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Planejamento Orçamentário e Empresarial Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Profa. Esp. Maria do Socorro de Souza Revisão Textual: Prof. Ms. Luciano Vieira Francisco Planejamento Estratégico • Planejar • Estratégia • Planejamento • Objetivos • Metas • Princípios Gerais de Planejamento • Etapas do Planejamento • Níveis de Planejamento • Tipos de Planejamento • Empresa e Ambiente Macroeconômico • Empresa e Ambiente Setorial • Matriz Swot como Ferramenta de Análise do Planejamento Estratégico Nesta Unidade abordaremos os conceitos básicos que envolvem o processo de planejamento estratégico; os princípios gerais de planejamento; as etapas que envolvem um planejamento; os níveis hierárquicos do planejamento; os tipos de planejamento; o ambiente macroeconômico e setorial da empresa e informações referentes à matriz Swot. OBJETIVO DE APRENDIZADO Saiba que esta Disciplina tem como propósito contribuir para o seu aprendizado no tema planejamento estratégico. Espera-se que, ao final de cada unidade, você tenha embasamento teórico sobre os conceitos que envolvem o tema, bem como capacidade para desenvolver um planejamento estratégico, oferecendo-lhe contato com as discussões mais recentes dessa área; além de lhe proporcionar momentos de leitura – textual e audiovisual – e reflexão sobre os temas que serão aqui discutidos, contribuindo com sua formação continuada e trajetória profissional. Esta Disciplina está organizada em três unidades, cujo eixo principal será [nominar o eixo], ou seja, que dê conta do desenvolvimento do planejamento orçamentário através de dados e informações do planejamento estratégico, é o que você encontrará nas próximas unidades. ORIENTAÇÕES Planejamento Estratégico UNIDADE Planejamento Estratégico Contextualização Em um ambiente de constantes mudanças econômicas, políticas e financeiras, cada vez mais as empresas devem acompanhar suas atividades operacionais, administrativas e financeiras, a fim de que possam permanecer no mundo corporativo. Ou seja, metas ambiciosas em ambientes organizacionais complexos e maiores tornaram-se práticas diárias nas organizações. Dessa forma, o planejamento estratégico como instrumento de gestão é imprescindível para que cada empresa possa concorrer com o mercado ao qual atua, bem como criar vantagem competitiva entre os seus concorrentes. 6 7 Planejar Planejar significa estabelecer ações antecipadas que deverão ser executadas em um determinado período de tempo. Tais ações devem permitir uma avaliação da integração dos vários departamentos da empresa na elaboração dos objetivos estratégicos. Para Sanvicente e Santos (2012) a execução dessas ações vincula-se aos recursos necessários e à definição de atribuições e responsabilidades. Segundo os autores, tais fatores são essenciais para que se alcance os objetivos fixados para uma empresa e suas diversas unidades. Planejar significa tomar decisões por antecipação para tentar controlar o futuro. Nesse sentido, a definição dos objetivos da empresa deve ser coerente com as escolhas viáveis definidas no plano (ACKOFF, 1983). Entende-se por planos, guias que integram e coordenam as atividades da organização de forma a alcançar os objetivos. Estratégia A palavra estratégia vem do grego estrategos, cujo significado é a arte de liderar uma tropa. De acordo com Lunkes (2007): “O termo foi utilizado largamente pelos exércitos para determinar as ações ofensivas, com o único propósito de alcançar a vitória sobre o inimigo”. Segundo Ansoff (1981), o conceito de estratégia tem origem nos problemas em empresas norte-americanas de meados da década de 1950. As técnicas administrativas existentes já eram insuficientes para o controle e permanência das empresas no mercado, de tal forma que a demanda por produtos fora reduzida mesmo com promoções ou ações de marketing. Nesse sentido, empresas de consultoria da época voltaram seus esforços à elaboração de um novo método que originou a administração estratégica. Tal conceito vem sendo utilizado por empresas de pequeno, médio e grande porte. Planejamento Para Cardoso (2014) o planejamento é a função da administração responsável pela definição dos objetivos da organização e pela concepção de planos que integrem e coordenem suas atividades. Nesse contexto, no planejamento são atribuídas as definições do que deve ser feito, representadas pelos objetivos e como deve ser feito, significado pela elaboração dos planos. Segundo Cardoso (2014), a composição do plano total da empresa deve contemplar os planos individuais de cada área específica, como por exemplo: planos mercadológicos, financeiros, de produção e de recursos humanos. 7 UNIDADE Planejamento Estratégico É imprescindível o entendimento de que um plano não é definitivo, sendo, portanto, flexível e alterado a qualquer momento. Ackoff (1983) afirma que em um plano deve ser considerado o relatório intermediário e que suas partes devem interagir com as fases do processo de planejamento. Objetivos Para Sanvicente e Santos (2012) o planejamento, além de apoiar-se nas limitações e oportunidades apresentadas pelos recursos da empresa e pelo ambiente externo, baseia-se em padrões de desempenho ou em alvos de atuação, os quais considerados desejáveis pela administração e proprietários da empresa. Tais padrões ou alvos são também chamados de objetivos, quaisquer que sejam as suas naturezas – alguma taxa de lucro sobre o ativo total, sobre o patrimônio líquido, certo nível de faturamento, liderança tecnológica ou participação no mercado etc. Os objetivos devem ser quantificados por meio de uma unidade de medida: valor monetário, unidade de produção, horas de trabalho etc. Metas As metas permitem o acompanhamento dos objetivos a serem alcançados em um determinado prazo. Dessa forma, os objetivos devem: Ser datados a fim de se estipular o período que se despenderá recursos financeiros, humanos e operacionais para alcançá-los. Por exemplo, a data para se atingir um determinado faturamento deve ser fixada. Neste caso a meta dever ser acompanhada diariamente (SANVICENTE; SANTOS, 2012). Partes de um Plano, Segundo Ackoff (1983) • Fins: especificação de objetivos e metas; • Meios: escolha de políticas, programas, procedimentos e práticas por meio dos quais se tentará atingir os objetivos; • Recursos: determinação dos tipos e quantidades de recursos necessários; • Implantação: procedimentos necessários à tomada de decisão e organização para que o plano possa ser executado; • Controle: parte do plano que identifica erros ou falhas que podem prejudicar sua execução. 8 9 Para melhor elucidar o processo que envolve os objetivos e um plano operacional, Cardoso (2014) apresenta o seguinte exemplo: Diálogo com o autor: Objetivo – as metas da empresa com a realização das atividades dos seus negócios, visando: aumentar a participação de mercado de seus produtos na região Norte; procurando atingir resultados: (resultados desejados); atingir uma participação de 11% do mercado de esferográficas e 18% do mercado de lapiseiras, na região Norte. Plano operacional é aquele que descreve como as ações deverão ser colocadas em prática, suas características e prioridades. Orçamento faz parte do plano financeiro traduzindo em valores o que foi elaborado nos planos anteriores. Princípios Gerais de Planejamento Para Welsch (1983) no desenvolvimento de um planejamento alguns fundamentos são primordiais e representam orientações, atividades e abordagens administrativas necessárias à aplicação do conceito de planejamento e controle de resultados. O autor relaciona os seguintes princípios: • Envolvimento administrativo: consiste em ter a participação, confiança, apoio e orientação da administração. Esse princípio está relacionado não apenas à confiança por parte da administração, mas também ao fator de envolvimento de todos da empresa a fim de, juntos, alcançarem objetivos realistas e conhecidos;• Adaptação organizacional: os centros de responsabilidade administrativa devem ser bem definidos, as áreas que fazem parte da empresa devem ser integradas e os gestores envolvidos necessitam ter visão clara e objetiva de suas funções e das atribuições de seus pares; • Contabilidade por áreas de responsabilidade: aqui o controle das receitas e custos é essencial para o planejamento. O sistema contábil deve ter como premissa o atendimento das necessidades administrativas de planejamento e controle. O plano de contas deve contemplar todos os centros de responsabilidade e relacionar todas as contas e operações existentes ou previstas. A elaboração do plano de contas deve ser de tal forma que os débitos e créditos sejam reconhecidos, entendidos e posteriormente analisados; • Orientação por objetivos: o futuro da organização é favorecido quando os objetivos são definidos em todas as áreas envolvidas. O estabelecimento de objetivos favorece padrões que possam ser comparados a anteriores, permitindo o grau de eficiência alcançado por todos. Da mesma forma, o alcance dos objetivos específicos é facilitado a partir do momento em que se cria condições para a avaliação de decisões; 9 UNIDADE Planejamento Estratégico • Comunicação integral: as responsabilidades e objetivos devem ser reconhecidos por gestores e seus pares. A comunicação e as informações devem, como regra, seguir um padrão de eficiência e eficácia, respondendo a todos os relatórios de desempenho por área de responsabilidade; • Expectativas realistas: as expectativas devem levar em consideração o ambiente temporal e a análise do ambiente externo, dessa forma, correspondendo a objetivos e metas alcançáveis; • Aplicação flexível: a elaboração de um planejamento estratégico deve prever a flexibilidade, deve ainda permitir a incorporação de informações mediante justificativas adequadas a qualquer momento; • Reconhecimento do esforço individual e do grupo: as realizações individuais – positivas ou negativas – devem ser reconhecidas pela administração. Fatores relacionados ao comportamento e desempenho – favoráveis ou desfavoráveis – devem ser avaliados e, quando favoráveis, necessitam recompensa. Da mesma forma, fatores desfavoráveis devem ser avaliados e corrigidos com a participação dos gestores; • Acompanhamento: ambos os desempenhos – favoráveis ou desfavoráveis – devem ser analisados: os favoráveis para reconhecimento e disseminação do conhecimento em áreas semelhantes; os desfavoráveis para construção de ações corretivas de sentido construtivo e oferecimento de condições de melhor planejamento e controle futuro. Etapas do Planejamento Para Welsch (1983) a função administrativa de planejamento é ampla e pode ser analisada em termos formais, ou seja, que definem o grau conforme o processo de planejamento é sistematizado e a forma pela qual as decisões administrativas são definidas em projeções financeiras e planos padronizados. Dessa forma, esse autor afirma que responsabilidades e objetivos devem ser avaliados de forma crítica, sendo necessário o apontamento de possíveis efeitos sobre o grau de sucesso da empresa. Considerando as etapas de um planejamento, Welsch (1983) inclui os seguintes itens: • Os objetivos gerais da empresa a longo prazo, devem ser formalizados; • Os planos relacionados a linhas de produção, serviços, taxas de crescimento, margens de lucro e retornos sobre o investimento devem ser formalizados como subobjetivos necessários à execução dos objetivos gerais; • As ações básicas devem ser estabelecidas e declaradas para que sejam alcançados os objetivos gerais e os subobjetivos específicos; 10 11 • As adoções de estratégias básicas devem seguir um plano de política detalhada; • Deve-se formalizar um projeto planejado, com um plano de resultados a longo e a curto prazo, contendo o fluxo de caixa, o capital circulante, as receitas e despesas, orçamentos de capital e os balanços. Welsch (1983) considera tais etapas como elementos de uma hierarquia de objetivos, assim representados: Quadro 1 – Hierarquia de objetivos Objetivos Gerais Econômicos, clientes, empregados e proprietários Objetivos Específicos Linhas de produtos, linhas de serviços, áreas geográficas, participação de mercado, administração de capital, retorno sobre o investimento, margem de lucro e rotação dos ativos Estratégia Como agir – método de ação para atingir os objetivos gerais e específicos Planejamento detalhado Decisões específicas para a implantação de estratégias, políticas e projetos Planos formais de resultados: Resultados esperados, planos de projetos, planos de resultados a longo prazo, planos de resultados a curto prazo Fonte: adaptado de Welsch (1983) No que se refere mais especificamente ao planejamento, a empresa deve contar com um procedimento sistemático regular, tanto quanto o permitam seus recursos, de coleta de informações sobre as condições do ambiente externo que a circunda (SANVICENTE; SANTOS, 2012). Níveis de Planejamento Para Ansoff (1981) o sentido de planejamento pode ser considerado de acordo com níveis, conforme o seu significado, o alcance ou impacto sobre a natureza dos problemas que se pretende solucionar e está relacionado ao ato de planejar. Dessa forma, o autor define que no nível de planejamento estratégico o processo decisório está relacionado a fatores externos da empresa, mais comumente às linhas de produtos e serviços e aos mercados atendidos. Por exemplo, a decisão pela diversificação de produtos ou mercados é uma atividade estratégica. No nível do planejamento administrativo, as decisões estão relacionadas a melhor estruturação e utilização dos recursos humanos, físicos e financeiros da empresa. Por fim, no planejamento operacional as decisões estão relacionadas à utilização dos recursos de maneira eficiente em dado período, sempre com a finalidade de resultados esperados no processo de produção. Neste caso, um projeto de reformulação de sistemas de informações ou de reorganização de uma divisão ou departamento são exemplos de atividades que, programadas para dado período, estariam enquadradas nessa categoria. 11 ANACASSIA Destacar UNIDADE Planejamento Estratégico Segundo Ansoff (1981), existe uma grande relação entre as atividades operacionais e a elaboração do orçamento da empresa por um determinado período. Fazem parte desse processo as áreas funcionais e linhas de produto, a programação das operações, o acompanhamento da execução e a aplicação de medidas de controle. Tipos de Planejamento De acordo com os níveis hierárquicos, pode-se distinguir três tipos de planejamento (OLIVEIRA, 1994), a saber: Nível estratégico: as decisões nesse nível são estratégicas, logo, fazem parte do planejamento estratégico e estão relacionadas a longo prazo, frequentemente de cinco ou mais anos e afetam a empresa como um todo. As decisões nesse nível estratégico comandam o futuro da empresa, avaliam o ambiente dentro do qual essa organização opera ou venha a operar e são responsáveis pelo desenvolvimento de estratégias voltadas ao alcance do objetivo pretendido (LUNKES, 2007). O planejamento estratégico segue três etapas básicas (LUNKES, 2007): • Elaboração da estratégia – planejamento; • Implementação da estratégia – execução; • Acompanhamento da estratégia – controle. Nível tático: as decisões táticas estão relacionadas ao planejamento tático e envolvem objetivos de curto e médio prazo, geralmente de três a cinco anos. Os objetivos nesse nível são quantitativos e mensuráveis, contemplam apenas uma parte da empresa e normalmente estão associados ao alcance de retornos financeiros estimados para os próximos anos (LUNKES, 2007). Nível operacional: as decisões nesse contexto são operacionais, logo, estão relacionadas ao planejamento operacional e representam a parte mais intensa do planejamento estratégico, uma vez que envolvem as operações associadas à utilização de recursos humanos e operacionais da empresa.Enquanto os planos táticos proveem objetivos mensuráveis à empresa, não indicam como devem ser administradas as operações do dia a dia; esta é a função do planejamento operacional, o qual é um plano detalhado para as operações. Dessa forma, o planejamento operacional deve conter: • Recursos necessários para seu desenvolvimento e implantação; • Procedimentos básicos a serem adotados; • Produtos ou resultados finais esperados; • Prazos estabelecidos; e • Profissionais responsáveis por sua execução e implantação. 12 ANACASSIA Destacar ANACASSIA Destacar ANACASSIA Destacar ANACASSIA Destacar ANACASSIA Destacar ANACASSIA Destacar 13 Empresa e Ambiente Macroeconômico Algumas variáveis macroeconômicas podem afetar – favoravelmente ou desfavoravelmente – o planejamento estratégico de uma empresa. Entre os fatores macroeconômicos mais importantes, Cardoso (2014) destaca: • A política industrial do país; • A política cambial; • O crescimento esperado do Produto Interno Bruto (PIB); • A política monetária e taxa de juros; • O sistema fiscal e tributário, entre outras características. Algumas dessas variáveis podem representar riscos aos negócios, afetando, por exemplo, os valores das receitas esperadas. Após longos anos de moeda fraca frente ao dólar norte-americano empresários brasileiros foram surpreendidos com a valorização do real, fator que reduziu a rentabilidade das suas exportações. Apesar de estar com uma inflação relativamente bem controlada desde a implantação do Plano Real em 1994, e de uma razoável expansão de crédito nos últimos anos, há ainda uma certa resistência, por parte das instituições financeiras no Brasil, quanto ao crescimento de crédito, principalmente pelo fato de que os juros pagos pelos títulos públicos ainda são altos e praticamente sem risco. Se sua empresa for importadora, ela poderá ter vantagens com relação aos preços em moeda estrangeira, mas, por outro lado, a manutenção de taxas de juros altas poderá dificultar e encarecer o crédito para capital de giro (CARDOSO, 2014). Por outro lado, alguns dados socioeconômicos podem influenciar o desenvolvimento ou crescimento das empresas em determinados ciclos. Por exemplo, o crescimento da renda per capita, ou maior distribuição de renda, aumento real do salário-mínimo, entre outros aspectos. No caso brasileiro, as alíquotas de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) da indústria automobilística e da linha branca – geladeiras, fogões etc. –, foram reduzidas para estimular o consumo, permitindo, assim, que esses setores não paralisassem suas atividades ou mesmo demitissem funcionários. 13 UNIDADE Planejamento Estratégico Empresa e Ambiente Setorial Analisar as variáveis microeconômicas em relação ao setor ao qual a empresa faz parte, é essencial para o desenho de cenários e elaboração do planejamento estratégico. Entre as principais variáveis microeconômicas, Cardoso (2014) relaciona: • Organização, situação e posição dos fornecedores; • Organização, situação e posição dos clientes; • Tecnologia utilizada pelo setor; • Concorrência; • Preços; • Logística de distribuição; • Estrutura de crédito para compras e vendas; entre outras variáveis. Relacionamento entre os Vários Processos que Compõem o Processo de Planejamento das Organizações (FREZATTI, 2009) De acordo com as informações do passado, se devidamente registradas em uma base de dados estruturada e informatizada, pode-se desenvolver o processo de planejamento. As expectativas dos interesses externos relacionam-se aos acionistas, clientes e governos. Os acionistas esperam por um lucro que atenda ao que foi investido no negócio, os clientes desejam qualidade e um bom atendimento da empresa e o governo busca interesses nas contribuições fiscais. As expectativas dos interesses internos, ou seja, dos executivos, interagem com as pressões dos agentes externos. Os executivos têm pretensões monetárias, de carreiras e mesmo de poder, as quais, uma vez afetadas pelas pressões externas, proporcionam a definição de planos de negócios que tornem viável a perseguição de objetivos nem sempre harmônicos. Considerando que a visão de longo prazo deve preceder as ações de curto prazo, as questões estratégicas devem ser tratadas. Nesse sentido, missão, estratégias, políticas e objetivos de longo prazo são definidos, revisados e ajustados. Tal procedimento permite coerência de atitudes e consistência ao longo do tempo. 