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Nome: Ingrid Medeiros Gregório R.A.: 22150634 Turma: A Texto: SADEK, Maria Teresa. “Maquiavel: cidadão sem fortuna, intelectual de virtù”, em WEFFORT, Francisco (org.). Os Clássicos da Política, vol. 1. São Paulo: Ática, 1995. Pp. 11-24 Maria Teresa Sadek traz em seu livro a sua visão sobre o pensamento de Nicolau Maquiavel, mencionando suas obras O Príncipe e Discursos Sobre a Primeira Década de Tito Lívio, e o conteúdo neles contidos. A autora traz uma frase que resume bem as citadas obras: “o maquiavelismo serve a todos os ódios, metamorfoseia-se de acordo com os acontecimentos, já que pode ser apropriado por todos os envolvidos em disputa”. (SADEK, 1995, p. 13) Ou seja, as ideias maquiavélicas sempre estarão em sincronia com algum fator que ocorra na política atual, pois a natureza humana tende a se repetir por conta da sua moral e da sua ética. Sadek conta em seu texto a história do filósofo enquanto estava vivo, e é possível ver que todos os seus conhecimentos passados para suas obras se devem à sua própria experiência. Seu pai exercia um trabalho no campo político e sempre ensinou Nicolau com a melhor educação que conseguia. E eis que ele consegue chegar a um alto patamar na política na ainda não-formada Itália na virada do século XIII para o século XIV. Mas, por conta de várias desavenças, ele é demitido e é considerado suspeito de conspiração contra o governo da época, além de ter sido preso por conta dos seus supostos atos. Quando foi solto, ele não consegue seu antigo emprego e é exilado da sua terra natal, se aposentando da vida ativa política que exercia na sociedade. (SADEK, 1995, p. 14-16) Entretanto, possui ainda a capacidade de escrever. E nos próximos momentos do texto, são trazidas suas principais ideias dentro da política. Sua carta de 1513 à Vettori, um grande amigo de Maquiavel, menciona que é sua predestinação, seu dever, falar do Estado como ele é na realidade, não como ele deve ser, e o termo usado pelo mesmo é verità effetuale, que significa a verdade efetiva das coisas. (SADEK, 1995, p. 17) Então, fez a si mesmo a seguinte pergunta: “como fazer reinar a ordem, como instaurar um Estado estável?”. Ele chega a conclusão que a ordem não é natural do homem, mas sim que é algo imperativo em uma sociedade, onde quem tem a ordem, possui o poder. (SADEK, 1995, p. 18) Mas como o homem sempre almeja por poder, sempre haverá uma falha, fazendo o poder não ser definitivo. Esse poder, entretanto, é desconhecido pelo ser humano, mesmo que sentido por ele. Para realmente conhecê-lo, é necessário entender que o poder não é estável e muito incerto, e que mexendo algo tão grande e complexo possui um papel muito importante para o Estado, visto que ele tem a capacidade de alterar a vida privada das pessoas. (SADEK, 1995, p. 18) Maquiavel observa após vários estudos que a história acaba se repetindo com o passar dos anos, pois não há como controlar esse desejo do poder que o homem possui. Então, visto que ordem e poder estão coligados, há ondas de ordem e desordem ao decorrer da história por conta dessa ondulação que o homem (nesse caso, Estado) tem em relação ao poder. Com essa ideia, é possível ver a presença inevitável de duas forças opostas que lutam por esse poder, onde uma quer dominar e a outra não quer ser dominada. (SADEK, 1995, p. 20) A solução que Maquiavel traz quanto a essas duas forças opostas é a instauração de um Principado e, posteriormente, uma República. Em um momento de instabilidade política, um príncipe deve colocar toda a sociedade no eixo e depois o Estado deve reger o país com uma república. Mas o príncipe não deve ser como um ditador, mas sim como um agente de transição entre a instabilidade e a estabilidade. (SADEK, 1995, p. 20-21) A Itália era toda fragmentada naquela época, e Maquiavel enxergava que era necessária a unificação da mesma. E não era qualquer um que poderia fazer tal feito. Era necessário que o príncipe do Principado possuísse virtù e, consequentemente, fortuna. A virtù é apresentada como sinônimo de poder, honra e glória. E a fortuna é o resultado que é adquirido após a conquista da virtù, que os italianos acreditavam vir de uma deusa que dava bênçãos aos homens com honra, poder e glória. O governante, então, necessitava de ser virtuoso para ser capaz de manter o domínio e também o respeito dos governados. (SADEK, 1995, p. 22) Em conclusão, como é dito no texto, “a força explica o fundamento do poder, porém é a posse de virtù a chave por excelência do sucesso do príncipe”. Ou seja, o governante pode possuir a força de um leão, mas se ele não tiver o conhecimento de uma raposa, por exemplo, ele não possui o que é necessário para ser um bom governante. E nesses casos, um vício pode ser visto como uma virtude, visto que ela pode ser necessária para o sucesso de um governo. (SADEK, 1995, p. 23-24)
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