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Apostila Completa de História (1)

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Apostila Completa de História/Apostila Completa de História.pdf
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Introdução 
 
Ter bons resultados acadêmicos exige esforço e empenho por parte dos estudantes. 
Neste ponto, não há discussão. Porém, o trabalho fica um pouco mais fácil quando 
estudamos com um material conciso, completo e simples de compreender. E foi por este 
motivo que resolvi elaborar esta apostila, cujo conteúdo pode ser compreendido e muito 
bem aproveitado por estudantes do Ensino Fundamental II ao pré-vestibular. 
 
Esta apostila de História Geral engloba todos os conteúdos cobrados em testes, provas, 
vestibulares, concursos e outros exames externos. Os conteúdos, por sua vez, estão 
ligados ao material publicado regularmente no blog História Digital 
(www.historiadigital.org). Resolvi, assim, disponibilizar os resumos para que possam ser 
lidos de forma diversa, além da possibilidade de impressão. As imagens foram todas 
extraídas de sites e/ou repositórios de imagens gratuitas, como a Wikimedia, Flickr, 
Pixabay, dentre outros. Esta informação acompanha todas as imagens. 
 
Ao fim de cada capítulo, foram selecionadas questões dos principais vestibulares do 
país. Buscamos priorizar questões do ENEM, considerando a importância desta prova 
como requisito não só para cursos em universidades federais, mas também para 
programas de incentivo oferecidos pelo governo. Também incluímos, em cada conteúdo, 
ao menos uma questão factual que se articula diretamente com o resumo, e uma questão 
discursiva. O gabarito se encontra ao final da apostila. 
 
O ensino de História possibilita uma diversidade de metodologias, mas consideramos 
que, para uma boa compreensão dos eventos, seguir a linha do tempo é fundamental. 
Portanto, optamos pela abordagem diacrônica da História, seguindo a cronologia 
considerada oficial e que, apesar das críticas à sua utilização, ainda consideramos a 
melhor forma de organizar os estudos. 
 
Em termos teóricos, optamos por elaborar - considerando a tendência dos vestibulares - 
os conteúdos baseados em uma interpretação "oficial" da História. No caso da História 
do Brasil, esta interpretação está fundamentada, geralmente, no materialismo histórico-
dialético - ou História Marxista. Nos últimos anos, obras historiográficas - algumas 
bastante controversas nos principais meios acadêmicos - questionam reduzir o passado 
a um embate de lutas de classes, opressores e oprimidos. 
 
Considerando uma necessidade curricular, incluímos na apostila conteúdos ligados a 
civilizações diversas, como os japoneses, chineses, indianos, os povos pré-colombianos, 
assim como a história do continente africano antes da colonização europeia. Em suma, 
procuramos abordar todos os conteúdos possíveis para garantir o seu sucesso 
acadêmico. 
 
Bons estudos! 
Prof. Michel Goulart 
 
 
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Sumário 
 
01. Introdução a História------------------------------------------------------------------------------05 
02. Tempo--------------------------------------------------------------------------------------------------10 
03. Pré-História Geral-----------------------------------------------------------------------------------15 
04. Pré-História Americana---------------------------------------------------------------------------21 
05. Pré-História Brasileira-----------------------------------------------------------------------------25 
06. Mesopotâmia-----------------------------------------------------------------------------------------29 
07. Egito Antigo------------------------------------------------------------------------------------------35 
08. Hebreus------------------------------------------------------------------------------------------------41 
09. Fenícios------------------------------------------------------------------------------------------------45 
10. Persas--------------------------------------------------------------------------------------------------48 
11. Grécia Antiga----------------------------------------------------------------------------------------52 
12. Roma antiga------------------------------------------------------------------------------------------58 
13. Índia Antiga-------------------------------------------------------------------------------------------64 
14. China Antiga------------------------------------------------------------------------------------------70 
15. Japão Antigo-----------------------------------------------------------------------------------------76 
16. Invasões e Reinos Bárbaros--------------------------------------------------------------------81 
17. Império Bizantino-----------------------------------------------------------------------------------86 
18. Império Islâmico-------------------------------------------------------------------------------------91 
19. África Pré-Colonial---------------------------------------------------------------------------------96 
20. Feudalismo------------------------------------------------------------------------------------------103 
21. Igreja Medieval-------------------------------------------------------------------------------------107 
22. Crise do Feudalismo-----------------------------------------------------------------------------113 
23. Absolutismo----------------------------------------------------------------------------------------119 
24. Mercantilismo--------------------------------------------------------------------------------------123 
25. Renascimento Cultural--------------------------------------------------------------------------127 
26. Reforma Protestante-----------------------------------------------------------------------------133 
27. Expansão Marítima-------------------------------------------------------------------------------138 
28. Império Inca-----------------------------------------------------------------------------------------143 
29. Império Asteca-------------------------------------------------------------------------------------148 
30. Império Maia----------------------------------------------------------------------------------------153 
31. Descobrimento do Brasil-----------------------------------------------------------------------158 
32. Povos Indígenas do Brasil---------------------------------------------------------------------162 
33. Administração Colonial-------------------------------------------------------------------------167 
34. Ciclo do Açúcar------------------------------------------------------------------------------------171 
35. Escravidão Africana------------------------------------------------------------------------------176 
36. Invasões Estrangeiras---------------------------------------------------------------------------183 
37. Expansão Territorial------------------------------------------------------------------------------188 
38. Iluminismo-------------------------------------------------------------------------------------------193 
39. Ciclo do Ouro---------------------------------------------------------------------------------------198 
40. Revolução Industrial-----------------------------------------------------------------------------205 
41. Treze Colônias-------------------------------------------------------------------------------------212 
42. Independência dos Estados Unidos--------------------------------------------------------216 
43. Revolução Inglesa--------------------------------------------------------------------------------220 
44. Revolução Francesa-----------------------------------------------------------------------------225 
 
 
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45. Período Napoleônico-----------------------------------------------------------------------------232 
46. Independência das Colônias Espanholas------------------------------------------------237 
47. Vinda da Família Real----------------------------------------------------------------------------241 
48. Primeiro Reinado----------------------------------------------------------------------------------246 
49. Período Regencial--------------------------------------------------------------------------------251 
50. Segundo Reinado-Política Interna e Externa--------------------------------------------257 
51. Guerra de Secessão------------------------------------------------------------------------------262 
52. Unificação da Itália e Alemanha--------------------------------------------------------------266 
53. Imperialismo----------------------------------------------------------------------------------------270 
54. Segundo Reinado-Economia e Crise da Monarquia-----------------------------------276 
55. República da Espada----------------------------------------------------------------------------282 
56. Primeira Guerra Mundial------------------------------------------------------------------------287 
57. Revolução Russa----------------------------------------------------------------------------------293 
58. República Oligárquica---------------------------------------------------------------------------299 
59. Crise de 1929 --------------------------------------------------------------------------------------305 
60. Regimes Totalitários-----------------------------------------------------------------------------310 
61. Era Vargas-------------------------------------------------------------------------------------------316 
62. Segunda Guerra Mundial-----------------------------------------------------------------------324 
63. Guerra Fria------------------------------------------------------------------------------------------330 
64. Período Democrático----------------------------------------------------------------------------338 
65. Descolonização da África e Ásia-------------------------------------------------------------346 
66. Regimes Socialistas------------------------------------------------------------------------------353 
67. Ditadura Militar-------------------------------------------------------------------------------------359 
68. Conflitos Árabe-Israelenses-------------------------------------------------------------------366 
69. Nova República------------------------------------------------------------------------------------372 
 
Gabarito ---------------------------------------------------------------------------------------------------379 
Referências Bibliográficas--------------------------------------------------------------------------391 
 
 
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Introdução a História 
Ao iniciarmos o estudo de uma nova disciplina - como no 
caso da História - devemos buscar compreender o seu 
significado. Portanto, a primeira pergunta que devemos 
fazer é: o que é História? Em linhas gerais, História é a 
ciência que estuda as ações dos seres humanos no tempo 
e no espaço. Os historiadores estudam o passado das 
pessoas, dos povos e nações, buscando entender melhor 
o momento presente. 
 
Em História, o estudo do passado é feito a partir de um 
olhar do presente. Neste sentido, a partir de um olhar 
atual, buscamos compreender as mudanças que 
ocorreram desde os primórdios da civilização. A História 
permite entender a forma como as sociedades se organizavam, seus costumes, 
cotidiano, produção de riquezas e mentalidades. 
 
Os historiadores escrevem sobre o passado utilizando as fontes históricas, ou seja, 
tudo o que traz informações que servem para construção do conhecimento histórico. 
As fontes históricas 
Para estudar o passado e compreender melhor 
presente, precisamos ter contato com as fontes 
históricas, ou seja, tudo aquilo que nos traz 
informações sobre o passado. As fontes auxiliam na 
construção do conhecimento histórico, e podem ser 
classificadas em vários tipos, como fontes escritas, 
visuais, materiais e sonoras. 
 
Fazem parte das fontes escritas os jornais, livros, 
diários, letras de música. Dentre as fontes visuais, 
podemos destacar histórias em quadrinhos, pinturas, 
fotografias, filmes, mapas. As fontes materiais compreendem objetos como esculturas, 
vestimentas, armas, objetos, moedas, vasos, joias. As fontes sonoras, por sua vez, 
englobam gravações, músicas e canções folclóricas. 
 