14 15 Matriz Swot como Ferramenta de Análise do Planejamento Estratégico O planejamento estratégico é um processo de gestão empresarial que formula opções para cumprir os objetivos estabelecidos pela empresa, levando-se em conta tanto as condições da economia, o setor onde operará e sua capacidade e estrutura interna. Quem faz planejamento estratégico analisa as forças – ou vantagens – e fraquezas – ou desvantagens – que a empresa possui para competir no mercado em que se insere. Procura explorar as oportunidades que possam ajudar a melhorar sua presença no mercado, assim como minimizar as ameaças à sua situação. A essa análise dá-se o nome de Fofa – Forças, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças –, ou do original em inglês Swot – Strengths, Weaknesses, Opportunities and Threats. A plena compreensão dos objetivos da empresa, das condições em que competirá e da necessidade de colaboração mútua de todos os participantes, corresponde a componentes fundamentais ao sucesso do negócio. Daí a necessidade de envolvimento, motivação e conscientização dos funcionários no processo do planejamento. Ameaças e Oportunidades Tais elementos mostram a organização “olhando para fora” e identificando as oportunidades que deseja auferir, bem como as ameaças existentes. Exemplo de oportunidade: crescimento do mercado potencial em razão do aumento da renda. Exemplo de ameaça: entrada de novos concorrentes externos por abertura de mercado. Pontos Fortes e Fracos Apresentam o lado interno, em que a empresa tem a sua força e vulnerabilidade a tratar. O importante nessa metodologia é perceber que o executivo persegue a eliminação dos pontos fracos e a preservação dos pontos fortes. Exemplo de ponto forte: a empresa tem imagem institucional sólida e com grande confiabilidade. Exemplo de ponto fraco: o fornecimento de matérias-primas está concentrado em poucos fornecedores, os quais, além de bem estruturados, são conscientes de seu poder de oligopólio. 15 UNIDADE Planejamento Estratégico Quadro 2 – Modelo de análise de estratégias Ambiente Interno Ponto Fortes (fortes) Pontos Fracos (deficiências) - Recursos financeiros abundantes - Marcas bem conhecidas - Habilidades tecnológicas - Custos mais baixos - Boa experiência em distribuição - Tecnologia própria - Economia de escala - Comprometimento com os colaboradores - Excelente equipe - Falta de direção estratégica - Altos custos - Instalações obsoletas - Poucos gastos em produção e distribuição - Fraca imagem da marca no mercado - Linha de produtos estreita - Distribuição limitada - Equipe mal treinada - Produtos desatualizados Ambiente Externo Oportunidades Ameaças - Novos mercados potenciais - Queda de barreiras comerciais internacionais - Mudanças demográficas - Novas tecnologias - Desregulamentação ou regulamentação - Nova concorrência (qual e onde?) - Crescimento lento do mercado - Novas regulamentações - Introdução de novos substitutos (quais?) - Novas estratégias poderosas das empresas concorrentes Fonte: adaptado de Frezatti (2009) Quadro 3 – Exemplo do plano estratégico de uma empresa importadora de bebidas Pontos fortes Pontos fracos Ameaças Oportunidades Cenário Empresa possui tradição no mercado de importação - Loja possui boa infraestrutura tecnológica Área física de loja insuficiente Concorrência predatória na formação de preços Câmbio com ambiente favorável Objetivo Triplicar o faturamento nos próximos cinco anos Estratégias 1) Abrir três novas filiais nos próximos 36 meses 2) Ampliar mix de produtosDescrição de Ação Contratar pesquisa de mix de produtos Sr. X Y Z Incluir no mix de produtos apontados pela pesquisa Sr. X Y Z Fonte: http://www.sebrae.com.br. Uma vez definida a visão estratégica do negócio, é possível elaborar o orçamento para um exercício. Este deve contemplar as ações decididas no plano estratégico. Na verdade, trata-se de um instrumento que implementa as decisões do plano estratégico dentro do horizonte temporal anual. Após a elaboração, análise, aprovação e divulgação do orçamento, o acompanhamento orçamentário deve ser desenvolvido. Analogamente ao orçamento, o controle orçamentário é a forma de se monitorar o plano estratégico da organização no que se refere à sua parcela de horizonte imediato. Serve para corrigir desvios e realimentar o seu processo de planejamento. 16 17 Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Sites Portal SEBRAE Disponível em: http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae Vídeos A Arte da guerra 9 nov. 2012. Disponível em: https://youtu.be/Pfr2_0bQJzw 17 UNIDADE Referências ACKOFF, R. L. Planejamento empresarial. Rio de Janeiro: LTC, 1983. ALMEIDA, M. I. R. Manual de planejamento estratégico: desenvolvimento de um plano estratégico com a utilização de planilhas Excel. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2010. ANSOFF, H, I. Do planejamento estratégico à administração estratégica. São Paulo: McGraw-Hill, 1981. CARDOSO, R. Orçamento empresarial: aprender fazendo. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2014. FREZATTI, F. Orçamento empresarial: planejamento e controle gerencial. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2009. LUNKES, R. J. Manual de orçamento. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2007. OLIVEIRA, D. de P. R. de. Planejamento estratégico: conceitos, metodologia e práticas. 8. ed. São Paulo: Atlas, 1994. SANVICENTE, Z. S.; SANTOS, C. C. Orçamento na administração de empresas: planejamento e controle. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2012. WELSCH, G. Orçamento empresarial. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1983. 18 Planejamento Orçamentário e Empresarial Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Profa. Esp. Maria do Socorro de Souza Revisão Textual: Prof. Ms. Luciano Vieira Francisco Planejamento estratégico e orçamentário • Introdução • Planejamento Estratégico • Planejamento Orçamentário · Conceituar planejamento orçamentário, apresentar sua importância e relação com o planejamento estratégico. OBJETIVO DE APRENDIZADO Caro(a) aluno(a), Nesta Unidade estudaremos um pouco mais sobre a importância do planejamento estratégico e orçamentário para as organizações, sejam públicas ou privadas. Então, procure ler, com atenção, o conteúdo disponibilizado e o Material complementar. Não se esqueça: a leitura é um momento oportuno para formular suas dúvidas; por isso, não deixe de registrá-las e transmiti-las ao professor-tutor. Além disso, para que a sua aprendizagem ocorra em um ambiente mais interativo possível, na pasta de atividades você também encontrará a Avaliação, a Atividade Reflexiva e a Videoaula. Cada material disponibilizado é mais um elemento para seu aprendizado, por isso, estude todos com atenção! ORIENTAÇÕES Planejamento estratégico e orçamentário UNIDADE Planejamento estratégico e orçamentário Contextualização Em um mundo globalizado, no qual as empresas necessitam ter sua produção planejada de acordo com as necessidades do mercado, além de estarem preparadas para eventuais oportunidades de crescimento no respectivo ramo de atividade, é necessário que o entendimento do planejamento estratégico e orçamentário faça parte do processo cotidiano empresarial. 6 7 Introdução Para iniciarmos esta Unidade, leia o seguinte trecho do artigo intitulado Contabilidade, planejamento estratégico orçamentário e gestão empresarial, que contribui para uma reflexão quanto à integração das áreas na elaboração de um planejamento estratégico e orçamentário: A informação é fundamental no apoio às estratégias e processos de tomada de decisão, bem como no controle das operações empresariais. Sua utilização representa uma intervenção no processo de gestão, podendo, inclusive, provocar mudança organizacional, à medida que afeta os diversos elementos que compõem o sistema de gestão. Esse recurso vital da organização, quando devidamente estruturado, integra as funções das várias unidades da empresa, por meio dos diversos sistemas organizacionais (PADOVEZE, 2002). A contabilidade gerencial pode ser caracterizada, superficialmente, como um enfoque especial conferido a várias técnicas e procedimentos contábeis já conhecidos e tratados na contabilidade financeira, na contabilidade de custos, na análise financeira e de balanços etc., colocados numa perspectiva diferente, num grau de detalhe mais analítico ou numa forma de apresentação e classificação diferenciada, de maneira a auxiliar os gerentes das entidades em seu processo decisório (PADOVEZE, 1999). A principal preocupação da contabilidade gerencial está relacionada com o fornecimento de informações aos gerentes internos, mas, para que estas informações sejam utilizadas de forma coerente e precisa, é necessário que seja desejável e útil para os indivíduos responsáveis pela organização e contabilidade da empresa, ou seja, os usuários. Essa metodologia deu- se início com a Escola de Pensamento Contábil Norte-Americana em 1887, na qual se obtinha a busca da informação contábil, visto como algo a atender às necessidades dos usuários (PADOVEZE, 2002). Na verdade, ao longo dos últimos anos o crescimento da competitividade vem ampliando de tal forma que as empresas estão cada vez mais buscando a excelência empresarial, ou seja, com a globalização e a concorrência externa as organizações estão tendo que se adaptarem de forma rápida a mudanças, principalmente no que se refere à gestão, por isso, é que cada vez mais estão se aperfeiçoando principalmente quanto a contabilidade pois, estão