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Prévia do material em texto

DESCRIÇÃO
Conhecimento das leis e normas que regulam a rotulagem nutricional no país.
PROPÓSITO
Entender a percepção do consumidor frente à rotulagem nutricional é parte do papel de um nutricionista clínico para uma adequada prescrição e orientação nutricional, além de ser
atuação própria do nutricionista a elaboração da tabela nutricional das embalagens, o que faz necessário o conhecimento das leis sobre rotulagem.
PREPARAÇÃO
Antes de iniciar o conteúdo deste tema, será necessário material de papelaria para anotações e acesso às legislações que constam nas referências.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Identificar a percepção do consumidor frente à rotulagem nutricional
MÓDULO 2
Comparar a atualização da rotulagem nutricional com a legislação vigente
INTRODUÇÃO
Neste tema, apresentaremos as regulamentações técnicas em vigor sobre rotulagem nutricional, as quais devem ser aplicadas aos produtos comercializados, além das atualizações
mais recentes da legislação de rotulagem nos alimentos.
A elaboração dos rótulos é uma atribuição do nutricionista e uma exigência da segurança alimentar, já que é o meio de comunicação entre a indústria e o consumidor. O nutricionista é
responsável por elaborar a tabela nutricional com todas as informações exigidas, porém, essa interlocução ainda é deficitária, já que muitos consumidores relatam dificuldade de
entendimento sobre as informações contidas no rótulo. Desse modo, fazem-se necessários programas de educação nutricional para que haja a compreensão adequada das
informações contidas nas embalagens.
MÓDULO 1
 Identificar a percepção do consumidor frente à rotulagem nutricional
CONCEITOS
HISTÓRICO DA ROTULAGEM NO BRASIL
A legislação brasileira de rotulagem segue as determinações do Codex Alimentarius, órgão internacional que estabelece normas sobre segurança e rotulagem dos alimentos. O papel
internacional no Codex é a manutenção da saúde do consumidor sugerindo normas que abrangem desde o plantio até a comercialização, passando pelos processos industriais. As
determinações do Codex devem ser atendidas pelos 165 países membros.
POR DEFINIÇÃO, RÓTULO É TODA INSCRIÇÃO, LEGENDA, IMAGEM, MATÉRIA DESCRITIVA, GRÁFICA, ESCRITA,
IMPRESSA, ESTAMPADA, GRAVADA EM RELEVO OU COLADA NA EMBALAGEM DE UM PRODUTO.
Essa definição da legislação brasileira permite que, a partir do rótulo, seja possível identificar a origem, a composição e as características nutricionais do alimento, assim como,
permitir a rastreabilidade do produto, sendo uma importante ferramenta de segurança alimentar.
A rotulagem nutricional tem papel fundamental na comunicação entre a indústria e o consumidor. Ainda, consiste em uma ferramenta de prevenção de doenças crônicas na
população, já que, com a informação adequada no rótulo, os consumidores podem tomar melhores decisões dentre as opções comercializadas.
 
Imagem: Shutterstock.com

1969
A história da rotulagem no Brasil inicia-se na década de 1960, quando o Decreto-Lei nº 986, publicado em 1969, determina algumas normas para elaboração e comercialização de
alimentos.

1979
Em 1979, é publicada a Resolução Normativa nº 12, elaborada em 1978 pela Câmara Técnica de Alimentos, que determinou termos obrigatórios aos rótulos de alimentos
industrializados. Nesta resolução, foram listadas as informações que deveriam constar no painel frontal do alimento, como: nome, marca, conteúdo e declarações específicas, além da
lista de ingredientes, aditivos intencionais e o país de origem no painel lateral.

