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FILOSOFIA MODERNA - SÉCULO XVII
É considerada como a visão do princípio da filosofia moderna e o distanciamento do pensamento medieval, especialmente da Escolástica. 
Frequentemente é chamada de "idade da razão“
É considerada a sucessora da renascença e predecessora da Idade do Iluminismo.
Alternativamente, ela pode ser vista como uma visão prévia do Iluminismo.
Características gerais do saber no século XVII
De acordo com Marilena Chauí, podemos considerar as várias filosofias que polemizaram entre si nesse período, os filósofos concebendo a metafísica, a ciência da Natureza, as técnicas, a moral e a política de maneiras diferenciadas. 
No entanto, para quem olha de longe, é impossível não reconhecer a existência de um campo de pensamento e de um campo discursivo comum a todos os pensadores modernos e no interior dos quais suas semelhanças e diferenças se configuram. 
A distinção entre filosofia e ciência é recente (consolidou-se apenas nos meados do século XIX), de modo que os pensadores do século XVII são considerados sábios (e não intelectuais, noção que também é muito recente) e não separam seus trabalhos científicos, técnicos, metafísicos, políticos. 
Para eles, tudo isso constitui a filosofia e cada sábio costuma ser um pesquisador ou um conhecedor de todas as áreas de conhecimento, mesmo que se dedique preferencialmente mais a umas do que a outras. 
Merleau-Ponty a designa a filosofia moderna como a época do Grande Racionalismo.
Para o qual as relações entre ciência da Natureza, metafísica, ética, política, espírito e matéria, alma e corpo, consciência e mundo exterior estavam articuladas porque fundadas num mesmo princípio que vinculava internamente todas as dimensões da realidade: a Substância Infinita, isto é, o conceito do Ser Infinito ou Deus. 
Características Gerais da Filosofia Moderna
O significado da nova Ciência da Natureza.
Os conceitos de causalidade e de substância.
A ideia de método ou de mathesis universalis.
A ideia de razão, explícita ou implicitamente elaborada por tais pensadores.
A Nova Ciência da Natureza ou Filosofia Natural
Pode-se dizer que a nova Ciência da Natureza ou Filosofia Natural possui três características:
01) a passagem da ciência especulativa para a ativa, na continuidade do projeto renascentista de dominação da Natureza e cuja fórmula se encontra em Francis Bacon: "Saber é Poder"; 
02) a passagem da explicação qualitativa e finalística dos naturais para a explicação quantitativa e mecanicista: é o abandono das concepções aristotélico-medievais sobre as diferenças qualitativas entre as coisas como fonte de explicação de suas operações (leve, pesado, natural, artificial, grande, pequeno, localizado no baixo ou no alto) e da ideia de que os fenômenos naturais ocorrem porque causas finais ou finalidades os provocam a acontecer. 
3) conservação da explicação finalística apenas no plano da metafísica:
a liberdade da vontade divina e humana e a inteligência divina e humana, embora incomensuráveis, se realizam tendo em vista fins a serem alcançados.
Hobbes suprimirá boa parte das finalidades no campo da moral, dando-lhe uma fisionomia mecanicista.
Espinosa suprimirá a finalidade na metafísica e na ética, criticando-a como superstição e ignorância das verdadeiras causas das ações. 
TRÊS PROBLEMAS DOS FILÓSOFOS MODERNOS
01) Tendo o Cosmos, sua ordem, sua hierarquia e seu centro desaparecido, o homem, como ser pensante, não encontra imediatamente nas coisas percebidas a verdade, a origem e o sentido do real, pois as coisas são percebidas em suas qualidades sensoriais e o mundo parece ser finito e ordenado por valores e perfeições que a nova Ciência da Natureza revelou serem ilusórios .
02 – CONCEITO DE CAUSALIDADE
Faz uma exigência teórica que, se não for respeitada, impede que a verdade seja conhecida.
Essa exigência é de que as relações causais só se estabelecem entre coisas de uma mesma substância. 
A solução encontrada por todos os filósofos (exceto Espinosa) consiste em considerar o conhecimento uma Representação, isto é, que a inteligência não afeta nem é afetada pelos corpos, mas pelas ideias deles, havendo assim a homogeneidade exigida pela causalidade.
 A representação cria um novo problema:
Como saber se as ideias representadas correspondem verdadeiramente às coisas representadas? 
Como saber se a ideia é adequada ao seu ideado? 
Para solucionar esta dificuldade nasce o MÉTODO.
A noção de Representação
Significa que aquele que conhece — o Sujeito do Conhecimento está sozinho, rodeado por coisas cuja verdade ele não pode encontrar imediatamente, pois percebe coisas, mas deve conhecer Objetos do Conhecimento, isto é, as ideias verdadeiras ou os conceitos dessas coisas percebidas. 
Precisa de um instrumento que lhe permita três atividades: 
1) representar corretamente as coisas, isto é, alcançar suas causas sem risco de erro (para os espiritualistas, os erros virão dos sentidos ou do corpo; para os materialistas, os erros virão das abstrações indevidas feitas pela inteligência); 
2) controlar cada um dos passos efetuados, pois a perda de controle de uma das operações intelectuais pode provocar o erro no final do percurso, que, por isso, deve ser controlado passo por passo; 
3) permitir que se possa deduzir ou inferir de algo já conhecido com certeza o conhecimento de algo ainda desconhecido, isto é, o instrumento deve permitir o progresso dos conhecimentos verdadeiros oferecendo recursos seguros para que se possa passar do conhecido ao desconhecido. 
No século XVII, a palavra método (do grego: caminho certo, correto, seguro) tem um sentido vago e um sentido preciso. 
Sentido vago, porque todos os filósofos possuem um método ou o seu método, havendo tantos métodos quantos filósofos. 
Sentido preciso, porque o bom método é aquele que permite conhecer verdadeiramente o maior número de coisas com o menor número e regras. Quanto maiores a generalidades e a simplicidade do método, quanto mais puder ser aplicado aos mais diferentes setores do conhecimento, melhor será ele.  
RENÉ DESCARTES (1596 – 1650)
Viveu numa época de grandes transformações como: o início das grandes navegações, a descoberta das Américas, a Guerra dos Trinta Anos.
Acompanhou as teorias científicas de Copérnico e de Galileu que vão revolucionar a maneira de se considerar o mundo físico.
Aproximou-se da Reforma de Lutero que abalou a autoridade universal da Igreja Católica no Ocidente.
A decadência do sistema feudal, por uma nova ordem econômica baseada no comércio livre e no individualismo, acompanhou a arte retomando os valores da antiguidade clássica, impondo uma cultura leiga às vezes de inspiração pagã.
A Escolástica Medieval está longe de ter desaparecido.
A Contra Reforma é uma reação ao Protestantismo tendo como consequência a Guerra dos Trinta Anos. 
Nessa época Galileu, foi proibido de lecionar era um tempo de conflitos, crises e incertezas. 
