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Psicologia sócio-histórica: uma perspectiva crítica em psicologia

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Psicologia sócio-histórica: uma perspectiva crítica em psicologia 
 
● Séc. XIX - condições para a 
construção da psicologia - ciência 
moderna experimental, empírica, 
quantitativa, positivista, mecanicista, 
associacionista, atomista e 
determinista. 
● Objeto inicial da psicologia: a 
experiência consciente. 
● Wundt: sugere 2 psicologias, uma 
Psicologia Experimental e outra 
Psicologia Social. 
● A Psicologia Sócio-histórica, que tem 
como base a Psicologia Histórico-
Cultural de Vigotski, apresenta a 
possibilidade de superação da ideia 
dicotômica até então vigente de 
polarização social x eventos 
psicologicos/individual. 
- Criticidade diante dos seus 
fundamentos epistemológicos e 
teóricos. 
- Fundamentada no Marxismo e 
Materialismo Histórico e Dialético. 
- O homem aqui é tido como ativo, 
social e histórico. 
Já a sociedade, uma produção 
histórica entre os homens que, por 
meio do trabalho, produzem a vida 
material. 
As ideias, representações da realidade 
material. 
A realidade material, fundada nas 
contradições expressas a partir das 
ideias. 
A história é um movimento constante 
e inerente ao humano, no qual, por 
meio da base material, a produção de 
ideias deve ser compreendida. 
 
ABANDONANDO A VISÃO ABSTRATA 
DO FENÔMENO PSICOLÓGICO 
● A burguesia e seus ideais liberais 
foram responsáveis por superar a 
ordem feudal. Assim, o elemento 
central de tal perspectiva consiste no 
individualismo, sendo cada indivíduo 
um ser moral que possui direitos 
derivados da natureza humana. Nesse 
sentido, há o rompimento com a ideia 
feudal de estabilidade, hierarquização 
e certezas do mundo. 
● As ideias liberais são fundamentais 
para que o capitalismo tenha os 
indivíduos como ser produtivo e 
consumidor, constituindo essa 
individualização e ideia do mundo 
privado, do “eu”. Assim, a psicologia 
se torna necessária como uma ciência 
a estudar esse sentimento de “eu”. 
● O liberalismo, ao produzir o discurso 
de igualdade natural entre os homens, 
constroi sua própria “defesa”, na 
medida em que há a noção de que as 
diferenças individuais decorrem dos 
aproveitamentos diferentes que os 
indivíduos fazem diante das condições 
“igualitárias” que a sociedade lhe 
oferece. 
● O fenômeno psicológico possui 
inúmeras conceituações mas, 
independente de qual seja, trata-se de 
“algo que se abriga em nosso corpo, 
do qual não temos muito controle, 
visto como algo que em determinados 
momentos de crise nos domina sem 
que tenhamos qualquer possibilidade 
de controlá-lo, algo que inclui 
“segredos” que nem mesmo nós 
sabemos, algo enclausurado em nós 
que é ou contém um “verdadeiro eu”” 
● Muitos cientistas 
compartilhavam/compartilham da 
noção de que o meio social e cultural é 
algo externo, que se relaciona com o 
fenômeno psicológico dificultando o 
desenvolvimento do mundo interno. 
Portanto, trata-se da adaptação do 
aparato psicológico ao mundo social, 
cultural e econômico. 
● Contrariamente a tal concepção, a 
Psicologia sócio-histórica vê o 
 
 
fenômeno psicológico como não 
pertencente à natureza humana; não 
preexistente ao homem e refletor da 
condição social, econômica e cultural 
em que vivem os homens. Assim, 
fenômenos psicológicos e sociedade 
são elementos indissociáveis, para 
compreender o mundo externo 
precisamos necessariamente 
compreender o mundo interno, e vice-
versa. 
- Os fenômenos psicológicos são 
construções no nível individual do 
mundo simbólico social. 
- A cada transformação qualitativa se 
cria mais condições para novas 
transformações, constituindo um 
processo histórico e não natural. 
- A linguagem é a mediadora para a 
internalização da objetividade. 
● A psicologia sócio-histórica é crítica 
pois constitui o processo ideológico na 
medida em que descola-se da 
realidade social e cultural. 
- Ideologia (Chauí):criação de universos 
abstratos, isto é, a transformação das 
idéias particulares da classe dominante 
em idéias universais de todos e para 
todos os membros da sociedade. Essa 
universalidade das idéias é abstrata 
porque não corresponde a nada real e 
concreto, visto que no real existem 
concretamente classes particulares e 
não a universalidade humana. As 
idéias da ideologia são, pois, 
universais abstratos”. 
- Em suma, ideologia é a representação 
ilusória que fazemos do real. 
● Historicamente, a psicologia 
contribuiu para a segregação, 
culpabilização dos indivíduos, 
hierarquização e a manutenção da elite 
no poder. 
 
 
ROMPENDO COM AS TRADIÇÕES 
● A psicologia sócio-histórica rompe 
com a tradição científica 
classificatória e estigmatizada, que 
estava associada aos interesses dos 
grupos dominantes, desde o processo 
de colonização. 
 
SUPERANDO A NEUTRALIDADE DA 
PSICOLOGIA 
● A naturalização do psicólogo, diante 
da concepção de que um estado e/ou 
desenvolvimento são naturais e, assim, 
o acompanhamento psicológico sendo 
o acompanhar um desenvolvimento já 
previsto, contribui para a insurgência 
de noções equivocadas. 
● Nesse cenário, a psicologia torna-se 
uma profissão conservadora que visa 
combater tudo aquilo que seja 
diferente do “natural” e “universal”. 
 
SUPERANDO O POSITIVISMO E O 
IDEALISMO NA PSICOLOGIA 
● De forma resumida, o positivismo 
basicamente prega: 1) Os fenômenos 
sociais e humanos regulados por leis 
naturais e independe dos homens; 2) A 
necessidade do uso de métodos e 
procedimentos das ciências naturais 
para compreender tais leis; 3) As 
ciências humanas e sociais devem 
seguir a objetividade científica. 
● Assim, o viés positivista é responsável 
pela construção de uma psicologia 
alheia aos fenômenos sociais e seus 
impactos nos fenômenos psicológicos. 
● O materialismo histórico dialético, que 
supera essa concepção positivista, em 
síntese considera que: 1) A realidade 
material independe da ideia, 
pensamento, razão; existindo leis na 
realidade, numa visão determinista; 
sendo possível conhecer toda a 
realidade e suas leis (materialismo). 
2) A contradição é fundamental a tudo 
que existe. Além disso, o movimento 
da realidade se expressa nas leis da 
dialética e em suas categorias 
(dialética). 
 
 
3) A compreensão da sociedade só é 
possível a partir de uma visão 
materialista-dialética. 
● Assim, a Psicologia Sócio-Histórica 
produzirá conhecimentos com outros 
pressupostos, abandonando a pretensa 
neutralidade do positivismo, a 
enganosa objetividade do cientista, a 
positividade dos fenômenos e o 
idealismo, colando sua produção à 
materialidade do mundo e criando a 
possibilidade de uma ciência crítica à 
ideologia até então produzida e uma 
profissão posicionada a lavor das 
melhores condições de vida, 
necessárias à saúde psicológica dos 
homens de nossa sociedade.

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