1998
Em 1998, a Resolução Normativa (RN) nº 12 foi revogada após a publicação das Portarias nº 41 e 42, elaboradas pela Secretaria de Vigilância Sanitária (SVS), que faz parte do
Ministério da Saúde (MS). Além dos itens exigidos pela RN nº 12, as novas portarias exigiam novas informações, como: identificação de lote, prazo de validade e instruções sobre
preparo e uso do alimento.
Ambas as portarias abordavam o assunto de rotulagem, porém, a Portaria nº 41 era relacionada à rotulagem nutricional de alimentos com propriedades nutricionais especiais e a
Portaria nº 42 correspondia à rotulagem nutricional de alimentos embalados. A publicação dessas duas portarias marca o início do reconhecimento da importância da informação
nutricional no rótulo e a necessidade de fiscalização, apesar de, ainda nesse momento, a informação de composição nutricional não ser inteiramente obrigatória.
Na Portaria nº 41, as alegações de caráter nutricional deveriam ser informadas por 100g ou 100mL do produto, com obrigatoriedade de indicar o valor energético, teor de proteínas,
carboidratos, lipídios e fibra dietética. Em 1998, foi publicada a Portaria nº 27 SVS/MS, que complementa a Portaria nº 41, na qual são encontradas as definições de “baixo conteúdo”,
“fonte”, “alto teor”. As alegações de “reduzido” e “aumentado” podem ser utilizadas apenas de forma comparativa para destacar a composição de um produto novo em relação a um
produto mais tradicional. Já a Portaria nº 42 indicava que os rótulos não deveriam indicar alegações falsas, ou seja, apresentar benefícios à saúde que não pudessem ser
comprovados, ou apontar presença e ausência de ingredientes que não são próprios do alimento.
 
Imagem: Shutterstock.com
Até então, a declaração de outros nutrientes era opcional, quando, em 1992, foi publicada a Lei nº 8.543, que obriga a declaração da presença de glúten nos rótulos que contenham
trigo, cevada, aveia, malte, centeio e derivados. Essa lei foi importante para indivíduos celíacos e/ou com doença autoimune, a qual compromete o intestino delgado e leva a um
quadro inflamatório em caso de consumo de glúten. Com objetivo de uniformizar as informações para os celíacos, em 2003, foi publicada a Lei nº 10.674, que obriga os rótulos a
indicarem: “contém glúten” ou “não contém glúten”.
Além de portadores da doença celíaca, existem outras doenças que podem necessitar de restrições nutricionais. Desse modo, também em 1998, foi publicada a Portaria nº 29
SVS/MS, que legisla sobre os alimentos para fins especiais, que devem ser referidos como: “alimentos para fins especiais”, “alimentos para dietas com restrição de nutrientes”,
“alimentos para ingestão controlada de nutrientes” e “alimentos para grupos populacionais com necessidades específicas”.
Já a Portaria nº 31 SVS/MS aprova o regulamento técnico referente a alimentos adicionados de nutrientes essenciais e diferencia os alimentos em enriquecidos ou fortificados e
alimentos restaurados ou com reposição. Se ainda houver alegação de propriedade nutricional, o rótulo também deve atender à Portaria nº 27 SVS/MS.
No ano de 2005, foi publicada a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 269, que atualizou os valores de Ingestão Diária Recomendada (IDR) da Portaria nº 33 SVS/MS. No
entanto, alguns nutrientes específicos, como teor de ácido fólico e proteínas para adultos apresentam outras recomendações na RDC nº 360 de 2003, o que mostra uma contradição,
já que legislações diferentes indicavam teores diferentes do mesmo nutriente.
A ADEQUAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DE ALIMENTOS ÀS MUDANÇAS NA LEGISLAÇÃO É SEMPRE UM DESAFIO JÁ QUE,
CASO NÃO HAJA UM CUMPRIMENTO DAS DETERMINAÇÕES VIGENTES, A INDÚSTRIA PODE SER PENALIZADA PELOS
ÓRGÃOS DE FISCALIZAÇÃO. PODE ACONTECER DAS INDÚSTRIAS ESTAREM AINDA SE ADEQUANDO A UMA
LEGISLAÇÃO QUANDO UMA NOVA ATUALIZAÇÃO É REALIZADA.
Um modo de atenuar esse descompasso é haver um tempo maior oferecido às indústrias para se adequarem às demandas do governo. Isso aconteceu em 2000, quando as
indústrias ainda estavam se adequando à nova legislação de 1998, já que, normalmente, o tempo dado de adequação para as indústrias alimentícias é de 2 anos, e logo em seguida
foi publicada a nova RDC nº 94. Esta tornava obrigatória a informação de valor energético, teor de proteínas, lipídios, carboidratos e fibras em todos os alimentos embalados,
acrescentando também a necessidade de informar o teor de gordura saturada, colesterol, cálcio, ferro e sódio. Além de expressar esses valoresem 100g ou 100mL, também deveria
indicar por porção e expressar o número de porções na embalagem.
A vigência da RDC nº 94/2000 foi de 1 ano. Em 2001, foi publicada a RDC nº 40, que manteve a mesma lista obrigatória de itens a serem declarados, suas quantidades por 100g ou
100mL e por porção, acrescentando a necessidade de informar o percentual de valor diário (%VD), tomando como base uma dieta de 2.500kcal.
 