A obra dele é uma longa reflexão e tomada de posição sobre o seu tempo. 
A modernidade é ruptura com a tradição, a autoridade da fé pela razão humana, oposição às instituições. 
A crença no poder crítico da razão humana individual é traço fundamental da modernidade de Descartes. 
Podemos considerar Descartes como um dos iniciadores da modernidade, doravante, influenciará o desenvolvimento do pensamento filosófico.
A necessidade de contextualização do pensamento, o sujeito pensante entra em cena: “terei a satisfação de mostrar os caminhos que segui e apresentar minha vida como em um quadro”
Descartes sempre escreveu na primeira pessoa do singular. 
Foi excelente aluno, sobretudo interessado pela matemática, viajou por diversos países da Europa, descobriu sua vocação filosófica dedicando-se à “descobrir os fundamentos dessa ciência admirável”. 
Ele considerou a matemática como modelo de sua reflexão filosófica e, com isso, pretendia elaborar uma matemática universal para todos os assuntos. 
Ao tomar conhecimento da condenação de Galileu, desiste de publicar a sua obra (O Tratado do Mundo). 
Em 1637, publicou em francês seus tratadoscientíficos que tem como introdução “O Discurso do Método”.
Adquiriu fama e sua obra foi condenada. 
Projeto Filosófico de Descartes
No Discurso do Método afirma ser o bom senso, isto é, a racionalidade, é uma luz natural ao homem. 
O erro resulta na realidade de mal uso da razão.
A finalidade do método é por a razão no bom caminho. Portanto, o método visa o conhecimento, a elaboração de uma teoria científica.
Este é o sentido das regras que Descartes formula e essas se inspiram na geometria, mas por serem simples devem ser seguidas à risca. 
Jamais deixar de observá-las.
AS QUATRO REGRAS DE RENÉ DESCARTES
O primeiro passo: jamais aceitar como exata coisa alguma que eu não conheça evidentemente.
O segundo consiste em dividir cada dificuldade a ser examinada em tantas partes quantas possíveis e necessárias para resolvê-las.
O terceiro impor ordem nos meus pensamentos, começando pelos assuntos mais simples de serem conhecidos.
O último, fazer para cada caso enumerações tão exatas que esteja certo de não ter esquecido nada, assim nunca se confundirá o falso com o verdadeiro, chegando ao verdadeiro conhecimento. 
O conflito entre os dois modelos de ciência, o antigo e o moderno, fez com que alguns pensadores céticos se perguntassem se as futuras gerações não descobririam que as teorias da ciência nova seriam falsas.
Descartes assume então a missão de fundamentar e legitimar essa ciência demonstrando de forma conclusiva que o homem pode conhecer o real de modo verdadeiro e definitivo, portanto negava o ceticismo. 
Propõe-se ainda a encontrar uma certeza básica, imune às dúvidas céticas. 
É preciso então encontrar o ponto de apoio “ponto arquimediano” que possa servir de ponto de partida seguro para o processo de conhecimento. 
Havia uma crise generalizada da autoridade e René Descartes deixa bem claro que não se pode confiar na tradição, nos ensinamentos do saber adquirido.
Constata que a tradição, ao contrário do que pretendia, estava muito longe de ter encontrado a verdade e de ter constituído um sistema sólido e coerente que lhe dessa autoridade.
RAZÃO PARA DESCARTES
A única alternativa possível parece ser a interioridade, a própria razão humana, a luz natural que o homem possui em si mesmo, a sua racionalidade.
Portanto, o homem traz dentro de si a possibilidade do conhecimento (Inatismo Cartesiano).
Obs: Reveja na aula 04 a noção de interioridade desenvolvida por Santo Agostinho, pois esta foi a base para o argumento do Cogito na Filosofia de René Descartes.
TEORIA DAS IDÉIAS DE RENÉ DESCARTES
Discute a teoria das ideias inatas em várias de suas obras, mas as exposições mais conhecidas encontram-se em duas delas: no Discurso do Método e nas Meditações Metafísicas.
Nelas, mostra que nosso espírito possui três tipos de ideias que se diferenciam segundo sua origem e qualidade:
1. Ideias adventícias (isto é, vindas de fora): são aquelas que se originam de nossas sensações, percepções, lembranças; são as ideias que nos vêm por termos tido a experiência sensorial ou sensível das coisas a que se referem. 
Exemplos: a ideia de árvore, de pássaro, de instrumentos musicais, etc. São nossas ideias cotidianas e costumeiras, geralmente enganosas ou falsas, isto é, não correspondem à realidade das próprias coisas.
2. Ideias Fictícias (Imaginárias): são aquelas que criamos em nossa fantasia e imaginação, compondo seres inexistentes com pedaços ou partes de ideias adventícias que estão em nossa memória.
Exemplos: cavalo alado, fadas, elfos, duendes, dragões, Super-Homem, etc. 
São as fabulações das artes, da literatura, dos contos infantis, dos mitos, das superstições.
3. Ideias inatas: são aquelas que não poderiam vir de nossa experiência sensorial porque não há objetos sensoriais ou sensíveis para elas, nem poderiam vir de nossa fantasia, pois não tivemos experiência sensorial para compô-las a partir de nossa memória.
As ideias inatas são inteiramente racionais e só podem existir porque já nascemos com elas. 
Exemplos: a ideia do infinito (pois não temos qualquer experiência do infinito), as ideias matemáticas (a matemática pode trabalhar com a ideia de uma figura de mil lados, o quiliógono, e, no entanto, jamais tivemos e jamais teremos a percepção de uma figura de mil lados).
Essas ideias, diz Descartes, são ‘a assinatura do Criador’ no espírito das criaturas racionais, e a razão é a luz natural inata que nos permite conhecer a verdade. 
Como as ideias inatas são colocadas em nosso espírito por Deus, serão sempre verdadeiras, isto é, sempre corresponderão integralmente às coisas a que se referem, e, graças a elas, podemos julgar quando uma ideia adventícia é verdadeira ou falsa e saber que as ideias fictícias são sempre falsas (não correspondem a nada fora de nós).
Ainda segundo Descartes, as ideias inatas são as mais simples que possuímos (simples não quer dizer “fáceis”, e sim não-compostas de outras ideias). 
A mais famosa das ideias inatas cartesianas é o “Penso, logo existo”. 
Por serem simples, as ideias inatas são conhecidas por intuição e são elas o ponto de partida da dedução racional e da indução, que conhecem as ideias complexas ou compostas.
TESE CENTRAL DOS INATISTAS
“Se não possuirmos em nosso espírito a razão e a verdade, nunca teremos como saber se um conhecimento é verdadeiro ou falso, isto é, nunca saberemos se uma ideia corresponde ou não à realidade a que ela se refere”. 
Não teremos um critério seguro para avaliar nossos conhecimentos”. (Marilena Chauí, Convite à Filosofia).
PENSO, LOGO EXISTO
Descartes busca uma certeza imune ao questionamento cético. 