Também são consideradas fontes sonoras os relatos orais, por exemplo, as histórias 
contadas por nossos avós ou pessoas que testemunharam determinados fatos 
históricos. 
Diferentes interpretações 
A análise e a interpretação das fontes históricas exigem do historiador muita habilidade 
e cuidado. Uma mesma fonte pode ser interpretada de diversas maneiras. Dependendo 
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de sua concepção, métodos e das fontes que dispõe, o historiador pode dar ênfase, por 
exemplo, a aspectos econômicos, políticos ou culturais. 
 
A ênfase em um ou mais desses aspectos possibilita ao historiador construir sua própria 
interpretação histórica a partir do enfoque escolhido por ele. Portanto, se cada historiador 
faz a sua própria interpretação dos acontecimentos históricos, podemos dizer que não 
há uma verdade única e absoluta no estudo da História. 
Sujeitos históricos 
Por muito tempo, foram considerados sujeitos históricos somente pessoas 
consideradas importantes, como reis, generais e políticos. Acreditava-se que somente 
esses personagens de destaque determinavam os rumos da História. 
 
Porém, nas últimas décadas, os historiadores mudaram essa concepção e passaram a 
ampliar o conceito de sujeito histórico. Sendo assim, sujeito histórico é toda a pessoa 
que, individualmente ou em grupo, participa do processo histórico. 
Outros profissionais 
Para realizar seu trabalho na construção do 
conhecimento histórico, os historiadores precisam da 
ajuda de profissionais de outras áreas do 
conhecimento, como arqueólogos, sociólogos, 
antropólogos e geógrafos. Os arqueólogos estudam o 
modo de vida dos povos do passado por meio da 
análise de vestígios materiais por eles produzidos. 
Muito o que se sabe sobre Pré-História e Antiguidade 
se deve a estes profissionais. 
 
Os sociólogos estudam as sociedades humanas e as 
relações que se estabelecem entre os indivíduos e os 
diversos grupos sociais, como a família, a escola e as 
associações profissionais. Os antropólogos estudam 
o ser humano em seus aspectos físicos e culturais, desde a sua evolução biológica até 
sua formação cultural, mitos, costumes e linguagem. 
 
Os geógrafos estudam as transformações que ocorrem no espaço terrestre, tanto 
aquelas causadas por fenômenos naturais, quanto aquelas realizadas por seres 
humanos. 
Correntes de análise histórica 
 
Existem várias correntes de análise histórica, que definem a forma como os historiadores 
encaram as fontes históricas, assim como os sujeitos históricos. Dentre as principais, 
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temos a Escola Positivista, a Escola Marxista, a Escola dos Annales e a Nova História
Cultural. 
 
A Escola Positivista surgiu em meados do século 
XIX. Segundo esta abordagem, os sujeitos 
históricos são os grandes heróis, pessoas 
renomadas, assim como políticos e/ou líderes de 
destaque. Da mesma forma, as únicas fontes 
válidas são as escritas. Por sua vez, a Escola 
Marxista surgiu entre os séculos XIX e XX, tendo 
como sujeitos históricos os denominados 
"oprimidos sociais". Há uma forte ênfase na luta de 
classes e na economia. 
 
A Escola dos Annales surgiu em 1929, através 
da iniciativa de historiadores como March Bloch. 
Estes historiadores publicaram a revista "Anais de 
História". Esta abordagem amplia o sentido de 
sujeito histórico, incluindo as pessoas comuns. Amplia também a noção de fonte 
histórica. 
 
Enfim, a Nova História Cultural surgiu na década de 1970, tendo como representantes 
nomes como Peter Burke. Esta abordagem também amplia o sentido de sujeito histórico 
para pessoas comuns. Além disso, considera como fonte histórica todos os documentos 
e/ou materiais que podem ser utilizados para interpretar o passado, cotidiano e 
mentalidades. 
 
Questões 
 
1. Para estudar o passado e compreender melhor presente, precisamos ter contato com 
as fontes históricas, ou seja, tudo aquilo que nos traz informações sobre o passado. As 
fontes históricas como histórias em quadrinhos, pinturas, fotografias, filmes e mapas 
podem ser classificadas como 
 
a) Fontes Escritas 
b) Fontes Materiais 
c) Fontes Sonoras 
d) Fontes Visuais 
e) Fontes Imateriais 
 
2. (Enem) Quem construiu a Tebas de sete portas? 
Nos livros estão nomes de reis. 
Arrastaram eles os blocos de pedra? 
E a Babilônia várias vezes destruída. Quem a reconstruiu tantas vezes? 
Em que casas da Lima dourada moravam os construtores? 
Para onde foram os pedreiros, na noite em que a Muralha da China ficou pronta? 
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A grande Roma está cheia de arcos do triunfo. 
Quem os ergueu? Sobre quem triunfaram os césares? 
(BRECHT, B. Perguntas de um trabalhador que lê. Disponível em: 
http://recantodasletras.uol.com.br. Acesso em: 28 abr. 2010). 
 
Partindo das reflexões de um trabalhador que lê um livro de História, o autor censura a 
memória construída sobre determinados monumentos e acontecimentos históricos. A 
crítica refere-se ao fato de que 
 
a) os agentes históricos de uma determinada sociedade deveriam ser aqueles que 
realizaram feitos heróicos ou grandiosos e, por isso, ficaram na memória. 
b) a História deveria se preocupar em memorizar os nomes de reis ou dos governantes 
das civilizações que se desenvolveram ao longo do tempo. 
c) grandes monumentos históricos foram construídos por trabalhadores, mas sua 
memória está vinculada aos governantes das sociedades que os construíram. 
d) os trabalhadores consideram que a História é uma ciência de difícil compreensão, pois 
trata de sociedades antigas e distantes no tempo. 
e) as civilizações citadas no texto, embora muito importantes, permanecem sem terem 
sido alvos de pesquisas históricas. 
 
3. (Unesp) A Ilíada, de Homero, data do século VIII a.C. e narra o último ano da Guerra 
de Troia, que teria oposto gregos e troianos alguns séculos antes. Não se sabe, no 
entanto, se esta guerra de fato ocorreu ou mesmo se Homero existiu. Diante disso, o 
procedimento usual dos estudiosos tem sido: 
 
a) desconsiderar os relatos atribuídos a Homero, pois não temos certeza de sua 
procedência, nem se eles nos contam a verdade sobre o passado grego. 
b) identificar na obra, apesar das dúvidas, características da sociedade grega antiga, 
como a valorização das guerras e a crença na interferência dos deuses na vida dos 
homens. 
c) desconfiar de Homero, pois ele era grego e assumiu a defesa de seu povo, abrindo 
mão da completa neutralidade que todo relato histórico deve ter. 
d) acreditar que a Guerra de Troia realmente aconteceu, pois Homero não poderia ter 
imaginado tantos detalhes e personagens tão complexos como os que aparecem no 
poema. 
e) descartar o uso da obra como fonte histórica, pois, mesmo que a guerra tenha 
ocorrido, a Ilíada é um relato literário e não foi escrita com rigor e precisão científica. 
 
4. (Ufsc) O jovem Alexandre conquistou a Índia. 
Sozinho? 
César bateu os gauleses. 
Não levava sequer um cozinheiro? 
Filipe da Espanha chorou, quando sua Armada naufragou. 
Ninguém mais chorou? 
Frederico II venceu a Guerra dos Sete Anos. 
Quem venceu além dele? 
 
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Cada página uma vitória. 
Quem cozinhava o banquete? 
A cada dez anos um grande homem. 
Quem pagava os gastos? 
BRECHT, Bertolt. Perguntas de um trabalhador que lê. In:____. Poemas. Tradução de 
Paulo Cesar Souza. São Paulo: Brasiliense, 1986, p. 167. 
 
Em relação a fontes e escrita da história, é CORRETO afirmar que: 
 
01) por muito tempo as pesquisas históricas privilegiaram as fontes escritas, mas 
atualmente entende-se que todo tipo de registro dos atos e pensamentos da sociedade 
pode ser usado como fonte para a escrita da história, como, por exemplo, utensílios 
domésticos, vestuário, fotografias, monumentos ou mesmo registros orais. 
02) a escrita da história depende da análise de fontes e da interpretação de quem a 
analisa, por isso ela deve ser entendida como uma versão. 
04) a forma de dividir a história em quatro grandes épocas – antiga, média, moderna e 
contemporânea –, apesar de ser um invento europeu, deve ser empregada para o 
entendimento do processo histórico dos diferentes povos do mundo. 
08) os conceitos de tombamento e patrimônio imaterial foram instituídos como forma de 
preservar bens dos mais variados, materiais e imateriais, como fotografias, livros, 
imóveis, cidades, receitas culinárias, que sejam considerados importantes para a 
memória coletiva. 
16) apesar da ampliação da noção de documentos históricos, os documentos oficiais 
ainda são tomados pelos historiadores como as únicas legítimas fontes para o 
conhecimento histórico. 
32) os estudos históricos da atualidade procuram dar voz a diferentes sujeitos, como 
mulheres, trabalhadores rurais, crianças etc.; no entanto, as pesquisas sobre o passado 
ainda têm maior concentração nas ações dos reis, generais, comandantes de revoltas e 
revoluções, pois são os atos dos grandes governantes e líderes que modificam o rumo 
dos acontecimentos. 
 