Foto: Shutterstock.com
Logo em seguida, em 2002, foi publicada a RDC nº 259 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que revogou a Portaria nº 42 de 1998, tornando obrigatória a declaração
no rótulo da denominação de venda do alimento, a lista de ingredientes, o conteúdo líquido, a identificação da origem e do lote, o prazo de validade e a instrução sobre preparo e uso
do alimento, quando necessário.
Os países são independentes em relação às suas legislações, ou seja, cada governo e órgão de regulamentação têm autonomia para determinar as suas próprias determinações. No
entanto, países vizinhos podem apresentar entraves comerciais quando há desalinho entre suas legislações.
De modo a alcançar um equilíbrio entre as demandas de controle de rotulagem nos países integrantes do Mercosul, foram publicadas em 2003 a RDC nº 359 e a RDC nº 360. A
primeira tem como principal alteração a base de dieta utilizada no cálculo de valor diário, que passa a ser de 2.000kcal, sendo necessário o recálculo dos percentuais de ingestão
diária recomendado (%VD) para cada nutriente e das porções dos alimentos.
 COMENTÁRIO
Uma crítica em relação à nova RDC nº 359 consiste na falta de informação sobre a obrigatoriedade de informação nas embalagens individuais que se indicava na anterior RDC nº 39,
deixando, portanto, a cargo da indústria lembrar da necessidade de informar, não só na embalagem principal, mas também nas embalagens individuais do produto (FERREIRA et al.,
2007).
No caso da RDC nº 360, foi estabelecida a obrigatoriedade da declaração da rotulagem nutricional, indicando valor energético, teores de carboidratos, proteínas, gorduras totais,
gorduras saturadas, gorduras trans, fibra alimentar e sódio, além de vitaminas e minerais que possuem declaração opcional se na porção do alimento apresentar pelo menos 5% da
Ingestão Diária Recomendada (IDR).
Respeitar as leis sobre rotulagem nutricional demonstra uma preocupação da indústria em preservar a saúde do consumidor e evita obstáculos acerca das relações comerciais
nacionais e internacionais, já que o mercado de compra e venda de insumos e alimentos industrializados deve ser regulamentando haja vista a segurança alimentar e a manutenção
da saúde do consumidor final.
 ATENÇÃO
É importante chamar atenção para o fato de que, no Brasil, as informações fornecidas nos rótulos devem atender ao artigo nº 6 do Código de Defesa do Consumidor, o qual determina
que as informações fornecidas sobre produtos devem ser claras, adequadas, com especificações corretas de quantidade, características, composição, qualidade, preço e a indicação
dos riscos que aquele produto pode representar.
PERCEPÇÃO DO CONSUMIDOR
Uma dieta equilibrada permite que os indivíduos tenham energia para todas as atividades e funções essenciais ao seu dia a dia, e mantenham um bom estado de saúde.
A modernização trouxe algumas alterações na dinâmica da rotina da população, como: maior tempo fora de casa, aumento no sedentarismo e menos tempo para preparações de
alimentos em casa. Desse modo, observou-se um aumento no consumo de produtos prontos e industrializados, devido à busca de alternativas rápidas e práticas, por exemplo:
produtos congelados, pré-preparados e temperados. O resultado dessa mudança é um aumento no consumo de produtos com alto teor de gorduras, colesterol, açúcares refinados,
além de baixo teor de minerais, fibras e ácidos graxos insaturados (CASSEMIRO et al., 2006).
Os rótulos dos alimentos industrializados funcionam como uma comunicação entre o consumidor e a indústria de alimentos, porém, a falta de conhecimento dos consumidores sobre
as informações faz com que não haja valorização do que consta nos rótulos, causando, em alguns casos, más escolhas dentre os alimentos disponíveis.
 