A etapa inicial da argumentação cartesiana é a formulação de uma dúvida metódica, colocando tudo em questão. 
Começou duvidando de tudo: do senso comum, do argumento de autoridade, do testemunho dos sentidos, das informações da consciência, da realidade exterior e do próprio corpo. 
A cadeia de dúvidas se interrompe diante do seu próprio ser que duvida. Se duvido, penso: “Penso logo existo”. 
Descartes introduz uma grande modificação no pensamento moderno: 
“ a crença na autonomia do pensamento, a ideia de que a razão bem dirigida basta para encontrar a verdade sem precisar dos livros e dos “dogmas”. 
O espírito humano tem em si os meios de alcançar a verdade, se souber cultivar sua independência e conduzir-se com método. 
A certeza é possível porque o espírito humano já possui ideias gerais, claras e distintas que são inatas (inerentes à capacidade de pensar), portanto, não estão sujeitas ao erro. 
A primeira ideia inata é o cogito pelo qual nos descobrimos como seres pensantes.
FILOSOFIA MODERNA - EMPIRISMO INGLÊS
INTRODUÇÃO
Após termos analisado a contribuição de Descartes, vamos nesta aula conhecer e aprofundar o que é o empirismo, que junto com o pensamento cartesiano formaram as bases do pensamento moderno. 
A importância da filosofia política do liberalismo e a tradição iluminista, sua influência e suas implicações na sociedade e na educação. 
Empirismo, deriva da palavra grega “empiria”, que significa basicamente uma forma de saber derivado da experiência sensível, e de informações acumuladas com base nesta experiência, permitindo a realização de fins práticos. 
Portanto, podemos entender, a grosso modo, o que o “empirismo” é a posição filosófica que toma a experiência como guia e critério de validade de suas afirmações, especialmente nos campos da teoria do conhecimento e da filosofia da ciência. 
O princípio do empirismo é a frase de inspiração aristotélica: “Nada está no intelecto que não tenha passado antes pelos sentidos”. 
Ou seja, todo conhecimento resulta de uma base empírica, de percepções ou impressões sensíveis sobre o real, elaborando-se e desenvolvendo-se a partir desses dados da realidade sensorial. 
Os empiristas, portanto, rejeitam a noção de idéias inatas ou de um conhecimento anterior à experiência ou independente desta. 
O empirismo e o racionalismo de Descartes, constituíram conjuntamente algumas das principais correntes do pensamento moderno na sua fase inicial. 
A corrente empirista desenvolveu-se, sobretudona Inglaterra e entre os filósofos de língua inglesa. 
Está diretamente ligada à criação da Real Sociedade de Londres para o Progresso do Conhecimento Natural, fundada em 1660 e patrocinada pelos ricos comerciantes de Londres. 
Tais patrocinadores (burguesia comercial) tinham interesse nas possíveis aplicações técnicas desses conhecimentos, desde as questões de navegação até os estudos sobre linguagem, que permitiam a comunicação com os povos das novas terras com que negociavam. 
O empirismo não se restringiu ao contexto de língua inglesa, encontrando repercussão também na França e em outros países. 
EMPIRISMO INGLÊS
A Razão é adquirida através da experiência
“Que dizem os empiristas?
Nossos conhecimentos começam com a experiência dos sentidos, isto é, com as sensações. 
Os objetos exteriores excitam nossos órgãos dos sentidos e vemos cores, sentimos sabores e odores, ouvimos sons, sentimos a diferença entre o áspero e o liso, o quente e o frio, etc.
As sensações se reúnem e formam uma percepção; ou seja, percebemos uma única coisa ou um único objeto que nos chegou por meio de várias e diferentes sensações.
Assim, vejo uma cor vermelha e uma forma arredondada, aspiro um perfume adocicado, sinto a maciez e digo: “Percebo uma rosa”. 
A “rosa” é o resultado da reunião de várias sensações diferentes num único objeto de percepção.
As percepções, por sua vez, se combinam ou se associam. 
A associação pode dar-se por três motivos: por semelhança, por proximidade ou contigüidade espacial e por sucessão temporal. 
A causa da associação das percepções é a repetição. 
Ou seja, de tanto algumas sensações se repetirem por semelhança, ou de tanto se repetirem no mesmo espaço ou próximas umas das outras, ou, enfim, de tanto se repetirem sucessivamente no tempo, criamos o hábito de associá-las. 
Essas associações são as idéias.
As idéias, trazidas pela experiência, isto é, pela sensação, pela percepção e pelo hábito, são levadas à memória e, de lá, a razão as apanha para formar os pensamentos.
A experiência escreve e grava em nosso espírito as idéias, e a razão irá associá-las, combiná-las ou separá-las, formando todos os nossos pensamentos. 
Por isso, David Hume dirá que a razão é o hábito de associar idéias, seja por semelhança, seja por diferença” (Marilena Chauí – Convite à Filosofia).
Tese do Empirismo: A experiência é a fonte, a origem da razão e das idéias racionais e a nossa mente é como uma folha em branco que será preenchida pelos conteúdos advindos de nossa experiência sensível.
Bacon e o método experimental
Podemos distinguir dois aspectos, inter-relacionados, da contribuição de filosófica de Bacon, que examinaremos a seguir: 
1) sua concepção de pensamento crítico contida na teoria dos ídolos; 
2) sua defesa do método indutivo no conhecimento científico e de um modelo de ciência anti-especulativo e integrado com a técnica. 
Assim, como Descartes, a filosofia de Bacon caracteriza-se por uma ruptura bastante explícita em relação à tradição anterior, sobretudo a escolástica de inspiração aristotélica. 
A preocupação fundamental de Bacon é com a formulação de um método que evite o erro e coloque o homem no caminho do conhecimento correto. 
Este é um dos sentidos principais do pensamento crítico, que marcará fortemente a filosofia moderna, vendo a tarefa da filosofia como a libertação do homem de preconceitos, ilusões e superstições.
TEORIA DOS ÍDOLOS FRANCIS BACON
Os ídolos são ilusões ou distorções que segundo Bacon, “bloqueiam a mente humana”, impedindo o verdadeiro conhecimento. 
Os ídolos (falsas noções) podem ser de quatro tipos:
1) ídolos da tribo: ocorrem por conta das deficiências do próprio espírito humano e se revelam pela facilidade com que generalizamos com base nos casos favoráveis, omitindo os desfavoráveis. 
São assim chamados porque são inerentes à natureza humana, à própria tribo ou raça humana. Exemplo dessas generalizações: astrologia, alquimia e cabala;
2) ídolos da caverna: resultam da própria educação e da pressão dos costumes (uma alusão à alegoria da caverna de Platão)
3) ídolos da vida pública: estes estão vinculados à linguagem e decorrem do mau uso que dela fazemos;
4) ídolos da autoridade: decorrem da irrestrita subordinação à autoridade. 
Os sistemas filosóficos careciam de demonstração, eram pura invenção como as peças de teatro.
Bacon propõe então um modelo para a nova ciência. 