5. Por muito tempo, foram considerados sujeitos históricos somente pessoas 
consideradas importantes, como reis, generais e políticos. Acreditava-se que somente 
esses personagens de destaque determinavam os rumos da história. Porém, este 
conceito mudou. Atualmente, quem pode ser considerado sujeito histórico? 
 
 
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Tempo 
 
O Tempo é considerado um objeto de difícil conceito, mas de 
extrema importância no estudo da história. Situar os fatos no 
tempo e contextualizá-los é tarefa de historiadores e 
professores desta disciplina. Sem o tempo, não existe história. 
No decorrer dos tempos, vários instrumentos foram utilizados 
como forma de contar o tempo. Eles ajudavam na organização 
de diferentes sociedades. 
 
Podemos destacar alguns instrumentos, como a ampulheta, o 
relógio de sol, a clepsidra, o relógio de vela, relógio de pêndulo 
e o relógio atômico. 
Instrumentos 
A ampulheta é constituída de duas ambulas e um pequeno orifício, com uma certa 
quantidade de areia. O relógio de sol mede o tempo pela posição do sol. A clepsidra 
utiliza dois recipientes,
um com água e outro vazio. A água passa para o recipiente vazio, 
levantando uma boia atrelada a um ponteiro, que marca o tempo. 
 
O relógio de vela consiste em uma vela normal, demarcada com uma escala horária. O 
tempo é marcado pela velocidade de queima da vela. O relógio de pêndulo utiliza pesos 
para fornecer a energia necessária para mover os ponteiros. No relógio atômico, o 
funcionamento depende das propriedades do átomo, considerado o relógio mais preciso 
do mundo. 
Calendário 
Assim com os instrumentos para contar o tempo, os 
calendários também foram criados como forma de 
organizar as sociedades. Calendários são sistemas de 
contagem que utilizam unidades temporais como dia, mês 
e ano. Eles variam de acordo com a cultura ou religião de 
um povo. 
 
O calendário cristão marca os anos a partir do nascimento 
de Cristo, usando a extensão a.C. (antes de Cristo) ou d.C. 
(depois de Cristo). Foi adotado em 1582, através do papa 
Gregório XIII. O calendário hegírico é utilizado em países 
de religião mulçumana. Marca os anos a partir da fuga de 
Maomé para Meca, em 622. 
 
O calendário hebraico, por sua vez, é utilizado em países de religião judaica. Marca os 
anos a partir de uma referência bíblica do que seria a criação do mundo, situada no ano 
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3760 a.C. 
Tempo histórico e cronológico 
Quando estudamos história, podemos contar o tempo de duas formas: através do tempo 
cronológico ou através do tempo histórico. O tempo cronológico é aquele que temos 
usando calendários ou instrumentos. Ele oferece uma medida exata ou aproximada do 
tempo. 
 
O tempo histórico, por sua vez, está relacionado com as mudanças que ocorrem em 
determinada sociedade, independentemente do tempo cronológico. Podemos utilizar, 
como exemplo, uma tribo de índios nômades na Amazônia, que vive da caça e da coleta. 
Apesar de viverem no mesmo tempo cronológico que o nosso, estes índios vivem no 
tempo histórico do paleolítico. 
Linha do Tempo 
Através de uma concepção eurocêntrica do mundo, difundiu-se uma linha do tempo 
baseada em eventos ligados ao contexto do continente europeu. Esta linha do tempo, 
considerada oficial, divide-se em Pré-História, Idade Antiga, Idade Medieval, Idade 
Moderna e Idade Contemporânea. 
 
Esta linha do tempo é limitada ao não oferecer dados para a compreensão histórica e 
temporal de outras sociedades. 
Anacronismo 
Anacronismo é um erro histórico. Significa 
situar um acontecimento, fato ou 
personagem num período em que não 
existiu. Por exemplo, ao dizer que os 
antigos romanos utilizavam armas de fogo, 
estamos incorrendo no anacronismo, pois 
a pólvora ainda não era dominada naquele 
período histórico. 
 
Apesar de ser um erro histórico, se bem 
utilizado pode servir para compreender 
alguns fatos, baseado em valores de nosso 
tempo. Assim, o anacronismo aparece em desenhos, como no caso dos Flintstones; 
histórias em quadrinhos, como no caso do personagem Piteco; entre outras mídias. 
Converter anos em séculos 
Para converter anos em séculos, a regra é simples. Se o ano terminar em 00, permanece 
o(s) dígito(s) inicial(is), convertido(s) em século. 
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Exemplo: 1200=séc.XII; 300=séc.III 
 
Se o ano não terminar em 00, acrescenta-se 1 ao(s) dígito(s) inicial(is), convertido(s) em 
século. 
 
Exemplo: 1756=séc.XVIII; 101=séc.II 
 
É importante fazer a conversão sempre em algarismos romanos. 
Converter séculos em anos 
A regra para converter séculos em anos também é simples. Converte-se o(s) dígito(s) 
inicial(is), do romano ao cardinal, acrescentando dois zeros. Este é o ano final. 
 
Exemplo: séc.XVI=16+00=1600 
 
Em seguida, subtrai 99 do número, encontrando, assim, o ano inicial. 
 
Exemplo: 1600 - 99=1501 
 
Ou seja, o séc.XVI inicia em 1501 e termina em 1600. 
Questões 
 
1. Considerando os fatos históricos dispostos na linha do tempo oficial, identifique o 
período Histórico que vai de 1453 a 1789, iniciando a partir da Tomada de 
Constantinopla: 
 
a) Idade Moderna 
b) Idade Média 
c) Idade Contemporânea 
d) Idade Antiga 
e) Pré-História 
 
2. (Enem) Os quatro calendários apresentados abaixo mostram a variedade na contagem 
do tempo em diversas sociedades. 
 
 
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Com base nas informações apresentadas, pode-se afirmar que: 
 
a) o final do milênio, 1999/2000, é um fator comum às diferentes culturas e tradições. 
b) embora o calendário cristão seja hoje adotado em âmbito internacional, cada cultura 
registra seus eventos marcantes em calendário próprio. 
c) o calendário cristão foi adotado universalmente porque, sendo solar, é mais preciso 
que os demais. 
d) a religião não foi determinante na definição dos calendários. 
e) o calendário cristão tornou-se dominante por sua antiguidade. 
 
3. Sobre o tempo, considere as afirmativas abaixo: 
 
I- Clepsidra é o instrumento que utiliza dois recipientes, um com água e outro vazio. A 
água passa para o recipiente vazio, levantando uma boia atrelada a um ponteiro, que 
marca o tempo. 
II- Calendário é um sistema de contagem que utiliza unidades temporais como dia, mês 
e ano. Seu uso varia de acordo com a cultura ou religião de um povo. 
III- Calendário Cristão é o tipo calendário utilizado em países de religião judaica. Marca 
os anos a partir de uma referência bíblica do que seria a criação do mundo, situada no 
ano 3760 a.C. 
IV- Tempo Cronológico é o tempo que está relacionado com as mudanças que ocorrem 
em determinada sociedade. 
 
Estão corretas: 
 
a) Apenas I 
b) Apenas II 
c) Apenas I e II 
d) I - II - II 
e) I - II - III - IV 
 
4. (Ufpel) 
 
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Analisando a linha do tempo, no período que vai do surgimento do homem até o 
desenvolvimento da agricultura, encontra-se a fase 
 
a) Neolítica. 
b) da invenção da escrita. 
c) dos Metais. 
d) da Antiguidade. 
e) Paleolítica. 
 
5. O Tempo é considerado um objeto de difícil conceito, mas de extrema importância no 
estudo da História. Situar os fatos no tempo e contextualizá-los é tarefa de historiadores 
e professores desta disciplina. Considerando estas informações, responda: o que 
significa anacronismo? 
 
 
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Pré-História Geral 
A Pré-História corresponde a um longo período de 3,6 
milhões de anos. Termina com o surgimento da escrita, há 
4 mil anos. Pesquisas indicam que o ser humano surgiu na 
África, há aproximadamente 4 milhões de anos. Vale 
lembrar que estas datas são motivos de constante 
discussão. 
 
O estilo de vida nômade fez com que estes seres humanos 
– a partir da África – criassem redes de migrações para 
outras regiões do planeta. Assim, em tempos e circunstâncias diferentes, outros 
continentes – Europa, Ásia, Oceania e América –, foram povoados. 
 
Sobre o termo 
 
O termo Pré-História, apesar de muito utilizado, é motivo de discussão entre 
historiadores, arqueólogos e outros pesquisadores do período. Isto porque “pré” significa 
“antes”,
e passa a ideia de que as populações que viveram neste período não tinham 
história. 
 