Foto: Shutterstock.com
A rotulagem nutricional tem como função informar o consumidor da constituição daqueles produtos, mas também direcionar as escolhas do consumidor, de modo que haja uma
orientação de redução do risco de doenças crônicas (NASCIMENTO et al., 2013).
 ATENÇÃO
Quando o consumidor está com sobrepeso e deseja reduzir seu peso, a informação mais procurada é a caloria; no caso de um consumidor com dislipidemia, o foco na informação
nutricional será no teor de gordura e colesterol. Em indivíduos com quadro diabético ou pré-diabético, a quantidade de açúcar será o fator que mais chamará atenção (CASSEMIRO et
al., 2006).
Observamos, assim, que o consumidor não analisa o alimento de forma global, apenas atenta-se à informação que acredita estar diretamente relacionada à sua condição de saúde, o
que prejudica suas escolhas por alimentos mais saudáveis.
Foto: Shutterstock.com
Diante da tabela nutricional, o consumidor tem a possibilidade de conhecer as quantidades de nutrientes por porção daquele alimento, dando autonomia para suas escolhas.
Entretanto, a dificuldade de entendimento pelos consumidores impede que essas decisões sejam tomadas de modo que haja preocupação com a saúde.
Imagem: Shutterstock.com
Muitas vezes, a linguagem e o tamanho das letras podem desestimular o consumidor a procurar entender as informações contidas no rótulo, principalmente, para idosos, que já
apresentam maior dificuldade de leitura.
Foto: Shutterstock.com
Outros fatores apontados como obstáculos para a leitura e compreensão dos rótulos foram: a linguagem técnica, o excesso de siglas e abreviaturas, as informações equivocadas
provenientes de propagandas midiáticas e a pouca informação prévia sobre os ingredientes (MARINS et al., 2015).
Imagem: Shutterstock.com
Uma maneira de melhorar a interação entre o consumidor e os rótulos é através da realização de ações educacionais e de conscientização. Em estudo que avaliou a percepção do
consumidor frente aos diferentes rótulos em dois mercados, observou-se que a informação mais relevante para o consumidor, além de marca e preço, é a data de validade do
produto, já que se entende que um produto fora da validade ou próximo de vencer está relacionado com perdas econômicas, além do fato de os produtos fora da validade poderem
causar algum dano à saúde de quem o consumir. O modo de preparo foi considerado a informação mais irrelevante, uma vez que os entrevistados sugerem já saber como proceder
nos alimentos comprados.
 VOCÊ SABIA
A tabela nutricional é a maneira que o consumidor pode identificar se aquele alimento é apropriado para o seu consumo, porém, aproximadamente, 68% dos consumidores
entrevistados relatam não considerarem essa informação no momento da compra.
Dentre os nutrientes citados na tabela, o teor de sódio foi considerado o menos importante. Este dado indica que o consumidor, muitas vezes, não faz a correlação entre teor de sódio
ou sal nos alimentos e o aumento das doenças relacionadas à hipertensão arterial. Lembrando que alimentos industrializados, em sua maioria, também apresentam alta concentração
de sódio.
Outro nutriente que não é muito valorizado é o teor de fibras, que também se apresenta em baixas concentrações nos alimentos industrializados. O consumo de fibras indicado pelo
Guia Alimentar da População Brasileira é de 25g por indivíduo adulto e a informação do seu conteúdo no rótulo é obrigatória. Um consumo de fibra adequado pode evitar o
surgimento de enfermidades como câncer, constipação e outras doenças do intestino. Com a diminuição do consumo de frutas e verduras e o aumento do consumo de produtos
industrializados, pode ocorrer um crescimento de doenças relacionadas ao trato gastrointestinal na população (BENDINO et al., 2012).
 
