia prostática benigna (patologia mais comum da próstata); Central - 25%; Região onde mais ocorre as inflamações (prostatites); em contato com a uretra prostática; GLÂNDULAS BULBOURETRAIS Também chamadas de Glândulas de Cowper; Análogas às glândulas vestibulares femininas; Glândulas localizadas posterolaterais à parte membranosa da uretra (inseridas no mm esfíncter externo da uretra); Produzem uma secreção mucosa que entra na uretra durante a excitação sexual; Seus ductos desembocam na uretra esponjosa proximal; URETRA Canal comum para micção e ejaculação, que possui cerca de 18-22 cm de comprimento. Conduz a urina do óstio interno da uretra (na bexiga) até o óstio externo da uretra (na glande); Fossa navicular da uretra (dilatação da uretra na glande) Também é a via de saída do sêmen; Possui 4 porções principais: Intramural: pré-prostática; Prostática - atravessa a próstata; interseção do sistema urinário com o sistema reprodutor; Membranosa - começa no ápice da próstata e atravessa o diafragma pélvico pelo espaço profundo do períneo; Posterolateralmente a essa região estão as pequenas glândulas bulbouretrais. Esponjosa - localizada no pênis, dentro do corpo esponjoso e termina no óstio externo da uretra. O lúmen da uretra é expandido na região do bulbo do pênis (dilatação intrabulbar) e na glande do pênis (fossa navicular). De cada lado, os finos ductos das glândulas bulbouretrais se abrem na região proximal da parte esponjosa da uretra (os óstios desses ductos são extremamente pequenos) Pênis Órgão de cópula masculino; Possui pele fina, tecido conjuntivo subcutâneo, fáscia, vasos sanguíneos e linfáticos e estruturas eréteis; Conduz a uretra: saída comum para a urina e o sêmen; Em posição anatômica o pênis está ereto; Possui 3 partes: Raiz, Corpo e Glande; Possui 3 corpos cilíndricos de tecido cavernoso erétil que se enchem de sangue para provocar a ereção, que são envolvidos pela túnica albugínea: Dois corpos cavernosos (dorsais) Cada um tem um revestimento fibroso externo chamado túnica albugínea. Superficialmente a ela, está a fáscia do pênis (Fáscia profunda de Buck); Um corpo esponjoso (ventral) Contém a uretra esponjosa; Se dilata e forma a glande do pênis; A abertura da parte esponjosa da uretra, o óstio externo da uretra, está localizada na extremidade da glande. A raiz do pênis, a parte fixa, é formada pelos ramos, bulbo e músculos isquiocavernoso e bulbo- esponjoso. Os ramos e o bulbo do pênis consistem em massas de tecido erétil. A parte posterior au- mentada do bulbo do pênis é perfurada su- periormente pela uretra. O corpo do pênis é a parte pendular livre suspensa da sínfise púbica. Exceto por algumas fibras do músculo bulboesponjoso perto da raiz do pênis e do músculo isquiocavernoso que circundam os ramos, o corpo do pênis não tem músculos. PREPÚCIO: Pele que recobre a glande; Forma o frênulo do prepúcio (prega me- diana que liga a glande ao prepúcio) Coroa da glande: é a projeção mais alta da glande; Anatomia Clínica HIDROCELE Acúmulo anormal desse líquido entre lâminas; Congênita - desde o nascimento; Persistência do conduto peritônio-vaginal, ou seja, o canal entre o peritônio e a túnica vaginal fica aberto, e o líquido abdominal acaba descendo para a bolsa escrotal; Adquirida - trauma, orquite (inflamação do testículo). Diagnóstico: Transiluminação; CRIPTORQUIDIA Não descida do testículo para a bolsa testicular. Normalmente fica preso no canal inguinal. Geralmente é identificado erroneamente pela mãe da criança como uma hérnia. Diagnóstico é feito pelo exame físico, com a identificação da bolsa testicular vazia de um dos lados ou dos dois (unilateral ou bilateral); Correção é feita na infância; injeta-se beta-hCG; Aumento de risco de câncer de testículo em cerca de 20x. Muito comum em pacientes com síndrome de Down; VARICOCELE Dilatação do plexo pampiniforme, devido a válvulas defeituosas nas veias testiculares, gerando