No entanto, quando o ser humano passa a transformar a natureza, já está fazendo 
história. E isto ocorre desde que os primeiros seres humanos surgiram. Assim, alguns 
pesquisadores preferem utilizar outros termos como referência às pessoas que viveram 
neste período. Povos ágrafos, ou seja, sem escrita, é um destes termos. 
Ciências da Pré-História 
O que aconteceu nesse vasto período pode ser 
conhecido pelo estudo dos fósseis e de 
instrumentos, desenhos, restos de habitações e 
outros vestígios da vida humana. Estes vestígios 
são objeto de estudo de duas ciências principais: 
a Arqueologia e a Paleontologia. 
 
A Arqueologia é a ciência que estuda a cultura 
material humana, num dado tempo e espaço. Esta 
cultura material é pesquisada nos chamados sítios 
arqueológicos. A Paleontologia, por sua vez, é 
ciência que estuda, através de fósseis, os organismos que viveram no planeta, ao longo 
do tempo geológico. 
Origem do homem 
Existe um grande debate entre a ciência e a religião, no que diz respeito à origem do 
homem. As duas principais vertentes desta discussão são o Criacionismo e o 
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Evolucionismo. 
 
O Criacionismo é a concepção ligada ao religioso, baseada na ideia da criação do ser 
humano por um ser divino. Teve grande predominância até o séc. XIX. O Evolucionismo 
é a concepção ligada à ciência, baseada nos estudos de Darwin sobre evolução humana. 
 
Considerando que a história é uma ciência, vamos debater aqui as pesquisas 
relacionadas à ideia de evolução humana. 
Evolução Humana 
O evolucionismo não defende a ideia de que o ser humano evoluiu do macaco. Apesar 
de terem ancestral comum, ambos seguiram diferentes caminhos evolutivos. As 
diferentes etapas da evolução foram classificadas a partir da análise do volume do 
crânio, sendo que este foi aumentando à medida que o homem evoluía. 
 
As principais etapas da evolução humana são: Australopiteco, Homo Habilis, Homo 
Erectus e Homo Sapiens. O Australopiteco é considerado o ancestral mais antigo do 
ser humano. Viveu na África, há aproximadamente 3 milhões de anos. O volume de seu 
crânio era de cerca de 500 cm³, um pouco maior que o dos atuais macacos. 
O gênero Homo 
O Homo Habilis viveu há aproximadamente 2 milhões de anos. Considera-se que tenha 
inventado as primeiras ferramentas, daí a habilidade que deu origem ao seu nome. O 
volume de seu crânio era de 800 cm³. O Homo Erectus viveu há aproximadamente 1 
milhão de anos. Com postura mais ereta, já usava instrumentos de pedra e tinha 
habilidades de caçador. O volume de seu crânio era de 1.100 cm³. 
 
O Homo Sapiens viveu há aproximadamente 200 mil 
anos. O desenvolvimento cerebral possibilitou aumento 
na habilidade de criar utensílios - melhores e mais 
eficientes do que todos os outros feitos anteriormente. 
O volume de seu crânio atingia 1.500 cm³. O Homo 
Sapiens Neanderthalensis – ou Homem de Neandertal 
– viveu há aproximadamente 100 mil anos. Nesta etapa, 
o ser humano já tinha preocupações espirituais e noção 
da morte. O volume de seu crânio atingia 1.700 cm³, 
levemente maior do que os humanos modernos. 
 
No decorrer da evolução humana, a Pré-História se divide em três fases: Paleolítico, 
Neolítico e Idade dos Metais. Esta divisão foi feita de acordo com o material utilizado 
pelos primeiros humanos na fabricação de suas ferramentas. 
 
 
 
 
 
 
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Paleolítico 
O Paleolítico - também conhecido como Idade da Pedra Lascada - abrange um período 
que vai de 4 milhões a 10 mil anos, aproximadamente. Nesta fase, os utensílios utilizados 
no cotidiano das comunidades eram produzidos em pedra, com acabamento mais 
rudimentar. As lascas das pedras possibilitavam uma borda cortante. 
 
Neste período, os seres humanos eram nômades, precisavam se deslocar 
constantemente em busca de alimentos. Sobreviviam, assim, da caça e da coleta. 
Alimentavam-se de frutos, raízes, peixes e pequenos animais. À medida que as 
ferramentas foram se aprimorando, passaram a caçar animais cada vez maiores. 
 
Os indivíduos nesta fase abrigavam-se em cavernas ou casebres feitos de galhos e 
cobertas de folhas. Nas paredes das cavernas surgiram pinturas denominadas de arte 
rupestre, com reprodução de cenas de caça. 
Descoberta do fogo 
A descoberta e posterior domesticação do fogo representa um avanço muito importante 
desse período. A descoberta deste elemento teria ocorrido há mais ou menos 500 mil 
anos, na África, segundo pesquisadores. Com o tempo, os seres humanos foram 
perdendo o medo do fogo provocado na natureza, buscando formas cada vez mais 
aprimoradas de produzi-lo. 
 
O fogo servia para várias coisas: aquecer as pessoas em dias frios, iluminação durante 
a noite nas cavernas, proteção contra animais selvagens. Servia também para cozinhar 
os alimentos e fundir metais. Aliás, é importante lembrar que o uso do fogo para cozinhar 
alimentos desempenhou importante papel na transformação física humana. A carne 
cozida era mais fácil de mastigar e tornou desnecessárias as mandíbulas potentes e 
dentes enormes. 
Neolítico 
O Neolítico - também denominado Idade da 
Pedra Polida - abrange um período que vai de 
10 mil a 5 mil anos, aproximadamente. Nesta 
fase, os indivíduos aprimoraram os instrumentos 
de pedra, polindo-os e tornando-os cada vez 
mais afiados. A relação com o meio-ambiente 
também mudou. O homem já não vivia só da 
caça, pesca e coleta, passou a produzir o seu 
próprio alimento, semeando terras férteis e 
aguardando a época das colheitas. Surgem, 
assim, a agricultura e a criação de animais. 
 
Nesta fase, os seres humanos passaram a ter moradia permanentemente, tornando-se 
 
 
 
 
 
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sedentários. Surgiram as aldeias, compostas de cabanas rodeadas por uma cerca que 
garantia a proteção contra invasores. Para armazenar as colheitas agrícolas, o homem 
passou a modelar vasilhas de argila, que depois eram cozidas no fogo. Originou-se, 
assim, a cerâmica. Com o excedente de produção agrícola, surgiu o comércio. 
 
O conjunto significativo de mudanças sociais, políticas, culturais e econômicas 
resultantes do surgimento da agricultura, é denominado revolução agrícola ou 
revolução neolítica. 
Idade dos Metais 
A Idade dos Metais abrange um período que vai de 
6000 a.C. a 4000 a.C., aproximadamente. Este 
período se refere ao momento em que o ser humano 
dominou a metalurgia, ou seja, a técnica de fundir, ou 
derreter, metais. As ferramentas e utensílios, 
consequentemente, ficaram mais fortes e duradouros. 
 
O primeiro metal utilizado foi o cobre. Inicialmente, era 
martelado a frio, depois foi fundido no fogo e moldado 
em fôrmas de barro ou pedra. Mais tarde, descobriu-
se a liga do cobre com o estanho, obtendo o bronze, 
um metal mais duro. O bronze foi muito utilizado na 
fabricação de armaduras, espadas, objetos de adorno 
e ferramentas. 
 
Com o uso de forjas e foles, a metalurgia melhorou, atingindo o ferro, um dos metais que 
necessita de técnicas mais aprimoradas para ser aproveitado. O ferro era usado 
principalmente para
a fabricação de armas. 
Questões 
 
1. Ancestral do ser humano que viveu há aproximadamente 200 mil anos. Seus utensílios 
eram mais eficientes do que os feitos anteriormente. O seu volume craniano era de 1.500 
cm³. 
 
a) Australopiteco 
b) Homo Habilis 
c) Homo Erectus 
d) Homo Sapiens 
e) Homem de Neanderthal 
 
2. (Enem) O assunto na aula de Biologia era a evolução do Homem. Foi apresentada 
aos alunos uma árvore filogenética, igual à mostrada na ilustração, que relacionava 
primatas atuais e seus ancestrais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Após observar o material fornecido pelo professor, os alunos emitiram várias opiniões, a 
saber: 
 
I- os macacos antropóides (orangotango, gorila e chimpanzé e gibão) surgiram na Terra 
mais ou menos contemporaneamente ao Homem. 
II- alguns homens primitivos, hoje extintos, descendem dos macacos antropóides. 
III- na história evolutiva, os homens e os macacos antropóides tiveram um ancestral 
comum. 
IV- não existe relação de parentesco genético entre macacos antropóides e homens. 
 
Analisando a árvore filogenética, você pode concluir que: 
 
a) todas as afirmativas estão corretas. 
b) apenas as afirmativas I e III estão corretas. 
c) apenas as afirmativas II e IV estão corretas. 
d) apenas a afirmativa II está correta. 
e) apenas a afirmativa IV está correta. 
 
3. Na Pré-História encontramos fases do desenvolvimento humano. Qual a alternativa 
que apresenta características das atividades do homem na fase neolítica? 
 
a) Os homens praticavam uma economia coletora de alimentos. 
b) Os homens fabricavam seus instrumentos para obtenção de alimentos e abrigo. 
c) Os homens aprenderam a controlar o fogo. 
d) Os homens conheciam uma economia comercial e já praticavam os juros. 
e) Os homens cultivavam plantas e domesticavam animais, tornando-se produtores de 
alimentos. 
 
