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EXAME FÍSICO OBSTÉTRICO Diagnóstico Clinico Kathlyn Póvoa 1. Manobra de Leopold-Zewifil (posição, situação, insinuação e apresentação) 2. Altura uterina 3. Batimentos cardíacos fetal (BCF) 4. Movimentos fetais 5. Toque s/n Hipóteses diagnostica: • Estado nutricional (IMCxIG) • Crescimento fetal (AUxIG) • Outros: diabetes gestacional, hipotireoidismo, DHEG; Conduta • Sulfato ferroso 40mg + ácido fólico 5mg • Orientações gerais • Exames • Retorno: 30,15,7 dias. Manobra de Leopold-Zewifil: Consiste em um método palpatório do abdome materno em 4 passos (grau de recomendação B): Delimite o fundo do útero com a borda cubital de ambas as mãos e reconheça a parte fetal que o ocupa; Deslize as mãos do fundo uterino até o polo inferior do útero, procurando sentir o dorso e as pequenas partes do feto; Explore a mobilidade do polo, que se apresenta no estreito superior pélvico; Determine a situação fetal, colocando as mãos sobre as fossas ilíacas, deslizando-as em direção à escava pélvica e abarcando o polo fetal, que se apresenta. As situações que podem ser encontradas são: longitudinal (apresentação cefálica e pélvica), transversa (apresentação córmica) e oblíquas Primeiro tempo: Com bordas cubitais dos dedos, de ambas as maos, deprime-se a parede abdominal, delimita-se o fundo uterino, procurando contato maior possivel com parte posterior do feto, com a face palmar procura-se o contorno do fundo uterino e que parqte fetal que o ocupa. Procura-se: polo cefálico esferoide, irregular, resistente porem redutivel, com as duas regioes caracteristicas a fronte e a regiao occipital Segundo tempo: Desloca-se as mãos do fundo uterino em direção ao polo inferior do órgão, sentindo o dorso fetal e as pequenas partes ou membros, de um ou outro lado. O plano do dorso fetal (resistente, continuo no plano longitudinal e convexo no transverso). Manobra de Budin (palpar dorso mais facilmente) – recalcar o fundo uterino com uma das mãos, exagera-se desse modo a curvatura da coluna – torna-se mais convexa e que ser palpada mais facilmente com a outra mão. Importância: • Reconhecer a posição dorso fetal (direita ou esquerda) • Reconhecer os membros fetais • Facilita ausculta do BCF (pois escuta-se no dorso) Terceiro tempo: Manobra de Leopold ou Pawlick – explora-se a mobilidade do polo (cefálico ou pélvico) em relação ao estreito superior. Apreende-se o polo entre os dedos, imprimindo movimento de lateralidade, indica o grau de penetração na bacia, quando alta e móvel o polo balança de um lado para o outro. Quarto tempo De costas para a paciente, com as bordas cubitais dos dedos, afastados 10cm, desce sobre as fossas ilíacas, caminhando em direção ao hipogástrio, abarca-se o polo que ali se apresenta- Características: • Cefálico: menor, liso, ovoide, consistentes, irredutível • Pélvico: maior, irregular, amolecido, deixa-se deprimir Importância: Apresentação: polo cefálico ou polo pélvico Grau de insinuação Manobras de palpação da situação fetal: Tipos de apresentação fetal: Importância da Manobra de Leopold: 1- Reconhecer e localizar o fundo uterino 2- Eventualmente avaliar se no fundo apresenta polo pélvico ou cefálico 3- Localizar posição dorso fetal 4- Avaliar a situação → se transverso: altura uterina menor do que se fosse longitudinal 5- Localizar membros fetais (facilita local de punção → amniocentese); 6- Determinar mobilidade → não insinuado 7- Avaliar apresentação fetal 8- Avaliar grau de insinuação 9- Localizar local mais adequado de ausculta do BCF. Palpação obstétrica: Pode ser um auxiliar importante para a localização dos batimentos cardíacos fetais (BCF) e vice-versa, BCF sempre está no dorso e localizado próximo ao polo cefálico; ➔ Se ouvir o BCF no quadrante direito superior, significa que o bebe está pélvico ➔ Se ouvir o BCF no quadrante inferior esquerdo, significa que o bebê está cefálico Altura Uterina Objetivos Avaliação do crescimento fetal e a detecção precoce de eventuais alterações. Relacionar a medida da altura uterina com as