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ANÁLISE FUNCIONAL
EXERCÍCIOS DE ANÁLISE DE CASOS
CASO 2: História do cliente Marcos
 (Extraído de MOREIRA, M.B. e MEDEIROS, C.A. Princípios básicos de análise do 
comportamento. Porto Alegre: Artmed, 2007. Cap. 9).
CASO CLÍNICO DE PROMISCUIDADE MASCULINA.
Marcos é um homem de 25 anos que trabalha em um tribunal e mora com os pais. Marcos é 
formado em direito e faz uma especialização em sua área. Faz musculação em uma academia três 
vezes por semana e joga futebol aos sábados. Veio à terapia queixando-se estar em uma “sinuca de 
bico”. Marcos namora Paula (24 anos) há quatro anos. Eles se conheceram na faculdade. Relata que 
sua namorada é muito ciumenta, possessiva e agressiva. Além disso, no último ano do namoro, ela 
tem cobrado constantemente “um compromisso mais sério”, isto é, que se casem, ou pelo menos 
que fiquem noivos. Marcos relata não querer mais continuar com o relacionamento, desejando 
“escapar” do casamento a qualquer custo. Entretanto, não consegue romper com Paula, relatando as 
seguintes razões: “Não quero quebrar minha coerência. Você sabe, no início do namoro, 
apaixonado, a gente fala cada coisa que depois se arrepende. Então, eu falei que a amaria para 
sempre, que ela era a mulher da minha vida, que queria casar com ela, etc. Como é que agora, de 
uma hora para outra, viro e digo que não a amo mais e que quero terminar? Além disso, eu sei que 
não, mas há vezes que eu penso que ela vai morrer ou fazer alguma besteira se eu terminar. Ela é 
tão nervosa e tão dependente de mim, que eu não sei não”. 
Marcos, desde que começou a paquerar com 16 anos nunca ficara solteiro. Sempre “emendava” um 
relacionamento em outro e, em geral, traia sua namorada do momento com a próxima namorada. Os 
poucos amigos de Marcos estão todos comprometidos e ele não tem com quem sair caso fique 
sozinho. Marcos se diz muito tímido para fazer amigos, apesar de ter uma excelente fluência verbal 
e conseguir falar sobre diversos assuntos. Marcos não parece ter problemas para conseguir 
parceiras, uma vez que sempre manteve casos fora do relacionamento. Entretanto, relatou que, 
desde criança, se achou inferior aos outros. Achava-se feio, sem graça, muito magro, cabelo ruim, 
etc. Toda situação de conquista o fazia se sentir melhor. Relatava que, se alguém queria ficar com 
ele, então só aí, ele sentia que tinha valor. E, de fato, no início da adolescência, suas investidas 
amorosas não foram bem-sucedidas. 
Apesar de não relatar sentir culpa pelas traições, queria mais liberdade para viver esses casos: “Eu 
pegaria muito mais mulher se não estivesse encoleirado”. Algumas das mulheres que conheceu ao 
trair sua namorada eram muito interessantes, e ele as perdeu por estar namorando. Para conseguir 
manter sua infidelidade, Marcos inventava todo o tipo de desculpa para sair sozinho. Costuma 
deixar sua namorada em casa cedo para sair com outras mulheres depois. É obsessivo com o celular, 
nunca o deixa “dando sopa” para que Paula não comece a mexer no aparelho. Além disso, está 
sempre apagando as chamadas e as mensagens do celular. Só leva suas amantes para locais onde 
não possa ser identificado por ninguém. 
Marcos também relata que gostaria de passar mais tempo com seus amigos, mas como Paula exige 
muito sua presença, ele não consegue vê-los com a freqüência que gostaria. Marcos relata que adora 
encontrar seus amigos e contar seus casos de infidelidade. Seus amigos riem muito das suas 
histórias e chamam-no de “canalha, calhorda, garanhão, pegador, com mel, etc.”.
Quando confrontado em relação às conseqüências em curto e em longo prazo de seus 
comportamentos, Marcos começa a chorar, dizendo que é “um monstro mesmo”. Fica repetindo isso 
até que a terapeuta mude de assunto. 
Já elogiou a aparência e as roupas da terapeuta algumas vezes, puxando assuntos cotidianos com 
ela. Em toda sessão, leva um chocolate ou um doce para a terapeuta. Além disso, em uma sessão, 
Marcos emitiu as seguintes falas: “Se minha namorada fosse como você assim, uma mulher 
controlada, decidida e compreensiva, eu gostaria muito mais dela” e “Pô, se eu encontrasse você 
num bar, certamente eu ia dar uma cantada em você”. Marcos também fala de si mesmo em muitas 
sessões de forma sedutora (olhares e expressões corporais), como se estivesse se vangloriando das 
mulheres que conquista. 
Marcos explica sua infidelidade dizendo que se sente um homem melhor ao trair. Aprendeu a 
admirar homens assim. Seu pai traía sua mãe com freqüência e contava seus casos para os filhos 
homens dizendo: “Eu sei que é errado, mas homem é assim mesmo. Se pintar uma gostosa você vai 
dar para trás?”. Marcos e seus irmãos gargalhavam quando o pai contava essas histórias. Marcos 
também fala com um sorriso maroto que trai porque sua namorada briga demais com ele, é como se 
fosse uma forma de se vingar de sua agressividade. Outra razão apontada por Marcos foi a de que 
“precisava experimentar outras pessoas” para testar o seu amor por Paula: “Só chifro para eu ver se 
é dela mesmo que eu gosto”. 
Apesar da convivência com o pai, Marcos tem uma forte relação de afeto com a mãe, que parece 
muito com a namorada do ponto de vista comportamental: controladora, possessiva e agressiva. 
Relatou trocar “amor” por “mãe” e “mãe” por “amor” com muita freqüência. Apresenta um padrão 
comportamental de submissão com a mãe e com a namorada, sendo agressivo de tempos em 
tempos.
1) Que contingências tornam provável o comportamento de Marcos terminar o namoro? Isto é, 
tecnicamente, porque ele terminaria o namoro? (monte o paradigma disto)
2) Outro tipo de conseqüência para o comportamento de: “terminar o namoro” é não entrar em 
contato com o casamento. Que tipo de procedimento envolve isto? 
3) Ao terminar o namoro ele estaria retirando as brigas e reclamações da Paula. Represente o 
paradigma disto. Neste caso o comportamento de terminar o namoro poderia ser chamado 
de ...
4) O comportamento de terminar o namoro é provável de ocorrer mais sua freqüência é zero. 
Quais são as conseqüências punitivas que levam a este comportamento não ocorrer? 
Represente em paradigmas e diga o tipo de punições que ocorrem.
5) Explique o paradigma de autocontrole de Rachlin segundo o caso lido anteriormente.
6) Terminar o namoro produz a perda de reforçadores proporcionados pela namorada. Isto é 
outra conseqüência aversiva de terminar o namoro. Neste caso trata-se de uma punição 
negativa ou de uma extinção? Justifique sua resposta.
7) Explique porque Marcos é infiel. Depois do debate tente dar uma explicação 
comportamental para estes comportamentos dele.
8) Na história de vida atual e passada, quais são as contingências que explicam porque ficar 
com outras mulheres é tão reforçador?
9) Defina, diga o que é: predição e controle de comportamentos.