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MÉTODOS DE TREINAMENTO PARA A AVALIAÇÃO FÍSICA MILITAR ANEXO “A” MÉTODOS DE TREINO PARA O TESTE DE ABDOMINAL A musculatura abdominal é de grande importância para o trabalho harmonioso de todo do corpo, além de servir como proteção para coluna vertebral, em paralelo aos músculos lombares, fornecendo importante suporte para coluna (PLATZER, 2008). Uma musculatura abdominal enfraquecida e protusa coloca os discos intervertebrais em situação instável, aumentando os riscos de degeneração lombar, e hérnias discais (DELAVIER; GUNDILL,2013). A habilidade de estabilizar o centro corporal e a capacidade de absorver cargas repetitivas que convergem para o tronco, representam um papel crucial na performance do atleta, esportista,e praticante de atividade física, na capacidade de minimizar lesões. O treinamento dos músculos do abdômen possui aplicação focadaemmúsculos centrais do corpo humano, ou seja, no centro de massa, resultando em uma musculatura mais forte e capaz de desenvolver as atividades cotidianas (CARVALHO et all, 2014). O teste de “Abdominal Estilo Remador” visa aferir a resistência de força da musculatura abdominal do policial militar. São exemplos de treinamento para um bom desempenho no teste, e, principalmente, uma evolução na força dos músculos do adome: Fortalecimento do Core O core é o pilar do nosso corpo e seu fortalecimento é importante para realização de atividades do dia a dia. Seu fortalecimento auxilia diretamente na execução do teste de abdominal e, indiretamente, em praticamente todos os tipos de exercícios físicos. O core é unidade integrada de 29 pares de músculos que suportam e estabilizam a bacia, pélvis e abdome. Essa musculatura fica ao redor de toda região do tronco, na linha da coluna lombar. Os principais músculos do grupo são os abdominais, lombares, glúteos e oblíquos. Existem diversas maneiras de realizar o treinamento do core. Vários destes treinos favorecem diferentes músculos do Core simultaneamente, mas seguem separados para fins didáticos, dentre outros: Abdominais: Abdominal supra Abdominal infra Abdominal remador Abdominal canivete Abdominal na máquina Abdominal com corda e polia Abdominal com roda Abdominal alternado estilo bicicleta Lombares: Prancha Isometria na posição de flexão Abdominal invertido (romano) Glúteos: Agachamentos Afundo Stiff Estensão de quadril Oblíquos: Abdominais oblíquos (lateral) Prancha lateralizada Banco romano Oblíquo com polia Figura 01: prancha Figura 02: abdominal com roda Figura 03: abdominal infra, prancha lateral, remador, infra com elevação pélvica (esquerda para direita na sequência) Figura 04: Stiff Figura 05: Agachamento livre Figura 06: Prancha na posição de flexão Figura 07: Abdominal reto com elevação de pernas Figura 08: Abdominal reto Figura 09: Abdominal infra no banco Sugere-se que o militar insira em sua rotina de treinamento exercícios como os citados. Ainda que todos os exercícios ativadores do Core sejam importantes na construção de uma musculatura resistente e forte, é recomendável que o militar nunca deixe de praticar o exercício abdominal estilo remador. A especificidade é um princípio do treinamento que deve ser respeitada. Para o treino específico do abdominal estilo remador, sugere-se que seja iniciada uma fase voltada à execução perfeita do exercício. Nesta fase, as adaptações neurais são alcançadas primeiramente. Depois que o militar atingir um nível ótimo de execução motora do exercício, podem ser inseridos elementos de performance, como número de repetições a ser alcançado e posteriormente a contagem do tempo, que deve ser o último estágio na evolução do treinamento. ANEXO “B” MÉTODOS DE TREINO PARA O TESTE DE BARRA O teste tem por objetivo avaliar a força/resistência dos músculos dos membros superiores e da cintura escapular com o corpo em suspensão em uma barra fixa por meio do movimento de flexão e extensão dos cotovelos. Os principais músculos (músculos primários) envolvidos no movimento são: latíssimo do dorso, redondo maior e romboides. A musculatura secundária utilizada no exercício envolve bíceps braquial e peitoral maior. Figura 01: barra fixa dinâmica É interessante que o treino da barra fixa nos moldes do Teste de