O homem deve despir-se de seus preconceitos, tornando-se “uma criança diante da natureza”. Só assim alcançará o verdadeiro saber.
O novo método científico é a indução, que a partir da observação atenta da natureza permite formular leis científicas que são generalizações indutivas, a partir das quais pode-se controlar a natureza e dela tirar benefícios para o homem. 
A teoria das idéias de Locke e a crítica ao inatismo
Locke vê a filosofia como uma tarefa crítica e preparatória para a construção da ciência, e desenvolve um modelo empirista, anti-especulativo e anti-metafísico de conhecimento. 
Afirma que todas as nossas representações do real são derivadas de percepções sensíveis, não havendo outra fonte para o conhecimento.
Portanto, não existem idéias inatas, isto é, o conhecimento não é inato, mas resulta da maneira como elaboramos os dados que nos vêm da sensibilidade por meio da experiência. 
A mente é como uma folha em branco, a “tabula rasa”, na qual a experiência deixa as suas marcas. 
Desta forma, pra processarmos o conhecimento em nossa mente precisamos da reflexão, e bem como distinguir entre as qualidades primárias e as secundárias das substâncias. 
Locke é considerado como um dos primeiros filósofos do período moderno a desenvolver uma filosofia da linguagem, mais especificamente uma teoria do significado. 
Isto quer dizer que o significado das palavras é, portanto, a idéia correspondente a elas em nossa mente, e é por meio das idéias que as palavras se referem às coisas. 
Esta é para Locke a semântica ideacional. A Linguagem é assim a expressão de um pensamento, criado anteriormente à linguagem e independente dela. 
 O ceticismo de David Hume
Este filósofo, foi sob muitos aspectos, o mais radical dos empiristas, levando essas teses às suas últimas conseqüências e assumindo uma posição filosófica cética. 
O ceticismo de Hume pode ser interpretado a partir do questionamento que dirige a dois princípios ou pressupostos fundamentais da tradição filosófica: a causalidade e a identidade pessoal. 
Para ele, causalidade é uma forma nossa (humana) de perceber o real, uma idéia derivada da reflexão sobe as operações de nossa própria mente, e não uma conexão necessária entre causa e efeito, uma característica do mundo natural. 
A crítica à identidade pessoal segue essa mesma linha de raciocínio, para ele jamais podemos apreender a nós mesmos sem algum tipo de percepção. 
O “eu” (sef), é um feixe de percepções que temos em um determinado momento e que varia na medida em que essas percepções variam. 
Estamos, assim, em constante mudança, pois a cada momento novas percepções são acrescentadas ao feixe, e outra empalidecem ou desaparecem. 
A única coisa que assegura o nosso “eu” , o que somos e temos, é pela força do hábito, do costume e da memória que conseguimos. 
Portanto, pra ele, jamais temos um conhecimento certo e definitivo; toda a ciência é apenas resultado da indução, e o único critério de certeza que podemos ter é a probabilidade.
É neste sentido e por esses motivos que ele é considerado um cético. 
Por outro lado, ele também afirma que a maneira pela qual conhecemos e pela qual agimos no real depende apenas de nossa natureza, de nossos costumes e de nossos hábitos. 
Por esta razão ainda não se chegou a definir se Hume é mais cético ou mais naturalista.
Jean-Jacques Rousseau (1712-78)
Nascido em Genebra (Suíça), foi um dos mais importantes pensadores do séc. XVIII no campo da política, da moral e da educação, influenciando os ideais do Iluminismo e da revolução Francesa (1789). 
O ponto de partida de sua filosofia é uma concepção de natureza humana representada pela famosa idéia segundoa qual “O homem nasce bom, a sociedade o corrompe” (Contrato Social, livro I, cap. 1), à qual se acrescenta a idéia de que “o homem nasce livre e por toda parte se encontra acorrentado”. 
Porém não é toda e qualquer sociedade que Rousseau condena, mas sim aquela que acorrenta e aprisiona o homem, chegando a adotar como modelo de sociedade justa e virtuosa a Roma republicana do período anterior aos césares. 
É possível, portanto formular um ideal de sociedade em que os homens seriam livres e iguais, ideal este que servirá de inspiração à Revolução Francesa.
A grande questão para Rousseau consiste em saber como preservar a liberdade natural do homem e ao mesmo tempo garantir a segurança e o bem-estar que a vida em sociedade pode lhe dar. 
Segundo a teoria do contrato social, a soberania política pertence ao conjunto dos membros da sociedade. 
O fundamento dessa soberania é a vontade geral, que não resulta apenas na soma da vontade de cada um. 
A vontade particular e individual de cada um diz respeito a seus interesses específicos, porém, enquanto cidadão e membro de uma comunidade, o indivíduo deve possuir também uma vontade que se caracteriza pela defesa do interesse coletivo, do bem comum. 
É papel da educação a formação dessa vontade geral, transformando assim, o indivíduo em cidadão, em membro de uma comunidade. 
O processo educativo pressupõe o conhecimento profundo e dá a devida importância às leis psicológicas do desenvolvimento do educando. 
São essas as leis que devem orientar todo o processo educativo, deixando-se de lado todas as especulações teóricas a esse respeito. 
Essas leis se resumem no seguinte:
- Observar a Natureza e seguir o caminho que ela traçar.
- As funções, que se exercem numa etapa de vida, afirmam e preparam o surgimento e o desenvolvimento das funções posteriores.
- Mesmo quando uma ação parece ser desinteressada, parece não satisfazer alguma necessidade ou interesse funcional, na realidade se trata sempre de uma adaptação funcional.
Respeitar a individualidade de cada educando, pois cada um tem sua forma própria. É em função dessa individualidade que ele deve ser orientado.
Para que o processo educativo não degenere num exercício estéril e até nocivo, é indispensável partir da estrutura específica do educando. 
Não se deve ver na criança um adulto em miniatura, como era costume na época, uma etapa passageira, provisória, da existência humana, pois a criança tem uma existência própria e acarreta direitos específicos. 
Iluminismo e Criticismo Kantiano
OBJETIVOS
Identificar as características do Iluminismo e seu papel no contexto do século XVIII;
Caracterizar o pensamento Immanuel Kant e sua contribuição na elaboração de uma teoria que investiga o valor dos nossos conhecimentos a partir da crítica das possibilidades e limites da razão.
Estabelecer as diferenças entre o empirismo e o racionalismo e suas implicações para o conhecimento segundo Kant. 
ILUMINISMO – SÉC. XVIII
O Iluminismo reflete a necessidade de tornar transparente à razão. 
O pressuposto básico do iluminismo afirma, portanto que todos os homens são dotados de uma espécie de luz natural, de uma racionalidade que é uma espécie de luz natural. 
O Iluminismo possui um caráter pedagógico, ou seja, o pensamento iluminista é fortemente voltado para o laico e o secular. 
O Iluminismo volta-se contra toda autoridade que não esteja submetida à razão e à experiência. 