Foto: Openfoodfacts.org/Licença CC 3.0.
 Fibra alimentar de 130g de milho em conserva.
Uma relação entre o nível de escolaridade, condições socioeconômicas e hábito de leitura com o entendimento e valorização das informações do rótulo dos alimentos foi apontada,
indicando que pessoas de maior escolaridade, maior poder aquisitivo e hábito de leitura frequente estavam mais atentas e preocupadas com as escolhas dos produtos (CAVADA et
al., 2012).
Alguns itens do rótulo foram citados como os mais desafiantes ao entendimento dos consumidores: “porção”, “valores diários de referência” e “%VD”. Itens estes cruciais para a
adequada compreensão do produto à dieta do consumidor (MARINS et al., 2015). Reforçando, assim, a necessidade de campanhas de conscientização dos benefícios de uma
alimentação saudável e de compreensão das informações dos rótulos.
A percepção do consumidor frente ao rótulo pode estar fragilizada devido às inconsistências encontradas nas informações. Câmara e colaboradores (2008) fizeram um levantamento
das principais discrepâncias encontradas em rótulos de produtos disponíveis no mercado. A adequação do produto às informações dos rótulos pode ser avaliada quimicamente, ou
seja, a partir da verificação se as informações nutricionais indicadas estão de acordo com o alimento, ou por meio de observação da rotulagem e comparação com as normas
vigentes.
OS AUTORES RELATAM ALTA INCIDÊNCIA DE INADEQUAÇÕES, O QUE ESTÁ EM DESACORDO COM O CÓDIGO DE
DEFESA DO CONSUMIDOR, QUE EXIGE QUE OS CONSUMIDORES TENHAM ACESSO À QUANTIDADE EXATA DE
NUTRIENTES REGISTRADA NO RÓTULO. A ADEQUAÇÃO DAS INFORMAÇÕES DO RÓTULO COM A LEGISLAÇÃO
VIGENTE APONTOU INCONSISTÊNCIAS, PRINCIPALMENTE, NOS NÚMEROS DOS LOTES, DATAS DE FABRICAÇÃO,
PRAZOS DE VALIDADE, ESPECIFICAÇÕES DE CORANTES INTENCIONAIS E PRESENÇA DE GLÚTEN.
O risco de produtos com falhas na rotulagem pode levar ao agravamento de algumas doenças, como é o caso do diabetes e o consumo de produtos com alegação diet. Esses
pacientes devem fazer uso de alimentos com restrição de açúcar. Logo, um alimento classificado equivocadamente como diet pode levar a um quadro grave da doença, assim como
em indivíduos celíacos, que não podem fazer uso da proteína do glúten. Em casos de falta de informação na rotulagem, essa questão pode levar à uma reação inflamatória.
 ATENÇÃO
É importante também chamar atenção para o caráter mercadológico e propagandista dos rótulos, já que é na embalagem que, muitas vezes, os produtores chamam a atenção para
alguma característica do produto sem que haja adequada identificação de outros componentes (NASCIMENTO et al., 2013). Essa atuação pode desviar a atenção do consumidor ou
ainda pôr em dúvida a credibilidade da informação referente à rotulagem nutricional, além do marketing em si, que pode direcionar as escolhas dos consumidores sem base no
caráter nutricional.
Yoshizawa e colaboradores (2003) fizeram um levantamento em relação à adequação de, aproximadamente, 200 produtos industrializados e comercializados, e observaram casos em
que estavam escritos termos como: “pode repetir que é light”, “não engorda”, “tem fibras que inibem o apetite” e “contém ingredientes que ativam as proteínas”. Esses termos podem
ludibriar o consumidor, esperando tais funcionalidades, quando estas, na verdade, não são comprovadas e, de acordo com a legislação vigente, não podem ser exploradas nos
rótulos.
 
Foto: Shutterstock.com
As propagandas têm papel importante nas escolhas dos consumidores, por isso, há regras específicas, principalmente, para crianças. No entanto, os meios de comunicação também
podem ser utilizados como meios de educação nutricional, informando sobre os benefícios de uma alimentação saudável, instruindo a busca por essa informação no rótulo.
Cassemiro e colaboradores (2006) atestam que, em sua maioria, os consumidores mais preocupados com as informações nos rótulos são mulheres casadas acima dos 40 anos e
com alto grau de escolaridade. Os motivos relacionados a tal perfil indicam uma maior preocupação com a saúde após os 40 anos, além do fato de as mulheres, muitas vezes, serem
as responsáveis pelas compras de todos os indivíduos da casa. Essa situação permite que essas mulheres estejam mais atentas às informações dos rótulos, já que há uma
diversidade de necessidades entre os moradores da casa. Quanto ao maior nível de escolaridade, entende-se que é um fator que auxilia na compreensão dessas informações.
É importante direcionarmos a importância da leitura e compreensão do rótulo também para outros grupos de indivíduos, de forma que todas as pessoas tenham ciência e possam
fazer melhores escolhas de alimentos para sua residência.
 A PERCEPÇÃO DO CONSUMIDOR SOBRE A ROTULAGEM NUTRICIONAL
O especialista abordará as evidências científicas da percepção do consumidor sobre a rotulagem nutricional.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. O RÓTULO É O MELHOR MEIO DE COMUNICAÇÃO ENTRE A INDÚSTRIA E O CONSUMIDOR. SOBRE ESSA INTERAÇÃO, CONSIDERE AS
AFIRMAÇÕES ABAIXO. 
 