varizes escrotais; Pode ser causada também por problemas renais ou da veia renal; É a principal causa de infertilidade nos homens; Sintomatologia - dor testicular, pois a drenagem não está sendo eficaz; As varizes aumentam com manobras de Valsalva; aumento voluntário da pressão intraabdominal. Tratamento: cirurgia - varicocelectomia (cirurgia) As válvulas das veias estão defeituosas - veias dilatadas - varizes escrotais. Tende a acometer o lado esquerdo; dificuldade de retorno sanguíneo na veia renal; HÉRNIAS INGUINAIS São as principais patologias do funículo espermático; Protusão de conteúdos da cavidade abdominal pelo canal inguinal (devido a ponto de fragilidade na parede abdominal); Maioria das vezes é redutível - o conteúdo retorna para a cavidade abdominal; Representa 90% das hérnias da parede abdominal; Podem ser diretas ou indiretas: INDIRETAS - congênita - mais comum de todas as hérnias; lateral aos vasos epigástricos; Ela desce pelo canal inguinal; DIRETAS - adquirida - medial aos vasos epigástricos - é causada pela fraqueza na parede abdominal; desce por fora do canal inguinal, pois é posterior a ele; FIMOSE Estreitamento do prepúcio, com dificuldade de exposição da glande; Tratamento: postectomia (incisão do prepúcio). EPISPÁDIA E HIPOSPÁDIA Implante anômalo da uretra no corpo do pênis; Na face posterior do pênis - Epispádia Na face anterior - Hipospádia; Ela pode ser Escrotal (quando o óstio da uretra está localizado no escroto), Peniana (corpo do pênis) ou Coronal (na coroa da glande); Glandular (glande do pênis); Tratamento: Cirúrgico - Reimplante da uretra em seu local anatômico; DOENÇAS DA PRÓSTATA A próstata é um órgão masculino que tem prazo de validade, a partir de um momento ela passará a ter problemas; Hiperplasia prostática benigna Comum após a meia-idade; Consiste no aumento da glândula; A próstata aumentada projeta-se na bexiga urinária e impede a micção, pois distorce (comprime) a uretra prostática. A HPB é uma causa comum de obstrução uretral, causando noctúria (necessidade de urinar durante a noite), disúria (dificuldade e/ou dor durante a micção) ou urgência (desejo súbito de urinar); Outro sintoma comum é o estrangulio - paciente precisa fazer força pra urinar. Prostatite Infecção bacteriana da próstata; Ela eleva muito o PSA; Câncer de Próstata É o mais prevalente nos homens; Screening - a partir de 45 anos é indicado Toque retal - avalia tamanho e presença de nódulos PSA (antígeno prostático específico) - É um exame de sangue que detecta esse antígeno secretado pela próstata, e é o melhor marcador tumoral de câncer; Esse antígeno tem como função impedir a coagulação do sêmen; PROSTATECTOMIA Cirurgia na qual toda a próstata é removida junto com as glândulas seminais, os ductos ejaculatórios e as partes terminais dos ductos deferentes. Assim, só resta o conteúdo seminal das glândulas bulbouretrais, pois todo o resto é retirado; A ejaculação do paciente é reduzida; A pessoa fica estéril - precisa cortar o ducto deferente (não há espermatozoides na ejaculação). DOENÇA DE PEYRONIE Fibrose cicatricial dos corpos cavernosos - geralmente por um trauma; Resultado: curvatura peniana; A curvatura depende do local da fibrose; Sintoma: pênis torto, dificuldade para penetração; Tratamento - cirúrgico; Cirurgia de Nesbit ESTERILIZAÇÃO MASCULINA O método comum de esterilização masculina é a deferentectomia, mais conhecida como vasectomia. Durante esse procedimento, parte do ducto deferente é ligada e/ou excisada por meio de uma incisão na parte superior do escroto. Portanto, o líquido ejaculado das glândulas seminais, próstata e glândulas bulbouretrais não contém espermatozoides. Os espermatozoides não expelidos se degeneram no epidídimo e na parte proximal do ducto deferente. Na maioria das vezes, a reversão da vasectomia é bem-sucedida; Anemia falciforme *
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