4. (Ufpb) Acerca da divisão entre História e Pré-História, é correto afirmar que se trata 
de um(a) 
 
a) divisão natural, já que os homens primitivos são selvagens e não merecem a 
qualificação de históricos, por não terem desenvolvido a civilização. 
 
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b) processo interno ao conhecimento histórico que, não podendo compreender 
sociedades sem escrita, deixa a tarefa para outros cientistas. 
c) distinção social, indicando que as sociedades sem Estado e sem escrita estão fora da 
história. 
d) distinção cientifica que procura diferenciar as sociedades estáticas e imutáveis das 
sociedades dinâmicas e transformadoras. 
e) divisão convencional que utiliza a escrita como critério para distinguir as sociedades 
humanas para efeito do estudo da história. 
 
5. O primeiro e mais longo período do desenvolvimento humano, que se estendeu até 
perto de 10000 a.C., chamamos de Paleolítico ou Idade da Pedra Lascada. Descreva as 
características do Paleolítico. 
 
 
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Pré-História Americana 
Admite-se que o continente americano era 
despovoado até cerca de 40 mil anos atrás. Por 
essa época, teria se iniciado o processo de 
imigração humana para a América. Porém, estas 
datas ainda são objeto de discussão. A falta de 
consenso entre os estudiosos sobre o povoamento 
da América tem origem nas diferentes datações 
encontradas em sítios arqueológicos em todo o 
território americano. 
 
No sítio arqueológico de Monte Verde, no Chile, os pesquisadores chegaram à 
conclusão de que os seres humanos passaram por ali há 12 mil anos, aproximadamente. 
Data semelhante foi encontrada no sítio Clóvis, nos Estados Unidos. Vestígios 
encontrados no sítio do Boqueirão da Pedra Furada, no Brasil, apontam que os seres 
humanos ali estiveram há 40 mil anos atrás. Muito tempo antes, portanto. 
 
Estas diferentes datações encontradas em pontos tão distantes da América são motivo 
de controvérsia nas discussões sobre a origem do homem americano. 
Origem do homem americano 
Em relação à origem do homem americano, duas teorias predominaram entre os 
estudiosos: a teoria autóctone e a teoria alóctone. A teoria autóctone, hoje em baixa, 
defende que o ser humano teria surgido e evoluído no próprio continente americano. 
Atualmente, a maior parte dos pesquisadores admite a teoria alóctone, ou seja, aquela 
que defende que o ser humano chegou na América migrando de outros continentes, 
como a Ásia. Esta teoria ganhou força pelo fato de que os habitantes da América 
possuem grande semelhança biológica com povos asiáticos. 
A chegada dos primeiros seres humanos na América se deu, provavelmente, através de 
diferentes rotas migratórias. 
Rotas migratórias 
A teoria mais aceita do povoamento do continente 
afirma que levas de seres humanos passaram da Ásia 
para a América em várias ondas migratórias, através 
do Estreito de Bering. Estas migrações ocorreram 
durante a glaciação, quando houve grande acúmulo 
de gelo sobre a superfície da terra. 
 
Neste período, devido ao baixo nível dos mares e 
congelamento das águas, formou-se um caminho 
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terrestre natural que possibilitou a travessia. Alguns pesquisadores identificam outras 
rotas migratórias, como a Malaio-Polinésia e a Australiana, que afirma que o homem 
chegou à América através do Oceano Pacífico, fazendo escalas em suas ilhas. 
 
Estas sucessivas ondas migratórias podem justificar a diversidade cultural e linguística 
na América. No entanto, nenhuma dessas hipóteses pôde ser comprovada, como 
ocorreu com a passagem de Bering. 
Organização social 
Os povos da pré-história americana se dividiam em diferentes estágios de 
desenvolvimento social, cultural e econômico. Havia os povos no estágio paleolítico, que 
viviam da caça, da pesca e da coleta e eram nômades. Entre estes, podemos destacar 
os esquimós, os charruas e os xavantes. 
 
Existiam povos no estágio neolítico, que conheciam a 
agricultura e viviam de forma sedentária, organizados em 
aldeias. Entre estes, podemos destacar os pueblos, 
aruaques e tupis-guaranis. Em algumas regiões, o maior 
desenvolvimento da agricultura, aliado ao aumento da 
população e à introdução de novas tecnologias, propiciou o 
surgimento de grandes e complexos centros urbanos. 
 
A partir dessas bases, organizaram-se as civilizações pré-
colombianas dos maias e astecas, na América Central; e os 
incas, na América do Sul. 
Questões 
 
1. Sítio arqueológico localizado no Piauí, cujos vestígios apontam a passagem do ser 
humano naquela região há aproximadamente 40 mil anos. 
 
a) Clóvis 
b) Monte Verde 
c) Boqueirão da Pedra Furada 
d) Lagoa Santa 
e) Estreito de Bering 
 
2. (Enem) Segundo a explicação mais difundida sobre o povoamento da América, grupos 
asiáticos teriam chegado a esse continente pelo Estreito de Bering, há 18 mil anos. A 
partir dessa região, localizada no extremo noroeste do continente americano, esses 
grupos e seus descendentes teriam migrado, pouco a pouco, para outras áreas, 
chegando até a porção sul do continente. Entretanto, por meio de estudos arqueológicos 
realizados no Parque Nacional da Serra da Capivara (Piauí), foram descobertos vestígios 
da presença humana que teriam até
50 mil anos de idade. 
 
 
 
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Validadas, as provas materiais encontradas pelos arqueólogos no Piauí 
 
a) comprovam que grupos de origem africana cruzaram o oceano Atlântico até o Piauí 
há 18 mil anos. 
b) confirmam que o homem surgiu primeiramente na América do Norte e, depois, povoou 
os outros continentes. 
c) contestam a teoria de que o homem americano surgiu primeiro na América do Sul e, 
depois, cruzou o Estreito de Bering. 
d) confirmam que grupos de origem asiática cruzaram o Estreito de Bering há 18 mil 
anos. 
e) contestam a teoria de que o povoamento da América teria iniciado há 18 mil anos. 
 
3. (Ufpe) O longo processo evolutivo, que se realizou na África, culminou com a aparição 
do homem na Terra (o chamado gênero 'Homo'), a partir de um ancestral comum ao 
homem e aos macacos antropóides. O 'Homo erectus' e o 'Homo ergaster' migraram da 
África, há pelo menos um milhão de anos e povoaram a Ásia. O 'Homo antecesor' iniciou 
o povoamento da Europa, há 800.000 anos. Há 100.000 anos, o homem de Neandertal 
ocupava também a Europa e a Ásia Menor. Todas essas espécies extinguiram-se, 
restando apenas o 'Homo sapiens' moderno, única espécie sobrevivente, à qual todos 
pertencemos. 
 
Baseado nessas informações, analise as proposições a seguir: 
 
1) A América estava completamente despovoada quando Colombo ali chegou, pela 
primeira vez, descobrindo o chamado Novo Mundo. 
2) A América, antes dos descobrimentos dos espanhóis e portugueses, já estava 
povoada por numerosos grupos humanos de diferentes culturas, embora todos 
pertencessem à mesma espécie humana, a do 'Homo sapiens' moderno. 
3) Depois de povoar a Ásia, o 'Homo erectus' conseguiu chegar também à América, faz 
meio milhão de anos. 
4) Os primeiros homens que povoaram a América, chegaram desde a Ásia, através do 
Estreito de Bering. 
5) Os primeiros habitantes da América pertenciam a uma espécie humana hoje extinta. 
 
Estão corretas apenas: 
 
a) 1 e 2 
b) 2 e 3 
c) 3 e 5 
d) 2 e 4 
e) 1 e 5 
 
4. (Fuvest) Há cerca de 2000 anos, os sítios superficiais e sem cerâmica dos caçadores 
antigos foram substituídos por conjuntos que evidenciam uma forte mudança na 
tecnologia e nos hábitos. Ao mesmo tempo que aparecem a cerâmica chamada itararé 
 
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(no Paraná) ou taquara (no Rio Grande do Sul) e o consumo de vegetais cultivados, 
encontram-se novas estruturas de habitações. 
(André Prous. O Brasil antes dos brasileiros. A pré-história do nosso país. Rio de Janeiro: 
Zahar, 2007, p. 49. Adaptado.) 
 
O texto associa o desenvolvimento da agricultura com o da cerâmica entre os habitantes 
do atual território do Brasil, há 2000 anos. Isso se deve ao fato de que a agricultura 
 
a) favoreceu a ampliação das trocas comerciais com povos andinos, que dominavam as 
técnicas de produção de cerâmica e as transmitiram aos povos guarani. 
b) possibilitou que os povos que a praticavam se tornassem sedentários e pudessem 
armazenar alimentos, criando a necessidade de fabricação de recipientes para guardá-
los. 
c) proliferou, sobretudo, entre os povos dos sambaquis, que conciliaram a produção de 
objetos de cerâmica com a utilização de conchas e ossos na elaboração de armas e 
ferramentas. 
d) difundiu-se, originalmente, na ilha de Fernando de Noronha, região de caça e coleta 
restritas, o que forçava as populações locais a desenvolver o cultivo de alimentos. 
e) era praticada, prioritariamente, por grupos que viviam nas áreas litorâneas e que 
estavam, portanto, mais sujeitos a influências culturais de povos residentes fora da 
América. 
 