enxergando que as informações geradas dentro do sistema contábil é de suma importância nos processos contábeis, de gestão, como ferramentas de controle organizacional e tomada de decisões (PADOVEZE, 2002). Segundo o Ibracon (2009), “[...] a boa contabilidade é o fator determinante da sobrevivência e a má contabilidade, e não a economia, a concorrência, é o fator que determina o fracasso”. Essa frase retrata o que já foi refletido acima, na qual, administradores estão em busca da excelência empresarial. Uma das causas que predomina no fracasso de uma organização é não manter os registros e controles contábeis precisos 7 UNIDADE Planejamento estratégico e orçamentário e atualizados, sendo assim, não utilizando dentro da contabilidade, pois qualquer que seja a posição gerencial, a pessoa terá que planejar avaliar, controlar e tomar decisões utilizando-se da informação contábil. Tendo como um pensamento mais amplo, a contabilidade também é vista como um “banco de dados”, na qual, registram-se as transações ocorridas nas organizações de forma clara, integrada, completa, por isso, é visto como alicerce para as decisões. Visto da importância contábil, percebe-se que o contador atual deve fornecer as informações e exercer o papel de controller, preparando relatórios para o planejamento, avaliando as atividades que a empresa exerce, sendo um verdadeiro consultor interno, criando estratégias e auxiliando nas tomadas de decisões (PADOVEZE, 2002). A partir deste pressuposto, pode-se falar sobre planejamento, ou seja, planejar as ações futuras e é aí que há a junção do controller e o responsável pela contabilidade, trabalhando juntos para prever os possíveis problemas futuros, criando um diferencial importante no que tange a sobrevivência no mercado, pois muitas empresas (principalmente pequenas empresas), trabalham tentando resolver os problemas quando aparecem e não procuram prevê-los, com a realização de um planejamento a longo prazo (Fonte: http://goo.gl/Twxz2Y, grifos do autor). Importante! Agora que você já entendeua importância da integração das áreas no processo de planejamento estratégico e orçamentário, vamos iniciar o estudo teórico desta Unidade? Importante! Planejamento Estratégico O planejamento estratégico tem como premissa a formulação de objetivos e metas a longo prazo, os quais a empresa deseja alcançar em um determinado período, geralmente traduzido em anos. Para que essas metas e objetivos sejam alcançados, na elaboração do planejamento estratégico a empresa deve prever o estudo do ambiente: · Interno: capacidade financeira, produtiva e humana; · Externo: condições de mercado, tais como economia, oferta e demanda de produtos e serviços oferecidos por uma empresa. Mediante a esse processo, a organização deve elaborar planos de ação que estejam dentro dos objetivos descritos, de acordo com a visão e missão estabelecidas e sempre levando em consideração o estudo do ambiente interno e externo que possa favorecer ou prejudicar o desempenho da organização. 8 ANACASSIA Destacar ANACASSIA Destacar 9 Welsch (1983) elaborou uma hierarquia de objetivos, a qual nos proporciona a compreensão do processo de planejamento estratégico: · Objetivos gerais: estão relacionados aos objetivos econômicos, clientes, empregados e proprietários; · Objetivos específicos: participam desses objetivos as linhas de produtos; linhas de serviços; áreas geográficas; participação de mercado; administração de capital; retorno sobre investimento e margem de lucro; · Estratégia: é a etapa na qual é determinada de que forma as ações contribuirão para que os objetivos gerais e específicos sejam alcançados; · Planejamento detalhado: corresponde às decisões específicas à implantação de estratégias, políticas e projetos; · Planos formais de resultado: faz parte dessa etapa a elaboração do plano de resultado a longo e a curto prazo. Quanto à elaboração dos planos de ação, deve-se considerar o processo orçamentário que visa a representação financeira necessária para que o planejamento estratégico seja realizado de acordo com o que foi planejado. Assim, o orçamento empresarial é um instrumento necessário e integra o planejamento estratégico da empresa. Para um melhor entendimento, pode-se relacionar as etapas inerentes ao planejamento estratégico e orçamentário de acordo com a seguinte Figura: Planejamento Estratégico Estabelecimento de metas Ações a Serem Executadas Recursos Consumidos Recursos Esperados Orçamento Empresarial Controle Análise Figura 1 Fonte: Correia Neto (2011). Percebe-se que após a realização de todas as etapas que envolvem o planejamento estratégico, são incluídas as fases relacionadas ao processo de orçamento empresarial. Dessa forma, justifica-se a integração entre os dois processos que, obrigatoriamente, deverão ser concebidos e acompanhados periodicamente pela organização. 9 UNIDADE Planejamento estratégico e orçamentário Planejamento Orçamentário Lunkes (2007) define orçamento como um plano dos processos operacionais para um determinado período. É uma forma representativa dos objetivos econômico- financeiros a serem atingidos pela organização. Por sua vez, Moreira (1989) conceitua orçamento da seguinte forma: Um conjunto de planos e políticas que, formalmente estabelecidos e expressos em resultados financeiros, permite à administração conhecer, a priori, os resultados operacionais da empresa e, em seguida, executar os acompanhamentos necessários para que esses resultados sejam alcançados e os possíveis desvios sejam analisados, avaliados e corrigidos. Em termos gerais, pode-se concluir que o orçamento empresarial contribui para: · Prever e determinar prováveis resultados econômico-financeiros da atividade empresarial; · Estabelecer as necessidades futuras da organização e as fontes de recursos financeiros necessários; · Acompanhar a execução do plano orçamentário por meio da comparação e análise das operações previstas, orçadas e realizadas; · Acompanhar, se necessário, os desvios das operações e ajustá-los com a finalidade de garantir os resultados planejados. Agora que você já sabe a importância e a integração do planejamento estratégico com o planejamento orçamentário, pode surgir uma dúvida: o que devo levar em consideração na elaboração do planejamento orçamentário? Vamos acompanhar as premissas que envolvem esse processo? Elaboração do Planejamento Orçamentário Para Lunkes (2007) no processo orçamentário deve-se levar em consideração os planos detalhados e os objetivos relacionados ao lucro, à previsão de despesas, às políticas econômicas vigentes e à definição de responsabilidades para cada supervisor envolvido no processo de orçamento. Frezatti (2009) orienta que, para a elaboração do orçamento, deve-se prever: · Cenário econômico e financeiro; · Plano de marketing; · Plano de suprimentos, produção e estocagem; · Plano de investimentos no ativo permanente; · Plano de recursos humanos; e · Plano financeiro. 10 11 Assim, para Frezatti (2009) as seguintes premissas devem ser consideradas dentro dos planos acima apresentados: O cenário deve considerar os pontos fortes e fracos da empresa, aspectos que podem ser identificados pela matriz que mede as Forças, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças (Fofa) no ambiente interno e externo da empresa. Quadro 1 – Exemplo de matriz Fofa Ambiente interno Pontos fortes (forças) · Recursos financeiros abundantes; · Marcas bem conhecidas; · Habilidades tecnológicas; · Custos mais baixos; · Boa experiência em distribuição; · Tecnologia própria; · Economia de escala; · Comprometimento com os colaboradores; · Excelente equipe. Pontos fracos (deficiências) · Falta de direção estratégica; · Altos custos; · Instalações obsoletas; · Poucos gastos em pesquisa e desenvolvimento; · Imagem da marca fraca no mercado; · Linha de produtos estreita; · Distribuição limitada; · Equipe mal treinada; · Produtos desatualizados. Ambiente externo Oportunidades · Novos mercados potenciais; · Queda de barreiras comerciais internacionais; · Mudanças demográficas; · Novas tecnologias; · Desregulamentação ou regulamentação. Ameaças · Nova concorrência – qual e onde?; · Crescimento lento do mercado; · Novas regulamentações; · Introdução de novos substitutos – quais?; · Novas estratégias poderosas das empresas concorrentes. Fonte: adaptado de Frezatti (2009). O plano de marketing: Deve ser concebido considerando as atividades relacionadas à área comercial da empresa, levando-se em consideração quais serão as ações relacionadas às vendas dentro do período que engloba o planejamento. Pode-se considerar como ações do plano de marketing o volume de vendas por período, área, preço etc., tais quais as políticas de descontos, prazos, gastos em comunicação e despesas comerciais previstas (FREZZATTI, 2009). O plano de suprimento, produção e estocagem: Deve levar em consideração o volume de estoque acabado, os produtos em processo de fabricação, a matéria-prima e a quantidade de mão de obra necessária para a produção projetada. O plano de investimentos no ativo permanente: Deve apresentar o retorno do investimento esperado no ativo permanente da empresa. Por exemplo, a organização pode orçar a compra de uma nova máquina que permita o aumento da produção, perfazendo, dessa forma, um retorno e lucro maior no período planejado. O plano de recursos: Deve prever toda a estrutura de recursos humanos da empresa, considerando o número de funcionários, a remuneração, o treinamento e possíveis admissões, caso seja necessário para que se alcance a produção esperada de acordo com o projetado na área de marketing. Finalmente, o plano financeiro envolve a projeção da demonstração de resultados, do balanço patrimonial e do fluxo de caixa, levando-se em consideração os retornos esperados e definidos nos planos que envolvem o planejamento estratégico e orçamentário da empresa. 