Capacitação Física seja priorizado num programa de treinamento. A melhor forma de priorizar um exercício é executar o mesmo no início da sessão de treino, quando o nível de descanso é maior. Contudo, nem sempre é fácil iniciar um treino de barras quando não se consegue executar uma flexão completa na barra ou quando não se consegue sustentar o peso corporal por muito tempo em contração isométrica na barra feminina.Para isso, os métodos de facilitação de treino são uma ótima alternativa para desenvolvimento da força e resistência muscular. Dentre os inúmeros métodos para se obter melhorias nesse exercício, citamos: A) Elástico O uso de elásticos ou power bands é um dos melhores recursos para um desenvolvimento de força na barra fixa. Deve ser observada a grossura ou grau de tensão do elástico, pois quanto mais resistente for o equipamento, maior sua capacidade de auxílio na dinâmica do exercicio. Uma boa dica é começar pelos elásticos de maior resistência, e, consequentemente, maior força auxiliar, para depois progredir para elásticos menos resistentes (ou menos espessos), que fornecerão menor grau de ajuda. Figura 02: Barra com auxílio de elástico O elástico também pode ser utilizado como meio auxiliar de treinamento da barra fixa feminina. Basta a militar ajustar o elástico para que auxilie na contração isométrica funcionando como um leve. B) Aparelho graviton O graviton é um aparelho comum em academias e espaços fitness. Seu uso é interessante na fase inicial do treinamento para barra fixa e sua possibilidade de mudança de peso facilita na evolução do treinamento. Um bom exemplo de treinamento é reduzir a carga de contrapeso (dificultando o exercício) a cada 5 seções de treino. Para cada seção de treino, um exercício sugerido é a realização de 4 a 5 séries de 08 a 12 repetições, com descanso médio de 1 minuto entre as séries. Figura 03: aparelho Graviton C) Leve O leve ou roubada consiste em um auxílio de outra pessoa exercendo força sobre as costas, no quadril ou nas pernas do militar no sentido contrário à gravidade. É um método que não envolve custos ou recursos adicionais, mas exige, além da presença de outra pessoa, que esta pessoa saiba dosar o nível de força exercido. O interessante é o auxiliar iniciar com certo nível de força e ir reduzindo gradativamente o “leve” com o passar do tempo e das sessões de treino, de modo a estimular o desenvolvimento de força do treinando. D) Inversão da pegada A simples inversão da pegada no treino de barra fixa auxilia na execução do exercício, tornando-se uma boa opção de treinamento com facilitação do exercício. Graças à uma maior ativação do bíceps braquial, músculo com grande capacidade de torque, a flexão de cotovelos se dá com maior eficiência comparada à pegada pronada. Figura 04: Barra fixa pegada supinada E) Treino resistido com aparelho (musculação) Vários músculos são envolvidos no exercício de flexão na barra (dinâmica ou isométrica)direta ou indiretamente. Um desenvolvimento geral da músculatura corporal, aliado a uma redução no percentual de gordura, certamente proporcionará resultados melhores nos treinos. Deste modo, todos os exercícios capazes de gerar melhorias na resistência de força de membros superiores, cintura escapular e core trarãobenefícios visíveis no desenvolvimento do exercício, seja com utilização de aparelhagem própria ou por uso do peso corporal (exercícios funcionais). Contudo, os aparelhos mais específicos que trabalham diretamente os grupos musculares primários envolvidos na flexão na barra fixa são os de pulley costas e suas variações, além do já citado graviton. Figura 05: Pulley costas (forntal) pegada pronada aberta Uma boa sugestão de treino para fortalecimento das costas, ombros e membros superiores é iniciar uma sessão de treino pelos exercícios mais específicos que envolvam músculos maiores como o pulley costas e passar para músculos menores e menos específicos como deltóides até chegar nos exercícios de bíceps. Ex: Pulley Costas (ou mesmo o graviton), Remada Baixa, Desenvolvimento de Ombro, Elevação Lateral, Encolhimento, Rosca Scoth e Rosca alternada realizados na sequência são exercícios com relativa simplicidade a serem realizados em um salão de musculação. Não se pode desconsiderar