5. Qual a diferença entre a teoria Autóctone e a teoria Alóctone em relação à origem do 
homem americano? 
 
 
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Pré-História Brasileira 
De acordo com os pesquisadores, foi no 
continente africano que surgiram os 
primeiros seres humanos. Da África, nossos 
ancestrais deslocaram-se para outras 
regiões do planeta, ocupando os mais 
variados ambientes no decorrer regiões foi a 
América. 
 
Há várias hipóteses sobre a ocupação 
humana da América. A mais aceita afirma 
que os primeiros seres humanos chegaram 
ao continente pelo norte da Ásia, através do Estreito de Bering. Dentro dos estudos 
arqueológicos desenvolvidos na América, o Brasil concede uma significativa contribuição 
proveniente de seus diversos sítios arqueológicos. 
 
Estes vestígios fazem parte da Pré-História Brasileira, sendo que ela possui 
características e datações que diferem da pré-história em outras regiões do planeta. 
Arqueologia brasileira 
No Brasil, a presença humana está documentada no período situado entre 11 e 12 mil 
anos atrás. Porém, novas evidências têm sido encontradas que comprovariam ser ainda 
mais antiga esta ocupação. No Boqueirão da Pedra Furada, no Piauí, um grupo de 
arqueólogos notificou a presença de facas, machados e fogueiras com cerca de 48 mil 
anos de existência. 
 
Na região de Lagoa Santa, em Minas Gerais, é o local 
onde está registrado uma das mais notórias 
descobertas da arqueologia nacional. Trata-se do 
crânio feminino, apelidado de Luzia, que existiu há 
cerca de 11.500 anos. Os arqueólogos dividem os 
antigos habitantes de nosso país em três grupos, de 
acordo com a sua forma de viver e ferramentas. Assim, 
temos os povos caçadores-coletores, os povos do 
litoral e os povos agricultores. 
 
Estes grupos seriam, posteriormente, denominados pelos conquistadores europeus de 
índios. 
Povos caçadores-coletores 
Os povos caçadores-coletores ocuparam boa parte do território nacional, do Sul ao 
Nordeste, entre 50 mil e 2500 anos atrás, aproximadamente. Costumavam viver em 
cavernas, em espaços abertos ou florestas. Usavam, para caçar, arcos e flechas, 
 
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boleadeiras e instrumentos de pedra em forma de bumerangue. 
 
Estes povos se alimentavam da carne da caça de pequenos animais, peixes, moluscos 
e frutos silvestres. No Nordeste, eles habitaram cavernas e deixaram grande quantidade 
de arte rupestre. Estas pinturas representavam figuras humanas, cenas de caça, 
danças e guerras. 
 
No Sudeste, os povos caçadores-coletores são denominados de tradição Humaitá. No 
Sul, são chamados de tradição Umbu. 
Povos do litoral 
Os povos do litoral habitaram a costa do Brasil, desde o Espírito Santo até o Rio Grande 
do Sul, há cerca de 6 mil anos atrás. Eram povos coletores, mas sua dieta se baseava, 
principalmente, na abundância de alimentos que coletavam na orla marítima, como 
peixes, moluscos e crustáceos. 
 
 
Eles usavam o fogo e, devido à grande oferta de 
comida, fixavam-se em muitos lugares sem a 
necessidade de constante deslocamento. 
Fabricavam arpões e anzóis de ossos e poliam 
seus instrumentos. Alguns arqueólogos 
acreditam que as conchas dos moluscos que 
comiam e os instrumentos que utilizavam iam se 
amontoando, criando enormes dunas de conchas 
chamadas de sambaquis, ou concheiros. 
 
Outros arqueólogos afirmam que os sambaquis 
eram construídos propositalmente. Estes concheiros também eram utilizados como local 
onde enterravam seus mortos. 
Povos agricultores 
Os povos agricultores ocupavam várias regiões
do país, entre 3500 e 1500 anos atrás, 
aproximadamente. No geral, habitavam em cabanas ou casas subterrâneas. Estes povos 
conheciam a cerâmica, os corantes, compostos medicinais naturais, plantavam 
mandioca e praticavam a coivara, ou seja, queimadas para limpar a terra. 
 
A mais conhecida cultura cerâmica deste grupo é a cerâmica marajoara, da Ilha de 
Marajó. Esta cerâmica apresenta decoração e tamanho peculiares. No Rio Grande do 
Sul, os povos agricultores eram chamados de itararés. No litoral Sudeste e Nordeste, 
eram conhecidos como tupis-guaranis. 
 
Foram estes os povos que entraram em contato com os portugueses, quando estes 
chegaram ao Brasil. Muitos foram escravizados e uma boa parte morreu decorrente de 
guerras e doenças trazidas pelos europeus. 
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Questões 
 
1. Também chamados de concheiros, são depósitos construídos pelo ser humano, 
formados por conchas de moluscos e outros sedimentos. Servia como local de 
enterramento. 
 
a) Arte Rupestre 
b) Sambaquis 
c) Coivara 
d) Tradição Umbu 
e) Cerâmica Marajoara 
 
2. (Enem) 
 
 
 
A pintura rupestre mostrada na figura anterior, que é um patrimônio cultural brasileiro, 
expressa 
 
a) o conflito entre os povos indígenas e os europeus durante o processo de colonização 
do Brasil. 
b) a organização social e política de um povo indígena e a hierarquia entre seus 
membros. 
c) aspectos da vida cotidiana de grupos que viveram durante a chamada pré-história do 
Brasil. 
d) os rituais que envolvem sacrifícios de grandes dinossauros atualmente extintos. 
e) a constante guerra entre diferentes grupos paleoíndios da América durante o período 
colonial. 
 
3. (Pucsp) “O Brasil é uma criação recente. Antes da chegada dos europeus (...) essas 
terras imensas que formam nosso país tiveram sua própria história, construída ao longo 
de muitos séculos, de muitos milhares de anos. Uma história que a Arqueologia começou 
a desvendar apenas nos últimos anos.” 
 
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Norberto Luiz Guarinello. Os primeiros habitantes do Brasil. A arqueologia pré-histórica 
no Brasil. São Paulo: Atual, 2009 (15ª edição), p. 6 
 
O texto acima afirma que 
 
a) o Brasil existe há milênios, embora só tenham surgido civilizações evoluídas em seu 
território após a chegada dos europeus. 
b) a história do que hoje chamamos Brasil começou muito antes da chegada dos 
europeus e conta com a contribuição de muitos povos que aqui viveram. 
c) as terras que pertencem atualmente ao Brasil são excessivamente grandes, o que 
torna impossível estudar sua história ao longo dos tempos. 
d) a Arqueologia se dedicou, nos últimos anos, a pesquisar o passado colonial brasileiro 
e seu vínculo com a Europa. 
e) os povos indígenas que ocupavam o Brasil antes da chegada dos europeus, foram 
dizimados pelos conquistadores portugueses. 
 
4. (Ufscar) (...) Pré-História do Brasil compreende a existência de uma crescente 
variedade linguística, cultural e étnica, que acompanhou o crescimento demográfico das 
primeiras levas constituídas por poucas pessoas (...) que chegaram à região até alcançar 
muitos milhões de habitantes na época da chegada da frota de Cabral. (...) não houve 
apenas um processo histórico, mas numerosos, distintos entre si, com múltiplas 
continuidades e descontinuidades, tantas quanto as etnias que se formaram constituindo 
ao longo dos últimos 30, 40, 50, 60 ou 70 mil longos anos de ocupação humana das 
Américas. 
(Pedro Paulo Funari e Francisco Silva Noeli. "Pré-História do Brasil", 2002.) 
 
Considerando o texto, é correto afirmar que 
 
a) as populações indígenas brasileiras são de origem histórica diversa e, da perspectiva 
linguística, étnica e cultural, se constituíram como sociedades distintas. 
b) uma única leva imigratória humana chegou à América há 70 mil anos e dela 
descendem as populações indígenas brasileiras atuais. 
c) a concepção dos autores em relação à Pré-História do Brasil sustenta-se na ideia da 
construção de uma experiência evolutiva e linear. 
d) os autores descrevem o processo histórico das populações indígenas brasileiras como 
uma trajetória fundada na ideia de crescente progresso cultural. 
e) na época de Cabral, as populações indígenas brasileiras eram numerosas e estavam 
em um estágio evolutivo igual ao da Pré-História europeia. 
 
5. Quais as características dos povos que habitavam a região de Lagoa Santa (MG) e 
Boqueirão da Pedra Furada (PI) estão relacionadas com os povos que habitavam o 
Paleolítico? 
 
 
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Mesopotâmia 
 
A Mesopotâmia - palavra grega que significa "terra entre 
rios" - era uma estreita faixa de terra localizada entre os 
rios Tigre e Eufrates. Atualmente território do Iraque, na 
antiguidade estava situada na região denominada 
Crescente Fértil, que englobava também outras 
regiões, como Egito e Israel. 
 