O homem poderá atingir o que Kant chama de sua maioridade, quer dizer pensar por si mesmo. 
Neste sentido o Iluminismo tem sempre um caráter ético e emancipador, ou seja, da autonomia da razão.
O pano de fundo do Iluminismo é a filosofia crítica que tem como características, três pressupostos básicos: 
a liberdade; o individualismo e a igualdade jurídica. 
Nesse sentido a Revolução Francesa (1789) pode ser considerada uma tentativa de concretização desses ideais: “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”. 
Os homens nascem e permanecem livres, é o artigo primeiro da Declaração dos Direitos do Homem. 
A Enciclopédia é um projeto monumental pedagógico que pretendeu ser uma espécie de grande síntese do saber da época.
Sua publicação teve grande influência na Revolução Francesa e contribuiu para a contestação da monarquia absoluta e do poder da Igreja.
Immanuel Kant (1724-1804)
No plano da teoria do conhecimento, Kant se propôs a conciliar o inatismo com o empirismo, através do exercício da crítica superou os limites das duas correntes e provocando uma ruptura epistemológica com o modelo objetivista.
Sua obra pode ser vista como um marco na filosofia moderna. E se notabiliza por duas obras clássicas, em especial: 
a “Crítica da razão pura”, na qual desenvolve a crítica do conhecimento, e “Crítica da razão prática”, em que analisa a moralidade.
Entre os neo-humanistas, ele foi o principal filósofo que proclamou a saída do homem do estado de incapacidade em que jazia sob o peso da tradição da autoridade. 
Desafia o homem para que se atreva servir a razão.
Define a filosofia como “a ciência da relação de todo conhecimento e de todo uso da razão com o fim último da razão humana”, caracterizando-se pelo tratamento de quatro questões fundamentais:
 O que posso saber? Que diz respeito à metafísica, no sentido kantiano de investigação sobre a possibilidade de legitimidade do conhecimento.
O que devo fazer? Cuja resposta é dada pela moral.
O que posso esperar? O problema da esperança, de que trata a religião.
O que é o homem? Objeto da antropologia, à qual em última análise se reduzem as outras três e que é na verdade a mais importante das quatro.
Tendo em vista estas questões, o filósofo deve determinar:
A - As fontes do saber humano;
B - A extensão do uso possível e útil de todo saber;
C) Os limites da razão;
O pensamento de Kant também se insere dentro do movimento de crítica à educação dogmática, aberto pela ilustração. 
Embora não concebesse as normas e os modelos conforme a própria existência concreta e variável (mas de um sujeito universal), nem por isso admite o modelo tradicional de ideal, que se imporia exteriormente ao indivíduo. 
Para ele, são as leis inflexíveis e universais da razão pura e da razão prática que elaboram o conhecimento e a lei moral, o que significa a valorização definitiva do sujeito como ser autônomo e livre, para o qual tanto o conhecimento como a conduta, são obras suas.
A importância atribuída por Kant à educação encontra-se fundamentada nas obras mais clássicas, crítica da razão pura (na qual desenvolve a crítica do conhecimento) e crítica da razão prática (em que analisa a moralidade).
A crítica da razão pura, visa investigar as condições de possibilidade do conhecimento, ou seja, o modo pelo qual, na experiência de conhecimento, sujeito e objeto se relacionam e em que condições. 
Esta relação pode ser considerada legítima, sujeito e objeto são termos relacionais que só podem ser considerados como partes da relação de conhecimento.
Kant elabora uma teoria que investiga o valor dos nossos conhecimentos, condena os empiristas os quais tudo o que conhecemos vem dos sentidos, também não concorda com os racionalistas para os quais tudo o que pensamos vem de nós (inatismo). 
Para ele a razão não é capaz de conhecer as realidades que não se oferecem a nossa experiência sensível, tal como Deus.
Kant, defensor da ciência moderna como verdadeiro conhecimento, faz as seguintes críticas aos inatistas e empiristas:
01- O erro ou engano dos inatistas foi pressuporem que a razão e os princípios racionais eram inatos. O que é inato é a estrutura da razão.
02 – O erro ou engano dos empiristas foi pressuporem que a experiência é a fonte, é a origem das ideias racionais. Para ele, a experiência é o momento em que a razão elabora uma ideia racional. 
03- O erro ou engano de inatistas e empiristas foi partirem do princípio que o objeto, o real ou a realidade, é racional e que pode ser conhecido pela razão.
Portanto, o objeto é o centro da teoria do conhecimento e o sujeito girando ao redor deste. 
Para Kant, a razão está no sujeito e não no objeto. Éo sujeito quem ocupa o centro na teoria do conhecimento.
Estrutura de Teoria do Conhecimento para Inatistas e Empiristas
PROPOSTA DE KANT
Façamos, pois, uma revolução copernicana em Filosofia: em vez de colocar no centro a realidade objetiva ou os objetos do conhecimento, dizendo que são racionais e que podem ser conhecidos tais como são em si mesmos, comecemos colocando no centro a própria razão.
Não é a razão a Luz Natural? Não é ela o Sol que ilumina todas as coisas e em torno do qual tudo gira?
Comecemos, portanto, pela Luz Natural no centro do conhecimento e indaguemos: 
O que é ela? O que ela pode conhecer? Quais são as condições para que haja conhecimento verdadeiro? Quais são os limites que o conhecimento humano não pode transpor? Como a razão e a experiência se relacionam?
Estrutura de Teoria do Conhecimento para Kant
Comecemos, então, pelo sujeito do conhecimento. 
E comecemos mostrando que este sujeito é a razão universal e não uma subjetividade pessoal e psicológica, que ele é o sujeito conhecedor e não Pedro, Paulo, Maria ou Isabel, esta ou aquela pessoa, este ou aquele indivíduo.
Sujeito Transcendental – transcende o objeto por sua capacidade de perceber, estabelecer uma relação de conhecimento, abstrair, pensar, denominar e conceituar o objeto do conhecimento.
Em lugar de, primeiro e antes de tudo, estudar o que é a própria razão e indagar o que ela pode e o que não pode conhecer, o que é a experiência e o que ela pode ou não pode conhecer.
Em vez, enfim, de procurar saber o que é a verdade, os filósofos preferiram começar dizendo o que a realidade é, afirmando que ela é racional e que, por isso, pode ser inteiramente conhecida pelas idéias da razão.
 Colocaram a realidade exterior ou os objetos do conhecimento no centro e fizeram a razão, ou o sujeito do conhecimento, girar em torno dele. 
RAZÃO PARA KANT
A razão é uma estrutura racional vazia, uma forma pura sem conteúdos. 
Essa estrutura (e não os conteúdos) é que é universal, a mesma para todos os seres humanos, em todos os tempos e lugares. 
Essa estrutura é inata, isto é, não é adquirida através da experiência. 
Por ser inata e não depender da experiência para existir, a razão é, do ponto de vista do conhecimento, anterior à experiência. 
