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TRAUMA RAQUIMEDULAR

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27/05/19 Kathlyn Póvoa 
1 PRIMEIROS SOCORROS 
TRAUMA RAQUIMEDULAR 
INTRODUÇÃO 
✓ Trauma não reconhecido e não tratado pode resultar 
em dano irreparável à medula espinhal, com dano 
neurológico permanente. 
✓ Pode ser uma lesão imediata no momento do 
trauma 
✓ Pode ser uma lesão secundária, após a 
movimentação. 
✓ Esse tipo de trauma é mais comuns em homens 
jovens, pelas práticas de atividades mais violentas, 
e de alto risco. 
✓ Maior causador são acidentes automobilísticos, logo 
após, vem as quedas. 
✓ Maioria das lesões são causadas por trauma direto 
na cabeça ou pescoço, mas também podem ser 
causadas por deslocamento do tronco, forçando a 
coluna e seus ligamentos além do limite. 
✓ O trauma pode ser por lesão dos nervos: central e 
periférico. Qualquer lesão desse tipo, causa um 
déficit no paciente temporário ou permanente. 
Traumatismo Crânio Encefálico (TCE): causa mais 
comum de lesão neurológica. 
Cinemática: 
• Trauma em pescoço, tronco, pelve. 
• Aceleração ou desaceleração bruscas, 
• Quedas, 
• Ejeção de veículos, 
• Mergulho em aguas rasas. 
ANATOMIA 
 
Nossa coluna é composta por 33 vértebras. 
→ 7 cervicais; 
→ 12 torácicas; 
→ 5 lombares; 
→ 5 sacrais; 
→ 4 coccígeas; 
Com exceção da C1, C2, Sacrais e coccígeas, as 
vertebras são praticamente iguais: 
Localização das lesões: 
◊ 55% Cervicais 
◊ 15% Torácica 
◊ 15% Lombosacra 
◊ 15% Toracolombar 
 
 
 
A medula espinhal é constituído no cérebro, se inicia 
na base do tronco cerebral, passa pelo forame magno, 
e alcança até L2. 
 
 
Tratos: 
■ Ascendentes: 
▪ Trato espinotalâmico: sensação de dor e 
temperatura do lado oposto. 
▪ Colunas posteriores: propriorecepção e 
sensação de vibração do mesmo lado. 
■ Descendentes: 
▪ Trato piramidal: função motora do mesmo 
lado. 
FISIOPATOLOGIA 
- A coluna pode suportar uma força de até 1360 joules 
de energia. 
Lesões esqueléticas: 
 Fraturas por compressão: achatamento do 
corpo vertebral. 
 Fraturas por fragmentos ósseos que se alojam 
no canal medular. 
 
27/05/19 Kathlyn Póvoa 
2 PRIMEIROS SOCORROS 
 Subluxalçao: deslocamento parcial da vertebra 
de seu alinhamento normal. 
 Superestiramento ou laceração dos 
ligamentos e músculos gerando instabilidade da 
coluna. 
- Qualquer uma dessas lesões pode resultar em uma 
transecção irreversível, compressão ou estiramento da 
medula. 
- Pacientes com lesão na coluna, possuem 10% de 
chance de ter uma segunda fratura. Por isso imobiliza-
se por completo. 
- Ausência de déficit neurológico não elimina a 
possibilidade de fratura óssea ou coluna instável, mas 
elimina a possibilidade de lesão na medula no momento 
da avaliação. 
Mecanismos de lesão que causam trauma na coluna 
vertebral: 
 Carga axial: compressão da coluna. Exacerba as 
curvaturas normais. (Mergulho em agua rasa) 
 Hiperflexão, hiperextensão, hiper-rotação: 
lesões ósseas, rompimentos de músculos e 
ligamentos (Colisão traseira) 
 Inclinação lateral: repentina ou excessiva 
(Trauma lateral no tórax) 
 Tração: alongamento excessivo da cabeça. 
Causa estiramento e laceração da medula 
espinhal. (Enforcamento) 
LESÕES DA MEDULA ESPINHAL: 
a) Primária: é o resultado direto do impacto, somado 
à compressão da medula espinhal, que resulta em 
dano axonal. Pode ocorrer por fragmentos ósseos 
que geram ou não uma compressão medular, 
tendo ou não interrupção do suprimento 
sanguíneo. 
b) Concussão medular: presença de sintomas 
neurológicos (paralisa temporariamente as 
funções da medula), sem identificação de lesão 
macroscópica. Envolve ferimento ou sangramento 
dos tecidos da medula. 
c) Choque medular: estado de paralisação das 
funções da medula espinhal, que ocorre após 
traumatismo grave na medula. Pode se reversível 
ou irreversível. 
d) Compressão medular: pressão na medula 
espinhal. Pode ser causado por edema, ruptura de 
disco ou fragmentos ósseos. Causa uma parada 
nas funções dela, podendo resultar em isquemia e 
exige descompressão. 
e) Laceração da medula: quando o tecido é 
cortado. Geralmente é permanente, quando algum 
ou todos os tratos são rompidos. 
 