11 UNIDADE Planejamento estratégico e orçamentário Assim,Sanvicente e Santos (2012) relacionam alguns aspectos que devem ser considerados na elaboração de um orçamento: • Por meio de seus recursos humanos e financeiros, a empresa deve manter o controle da informação e coleta de dados, os quais permitem uma análise do ambiente interno e externo para elaborarem o planejamento estratégico; • A elaboração da previsão de vendas deve ser considerada como ponto de partida para a elaboração do orçamento da organização; • O controle de dados e informações é papel a ser desempenhado pela contabilidade; • As responsabilidades referentes a cada gestor participante do processo de planejamento estratégico e orçamentário devem se dar de forma clara, objetiva e documentada. É importante lembrar que o orçamento envolve dados quantitativos relacionados a resultados passados, que podem ser analisados de acordo com os demonstrativos financeiros e contábeis da empresa. Partindo dessa análise, torna-se possível quantificar mudanças futuras em termos financeiros e econômicos das atividades da empresa. Para que esses dados sejam transformados em informações eficientes, é essencial que a organização reconheça a necessidade de se ter um sistema de informação orçamentária. De acordo com Sanvicente e Santos (2012), “[...] o sistema de orçamentos é um plano abrangendo todo o conjunto das operações anuais de uma empresa”. Para Hoji (2009) o sistema de orçamentos permite a mensuração e avaliação de projeções, desempenhos econômicos e financeiros, contribuindo, dessa forma, como um instrumento de planejamento e controle. Estabelecidas as diretrizes para a elaboração de um planejamento orçamentário e exposto o reconhecimento da utilização do sistema de orçamentos, passaremos a entender qual é a finalidade e a importância do planejamento orçamentário. Além de premissa básica para a realização do planejamento estratégico, o planejamento orçamentário contribui para a organização com os seguintes objetivos: • Criar uma disciplina de planejamento financeiro; • Planejar entradas e saídas de caixa; • Verificar excedentes de caixa e a destinação desses; • Estabelecer limites máximos de desembolso por conta orçamentária ou centro de responsabilidade; • Permitir tomada de decisão; • Elaborar análises sobre os resultados financeiros realizados; • Comparar os resultados realizados com os projetados; • Comunicar resultados financeiros projetados e alcançados. Como é possível aplicar os conceitos de planejamento orçamentário na vida pessoal? Ex pl or 12 13 Controle do Planejamento Orçamentário Após a elaboração dos quadros orçamentários, para Sanvicente e Santos (2012) é premissa o seu controle e acompanhamento. Esses autores indicam que a estruturação do planejamento e do controle orçamentário deve ser de acordo com os centros de responsabilidades identificáveis na empresa. Tal controle permite o acompanhamento das atividades efetivamente realizadas e a identificação de possíveis desvios, oferecendo, dessa forma, certas vantagens. Vantagens do Planejamento Orçamentário Para Sanvicente e Santos (2012) a elaboração de qualquer tipo de planejamento em um sistema orçamentário oferece vantagens e limitações. Entre as vantagens e desvantagens elencadas pelos autores, as que possuem maior relevância para a organização são as seguintes: Vantagens: · A sistematização do processo de planejamento e controle permite a fixação de objetivos e políticas para a empresa e suas unidades, permitindo, assim, o hábito do exame prévio dos fatores antes de tomadas de decisão. Concomitante a esse fato, soma-se a participação efetiva da administração da organização, no sentido de avaliar e analisar efeitos eventualmente causados pelo surgimento de novas condições externas; · As decisões financeiras poderão ser tomadas com maior acerto, uma vez que a empresa tem projetado seus resultados econômicos e financeiros; · A administração dos recursos ocorre de forma eficiente e eficaz e quando necessário, ajusta-se tais recursos nas atividades prioritárias, a fim de que sejam alcançados os objetivos da empresa. Limitações: · O custo de implantação e manutenção de um sistema orçamentário comumente não é possível em todas as empresas; · Os planejamentos baseiam-se em estimativas, havendo, portanto, incerteza em relação aos resultados previstos; · O planejamento deve ser objeto de constante revisão, exigindo bastante esforço por parte dos gestores e dos centros de responsabilidade; · Os atrasos na emissão de dados realizados prejudicam significativamente a implementação de ajustes em tempo hábil; · As dificuldades de implementação de ajustes geram desconfianças em relação aos resultados projetados; · Quando existe alta volatilidade das variáveis econômicas e financeiras, os resultados projetados sofrem fortes distorções. 13 UNIDADE Planejamento estratégico e orçamentário Material Complementar: Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Livros Orçamento na administração de empresas: SANVICENTE, Z. S.; SANTOS, C. C. Orçamento na administração de empresas: planejamento e controle. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2012. cap. 1. 14 15 Referências CARDOSO, R. Orçamento empresarial: aprender fazendo. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2014. CORREIA NETO, J. F. Planejamento e controle orçamentário. São Paulo: Elsevier, 2011. FREZATTI, F. Orçamento empresarial: planejamento e controle gerencial. 5. ed. Sã o Paulo: Atlas, 2009. LUNKES, R. J. Manual de orçamento. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2007. MOREIRA, J. C. Orçamento empresarial: manual de elaboração. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1989. SANVICENTE, Z. S.; SANTOS, C. C. Orçamento na administração de empresas: planejamento e controle. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2012. WELSCH, G. Orçamento empresarial. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1983. 15 Planejamento Orçamentário e Empresarial Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Profa. Esp. Maria do Socorro de souza Revisão Textual: Prof. Ms. Luciano Vieira Francisco Composição do Orçamento Global • Orçamento Empresarial • Quais Fatores Devem Ser Considerados na Elaboração de um Orçamento Empresarial? • Orçamento de Vendas • Orçamento de Produção ou Fabricação • Orçamento de Custos de Matéria-Prima • Orçamento dos Custos da Mão de Obra Direta • Orçamento dos Custos Indiretos de Fabricação (CIF) • Orçamento de Despesas de Vendas • Orçamento de Despesas Administrativas • Projeção dos Orçamentos Financeiros • Projeção dos Orçamentos Financeiros – Orçamento de Caixa Os objetivos desta Unidade são: · Conceituar os planos que compõem o orçamento global e elaborar um orçamento global e a demonstração de resultado do exercício projetada. OBJETIVO DE APRENDIZADO Nesta Unidade estudaremos um pouco mais sobre o orçamento empresarial e como elaborar as peças orçamentárias para a construção do orçamento global. Então, procure ler, com atenção, o conteúdo disponibilizado e o Material complementar. Não se esqueça: a leitura é um momento oportuno para registrar suas dúvidas; por isso, não deixe de registrá-las e transmiti-las ao professor-tutor. Além disso, para que a sua aprendizagem ocorra em um ambiente mais interativo possível, na pasta de atividades você também encontrará as atividades de Avaliação, uma Atividade reflexiva e a Videoaula. Cada material disponibilizado é mais um elemento para seu aprendizado, por isso, estude todos com atenção! ORIENTAÇÕES Composição do Orçamento Global UNIDADE Composição do Orçamento Global Contextualização A elaboração do orçamento empresarial permite que a empresa – pública ou privada – realize a projeção de suas atividades e operações relacionadas à venda de produtos ou prestação de serviços. 6 7 Orçamento Empresarial O orçamento empresarial é um plano administrativo que abrange todas as fases das operações para um período futuro definido (WELSCH, 1983). Assim, em sua elaboração o envolvimento de todos é imprescindível para que seja concebidode forma correta e as ações sejam determinadas de acordo com a visão e a missão da empresa. É importante ressaltar que o orçamento empresarial envolve toda a parte quantitativa dos objetivos organizacionais. É no momento do desenvolvimento de um orçamento empresarial que os gestores decidem o quanto e de que forma investirão na empresa dentro de um prazo determinado – contabilizado em meses ou anos. Essa dinâmica depende da estrutura da empresa, sua capacidade produtiva – do ponto de vista tecnológico e de recursos humanos –, as oportunidades encontradas no ambiente externo e as regiões as quais as empresas estão inseridas ou pretendem investir em um futuro próximo. Além de nortear a empresa e oferecer oportunidades futuras de entrada em novos mercados ou investimentos internos, é também importante no contexto econômico de uma região ou país: para a economia porque quanto melhor a empresa estiver no mercado, melhor serão as arrecadações advindas de impostos; para o país refletirá no desenvolvimento econômico de forma positiva, pois aumentará o retorno do Produto Interno Bruto (PIB). O sistema de planejamento orçamentário permite que as políticas e os objetivos da empresa sejam fixados. A sistematização, controle e acompanhamento das atividades da empresa, no tocante à parte financeira, são acompanhados pelo sistema de planejamento orçamentário. Ademais, esse sistema permite uma tomada de decisão assertiva, pois antecede ações a serem executadas dentro de um determinado período e cenário definido no planejamento estratégico da empresa, haja vista que as informações são estruturadas, possuem relevância e são fidedignas, possibilitando a estimativa de recursos e a atribuição de responsabilidades para todos os envolvidos no processo de planejamento orçamentário. Quais Fatores Devem Ser Considerados na Elaboração de um Orçamento Empresarial? A elaboração do orçamento empresarial deve prever e acompanhar as condições econômicas e financeiras como, por exemplo, a taxa de câmbio, de juros, facilidade ou restrição do crédito, inflação dentro de um determinado período etc. É importante ressaltar que esses fatores determinarão as diretrizes e ações que serão tomadas na elaboração do orçamento empresarial. Ora, em um período de economia em recessão e restrições ao crédito a empresa precisa determinar se investirá internamente ou se continuará atuando no mercado com seus produtos ou serviços. Nas duas possibilidades, os responsáveis pelo orçamento empresarial devem decidir de que forma atuarão no mercado. 