A civilização ocidental tem sua origem lá. Devemos aos 
mesopotâmicos a origem de nosso alfabeto, religião, arte 
e até as primeiras noções de direito. Esta planície 
fertilizada pelos rios Tigre e Eufrates atraiu uma série de 
povos que se misturaram e se envolveram nas mais variadas guerras territoriais. 
 
Entre estes povos que formaram a chamada civilização mesopotâmica temos: os 
sumérios, os babilônios, os hititas, os assírios e os caldeus. 
 
Sumérios 
 
Os sumérios viveram no sul da Mesopotâmia, entre 4000 a.C. e 1900 a.C. Suas 
principais cidades foram Ur, Uruk e Nipur. Para enfrentar a escassez de chuvas nas 
regiões desérticas onde viviam, os antigos agricultores sumérios abriam canais de 
irrigação para obter água. Para facilitar o comércio a partir do excedente de produção 
agrícola, construíram os primeiros veículos de rodas. 
 
Atribuímos aos sumérios a invenção da escrita. O 
nome escrita cuneiforme deriva do fato de eles 
escreverem na argila mole, sendo o traço deixado em 
forma de cunha. Os zigurates se tornaram o edifício 
característico da arquitetura suméria. Era uma 
construção em forma de torre, composta de 
sucessivos terraços com um pequeno templo no 
topo. 
 
Os sumérios tinham um vínculo muito forte com os 
seus deuses, considerando o seu culto a principal 
função a desempenhar na vida. No fim de suas orações, deixavam estatuetas de pedra 
que os representavam diante dos altares. 
 
Babilônios 
 
Os babilônios estabeleceram-se ao norte da região dos sumérios, entre 1900 a.C. e 
1600 a.C., centralizando seu império na cidade de Babilônia. Por volta de 1750 a.C., o 
rei babilônico Hamurábi conseguiu conquistar toda a Mesopotâmia, impondo, sobre o 
seu império, a mesma administração e as mesmas leis. Suas leis eram baseadas na lei 
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de talião – olho por olho, dente por dente. A lei de talião é o princípio por trás do Código 
de Hamurábi, o primeiro conjunto de leis escritas da História. 
 
Os babilônios aprimoraram conhecimento adquirido dos sumérios e fizeram novas 
descobertas, como o calendário e o relógio de sol. A Babilônia, capital do império, era 
uma das cidades mais prósperas e ricas da época. Após a morte de Hamurábi, o Primeiro 
Império Babilônico entrou em decadência e acabou
por desaparecer devido a invasões 
sucessivas de outros povos mesopotâmicos. 
 
Hititas 
 
Os hititas dominaram a região da Anatólia, ou Ásia Menor, entre 1600 a.C. e 1200 a.C. 
A capital, Hatusa, por sua localização, foi de muita utilidade no controle das suas 
fronteiras. Um dos aspectos mais importantes relacionados aos hititas reside no fato de 
ter sido eles que nos legaram os mais antigos documentos escritos numa língua indo-
europeia até hoje conhecidos. 
 
A maior parte dos textos, que tratavam de história, política, legislação, literatura e de 
religião, eram gravados através da escrita cuneiforme. Os hititas também nos deixaram 
duas invenções de grande importância: a utilização do ferro e o uso do cavalo. Criaram 
também as rodas com raios, utilizadas em carros de guerra. 
 
O rei hitita acumulava várias funções: era chefe do exército, juiz supremo e sacerdote. 
Os hititas criaram um grande império localizado nas atuais Turquia e Síria, e, devido ao 
seu poderiam, conseguiram conquistar a Babilônia. 
 
Assírios 
 
Os assírios habitaram a região ao norte da Babilônia, 
entre 1200 a.C. e 612 a.C. Estabeleceram sua capital 
ora em Nínive, ora em Assur. Os assírios ficaram 
conhecidos pela organização de uma forte cultura 
militar. A guerra tinha fundamental importância para 
eles. Encaravam-na como uma forma de conquistar 
poder e desenvolver a sociedade. 
 
Por este motivo, eram ferozes com os povos inimigos 
que conquistavam. Impunham aos vencidos castigos e 
torturas, pois achavam ser esta uma forma de manter 
respeito e espalhar o medo entre os outros povos. A sua 
violência militar tinha legitimidade por meio da religião: consideravam que a conquista de 
territórios e riquezas era uma missão divina. 
 
Apesar disso, o Império Assírio não resistiu ao ataque dos medos e caldeus. Em 612 
a.C., estes povos derrotaram os assírios e destruíram Nínive e Assur. 
 
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Caldeus 
 
A supremacia dos caldeus representa o estágio final da civilização mesopotâmica, entre 
612 a.C. e 539 a.C. O rei Nabucodonosor e seus seguidores tentaram reviver a glória 
da época de Hamurábi, inaugurando o chamado Segundo Império Babilônico. Alguns 
estudiosos consideram os caldeus os maiores "cientistas" da história mesopotâmica, 
tendo deixado importantes contribuições no campo da astronomia. 
 
Em 587 a.C., Nabucodonosor, após um cerco bem sucedido, conquistou Jerusalém. 
Seguiu-se um período de prosperidade na Babilônia. Os Jardins Suspensos da Babilônia 
e a Torre de Babel são deste período. Em 539 a.C., Ciro, rei dos persas, apoderou-se da 
Babilônia e transformou-a em mais uma província do império persa. 
 
Sociedade 
 
A sociedade mesopotâmica era estamental. Estamentos eram camadas sociais em que 
a posição dos indivíduos dependia do nascimento. Os estamentos da minoria eram 
formados por sacerdotes, aristocratas, militares e comerciantes. A maioria da população 
era formada pelos artesãos, camponeses e escravos. 
 
Mesmo no interior dos estamentos, havia funções sociais diferenciadas. Alguns artesãos 
detinham técnicas tão desenvolvidas que eram considerados mais importantes que 
sacerdotes. Na Mesopotâmia, havia uma junção entre política e religião. Assim, os reis 
exerciam as funções de sacerdote, juiz e comandante militar. Esta característica é 
denominada poder teocrático. 
 
Religião 
 
Assim como vários povos da antiguidade, os 
mesopotâmicos eram politeístas, ou seja, adoravam 
várias divindades e acreditavam que elas eram capazes 
de fazer tanto o bem quanto o mal. A maior parte dos 
deuses tinham características antropozoomórficas. 
Isto significa que eram representados em forma humana 
e animal. 
 
Os deuses se diferenciavam dos homens por serem 
mais fortes e imortais, e representavam elementos da 
natureza. Era comum cada cidade ter o seu deus próprio 
e, quando uma alcançava predomínio político sobre as 
outras, seu deus também se tornava mais cultuado. 
 
Política e Economia 
 
A Mesopotâmia estava dividida em várias cidades-Estado independentes, com governo 
próprio e autônomo. Cada cidade pertencia a um deus, representado pelo rei. O rei 
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mesopotâmico, no geral, assumia uma série de funções: legislava em nome das 
divindades, garantia as práticas religiosas, cuidava da defesa de seus domínios e 
regulamentava a economia. 
 
Sendo parte do Crescente Fértil, as principais atividades econômicas realizadas na 
Mesopotâmia eram a agricultura e o comércio. Os mesopotâmicos fabricavam armas, 
joias e objetos de metal e desenvolveram a tecelagem. 
 
Os comerciantes andavam em caravanas, levando seus produtos aos países vizinhos e 
às regiões mais distantes, trazendo matérias-primas que faltavam na Mesopotâmia. Este 
intercâmbio conectou os diferentes povos de lá. 
 
Questões 
 
1. A Mesopotâmia foi o berço da civilização ocidental. Nosso alfabeto, nossa religião, 
nosso direito e nossas artes são o resultado de uma longa evolução que lá começou. 
Essa rica planície atraiu uma série de povos, que se encontraram e se misturaram, 
empreenderam guerras e dominaram uns aos outros. Identifique, nas alternativas abaixo, 
o povo que viveu ao norte da região dos sumérios, entre 1900 a.C e 1600 a.C. e que, 
sob o governo de Hamurábi, tornou-se um vasto império: 
 
a) Babilônios 
b) Sumérios 
c) Caldeus 
d) Assírios 
e) Hititas 
 
2. (Enem) A Unesco condenou a destruição da antiga capital assíria de Nimrod, no 
Iraque, pelo Estado Islâmico, com a agência da ONU considerando o ato como um crime 
de guerra. O grupo iniciou um processo de demolição em vários sítios arqueológicos em 
uma área reconhecida como um dos berços da civilização. Unesco e especialistas 
condenam destruição de cidade assíria pelo Estado Islâmico. 
Disponivel em: http://oglobo.globo.com. Acesso em: 30 mar. 2015 (adaptado). 
 
O tipo de atentado descrito no texto tem como consequência para as populações de 
países como o Iraque a desestruturação do(a) 
 
a) homogeneidade cultural. 
b) patrimônio histórico. 
c) controle ocidental. 
d) unidade étnica. 
e) religião oficial. 
 