Ou, como escreve Kant, a estrutura da razão é a priori (vem antes da experiência e não depende dela).
Porém, os conteúdos que a razão conhece e nos quais ela pensa, esses sim, dependem da experiência. 
Sem ela, a razão seria sempre vazia, inoperante, nada conhecendo.
Assim, a experiência fornece a matéria (os conteúdos) do conhecimento para a razão e esta, por sua vez, fornece a forma (universal e necessária) do conhecimento. 
A matéria do conhecimento, por ser fornecida pela experiência, vem depois desta e por isso é, no dizer de Kant, a posteriori.
Dessa maneira, a estrutura da razão é inata e universal, enquanto os conteúdos são empíricos e podem variar no tempo e no espaço, podendo transformar-se com novas experiências e mesmo revelarem-se falsos, graças a experiências novas.
O que é o conhecimento racional, sem o qual não há Filosofia nem ciência?
É a síntese que a razão realiza entre uma forma universal inata e um conteúdo particular oferecido pela experiência.
Qual é a estrutura da razão?
A razão é constituída por três estruturas a priori:
 Estrutura ou Forma da Sensibilidade (percepção): permite-nos perceber as coisas como realidades espaciais ou temporais.
Estrutura ou Forma do Entendimento (intelecto): permite-nos compreender as nossas percepções através das categorias de análise (instrumentos ou ferramentas da razão), tais como: quantidade, qualidade, tempo, espaço, etc.
 Estrutura da Razão propriamente dita: não se relaciona com as estruturas anteriores, mas as regula e as controla, possibilitando que a percepção e o entendimento não se misturem e que seja possível o conhecimento racional.
Conclusão
É isso que a razão pode. 
O que ela não pode (e nisso inatistas e empiristas se enganaram) é supor que com suas estruturas passe a conhecer a realidade tal como esta é em si mesma. 
A razão conhece os objetos do conhecimento. 
O objeto do conhecimento é aquele conteúdo empírico que recebeu as formas e as categorias do sujeito do conhecimento. 
A razão não está nas coisas, mas em nós. 
A razão é sempre razão subjetiva e não pode pretender conhecer a realidade tal como ela seria em si mesma, nem pode pretender que exista uma razão objetiva governando as próprias coisas.
O filósofo mostra que além do ato do conhecimento, o indivíduo é capaz de outra atividade espiritual, o exercício da consciência moral. 
Kant concluiu que “só o ser humano é moral, agir moralmente é agir pelo dever”.
Desse raciocínio decorre que a pessoa não realiza espontaneamente a lei moral, mas a moralidade resulta da luta interior, assim a verdadeira ação moral tem por fundamento a autonomia e a liberdade. 
Para Kant cabe a educação formar o caráter moral “o homem só pode torna-se homem pela educação” . “Ele é tão somente que a educação fez dele”, ainda “mandamos em primeiro lugar, as crianças à escola, não na intenção de que nela aprenda alguma coisa, mas afim de que se habitue a observar pontualmente o que se lhes ordena”.
Kant redefine a relação pedagógica, reforçando a atividade do aluno que deve aprender “pensar por si mesmo”. O saber é ato de liberdade. 
O princípio kantiano será reexaminado no século XX, por diversos autores na área da moral e da educação, como Piaget ou ainda Habermas. 
COMTE E O POSITIVISMO
OBJETIVOS
Identificar o significado do Positivismo de Augusto Comte e suas implicações para a educação.
Enumerar as contribuições dos educadores do séc. XIX para a prática escolar no século XX e XXI.
Analisar criticamente as bases do positivismo e do novo modelo de educação. 
Contexto Histórico - Século XIX
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL:
 Decorreu de um conjunto de mudanças científicas e tecnológicas com profundo impacto no mundo do trabalho e da produção (tanto do ponto de vista econômico como social).
 Iniciada na Inglaterra em meados do séc. XVIII, expandiu-se pelo mundo a partir do século XIX.
 Ao longo do processo a era agrícola foi superada. A máquina foi suplantando o trabalho humano e uma nova relação entre capital e trabalho se impôs.
 Decorrente do novo modelo de desenvolvimento econômico teremos a formação do Estado Moderno ou Estado Nação e o fenômeno da cultura de massa, entre outros eventos.
Essa transformação foi possível devido a uma combinação de fatores, como o liberalismo político e econômico, a acumulação de capital e uma série de invenções, tais como o motor a vapor. 
O Liberalismo é uma filosofia política que prima pela autonomia moral e econômica da sociedade civil em oposição à concentração do poder político. 
Tornou-se uma expressão moderna com os escritos de John Locke (1632-1704) e Adam Smith (1723-1790).
Seus principais conceitos incluem: individualismos, liberdade de pensamento e religiosa, direitos fundamentais, estado de direito e governo limitado, ordem espontânea, propriedade privada e livre mercado.
ESTADO MODERNO
De acordo com a periodização do historiador Eric Hobsbawm, o Estado Moderno passou por três etapas na sua formação:
1ª etapa: – 1830 – 1880: fala-se em princípio da nacionalidade – definição de um território contínuo, com limites e fronteiras demarcados agindo política e administrativamente sem sistemas intermediários de dominação, e que precisava de consentimento prático de seus cidadãos válidos.
2ª. etapa – 1880 a 1918: fala-se em idéia nacional, pois as lutas sociais e políticas colocaram a massa trabalhadora em cena e os poderes constituídos tiveram que disputar com os socialistas e comunistas a lealdade popular.
Uma das saídas encontradas foi o desenvolvimento do sentimento de pertencimento à nação (nacionalismo), ou seja, da religião cívica do patriotismo. 
Tanto que em 1914, milhares de trabalhadores foram para a guerra para matar e morrer servindo aos interesses do capital.
3ª. etapa – 1918 a 1950-60: fala-se em questão nacional.
A Revolução Russade 1917, a derrota alemã na 1ª. Guerra Mundial (1914-18), a depressão econômica dos anos 20-30, o aguçamento mundial da luta de classes preparam a arrancada mais forte do nacionalismo: o nazi-fascismo.
O nazi-fascismo e os vários nacionalismos desse período contaram com a comunicação de massa (o rádio e o cinema) para transformar os “símbolos nacionais” em parte da vida cotidiana de qualquer indivíduo e romper as divisões entre a esfera privada e local e a esfera pública e nacional.
POSITIVISMO - AUGUSTO COMTE (1798-1857)
Para ele a humanidade (e o próprio indivíduo na sua trajetória pessoal), passa por diversos estágios até alcançar o estado “positivo”, que se caracteriza pela maturidade do espírito humano. 
O termo “positivo” designa o “real”, em oposição às formas teológicas ou metafísicas de explicação do mundo que predominavam na filosofia. 
O positivismo exprime a exaltação provocada no século XIX pelo avanço da ciência moderna, capaz de revolucionar o mundo com uma tecnologia cada vez mais eficaz: “Saber é poder”. 