f) Transecção: 
✓ Completa: 
➢ Todos os tratos são rompidos, 
➢ Perda de todas as funções medulares 
distais a lesão 
➢ Determinação da extensão so é exata pos 
24h, devido ao edema 
➢ Maioria resulta em paraplegia e tetraplegia 
➢ Mal prognostico 
✓ Incompleta 
➢ Pode apresentar funções intactas 
➢ Sx Medular Anterior 
➢ Sx Medular Central 
➢ Sx de Brown-Séquard 
➢ Bom prognostico 
g) Sx medular posterior: são síndromes raras, 
envolvendo as colunas posteriores. Essa 
síndrome causa perda da propriopercepção e 
vibração, mantendo a função motora e sensitiva 
intactas. 
h) Sx medular anterior: geralmente são causadas 
por fragmentos ósseos, hiperflexão ou pressão 
das artérias espinhais. Causa perda da função 
motora e perda da sensibilidade de dor e 
temperatura. Podem manter a vibração, 
movimento e propriorepepção. 
i) Sx medular central: geralmente causada por 
hiperextensão da cervical. Causa fraqueza ou 
parestesia das extremidades superiores, e pode 
causar graus variáveis de disfunção da bexiga. A 
força e sensibilidade nas extremidades inferiores 
são mantidas. 
j) Sx de brown-sequard: é a lesão que atinge 
somente um lado da medula. É causada por 
lesões penetrantes, envolvendo hemi-transecção 
da medula. Causa causa perda da função motora 
vibração e propriorecepção do lado afetado, e 
perda da sensibilidade de dor e temperatura no 
lado oposto à lesão. 
 
k) Sx do cone medular 
l) Sx da cauda equina 
CHOQUE NEUROGÊNICO 
É secundário à lesão na medula espinhal. 
É diferente do choque medular. 
Vem acompanhado de: 
❖ Queda da P.A. 
❖ Pele quente e seca 
❖ FC normal ou bradicardia 
- É um achado adicional, e deve ser diferenciado do 
choque hipovolêmico. 
- Raramente compromete oxigenação dos tecidos 
periféricos. 
- Lesões graves podem necessitar vasopressores e 
marca-passo. 
- Manter PAS 85-90mmhg 
EXAME NEUROLÓGICO 
 
27/05/19 Kathlyn Póvoa 
3 PRIMEIROS SOCORROS 
✓ Primeiro deve-se realizar atendimento primário com 
estabilização da cervical 
✓ Realizar uma rápida avaliação no atendimento 
primário: avaliar pupilas, pedir para o paciente 
movimentar os membros e avaliar sensibilidade. 
✓ O exame neurológico completo não é realizado no 
APH, e não se deve perder muito tempo. 
✓ O exame neurológico completo é feito dentro da 
unidade hospitalar. Geralmente ele é feito quando é 
detectado ou se suspeita de uma lesão medular: 
Ele é realizado testanto: 
o Movimentação 
o Propriorecepção 
o Dor 
o Sensibilidade de temperatura 
o Vibração 
✓ É necessário uma avaliação que indica 
imobilização. Não se deve imobilizar o paciente sem 
necessidade 
✓ Nesta avaliação, é muito importante analisar a 
cinemática do trauma. 
✓ Se o paciente já está se movimentando no momento 
da avaliação, não é necessário imobilização. 
CINEMÁTICA 
1) Trauma fechado: 
Colisão automobilística e de motocicletas, 
quedas, lesão em esportes, trauma violentos, 
incidente em agua rasa, aceleração e 
desaceleração, inclinações, ejeções de 
veículos, etc. 
→ Pediatricos: queda e atropelamento 
2) Penetrante: 
- Geralmente baleado ou esfaqueado 
- Não é motivo de preocupação se não tiver lesão 
neurológica no momento. 
- Se o objeto estiver próximo a coluna, ou com 
risco de perfurar, deve-se imobilizar. 
- Se o paciente estiver andando ou se 
movimentando, a energia já foi dissipada, então 
não há indicação de imobilização. 
- Imobilizar pacientes com lesão penetrante na 
cabeça, pescoço e tórax com sintomas 
neurológicos 
IMOBILIZAÇÃO 
Indicações: 
✓ Pacientes com dor e sensibilidade na coluna em 
movimento ou em repouso. 
✓ Alteração do nível de consciência 
✓ Glasgow menor que 15 
✓ Estresse agudo ou estado de choque 
✓ Incapacidade de fala e comunicação 
✓ Déficit ou queixa neurológica (formigamento, 
dormência etc) 
✓ Deformidade anatômica 
✓ Defesa ou contratura de musculaturaparavertebral 
✓ Lesões que causem distrações 
✓ Em caso de dúvida 
Contra-indicado: 
✓ Aumento da FR. 
✓ Isquemia cutânea 
✓ Resistencia ao movimento 
✓ Dor 
✓ Inicio ou aumento de déficit neurológico 
✓ Espasmo muscular 
✓ Comprometimento de via aérea ou ventilação 
TÉCNICA DE IMOBILIZAÇÃO 
1- Alinhar e estabilizar a cabeça, 
cuidadosamente. Manter apoio e estabilização 
2- Avaliação primaria 
3- Verificar capacidade motora, sensorial e 
circulação em extremidades 
4- Examinar pescoço 
5- Prancha curta, colete, manobra de retirada 
rápida (veículo) ou prancha rígida (chão). 
6- Imobilizar tronco, depois pelve 
7- Avaliar a necessidade de acolchoar a área da 
cabeça (adultos) ou tórax (criança). 
 