o princípio do treinamento desportivo relativo à especificidade do treinamento. De acordo com esse princípio, nenhum exercício, por mais que possa auxiliar no desenvolvimento geral da aptidão física, é tão indicado para uma melhoria na sua execução do que a prática do próprio exercício. Com isso, sugere-se sempre o treino de barra fixa (masculino ou feminino) em sua essência sem a utilização de nenhum recurso, com periodicidade, ainda que os demais treinos se mantenham em evolução. ANEXO “C” MÉTODOS DE TREINO PARA O TESTE DE CORRIDA 2.400m O teste de 2400m de Cooper (1968) objetiva verificar de maneira indireta o nível de condicionamento aeróbio do indivíduo. A capacidade aeróbia é a capacidade de o organismo captar, transportar e utilizar o oxigênio. O oxigênio consumido no metabolismo da célula aumenta proporcionalmente com a intensidade do esforço físico até o limite conhecido por consumo máximo de oxigênio, ou VO2 máx. Quanto maiores os valores atribuidos ao VO2 máx de um indivíduo, maior é a resistência aeróbia, e consequentemente, melhor o resultado nos testes. A notícia boa é que podemos melhorar o nível de VO2 máx com treinamento regular. Todo início de treinamento deve ser focado em trabalhos de baixa intensidade e periodicidade adequada. Com o passar do tempo, a rotina de treino deve evoluir para que o militar não se sinta desanimado e para que as adaptações ao treino continuem ocorrendo. Nesse sentido, orienta-se iniciar os treinos de corrida com o Treinamento base. Comduração sugerida de 04 semanas e ritmo leve com volume mais alto de treino. Após esse período, uma vez por semana é introduzido ao treinamento base o Treinamento limiar, quemelhora o desempenho do corredor favorecendo o desenvolvimento do sistema cardiotorácico, aumentando a adaptação do aparelho locomotor por meio de contrações musculares mais rápidas e potencializando a resposta neurológica do corpo a estímulos (corrida em ritmos mais rápidos). Sugere-se corridas a 70% do VO2Máx ou 70 a 75% da Freq Cardíaca máxima. A fórmula básica (generalizada) para se chegar a uma frequência cardíaca máxima aproximada é de 220 menos a idade. Nesta fase do treinamento, é importante mesclar trabalhos de força (ao menos dois por semana) com a corrida. Os trabalhos de força podem ser realizados em uma academia de musculação ou em qualquer outro ambiente utilizando os trabalhos funcionais para fortalecimento de membros inferiores (diretamente envolvidos na corrida), core e até mesmo os membros superiores. O terceiro elemento a ser inserido no programa de treino é o Treinamento VO2máx, caracterizado por umcurto período de treinamento de alta intensidade focado no VO2máx. Neste treinamento, a frequência cardíaca aproxima-se da máxima, contudo, o volume da atividade deve ser menor. Sugere-se que estes treinos sejam precedidos e sucedidos de treinos leves ou descanso. Um bom exemplo de trabalho com foco no VO2máx é o treino intervalado. Nesta atividade, o militar corre vários tiros separados por períodos de descanso ativo ou passivo que podem variar. Uma boa média é estabelecer o período de descanso igual ao tempo de atividade. (ex: várias séries compostas de 2 minutos de corrida intensa seguidos de 2 minutos de descanso). A seguir temos um modelo de programa de treino de 12 semanas para o teste de corrida de 2400m: SEMANA ATIVIDADE ESTÍMULO FREQÊNCIA 1 a 4 Preparação aeróbica geral Leve, mas com alternância de volume (inserir corrida longa de baixa intensidade na semana) 3 a 5 treinos por semana 5 a 8 Aeróbico leve com treino no limiar aeróbio (cerca de 70% da FCmáx). Como o anterior, porém com a inserção de um treino no limiar aeróbio por semana. 3 a 5 treinos por semana 9 a 12 Aeróbico leve mesclado com corrida no limiar e corridas no VO2máx. Como o anterior, porém com a inserção de um treino focado no VO2máx por semana. 3 a 5 treinos por semana Obs.: o tempo de treinamento depende muito da condição em que o militar se encontra no início do programa preparatório. Para militares mais treinados, os períodos dedicados a cada atividade podem ser reduzidos até pela metade, enquanto que para os militares pouco treinados ou em fase de recuperação de lesão ou afastamento médico, pode ser ampliado para mais semanas.