semanas de gestação (Grau de recomendação B → informação recolhida a partir de um único ensaio clinico aleatorizado ou estudos alargados não aleatorizados) Técnica: ✓ Deslize a fita métrica entre os dedos indicador e médio da outra mão até alcançar o fundo uterino com a margem cubital da mesma mão; ✓ Proceda à leitura quando a borda cubital da mão atingir o fundo uterino; ✓ Anote a medida (em cm) na ficha e cartão e marque o ponto na curva da altura uterina (AUxIG) Quando os dados da amenorreia são confiáveis e se descarta a possibilidade de feto morto e oligoâmnio, a medida da altura uterina permite diagnosticar o crescimento intrauterino retardado com uma sensibilidade de 56% e uma especificidade de 91% A sensibilidade da altura uterina para o diagnóstico de macrossomia fetal é de 92% e sua especificidade 72%, uma vez que tenham sido excluídos a gravidez gemelar, os polidrâmnios e a miomatose uterina. ➢ Sensibilidade: probabilidade de um indivíduo avaliado e doente de ter seu teste confirmado (positivo) ➢ s probabilidade de um individuo avaliado e normal de ter seu teste normal (negativo) Relação da idade gestacional e altura uterina (IGxAU) O que pode interferir na medida da altura uterina? ✓ Espessura do panípulo adiposo (IMC) ✓ Edema da parede abdominal ✓ Ascite, polidrâmnio ✓ Placenta implantada na parede anterior do utero ✓ Situacao fetal em consequencia da apresentação (transverso) ✓ Posição fetal e contrtação uterina Avaliação da curva AUxIG: Primeira medida: Entre as curvas inferior e superior Siga o calendário de atendimento de rotina Acima da curva superior Atente para a possibilidade de erro de cálculo da IG; A gestante deve ser vista pelo medico da unidade e deve ser avaliada a possibilidade de polidrâmnio, macrossomia, gestação gemelar, mola hidatiforme. Solicite US se possível; Caso permaneça dúvida, marque retorno em 15 dias para reavaliação ou, se possível, faça o encaminhamento da gestante para o serviço de alto risco. Abaixo da curva inferior Atente para a possibilidade de erro de calculo de IG. A gestante deve ser vista pelo medico da unidade para se avaliar a possibilidade de feto morto, oligodrâmnio, ou restrição do crescimento intrauterino; Solicite US se possível; Caso permaneça dúvida, marque retorno em 15 dias para reavaliação ou, se possível, faça o encaminhamento da gestante para o serviço de alto risco. Consultas subsequentes: Gráfico Traçado Interpretação Conduta Evoluindo entre as curvas superiores Crescimento normal Siga o calendário de atendimento de rotina Evoluindo acima da curva superior ou abaixo da curva inferior com a mesma inclinação destas É possível que a IG seja maior ou menor do que a estimada Encaminhe a gestante à consulta medica para: Confirmar tipo de curva; Confirmar a IG, se possível com USG; Referir a paciente ao PN de alto risco, na suspeita de desvio de crescimento. Evoluindo acima da curva superior e com inclinação maior do que está. É possível tratar-se de gestação múltipla, polidrâmnio, macrossomia ou outra situação. É necessário referir a paciente ao pré-natal de alto risco. Se possível, solicite USG. Evoluindo com inclinação persistentemente menor do que a curva inferior. Se o traçado cruzar a curva inferior ou estiver afastando-se dela, há provável restrição do crescimento. É necessário referir a paciente ao pré-natal de alto risco. Batimentos cardíacos fetais (BCF) Objetivo: Constatar a cada consulta: a presença, o ritmo, a frequência e a normalidade dos BCF. Para auscultar: ➔ Sonar → após 12 semanas de gestação➔ Pinard/Estetoscópio → após 20 semanas (grau de recomendação C) Padrão de normalidade: Pré-natal de baixo risco: Entre 120 e 160 batimentos/min ✓ Aumento transitório da FCF: Após contração uterina, a movimentação fetal ou o estimulo mecânico do útero → é sinal de boa vitalidade ✓ Desaceleração ou a não alteração da FCF: concomitante a estes eventos, é sinal de alerta, o que requer aplicação de metodologia para avaliação da vitalidade fetal. (Toquiocardiografia) Técnica par ausculta dos batimentos cardiofetais: • Posicione a gestante em decúbito dorsal com o abdome descoberto • Identifique o dorso fetal → palpação, antes perguntar à gestante em qual lado ela sente mais os movimentos fetais: o dorso estará no lado oposto; • Procure o ponto de melhor ausculta BCF – dorso fetal; • Controle o pulso da gestante para certificar-se de que os batimentos ouvidos são do feto, já que as frequências são diferentes. • Conte os BCF por 1 minuto, observando sua frequencia e seu ritmo • Registre os BCF na ficha perinatal e no Cartão da Gestante: Avalie resultados da ausculta dos BCF. Avaliamento dos Batimentos cardiacos fetais Achado Conduta BCF não audíveis com estetoscópio de Pinard, quando a idade gestacional for igual ou maior do que 24 semanas. Alerta:Verifique o erro de estimativa da idade gestacional.Afaste as condições que prejudiquem uma boa ausculta: obesidade materna, dificuldade de identificar o dorso fetal.Mantenha o calendário mínimo de consulta, se houver percepção materna e constatação objetiva de movimentos fetais e/ou se o útero estiver crescendo.Agende consulta médica ou faça a referência da paciente para o serviço de maior complexidade, se a mãe não mais perceber movimentação fetal e/ou se o crescimento uterino estiver estacionário. Bradicardia e taquicardia. Sinal de alerta:Afaste a febre e/ou recomende o uso de medicamentos pela mãe.Deve-se suspeitar de sofrimento fetal.O médico da unidade de saúde deve avaliar a gestante e o feto. Na persistência do sinal, encaminhe a gestante para o serviço de maior complexidade ou para o pronto-atendimento obstétrico. Onde auscultar os BCF: ✓ Feto defletido: ouve no tórax Movimentos Fetais Objetivo: Avaliar bem estar fetal a partir de 34 semanas (recomendação C: opiniao consensual de especialistas e/ou pequenos estudos retrospectivos e registros) O feto movimenta a partir de 20 semanas; Movimentos fetais ativos e frequentes são tranquilizadores, significa que o feto tem reserva; e este é um bom prognostico fetal. É subjetivo a percepcao materna; O US vê o movimento em tempo real; Podemos utilizar o mobilograma (baixo custo). O feto que está bem, se movimenta bem! É importante perceber 6 movimentos fetais em 1 hora; Se não percebeu, faz mais uma hora; Se não perceber, importante verificar Contar movimentos: 1- Registrar 6 movimentos em menos tempo, não é necessario observação durante uma hora completa; assim que forem registrados os 6 movimentos, pode parar a contagem; 2- Após uma hora, não contou 6 movimentos, repetir o procedimento. 3- Se na proxima hora não sentir os 6 movimentos, procurar a unidade de saúde, porque provavelmente significa inatividade fetal; Inatividade fetal: registro de menos de 6 movimentos por hora, em duas horas consecutivas. Amamentação Orientações sobre a amamentação: Cuidado com as mamas para o aleitamento podem ser enfatizadas: • Sugere-se o uso de sutiã durante a gestação; • Banhos de sol nas mamas por 15 minutos (até as 10 horas da manha ou após as 16 horas) • É desaconselhavel o uso de saboes, cremes ou pomadas no mamilo; • É contraindicada a expressao do peito (ou ordenha) durante a gestação para retirada do colostro. Vantagens para a mãe: • Fortalece o vinculo afetivo • Favorece involucao uterina e reduz risco de hemorragia; • Contribui para o retorno ao peso normal • Contribui ao aumento do intervalo entre gestações; Vantagens para a criança: • É um alimento completo, não necessita de nenhum acrescimo ate os seis meses de idade • Facilita a eliminacao de meconio e diminui a incidencia de ictericia • Protege contra infeccoes • Aumenta o vinculo afetivo • Diminui as chances de desenvolvimento de alergias Vantagens para a familia e para a sociedade: • É limpo, pronto e em temperatura adequada • Diminui as internacoes e seus custos, pelos anticorpos passados pelo leite materno • É gratuito Ultrassonografia Parametros ultrassonograficos: >4/5 a 6 semanas: Medir o diametro do saco gestacional → fator impreciso >6 a <9 semanas Mede o tamanho do feto, pois ele esta esticado >9 semanas a <14 semanas Comprimento cabeça-nádega >14 semanas Diametro bi-parietal, circunferencia cefálica, abdominal e comprimento do femur O embriao se torna visivel a partir de 6 semanas Variabilidade da predicao IG menstrual: • >5 semanas e <14 semanas (13 semanas completas) – fator de erro: 7 dias • Entre 14 e 26 semanas – fator de erro: 2 semanas • Entre 26 semanas a 40 semanas – fator de erro: 2/3 semanas O melhor tempo para confirmar data gestacional é o US morfologico de 1º tri. Indicacoes para US na atenção basica: ➔ 1º TRIMESTRE: US Translucencia nucal: 11,3 a 13,6 semanas e 6/7 dias (Morfologico de translucencia nucal de 1ºtri) ➔ 2º TRIMESTRE: US Morfológica: 20-24 semanas (se o coracao tem 4 valvulas, bolha gastrica, bexiga, dedos, hemisferio cerebral etc) ➔ 3º TRIMESTRE: Gestacional: 34 semanas (liquido amniotico, placenta, doppler etc) US de 1º TRIMESTRE: Fase embrionária: Menor que 8 semanas da fertilização ou Menor que 10 semanas da DUM Objetivos: Datação adequada e segura da idade gestacional Excluira possibilidade de gestação ectópica Diagnosticará precocemente a gestação multipla Avaliará a viabilidade de ovular Permitirá a avaliação do colo uterino Via: endovaginal/transvaginal Fase fetal: Maior ou igual a 8 semanas da fertilização ou Maior ou igual a 10 semanas da DUM Objetivos: Diagnostico de malformações fetais maiores Rastreamento do risco fetal de alteracoes croossomiais (sindrome citogeneticas) atraves de: o Estudo da translucencia nucal (entre o subcutaneo e a pele) o Osso nasal (feto com alteracao cromossomica tem o osso espesso, nariz chato) o Doppler colorido do ducto venoso Ultrassom da fase fetal: US Morfológico: 2º trimestre 20 a 24 semanas Objetivos: • Morfologia fetal (anatomia) de forma mais minunciosa e sistematizada • Crescimento fetal • Volume do líquido amniótico • Placenta e o cordão umbilical A posição fetal pode dificultar a realização completa do exame, será necessária a repetição do mesmo em outra ocasião. Via: trans abdominal materna US Obstétrico: 3º trimestre 34 a 37 semanas Objetivos: • Avaliação do crescimento fetal • Volume do líquido amniótico • Maturidade e localização placentária • Permite a visualização de circulares de cordão umbilical Via: trans abdominal materna Fatores de risco no pré-natal: Que podem ser atendidas na atenção básica: • Idade menor de 15 anos e maior de 35 anos • Ocupação: paciente com grandes esforços físicos, carga horaria extensa, rotatividade de horário, exposição a agentes físicos, químicos e biológicos, estresse • Situação familiar insegura e não aceitação da gravidez • Situação conjugal insegura • Baixa escolaridade (menor do que cinco anos de estudo regular) • Condições ambientais desfavoráveis • Altura menor do que 1,45 • IMC baixo peso, sobrepeso ou obesidade Relacionados a gestações anteriores: • RN com R.C.I.U, pré-termo ou malformado • Macrossomia fetal • Síndromes hemorrágicas ou hipertensivas • Intervalo interpartal menor que dois anos ou maior que 5 anos • Nuliparidade e multiparidade (cinco ou mais partos) • Cirurgia uterina anterior •3 ou mais cesarianas Relacionados a gravidez atual: • Ganho de peso adequado • ITU • Anemia Pré natal de alto risco: Relacionados com gestação atual: • Restrição do crescimento intrauterino • Polidrâmnio ou oligodramnio • Gemelaridade • Malformação fetais ou arritmia fetal • Distúrbios hipertensivos da gestação (hipertensão crônica preexistente, hipertensão gestacional ou transitória) • Infecção urinaria de repetição ou dois ou mais episódios de pielonefrite (toda gestante com pielonefrite deve ser inicialmente encaminhada ao hospital de referência para a avaliação) • Anemia grave ou não responsiva a 30-60 dias – sulfato ferroso • Portadoras de doenças infecciosas: hepatite, toxoplasmose, infecção pelo HIV, sífilis terciaria (USG com malformação fetal) e outras DST’s (condiloma) • Evidencia laboratorial de proteinúria • DM gestacional • Desnutrição materna severa • Obesidade mórbida ou baixo peso → gestante deve passar por avaliação nutricional.
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