7 UNIDADE Composição do Orçamento Global No planejamento orçamentário é necessário que os planos sejam elaborados de acordo com as operações da empresa, sua missão, visão e valores. Tais fatores nortearão o planejamento estratégico e orçamentário da empresa, seja pública ou privada. O orçamento global de uma empresa contempla todas as áreas e processos envolvidos, inclusive em prestadoras de serviços. As peças orçamentárias, igualmente conhecidas como quadros orçamentários, farão parte do orçamento global e planejamento estratégico. Sobre as partes de um orçamento, temos: • Orçamento de vendas; • Orçamento de produção; • Orçamento de matérias-primas; • Orçamento de mão de obra direta; • Orçamento de custos indiretos de fabricação; • Orçamento de custo de produção; • Orçamento de despesas gerais, administrativas e de vendas; • Orçamento de aplicações financeiras e financiamentos. Orçamento de Vendas O orçamento de vendas estima as quantidades de cada produto ou serviço que a empresa planeja vender ou prestar. Define o preço a ser praticado, impostos incidentes e a receita a ser gerada (LUNKES, 2007). O orçamento de vendas norteia todas as outras peças orçamentárias, portanto, sua elaboração necessita de uma análise sobre quais condições a empresa operará no mercado. Na elaboração dessa peça orçamentária é importante considerar os fatores relacionados ao ambiente interno e externo que a empresa está inserida. No tocante ao ambiente interno, será necessária a análise de diagnóstico quanto: • À capacidade produtiva; • À produtividade; • À estrutura da área de vendas e marketing – pontos de venda, sistema de distribuição, preços, promoção –; imagem da empresa junto aos seus clientes e à comunidade em geral; marcas e patentes; capacidade de atendimento; 8 9 • À estrutura da área de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D); • À estrutura administrativa no tocante à qualidade da mão de obra disponível, mensurada pelas habilidades e competências de todos os colaboradores; a cultura e valores da empresa; • Ao custo e à disponibilidade de capital social, à qualidade do sistema de planejamento e controle; à capacidade de liderança e à integração de todas as áreas. Já no ambiente externo, será necessária a análise e diagnóstico dos seguintes fatores: • Mercado; • Competitividade; • Fatores econômicos e políticos; • Fatores tecnológicos; • Fatores sociais e culturais. Na elaboração do planejamento de vendas deve-se levar em consideração o volume de vendas estimado multiplicado pelo preço de venda estimado. A seguir será apresentado um exemplo de orçamento de vendas. Exemplo de Orçamento de Vendas: Empresa ABC S/A A empresa ABC estima um volume de vendas de 3.000 unidades no primeiro mês, com aumento de 500 unidades em cada mês. Assim, no primeiro mês a empresa deseja vender 3.000 unidades, no segundo mês, 3.500 unidades e no terceiro mês, 4.000 unidades. A empresa projeta um preço de venda de R$ 80 por unidade e impostos estimados em 20%. A partir dessas informações, elaboraremos o planejamento de vendas da empresa ABC S/A: Quadro 1 – Planejamento de vendas. Janeiro Fevereiro Março Previsão de vendas (unidades) 3.000 3.500 4.000 Preço unitário R$ 80 R$ 80 R$ 80 Total de vendas (receita bruta) R$ 240.000 R$ 280.000 R$ 320.000 Impostos (20%) (R$ 48.000) (R$ 56.000) (R$ 64.000) Receita líquida R$ 192.000 R$ 224.000 R$ 256.000 Fonte: Lunkes (2007). 9 UNIDADE Composição do Orçamento Global A previsão de vendas por unidade foi de 3.000 em janeiro, 3.500 em fevereiro e 4.000 em março. De posse dessas informações, calcula-se o total de vendas, que é a receita bruta. Para se calcular essa receita, multiplica-se a previsão de vendas pelo preço unitário. Assim, para janeiro esse valor será 3.000 x 80 = 240.000. Com base na receita bruta, será calculada a incidência de impostos previstos para essa operação: 240.000 x 20% = 48.000 em janeiro. Agora, com todas as informações referentes ao orçamento de vendas, calcula- se o valor da receita líquida: 240.000 (receita bruta) - 48.000 (impostos de 20%). Logo, receita líquida = 192.000 no mês de janeiro. Agora que você está apto(a) a desenvolver o planejamento orçamentário de vendas, elaboraremos o orçamento de produção ou fabricação? Orçamento de Produção ou Fabricação O orçamento de produção tem como objetivo assegurar um nível de produção suficiente para atender à demanda prevista de vendas. Para a elaboração do orçamento de produção ou fabricação são necessários os seguintes requisitos: • Plano de vendas; • Características relativas à armazenagem dos materiais; • Escala econômica de fabricação; • Capacidade máxima de fabricação; • Duração e etapas do processo industrial; • Lotes econômicos de fabricação; • Utilização de mão de obra direta, em face da variação da fabricação; • Arranjos entre os programas de fabricação de produtos de diferentes sazonalidades; • Política de estoques e planejamento da produção. De acordo com o seu orçamento de vendas, a empresa ABC S/A pretende manter um estoque final de 10% do volume de vendas orçado para o próximo mês. O volume de vendas orçado para o mês de fevereiro foi de 3.500. Levando-se em consideração esse valor, efetua-se o seguinte cálculo: 3.500 x 10% = 350. O estoque final no mês de janeiro será de 350 unidades. O total de previsão da produção necessária para atender à previsão de vendas será o totalde previsão de vendas mais o estoque final. 10 11 O valor do estoque inicial será sempre a previsão de vendas estimada em cada mês vezes l0%. Para o mês de janeiro, o estoque final será 3.000 x 10%. Estoque final = 300 unidades. Dessa forma, observa-se que o estoque final do mês de janeiro será o estoque inicial do mês de fevereiro. O estoque final do mês de março será o estoque inicial do mês de abril. Orçamento de Produção Quadro 2 Janeiro Fevereiro Março Abril Previsão de vendas (unidades) 3.000 3.500 4.000 4.500 (+) Estoque final 350 400 450 500 Total da previsão necessária 3.350 3.900 4.450 5.000 (-) Estoque inicial 300 350 400 450 Previsão de produção (unidades) 3.050 3.550 4.050 4.550 Fonte: Lunkes (2007). Orçamento de Custos de Matéria-Prima O orçamento de custos de matéria-prima tem como objetivo elaborar a projeção da quantidade de matéria-prima necessária à produção esperada. Para sua elaboração será necessário o cumprimento de fases, a saber: I. Determinar as quantidades de matérias-primas exigidas para o atendimento da fabricação e fornecimento das informações à área de compras; II. Estabelecer políticas de estocagem de matérias-primas; III. Elaborar programas de suprimentos, além de informações à área financeira. A seguir será apresentado o orçamento da quantidade de matéria-prima necessária para a produção esperada na empresa ABC S/A. A área de produção da empresa ABC S/A estima a necessidade de um estoque final de matéria-prima em 10% da produção do próximo mês. Cada unidade produzida requer 2 kg de matéria-prima e o custo estimado por quilograma é de R$ 5. 11 UNIDADE Composição do Orçamento Global Orçamento da Quantidade de Matéria-Prima (MP) Quadro 3 Janeiro Fevereiro Março Previsão de produção (unidades) 3.050 3.550 4.050 Matéria-prima por unidade (kg) x 2 x 2 x 2 Total da matéria-prima necessária (kg) 6.100 7.100 8.100 (+) Estoque da MP final (kg) 710 810 910 Total da previsão de MP necessária (kg) 6.810 7.910 9.010 (-) estoque da MP inicial 610 710 810 Previsão de MP (kg) 6.200 7.200 8.200 Previsão de preço da MP (R$) x 5 x 5 x 5 Total do custo da MP 31.000 36.000 41.000 Fonte: Lunkes (2007). Orçamento dos Custos da Mão de Obra Direta O orçamento dos custos da mão de obra direta tem como objetivo determinar a quantidade e o valor de horas de mão de obra diretamente aplicados na produção. Para a produção da empresa ABC S/A são necessárias duas horas de trabalho direto para confeccionar cada unidade. O valor da hora trabalhada, incluindo os encargos, é de R$ 10. A seguir será apresentado o orçamento dos custos da mão de obra direta para a empresa ABC S/A: Quadro 4 Janeiro Fevereiro Março Previsão de produção (unidades) 3.050 3.550 4.050 Mão de obra direta por unidade (horas) x 2 x 2 x 2 Total de mão de obra direta necessária (horas) 6.100 7.100 8.100 Previsão do valor/hora da mão de obra direta (R$) x 10 x 10 x 10 Custo total da mão de obra direta 61.000 71.000 81.000 Fonte: Lunkes (2007). 12 13 Orçamento dos Custos Indiretos de Fabricação (CIF) Os custos indiretos de fabricação abrangem todos os custos fabris que não podem ser classificados como mão de obra direta e matéria-prima. Ademais, são incorridos em nível de departamento ou em nível da fábrica como um todo (SANVICENTE; SANTOS, 2012). O total dos CIF depende do volume de produção. Exemplos de CIF: mão de obra indireta, depreciação, material de escritório, seguros, aluguéis, serviços de terceiros, energia elétrica, água etc. De acordo com as horas de mão de obra direta, a empresa ABC S/A estima um custo de R$ 1 para materiais indiretos; R$ 1,50 para mão de obra indireta; R$ 0,50 para energia elétrica e R$ 0,20 para manutenção. A seguir será apresentado o orçamento dos custos indiretos de fabricação para a empresa ABC S/A: Custos Indiretos de Fabricação da Empresa Abc S/A Quadro 5 Janeiro Fevereiro Março Custos variáveis R$ R$ R$ Material indireto 6.100 7.100 8.100 Mão de obra indireta 9.150 10.650 12.150 Energia elétrica 3.050 3.550 4.050 Manutenção 1.220 1.420 1.620 Total dos custos variáveis 19.520 22.720 25.920 Custos fixos Salário da supervisão 20.000 20.000 20.000 Depreciação 4.500 4.500 4.500 Taxas e seguros 3.000 3.000 3.000 Manutenção 5.700 5.700 5.700 Total dos custos fixos 33.200 33.200 33.200 Total dos CIF 52.720 55.920 59.120 Horas da mão de obra direta 6.100 7.100 8.100 Taxa de rateio dos CIF Total CIF / total horas MOD (167.760 / 21.300) = 7,88 Fonte: Lunkes (2007). 