I. O HÁBITO DE LEITURA INTERFERE NA COMPREENSÃO DO RÓTULO PELO CONSUMIDOR. 
II. IDOSOS POSSUEM MAIOR DIFICULDADE DEVIDO AO TAMANHO DAS LETRAS. 
III. A DATA DE VALIDADE É A INFORMAÇÃO MENOS CONSULTADA PELOS CONSUMIDORES. 
 
 
ASSINALE A ALTERNATIVA QUE INDICA A RESPOSTA CERTA.
A) Apenas I está correta.
B) Apenas II está correta.
C) I e II estão corretas.
D) Apenas III está correta.
E) I e III estão corretas.
2. A ROTULAGEM NUTRICIONAL SOFREU MUITAS ALTERAÇÕES AO LONGO DOS ANOS PARA SE ADEQUAR ÀS NECESSIDADES DO
MERCADO E DO CONSUMIDOR. SOBRE O HISTÓRICO DA ROTULAGEM NUTRICIONAL, CONSIDERE AS SEGUINTES AFIRMAÇÕES: 
 
I. AS ATUALIZAÇÕES DA ROTULAGEM NUTRICIONAL SÃO REALIZADAS PARA BENEFICIAR A INDÚSTRIA DE ALIMENTOS. 
II. A LEGISLAÇÃO DE ROTULAGEM NUTRICIONAL DEVE ESTAR ALINHADA COM O CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. 
III. APENAS O INMETRO É RESPONSÁVEL POR DETERMINAR A LEGISLAÇÃO DE ALIMENTOS 
 
 
ASSINALE A ALTERNATIVA CORRETA.
A) Apenas II está correta.
B) Apenas I está correta.
C) I e II estão corretas.
D) I e III estão corretas.
E) II e III estão corretas.
GABARITO
1. O rótulo é o melhor meio de comunicação entre a indústria e o consumidor. Sobre essa interação, considere as afirmações abaixo. 
 
I. O hábito de leitura interfere na compreensão do rótulo pelo consumidor. 
II. Idosos possuem maior dificuldade devido ao tamanho das letras. 
III. A data de validade é a informação menos consultada pelos consumidores. 
 
 
Assinale a alternativa que indica a resposta certa.
A alternativa "C " está correta.
 
Quanto maior o hábito de leitura, melhor a compreensão do texto no rótulo. Além disso, os consumidores idosos podem apresentar mais dificuldade na leitura quando as letras são
pequenas.
2. A rotulagem nutricional sofreu muitas alterações ao longo dos anos para se adequar às necessidades do mercado e do consumidor. Sobre o histórico da rotulagem
nutricional, considere as seguintes afirmações: 
 
I. As atualizações da rotulagem nutricional são realizadas para beneficiar a indústria de alimentos. 
II. A legislação de rotulagem nutricional deve estar alinhada com o código de defesa do consumidor. 
III. Apenas o INMETRO é responsável por determinar a legislação de alimentos 
 
 
Assinale a alternativa correta.
A alternativa "A " está correta.
 