8- Imobilizar cabeça em posição alinhada e 
neutra 
 
9- Imobilizar membros inferiores para evitar 
rotação ou abdução 
10- Proteger os membros superiores fixando sob a 
prancha ou cruzando sobre o tronco. 
11- Reavaliar exame primário: capacidade motora, 
resposta sensorial e circulação em 
extremidades. 
• A imobilização da fratura deve ser feita abaixo 
e acima da articulação dela. 
• Manter sinais vitais adequados. 
 
COLAR CERVICAL RÍGIDO 
Protege a coluna cervical da compressão 
É colocado após o alinhamento neutro da cabeça 
Ele limita a flexão (90%), extensão, inclinação lateral e 
rotação (50%) 
Deve ter um tamanho adequado. 
 
27/05/19 Kathlyn Póvoa 
4 PRIMEIROS SOCORROS 
Deve permitir a abertura da mandíbula (caso de náusea 
e vomito) 
Caso a cabeça não possa ser alinhada, utilizar cobertor 
ou toalhas 
IDEAL: o colar deve estar apoiado no tórax, coluna 
torácica clavícula e trapézio. 
 
ERROS MAIS COMUNS NA IMOBILIZAÇÃO 
1- Imobilização inadequada 
2- Colar de tamanho errado, ou mal aplicado 
3- Imobilização com a cabeça em hiperextensão 
(falta de acolchoamento) 
4- Imobilizar a cabeça antes do tronco ou 
reajustar as faixas após fixação da cabeça 
5- Acolchoamento inadequado 
6- Imobilizar sem critérios 
TRATAMENTO ESPECIFICO 
Corticoterapia: 
Iniciar nas primeiras 8h após o trauma 
Se iniciado ate 3h, manter apenas 24h 
Se iniciado após 3h, manter 48h 
A dose de ataque melhora o resultado neurológico de 
pacientes com lesão aguda. 
Metilprednisolona 30mg/kg (primeira hora) e 
5,4mg/kg/h nas próximas 24 ou 48h. 
Outros tipos de abordagens: 
▪ Tratamento cirúrgico 
▪ Intercorrências clinicas 
▪ Fisioterapia 
▪ Cuidados da enfermagem 
▪ Apoio psicologico 
Tratamento cirúrgico: 
A cirurgia precoce (em menos de 72h), diminui o risco 
de complicações pulmonares e dá uma maior chance 
de recuperação neurológica 
São utilizadas principalmente em casos de: 
 Redução de fraturas e luxações precoces 
 Descompressão medular 
 Estabilização 
 Terapia com células troncos 
OBSERVAÇÃO 
Pacientes obesos: a imobilização só é indicada em 
casos críticos, mas caso seja indicada, deve ser feita 
por uma equipe preparada e com um transporte de 
segurança. 
Pacientes grávidas: alerta para pacientes com 
hipotensão por compressão da veia cava. A prancha 
deve ser inclinada a esquerda. 
No transporte prolongado, deve-se observar: 
o Isquemia em áreas de protuberância óssea 
o Risco de broncoaspiração 
o Insuficiencia respiratória com constricção do 
tórax 
o Hipotermia (por lesão medular)

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