3. (Ufsc) "Bagdá - O famoso tesouro de Nimrud, desaparecido há dois meses em Bagdá, 
foi encontrado em boas condições em um cofre no Banco Central do Iraque em Bagdá, 
submerso em água de esgoto, segundo informaram autoridades do exército norte-
 
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americano. Cerca de 50 itens, do Museu Nacional do Iraque, estavam desaparecidos 
desde os saques que seguiram à invasão de Bagdá pelas forças da coalizão anglo-
americana. Os tesouros de Nimrud datam de aproximadamente 900 a.C. e foram 
descobertos por arqueólogos iraquianos nos anos 80, em quatro túmulos reais na cidade 
de Nimrud, perto de Mosul, no norte do país. Os objetos, de ouro e pedras preciosas, 
foram encontrados no cofre do Banco Central, em Bagdá, dentro de um outro cofre, 
submerso pela água da rede de esgoto. Os tesouros, um dos achados arqueológicos 
mais significativos do século 20, não eram expostos ao público desde a década de 90. 
Uma equipe de pesquisadores do Museu Britânico chegará na próxima semana a Bagdá 
para estudar como proteger os objetos." 
("O ESTADO DE SÃO PAULO". Versão eletrônica. São Paulo: 07 jun. 2003. Disponível 
em www.estadao.com.br.) 
 
Assinale a(s) proposição(ões) CORRETA(S) em relação às sociedades que se 
desenvolveram naquela região na Antigüidade. 
 
01) A região compreendida
entre os rios Tigre e Eufrates, onde hoje se localizam os 
territórios do Iraque, do Kweite (Kwait) e parte da Síria, era conhecida como 
Mesopotâmia. 
02) Na Mesopotâmia viveram diversos povos, entre os quais podemos destacar os 
sumérios, acádios, assírios e babilônios. 
04) A religião teve notável influência na vida dos povos da Mesopotâmia. Entre eles 
surgiu a crença em uma única divindade (monoteísmo). 
08) Os babilônios ergueram magníficas construções feitas com blocos de pedra, das 
quais são exemplos as pirâmides de Gisé. (16) Os povos da Mesopotâmia, além da 
significativa contribuição no campo da Matemática, destacaram-se na Astronomia e entre 
eles surgiu um dos mais famosos códigos de leis da Antigüidade, o de Hamurábi. 32) 
Muitos dos povos da Mesopotâmia possuíram governos autocráticos. Entre os caldeus 
surgiu o sistema democrático de governo 
 
4. (Pucpr) Sobre a produção cultural e científica da Mesopotâmia, é CORRETO afirmar 
que: 
 
a) os mesopotâmios foram exímios na elaboração de sagas que relatavam as 
experiências de heróis míticos em viagens de exploração marítima e colonização das 
costas da Arábia e da África. Além disso, desenvolveram amplamente a medicina, pois 
adquiriram profundos conhecimentos sobre o corpo humano com a prática da 
mumificação, que fazia parte de sua religião. 
b) os mesopotâmios desenvolveram a pintura de forma bastante rica e harmoniosa. 
Foram, também, os inventores do arco redondo ou de berço, muito utilizado na 
construção de pontes e de fortificações militares. Muito engenhosos, inventaram o 
concreto em substituição à pedra bruta, bastante rara na região da Mesopotâmia. 
c) os mesopotâmios eram grandes apreciadores de esportes, em especial da 
tauromaquia, na qual executavam jogos e apresentações acrobáticas com touros, com 
participação de mulheres. Apreciavam também esportes, como o lançamento de dardos 
e pesos à longa distância. Na arquitetura desenvolveram complexos tumulares 
 
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conhecidos como nuragues, de forma cônica, que revelavam sua ampla capacidade de 
cálculo. 
d) os mesopotâmios foram os maiores especialistas da Antiguidade na construção de 
monumentos de pedra esculpida. Os entalhadores mesopotâmicos eram 
reconhecidamente os melhores de seu tempo, tanto que foram requisitados para 
trabalhar em complexos palacianos na Pérsia e na Índia. Na Literatura, se destacaram 
nos temas religiosos, reflexo de sua profunda devoção e da grande importância da 
religião para a população mesopotâmica, comparável ao Egito. 
e) os mesopotâmios sobressaíram-se nas ciências, na arquitetura e na literatura. 
Observando o céu, especialmente a partir de suas torres ou zigurates, e buscando 
decifrar a vontade dos deuses, os sacerdotes desenvolveram a astrologia e a 
astronomia, conseguindo atingir um amplo conhecimento sobre fenômenos celestes, 
como o movimento de planetas e estrelas e a previsão de eclipses. 
 
5. (Unesp) O palácio real constitui naturalmente, na vida da cidade mesopotâmica, um 
mundo à parte. Todo um grupo social o habita e dele depende, ligado ao soberano por 
laços que não são somente os de parente a chefe de família, ou de servidor a senhor. 
(...) Este grupo social é numeroso, de composição muito variada, abrangendo 
trabalhadores de todas as profissões, domésticos, escribas, artesãos, homens de 
negócios, agricultores, pastores, guardiões dos armazéns, etc., colocados sob a direção 
de um intendente. É que a existência de um domínio real, dotado de bens múltiplos e 
dispersos, faz do palácio uma espécie de vasta empresa econômica, cujos benefícios 
contribuem para fundamentar solidamente a força material do soberano. 
(Aymard/Auboyer, "O Oriente e a Grécia - As civilizações imperiais".) 
 
a) Como se organizava a vida social e política na Mesopotâmia? 
b) Um dos grandes legados da Mesopotâmia foi a criação do Código de Hamurábi. Quais 
os principais aspectos desse Código? 
 
 
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Egito Antigo 
 
O Egito Antigo é uma das civilizações mais 
importantes e fascinantes da Antiguidade. A maior 
parte do que conhecemos sobre esta civilização vem 
das pirâmides, pinturas, textos e objetos deixados nas 
tumbas dos reis. 
 
O Egito Antigo se localizava no nordeste da África, em 
pleno Deserto do Saara. Fazia parte, também, do 
Crescente Fértil, que englobava também outras 
regiões, como Mesopotâmia, Fenícia e Israel. A 
civilização egípcia se desenvolveu às margens do rio 
Nilo, que transformou o Egito Antigo em um imenso oásis com mais de mil quilômetros 
de comprimento. 
 
Importância do Nilo 
 
O vale do Nilo compreendia o Alto Egito (Terra do 
Sul), e o Baixo Egito (Terra do Norte). O rio Nilo 
desembocava no Mar Mediterrâneo. De junho a 
outubro, as águas do Nilo depositavam uma espécie 
de adubo natural – denominada húmus - que 
tornava a terra propícia para agricultura. Ao baixar 
as águas, os camponeses iniciavam a semeadura. 
Para saber a altura das cheias e prevenir enchentes, 
os egípcios utilizavam um poço à margem do rio, 
chamado Nilômetro. 
 
O Rio Nilo teve tamanha importância para o Egito, que o grego Heródoto disse a seguinte 
frase: “O Egito é uma dádiva do Nilo”. Porém, Heródoto, nesta frase, falou apenas da 
questão geográfica. Não podemos esquecer que, se não fosse o trabalho de 
camponeses, artesãos e escravos, o Egito nunca teria se tornado uma grande civilização. 
 
Economia 
 
Devido à alta fertilidade garantida pelo rio Nilo, a agricultura era a principal ocupação dos 
egípcios. Os principais produtos cultivados eram o algodão, o linho, trigo e cevada. 
Através do cultivo do papiro - uma espécie de bambu -, fabricava-se papel, que era 
utilizado em diferentes sistemas de escrita egípcia. 
 
A pesca também era praticada em larga escala O produto da pesca, seco e conservado, 
constituía parte importante da alimentação dos egípcios. Os excedentes de produção 
eram comercializados nas planícies desérticas. Quando não estavam ocupados com 
trabalhos agrícola, os camponeses eram obrigados a trabalhar para o estado egípcio - 
sob o comando do faraó -, em canais de irrigação, obras públicas e templos. 
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Sociedade 
 
A sociedade egípcia era dominada pelo faraó, soberano todo-poderoso. Ele era 
considerado um deus vivo, filho de deuses e intermediário entre estes e os homens. O 
faraó era objeto de culto e sua pessoa era sagrada. O faraó tinha autoridade absoluta e 
concentrava, em si, os poderes político e religioso. Exercia, portanto, poder teocrático e 
despótico. 
 
Abaixo do faraó, a sociedade estava dividida em sete grupos sociais: nobres, soldados, 
escribas, soldados, artesãos, camponeses e escravos. A divisão social não era rígida, 
ou seja, havia alguma mobilidade social, ainda que pequena. Por outro lado, havia 
grande desigualdade econômica entre os grupos sociais. 
 
Religião 
 
A religião, que era politeísta e antropozoomórfica, 
desempenhava um papel muito importante na vida 
dos antigos egípcios. O Egito era uma civilização 
teocêntrica, ou seja, praticamente tudo girava em 
torno da religião. Grande parte de suas crenças e 
rituais foram incluídos em seu livro sagrado, o Livro 
dos Mortos. Assim, eles acreditavam numa vida 
após a morte. Esta forte crença era representada 
com frequência em pinturas e objetos deixados nas 
tumbas. Para garantir a passagem para outra vida, 
desenvolveram

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