13 UNIDADE Composição do Orçamento Global Orçamento de Despesas de Vendas O orçamento de despesas de vendas tem como objetivo dimensionar os recursos necessários para dar suporte às vendas orçadas. Exemplo: Comissão de vendas e frete – despesas variáveis. Orçamento de Despesas Administrativas O orçamento de despesas administrativas tem como objetivo determinar os recursos que serão despendidos com a gestão da empresa. Exemplo: honorários da diretoria, salários, encargos sociais, aluguel, seguros, depreciação, comunicações e eletricidade etc. – despesas fixas. Em sua política referente à comissão de vendas, a empresa ABC S/A estabeleceu um valor de R$ 3 e frete de R$ 1 por unidade. O cálculo das despesas variáveis por mês é baseado no número de unidades vendidas, estimadas no orçamento de vendas. Assim, no mês de janeiro as despesas com comissões de vendas serão de R$ 9.000 (3.000 x R$ 3), enquanto o frete por unidade será de R$ 3.000 (3.000 x 1). A seguir será apresentado o orçamento das despesas administrativas e de vendas da ABC S/A: Orçamento das Despesas Administrativas e de Vendas da ABC S/A Quadro 6 Janeiro Fevereiro Março Despesas variáveis R$ R$ R$ Comissão de vendas 9.000 10.500 12.000 Frete 3.000 3.500 4.000 Total das variáveis 12.000 14.000 16.000 Despesas Fixas Propaganda 5.000 5.000 5.000 Salário de vendas 3.000 3.000 3.000 Salário da administração 12.500 12.500 12.500 Depreciação 1.500 1.500 1.500 Taxas e seguros 1.000 1.000 1.000 Total de fixos 23.000 23.000 23.000 Total de despesas 35.000 37.000 39.000 Fonte: Lunkes (2007). 14 15 Projeção dos Orçamentos Financeiros As peças orçamentárias anteriores são base e parâmetro para a construção do orçamento geral da empresa, o qual se concretiza com a apresentação da Demonstração de Resultado (DRE) projetada. No entanto, antes da sua elaboração, serão necessárias as informações quanto ao custo unitário por produto. O custo dos produtos vendidos é calculado multiplicando as unidades vendidas pelo custo unitário. A seguir será apresentado o custo unitário considerado na empresa ABC S/A, por unidade vendida. Custos Unitários da Empresa ABC S/A Quadro 7 Elemento de Custo Quantidade Custo Unitário (R$) Total Material direto 2 kg 5 10 Mão de obra direta 2 horas 10 20 CIF 2 horas 7,88 15,76 45,76 Fonte: Lunkes (2007). De posse dessa informação, pode-se calcular os custos dos produtos vendidos, sendo que em janeiro esse valor será calculado da seguinte forma: Previsão de vendas em janeiro: 3.000. Custo unitário por produto: 45,76. Custo dos produtos vendidos em janeiro: R$ 137.280 (3.000 x 45,76). Agora que você já tem todas as informações sobre as peças orçamentárias que compõem o orçamento geral, poderá elaborar a demonstração de resultados da empresa ABC S/A. Para tanto, seguem informações quanto à parte de contribuição social e imposto de renda. A empresa ABC S/A é tributada pelo lucro real com os seguintes percentuais: • Contribuição social: 9%; • Imposto de renda: 15%. 15 UNIDADE Composição do Orçamento Global Demonstração de Resultados Orçada da Empresa ABC S/A Quadro 8 Janeiro Fevereiro Março Receita bruta R$ R$ R$ Vendas (tabela 3.1) 240.000 280.000 320.000 (-) Deduções Impostos (tabela 3.1) (48.000) (56.000) (64.000) Receita líquida 192.000 224.000 256.000 CPV (137.280) (160.160) (183.040) MP (tabela 3.3) (30.000) (35.000) (40.000) MOD (tabela 3.4) (60.000) (70.000) (80.000) CIF (tabela 3.5) (47.280) (55.160) (63.040)Lucro bruto 54.720 63.840 72.960 Despesas Operacionais Despesas administrativas e de vendas (tabela 3.6) (35.000) (37.000) (39.000) Lucro operacional 19.720 26.840 33.960 Contribuição social (9%) (1.774,80) (2.415,60) (3.056,40) Imposto de renda (15%) (2.958) (4.026) (5.094) Lucro líquido 14.987,20 20.398,40 25.809,60 Fonte: Lunkes (2007). Projeção dos Orçamentos Financeiros – Orçamento de Caixa O orçamento de caixa tem como objetivo assegurar recursos monetários suficientes para atender às operações da empresa estabelecidas nas outras peças orçamentárias. As finalidades do orçamento de caixa são: • Indicar a posição financeira provável em resultado das operações planejadas; • Indicar o excesso ou a insuficiência de disponibilidades; • Indicar a necessidade de empréstimos ou a disponibilidade de fundos para investimentos temporários; • Permitir a coordenação dos recursos financeiros em relação ao capital de giro total; às vendas; aos investimentos e ao capital de terceiros; • Estabelecer bases sólidas para a política de crédito; • Estabelecer bases sólidas para o controle corrente da posição financeira. 16 17 Orçamento de Caixa da Empresa ABC S/A • O saldo inicial do caixa em janeiro é de R$ 45.000; • Do valor das vendas, 60% é vendido à vista e os outros 40% para o mês seguinte. O valor das contas a receber de dezembro é de R$ 60.000. A empresa não espera grandes perdas com não cobráveis; • Dos materiais diretos, 50% são liquidados no momento da compra e 50% são pagos no mês seguinte. O saldo de fornecedores em 31 de dezembro é de R$ 12.000; • Os salários – mão de obra direta – são pagos dentro do mês; • Todos os custos indiretos de fabricação, despesas com vendas e administrativas, exceto depreciação, são pagos no mês de lançamento; • No segundo mês, a empresa planeja adquirir à vista um veículo de entrega no valor de R$ 35.000; • A empresa paga seus tributos no mês seguinte, sendo o saldo remanescente de dezembro no valor de R$ 40.000 para o imposto sobre venda e contribuição social e imposto de renda de R$ 3.000; • Pagamento de empréstimo e aplicação no valor de R$ 20.000 no mês de março, respectivamente. Quadro 9 – Projeção dos orçamentos fi nanceiros – orçamento do contas a receber. Janeiro Fevereiro Março Abril Contas a receber (dezembro) 60.000 Vendas (janeiro) 144.000 96.000 Vendas (fevereiro) 168.000 112.000 Vendas (março) 192.000 128.000 Fonte: Lunkes (2007). Quadro 10 – Projeção dos orçamentos fi nanceiros – orçamento de pagamentos a fornecedores. Janeiro Fevereiro Março Abril Fornecedores (dezembro) 12.000 Compras (janeiro) 15.500 15.500 Compras (fevereiro) 18.000 18.000 Compras (março) 20.500 20.500 Total de saídas 27.500 33.500 38.500 20.500 Fonte: Lunkes (2007). 17 UNIDADE Composição do Orçamento Global Quadro 11 – Projeção dos orçamentos financeiros – orçamento de caixa. Janeiro Fevereiro Março Saldo inicial 45.000 35.780 20.627,10 Entradas Vendas 204.000 264.000 304.000 Outros Total das entradas 204.000 264.000 304.000 Total em caixa 249.000 299.780 324.627,10 249.000 264.000 Saídas Fornecedores (MP) (27.500) (33.500) (38.500) Salários (MOD) (61.000) (71.000) (81.000) CIF (48.220) (51.420) (54.620) Vendas e administrativas (33.500) (35.500) (37.500) Impostos sobre vendas (40.000) (48.000) (56.000) CS e IR (3.000) (4.732,80) (6.441,60) Investimentos 0 (35.000) 0 Total das saídas (213.220) (279.152,90) (274.061,60) Excessos ou deficiências 35.780 20.627,10 50.565,50 Financiamento Empréstimo 0 0 (20.000) Aplicação financeira 0 0 (20.000) Saldo final 35.780 20.627,10 10.565,50 Fonte: Lunkes (2007). 18 19 Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Sites Uma contribuição à melhoria do processo orçamentário. BORNIA, A. C.; LUNKES, R. J. Contabilidade Vista & Revista, v. 18, n. 4, 2007. Disponível em: http://goo.gl/ASDPYY Como Elaborar um Planejamento Orçamentário. Disponível em: http://goo.gl/mG7UUz Livros Manual de orçamento. LUNKES, R. J. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2007. cap. 3. Vídeos Webinar-Orçamento Empresarial na prática. Disponível em: https://youtu.be/kzOBD0K5Vos 19 UNIDADE Composição do Orçamento Global Referências CARDOSO, R. Orçamento empresarial: aprender fazendo. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2014. CORREIA NETO, J. F. Planejamento e controle orçamentário. São Paulo: Elsevier, 2011. FREZATTI, F. Orçamento empresarial: planejamento e controle gerencial. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2009. LUNKES, R. J. Manual de orçamento. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2007. MOREIRA, J. Orçamento empresarial: manual de elaboração. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1989. SANVICENTE, Z. S.; SANTOS, C. C. Orçamento na administração de empresas: planejamento e controle. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2012. WELSCH, G. Orçamento empresarial. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1983. 20 Planejamento Orçamentário e Empresarial Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Profa. Esp. Maria do Socorro de Souza Revisão Textual: Prof. Ms. Luciano Vieira Francisco Tipos de Orçamento • Histórico do Termo Orçamento no Brasil • Tipos de Orçamento • Beyond Budgeting • Escolha do Método · Abordaremos os tipos de orçamento, seus objetivos, conceitos e utilização pelas empresas. O principal objetivo é entender os tipos de orçamento, a importância e aplicabilidade de cada um no ambiente organizacional. OBJETIVO DE APRENDIZADO Caro(a) aluno(a), Nesta Unidade estudaremos um pouco mais sobre orçamentos, sendo o foco os tipos de orçamento e sua importância. Então, procure ler, com atenção, o conteúdo disponibilizado e o Material complementar. Não se esqueça: a leitura é um momento oportuno para formular suas dúvidas; por isso, não deixe de registrá-las e transmiti-las ao professor-tutor. Além disso, para que a sua aprendizagem ocorra em um ambiente mais interativo possível, na pasta de atividades você encontrará a Avaliação, a Atividade reflexiva e a Videoaula. Cada material disponibilizado é mais um elemento para seu aprendizado, por isso, estude todos com atenção! ORIENTAÇÕES Tipos de Orçamento UNIDADE Tipos de Orçamento Contextualização Os tipos ou modelos de orçamento utilizados pelas empresas têm a finalidade de garantir o lucro e a redução de despesas. É importante ressaltar que a estrutura de um orçamento varia de acordo com a estrutura da empresa, bem como a escolha de um modelo que possa se adaptar e atender às metas e objetivos propostos no planejamento estratégico. Importante! Os tipos de orçamento utilizados pelas organizações, sejam públicas ou privadas, visam, de forma geral, a redução dos custos, um lucro estimado e alcançado de acordo com as metas e objetivos determinados no planejamento estratégico. Salienta-se que a obtenção do lucro é fator decisivo e primordial para que a empresa continue atuando no mercado ao qual se propôs vender produtos ou serviços. Entre os tipos de orçamento conhecidos, alguns serão apresentados a seguir. Importante! 