 Esse entusiasmo desembocou em várias correntes de pensamento dentre elas destacamos o cientificismo, visão reducionista segundo a qual a ciência seria o único conhecimento válido. 
Deste modo, o método das ciências da natureza (baseado na observação, experimentação e matematização), deveria ser estendido a todos os campos de indagação e a todas as atividades humanas, inclusive a educação como veremos a seguir.
Augusto Conte estava convencido de que a educação deveria levar em conta, em cada indivíduo, as etapas que a humanidade percorrera: o pensamento fetichista da criança seria superado pela concepção metafísica, e esta, finalmente, pela positivista, no momento em que atingisse a idade madura.
O positivismo permeou de maneira eficaz a pedagogia daí em diante, ora de maneira explícita, ora camuflada. Ele também, atuou de maneira marcante no conteúdo e na forma de educar das escolas estatais, sobretudo na luta a favor do ensino laico das ciências e contra a escola tradicional humanista religiosa. 
No século XX ainda permaneceu viva essa influência. 
Por exemplo, a psicologia comportamentalista de Watson e Skiner serviu de base a muita teoria pedagógica. 
No Brasil, o positivismo influenciou as medidas governamentais do início da República e, na década de 70, por ocasião da tentativa de implantação da escola tecnicista.
Johann F. Herbart (1776-1841)
Trouxe grande contribuição para a pedagogia como ciência, buscando o maior rigor de método. 
Foi o precursor de uma psicologia experimental aplicada à pedagogia. Mesmo que essa psicologia conservasse alguns sinais de metafísica e ainda utilizasse uma avaliação matemática de valor discutível, mesmo assim, já se tornou um avanço sobre os seus antecessores. 
Vejamos então a psicologia herbartiana, a teoria de educação da vontade e o método de instrução desse pensador que estava consciente de ter elaborado uma pedagogia como ciência da educação.
Herbart: a conduta pedagógica segue três procedimentos básicos
A) O governo é a forma de controle da agitação infantil, levado a efeito inicialmente pelos pais e depois pelos mestres, a fim de submeter a criança às regras do mundo adulto e tornar possível o início da instrução.
 B) A instrução é o processo principal da educação, supõe o desenvolvimento dos interesses, e interesse para ele tem um sentido bem específico, de poder ativo que determina quais ideias e experiências receberão atenção. 
Para Herbart, a instrução é compreendida como construção, o que leva a não separar a instrução intelectual da moral, porque uma é condição da outra.
C) Por fim a disciplina, que é aquilo que mantém firme a vontade educada no propósito da virtude. 
Enquanto o governo é exterior e heterônomo, mais usado com crianças pequenas, a disciplina supõe a autodeterminação característica do amadurecimento moral, que leva à formação do caráter proposto.
Insatisfeito com a precária assimilação do que se ensinava nas escolas, afirmava que sua ineficiência se devia aos métodos mal aplicados, que em nada se relacionavam com os conhecimentos adquiridos na prática dos alunos, e que só geravam uma memorização superficial que logo é esquecida. 
Para evitar este fracasso metodológico ele propõe os cinco passos formais, que favorecem o desenvolvimento do aluno, são eles: a preparação, a apresentação, a assimilação, a generalização e a aplicação.
O caráter de objetividade de análise, a tentativa de psicometria, o rigor dos passos seguidos e a sistematização são aspectos que determinam a sua grande influência no pensamento pedagógico. 
O ensino expositivo da escola tradicional, baseado no método indutivo de Francis Bacon, é o caminho do raciocínio que vai do concreto para o abstrato. 
Para ele, o conhecimento é oferecido pelo mestre ao aluno, que só depois vai aplicá-lo na sua experiência de vida.
Friedrich Froebel (1782-1852)
Ele aprendeu muito com as ideias de Pestalozzi. 
Sua principal contribuição pedagógica resulta da atenção para com as crianças na fase anterior ao ensino elementar, ou seja, a educação da primeira infância. 
Foi o pioneiro que fundou o “jardim de infância”, em alusão ao jardineiro cuidando da planta desde pequenina para que cresça bem, pressupondo que os primeiros anos são básicos para a formação humana.
Valoriza às atividades lúdicas no trabalho com as crianças, por perceber o significado funcional do jogo e do brinquedo para o desenvolvimento sensório-motor e inventou métodos para aperfeiçoar as habilidades. 
Ele estava convencido de que a alegria do jogo levaria a criança a aceitar o trabalho de forma mais tranqüila.
Para estimular os impulsos criadores da atividade lúdica, inventou cuidadoso equipamento, de acordo com a fase em que se encontravam as crianças. 
As construções da primeira série foram por ele chamadas de “dons”, como se fossem “dádivas divinas”. 
Além dos dons, Froebel destaca as ocupações: tecelagem, dobradura, recorte, e também o canto e a poesia como instrumentos importantes para facilitar, sobretudo a educação moral e religiosa.
Johann Heinrich Pestalozzi (1746-1827)
Atraiu a atenção do mundo como mestre, diretor e fundador de escolas. 
Apesar de suas atividades terem se iniciado no século XVIII, elas amadureceram no começo do século XIX, por isso preferimos ab abordar suas idéias neste bloco. 
Estudioso de Rousseau, Pestalozzi sempre se interessou pela educação elementar, especialmente das crianças pobres, e fez algumas tentativas educacionais inéditas e audaciosas por trabalhar com crianças em situação social bem precária, pelo que é considerado um dos defensores da escola popular extensiva a todos. 
Reconhecia firmemente a função social do ensino, sem restringi-lo à formação do homem-gentil, e além disso, alertava que não bastava a simples instrução do povo, mas sobretudo a formação completa, pela qual o indivíduo é levado à plenitude do seu ser.
Para ele, o indivíduo é um todo cujas partes devem ser cultivadas: a unidade espírito-coração-mão corresponde ao importante desenvolvimento da tríplice atividade conhecer-querer-agir, por meio da qual se dá o aprimoramento da inteligência, da moral e da técnica.
Daí a importância dos métodos para a organização do trabalho manual e intelectual: segundo ele, deve-se partir sempre da vivência intuitiva, para só depois introduzir os conceitos. 
Em outras palavras, o seu método para educar funda-se em um princípio simples: seguir a natureza. A família constitui a base de toda a educação por ser o lugar do afeto e do trabalho comum. Também é positiva a experiência religiosa, contudo não confessional.
Pestalozzi exerceu profunda influência em vários países da Europa, e suas ideias chegaram até os Estados Unidos. 
Questões filosóficas atuais e desafios à prática educacional 
Século XX: A filosofia Contemporânea
É, em grande parte, o resultado da crise do pensamento moderno no século XIX, que entra em crise a partir das críticas de Hegel que aponta para a necessidade de levar em conta o processo histórico de formação da consciência e de Marx quequestiona seus pressupostos idealistas. 
Essa ruptura já vinha se manifestado tanto com relação ao racionalismo quanto ao empirismo no que se referia ao conhecimento e à ciência como modelos privilegiados de relação do homem com a realidade. 