6 7 Histórico do Termo Orçamento no Brasil Lima e Jorge (2007) asseveram que no Brasil a origem e estudo do orçamento foi a partir de 1940, sendo que somente a partir de 1970 as empresas adotaram a prática do orçamento empresarial. Nessa fase, a ênfase foi na projeção de resultados e posterior controle. Segundo esses autores, a segunda fase ficou marcada pelo orçamento contínuo, que exigia uma revisão ininterrupta dos dados, sempre excluindo o mês recém- finalizado e adicionando o mês seguinte. A terceira fase ficou marcada pelo surgimento do orçamento base zero, o qual tinha como objetivo principal iniciar as estimativas de peças orçamentárias da base zero, como se a empresa estive iniciando suas atividades naquele momento (LIMA; JORGE, 2007). Nessa mesma cronologia apresentada pelos autores, a quarta fase ficou marcada pelo orçamento flexível, o qual possibilitava a orçamentação em qualquer nível da atividade da empresa; em sequência surgiu o orçamento por atividades,o qual permitia o custeio baseado em atividades. Por fim e de acordo com Lima e Jorge (2007), a quinta fase foi marcada pela utilização do orçamento perpétuo, que busca prever os recursos na relação causa/efeito. A seguir serão apresentados alguns tipos de orçamento, os quais conceituados pelos dois autores citados. É importante ressaltar que o tipo ou modelo de orçamento a ser utilizado varia de acordo com o negócio, missão, visão e valores que permeiam as atividades da empresa, tendo como objetivos principais a redução de custos e a obtenção de lucro. Tipos de Orçamento · Flexível; · Base zero; · Por atividade; · Ajustado ou contínuo; · Estático; · Corrigido. 7 UNIDADE Tipos de Orçamento Orçamento Flexível O orçamento flexível tem a finalidade de proporcionar uma estrutura mais abrangente, sendo possível trabalhar com uma faixa de produtividade, criando, assim, uma flexibilidade para as projeções orçamentárias. Assim, o orçamento flexível pode ser ajustado em qualquer nível da empresa. Nesse modelo de orçamento é possível, por meio de um controle gerencial, acompanhar as variações do orçamento empresarial, comparando o orçado com o real. Para Lunkes (2007) a elaboração desse orçamento deve sempre levar em consideração as mudanças ocorridas no ambiente interno e externo. Ressalta o autor que esse modelo de orçamento exige a colaboração e participação de todos os membros da organização (LUNKES, 2007). Para melhor ilustrar a explicação da metodologia adotada no orçamento flexível, será apresentado um quadro com algumas informações sobre o orçamento da Companhia ABC no ano de 2014, assim como o resultado real e as variações ocorridas para o orçamento planejado e realizado: Quadro 1 – Análise das variações do orçamento empresarial. Orçamento empresarial Resultado real Variações Vendas 800.000 750.000 (50.000) Matéria-prima 250.000 230.000 20.000 Mão de obra direta 300.000 289.000 11.000 Despesas de produção Mão de obra variável 25.000 39.000 (14.000) Fixa 50.000 46.000 4.000 Despesas variáveis com vendas 50.000 46.000 4.000 Despesas fixas com vendas 75.000 72.000 3.000 Total dos custos e despesas 750.000 722.000 28.000 Lucro operacional 50.000 28.000 (22.000) Mão de obra direta (horas) 95.000 90.000 Vendas e unidades produzidas 50.000 39.000 Fonte: Lunkes (2007, p. 108). Pelos dados apresentados e relacionados à produção, observa-se que as variações ocorreram para o volume de vendas, a utilização da matéria-prima e da mão de obra direta. Tais fatores evidenciam uma redução na produção que fatalmente contribuirá para um menor retorno do lucro. 8 9 O lucro operacional da Companhia ABC em 2014 foi de R$ 28.000, quando o estimado fora de R$ 50.000. Dessa forma, a utilização do orçamento flexível deve sempre levar em consideração os custos envolvidos no processo de produção e o orçamento de vendas estimadas pela empresa. A seguir serão apresentadas as etapas necessárias para a implantação ou utilização do orçamento flexível nas empresas. Para esta apresentação, serão utilizadas as informações da empresa XYZ. Etapas Necessárias para a Implantação do Orçamento Flexível A empresa XYZ confecciona quatro tipos de camisa, com preços e custos diferenciados. A medida da alocação da receita é o número de unidades vendidas. O orçamento de vendas da empresa XYZ foi elaborado da seguinte forma: Quadro 2 – Orçamento de vendas. Tipo Preço de venda orçado (R$) Quantidades orçadas Receita bruta (R$) Receita líquida (alíquota de 20% para os tipos A e B e 10% para os tipos C e D) Camisa A 10 5.000 50.000 40.000 Camisa B 15 10.000 150.000 120.000 Camisa C 18 8.000 144.000 129.600 Camisa D 40 4.000 160.000 144.000 Fonte: Lunkes (2007). É importante ressaltar que o orçamento flexível leva em consideração as unidades produzidas e vendidas para, assim, fixar-se o volume de vendas (LUNKES, 2007). Sua elaboração requer o conhecimento dos custos variáveis e custos fixos que estão envolvidos na produção. Os custos variáveis são aqueles que se alteram de acordo com o volume da produção, por exemplo, mão de obra direta e matéria-prima. Os custos fixos são aqueles que continuam constantes e não se alteram apesar das variações da produção ou dos custos variáveis de produção, por exemplo, salário do ajudante da fábrica, energia elétrica consumida na fábrica. A empresa XYZ apresentou os seguintes custos variáveis para a camisa tipo A: 9 UNIDADE Tipos de Orçamento Quadro 3 – Orçamento dos custos variáveis. Camisa A Consumo Quantidade utilizada Valor por medida (R$) Total (R$) Matéria-prima m² 0,40 2 0,80 Mão de obra direta Horas/empregado 2,50 0,80 2 Custos indiretos fixos Horas/empregado 1,50 0,80 1,20 Total Variável por unidade 4 Fonte: Lunkes (2007). Para a projeção dos custos é necessário que se conheça o preço da matéria- prima, a política de estoque adotada pela empresa, a quantidade consumida por produto e a medida de consumo que será utilizada. De posse das informações relacionadas aos custos variáveis, conheceremos a projeção dos custos indiretos fixos da empresa XYZ: Quadro 4 – Projeção dos custos indiretos de produção. Tipo Quantidades orçadas Custo Variável orçada (R$) Total dos custos variáveis Custo fixo orçado (R$) Camisa A 5.000 4 20.000 14.103 Camisa B 10.000 7 70.000 28.205 Camisa C 8.000 12 96.000 22.564 Camisa D 4.000 35 140.000 11.282 Fonte: Lunkes (2007). A obtenção do custo variável total ocorre multiplicando-se o custo unitário pelas unidades produzidas e vendidas. Na empresa XYZ o custo unitário encontrado para a camisa A é de R$ 20.000 (5.000 x 4 = 20.000). A alocação dos custos fixos ocorre de acordo com o total de unidades produzidas e vendidas. O valor orçado pela empresa referente aos custos fixos foi de R$ 110.000. Os custos indiretos de fabricação podem variar conforme a mão de obra direta utilizada, a quantidade de horas e máquinas dedicadas, o volume de matéria-prima e a produção. Uma das vantagens do orçamento flexível é que os gestores poderão identificar possíveis “gargalos” na produção e concentrar suas atenções à resolução dos problemas encontrados. É importante ressaltar que eventuais “gargalos” na produção estão relacionados à ineficiência operacional como, por exemplo, mão de obra ociosa e/ou uso inadequado de materiais. Agora que já temos todas as informações referentes ao orçamento flexível da empresa XYZ, podemos elaborar o orçamento do resultado. 10 11 Quadro 5 – Orçamento do resultado. Tipo Receita líquida (alíquota de impostos de 20% para A e B e 10% para C e D) Total dos custos variáveis Custo fi xo orçado (R$) Lucro operacional por produto Camisa A 40.000 20.000 14.103 5.877 Camisa B 120.000 70.000 28.205 21.795 Camisa C 129.600 96.000 22.564 11.036 Camisa D 144.000 140.000 11.282 (7.282) Total 733.600 566.000 110.000 57.600 Fonte: Lunkes (2007). Orçamento Base Zero (OBZ) Este método consiste em não utilizar os dados históricos, levando em consideração que nem tudo que ocorreu em um certo período ocorrerá novamente, de modo que em cada orçamento seja feito um novo estudo do todo, desconsiderando cenários passados. Padoveze (2004) entende que a proposta do orçamento base zero proporciona a análise sobre cada gasto, cada estrutura e, assim, cada atividade da empresa poderá ser rediscutida, não em função de valores, mas na razão ou não de sua existência. Segundo Lunkes (2007), no OBZ os gestores devem justificar a necessidade de recursos, sempre levando em consideração a relação custo/benefício. O OBZ pode ser dividido em pacotes, a saber: · Pacote de Base Zero (PBZ) – é um documento que identifica uma atividade específica na empresa. Como exemplo temos os pacotes de aluguéis, utilidades, pessoal e fretes; · Variável de Base Zero (VBZ) – é a menor unidade de acumulação dos gastos. Neste nível se considera, por exemplo, a operação contábil que classificará os gastos com compras de canetas, cartuchos
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