Processo Educativo - Século XX
O processo educativo deve integrar-se na experiência concreta, nos interesses e necessidades do educando, deve tornar-se processo individualizado. Afinal... Em que consiste o processo educativo contemporâneo?
Por que essa indefinição? Seria ocasionado pela crise e a instabilidade que amolda o mundo desde o início do século XX, tanto no campo social, político e econômico, como também, e mesmo forçosamente, no campo da educação.
O século XX foi rico em experiências educacionais e no pluralismo de teorias pedagógicas. 
Constatamos notáveis transformações tanto no campo, quanto na cidade e na mentalidade, de tal forma que podemos identificar a crise por que passa a humanidade na transição do milênio. 
Há a constatação do envelhecimento de alguma coisa que não serve mais, e ao mesmo tempo o esforço no sentido de encontrar novos caminhos de saídas.
Na busca de novos caminhos a educação passando a ter um caráter político, devido à importância que exerce na sociedade, sendo instrumento de transmissão da cultura e formação da cidadania.
A sociedade contemporânea marcada profundamente pela mentalidade utilitarista e pragmática em que tudo gira em torno do que dá retorno imediato, status e poder, precisa com urgência encontrar soluções. 
Quanto aos nossos sistemas de educação, estes só abrigam eternos vícios do intelectualismo, do dogmatismo e de uma burocracia onipotente. 
O que fazer para mudar essa situação?
Sendo essa sociedade contemporânea tão profundamente marcada pela mentalidade utilitarista e pragmática, em que tudo gira em torno do que dá retorno imediato, lucro, status e poder, precisa com urgência rever os seus modelos de educação e segundo esses educadores a educação seria uma dessas saídas.
 O Pragmatismo de Dewey e a Escola Nova serão trazidos para o Brasil, através do educador Anísio Teixeira que foi aluno e seu admirador nos Estados Unidos.
Quanto aos nossos sistemas de educação, estes só abrigam eternos vícios do intelectualismo, do dogmatismo e de uma burocracia que impede enveredar por caminhos mais eficazes, portanto teóricos educadores tentaram buscar soluções para essa situação.
John Dewey, defensor do pragmatismo, trará para a educação uma contribuição nova onde houve avanços em termos de preocupação com a realidade do aluno, mas que acabou ficando limitado ao conhecimento da dimensão psicológica deste, não conseguindo envolvê-lo num projeto maior que garantisse a transformação da mesma.
Para Dewey o processo educativo depende essencialmente da ligação da escola ao lar e à comunidade de que o educando faz parte. 
O processo educativo deve integrar-se na experiência concreta, nos interesses e necessidades do educando, deve tornar-se processo individualizado. 
Nesse processo, as atividades manuais, práticas, assumem a mesma importância que desempenham na vida real.
 Na mesma perspectiva, o processo educativo agrupará os educandos não por idade ou nível de instrução, e sim, por interesses reais, por tipo psicológico ou grau de capacidade intelectual.
Nessa visão do processo educativo, o educador vem a ser o animador dentro de um processo de auto-educação. 
A melhor educação será aquela em que o educador menos intervém. Trata-se de imagem-ideal como energia ativa e criativa.
A verdade do conhecimento não se considera mais como função relacional objetiva da mente com o objeto, mas sim, com aquilo que é eficaz na prática, aquilo que serve efetivamente como guia e orientador da ação concreta. 
Dewey se apoiando em Willian James afirma que o essencial no processo educativo consiste na educação pela ação manual e intelectual, bases da própria experiência.
 O processo educativo consiste, portanto, na constante reconstrução da experiência. Mas essa reconstrução depende da ação responsável e consciente do educando.
Para cumprir essa função, o processo educativo deve evitar toda a aprendizagem mecânica e formal; deve evitar tudo que é rotina ou repressão, sem, no entanto cair no anarquismo. 
A eficácia de todo o processo educativo depende do interesse produtivo do educando, o qual, se mostra tão somente num ambiente propício à liberdade e iniciativa. 
Trata-se de desenvolver o processo educativo dentro de um ambiente natural, onde o educando aprende a viver, e não num ambiente onde só se aprende informações que só se referem a vida real de uma maneira oblíqua e indireta, ou que dizem respeito a um futuro remoto que talvez o educando nunca venha a viver. 
Em outras palavras, a escola deve ser a réplica em miniatura da própria comunidade.
O processo educativo deve levar o educando a assumir, de acordo com os interesses, os valores culturais da comunidade, a integrar a sua experiência na experiência da comunidade, pois são as forças da comunidade que atuam na sua vida e com estas ele terá que operar. 
O educador deve levar o processo de tal maneira que não haja conflito entre esforço e interesse.
Concretizar o ideal da socialização do processo educativo implica na sua crescente individualização, com o objetivo de aproximar-se melhor do meio em que o educando deve desempenhar suas aptidões e capacidades. 
Portanto, deve fundamentar-se nas características individuais do educando, principal agente do processo educativo.
A concepção da escola nova, de um lado, resgatou a importância do sujeito da aprendizagem, mas de outro, acabou dando margem para chegar a uma visão intimista, individualista do tipo “cada um é cada um”, mas na verdade cada um é um pouco do outro, do grupo ao qual pertence.
Anísio Teixeira (Biografia em anexo), sendo aluno de John Dewey nos Estados Unidos, compartilha com seu professor dessa nova visão de trabalhar a educação (consultar aula da disciplina de história) onde Anísio traz e implanta essa tendência (Escola Nova) para a educação brasileira.
Um outro educador, que trouxe novas perspectivas para a educação foi Paulo Freire, com uma outra visão e proposta muito mais profunda do que Dewey, pois via na educação a possibilidade da transformação da sociedade, ajudando esse educando na conscientização de si e dos problemas que afetam a sociedade.
Sua proposta de educação está voltada para a transformação da realidade não só educacional como a social mais amplo. 
Parte da análise da realidade vivida pelo povo brasileiro, aposta num processo educativo que reconheça os direitos das massas populares a uma educação popular; reconhece a urgência da democratização da cultura nacional.
Para Freire, o sucesso do processo educativo depende essencialmente da liberdade do educando. É dentro dessa liberdade que o educando será motivado para uma participação crítica no processo educativo e, consequentemente, social.
Essa visão leva substituir a escola tradicional, monoliticamente estruturada, por outro veículo educativo mais maleável, mais participável, o círculo de cultura.
O círculo de cultura, baseado no diálogo, os próprios educandos se colocam em primeiro plano, desde a primeira etapa da programação do processo. 
O educando é desde o início orientado pelo educador, que procura esclarecer e despertar a consciência do educando para perceber e compreender a realidade que o rodeia, a realidade que ele vive.
O processo educativo não é transmissão, tampouco doação, mas sim, participação numa situação concreta desafiadora de onde brota significação para o educando. 
A alfabetização e a conscientização são inseparáveis dessas situações desafiadoras, situações de relevância social e política.

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