A legislação de rotulagem nutricional deve estar alinhada com o código de defesa do consumidor, garantindo o direito e a adequação das necessidades do mercado e do consumidor.
MÓDULO 2
 Comparar a atualização da rotulagem nutricional com a legislação vigente
Ao longo dos anos, de acordo com as necessidades, ocorreram mudanças na legislação referentes à rotulação nutricional. Observe a seguir a atual legislação e as mais recentes
alterações realizadas.
LEGISLAÇÕES VIGENTES
Cada legislação, sejam elas Leis, RDCs ou Portarias, determinou informações específicas. Observemos agora as principais determinações das legislações vigentes no Brasil.
PORTARIA NO 540/1997
REGULA SOBRE O USO DE ADITIVOS ALIMENTARES,QUE SÃO SUBSTÂNCIAS ADICIONADAS INTENCIONALMENTE
COM O OBJETIVO DE MODIFICAR CARACTERÍSTICAS SENSORIAIS DURANTE A FABRICAÇÃO, PROCESSAMENTO,
TRATAMENTO, TRANSPORTE OU ARMAZENAMENTO. OS ADITIVOS DE USO ALIMENTAR DEVEM SER AUTORIZADOS
DE FORMA QUE NÃO APRESENTEM NENHUM EFEITO TOXICOLÓGICO COM EFEITO ACUMULATIVO, SINÉRGICO OU
ALERGÊNICO AO CONSUMIDOR.
A RDC nº 45/2010 lista os aditivos autorizados para uso, assim como seus respectivos códigos. Essa lista refere-se a apenas alguns alimentos, como: cereais e produtos à sua base,
produtos gelados comestíveis, balas, confeitos, bombons, chocolates, sobremesa, produtos de panificação, biscoitos, carnes, molhos, condimentos, bebidas não alcoólicas.
Os aromatizantes também são aditivos que podem ser utilizados nos alimentos. São autorizados os aromatizantes naturais e sintéticos, que podem ser idênticos ao natural ou
artificiais. Não é obrigatório declarar o nome da substância que promove o aroma, mas, sim, incluir o termo “aromatizante” ou “aroma”, indicando se este é natural, idêntico ao natural
ou artificial (Figura 1).
 
Foto: Foto por openfoodfacts-contributors por Open Food Facts
 Figura 1: Exemplo de rótulo com indicação de presença de aromatizante.
De acordo com o Decreto nº 986/1986, as declarações, obrigatoriamente, devem constar no painel frontal do produto de forma legível e de acordo com a seguinte
recomendação:
Sabor de...” e “contém aromatizante” – alimentos elaborados com essências naturais.
“Sabor imitação de...” ou “sabor artificial de...” seguido do termo “aromatizado artificialmente” – alimentos elaborados com essências artificiais.
“Colorido artificialmente” – para alimentos que contêm corantes artificiais. .
A declaração deve indicar sua função principal, nome completo ou INS, e deve ser indicado na lista de ingredientes. O uso de aditivos pode ser limitado a alimentos específicos e em
menores quantidades possíveis.
RDC NO 29/1998 – ANVISA
DESCREVE O REGULAMENTO TÉCNICO PARA IDENTIDADE E QUALIDADE DE ALIMENTOS PARA FINS ESPECIAIS, QUE
SOFRERAM MODIFICAÇÕES NO CONTEÚDO DE NUTRIENTES, DE MODO A ATENDER PESSOAS COM NECESSIDADES
METABÓLICAS OU FISIOLÓGICAS ESPECÍFICAS.
Existem 3 tipos de classificação de alimentos para fins especiais:
DIETAS COM RESTRIÇÃO DE NUTRIENTES
Carboidratos, proteínas, sódio e outros. Indicados, por exemplo, para diabéticos, doentes renais e hipertensos, respectivamente.
INGESTÃO CONTROLADA DE NUTRIENTES
Controle de peso, dietas enterais e ingestão controlada de açúcares.
GRUPOS POPULACIONAIS ESPECÍFICOS
Lactentes, crianças e idosos.
Nesse quadro, encaixa-se o termo diet, que pode ser utilizado para dietas com restrição de algum nutriente, com exceção das farinhas de trigo e milho, e para dietas com restrição de
ferro, e para alimentos destinados ao controle de peso.
PARA QUE UM ALIMENTO SEJA CORRETAMENTE CLASSIFICADO COMO RESTRITO EM ALGUM NUTRIENTE, ELE DEVE
CONTER NO MÁXIMO 0,5G DO NUTRIENTE POR 100G OU 100ML DO PRODUTO. ESSA QUANTIDADE DEVE SER
ATENDIDA PARA ALIMENTOS COM RESTRIÇÃO DE SACAROSE, FRUTOSE, GLICOSE E GORDURAS. NO CASO DE
ALIMENTOS COM RESTRIÇÃO DE PROTEÍNAS, POR EXEMPLO, O PRODUTO DEVE SER TOTALMENTE ISENTO DE
PROTEÍNAS PARA SER CLASSIFICADO PARA TAL FIM.
Na embalagem, deve-se indicar a finalidade à qual se destina em letras da mesma cor e tamanho, com instruções claras de preparo, além de instruções de cuidados de conservação
e armazenamento. Algumas alegações são obrigatórias para determinados produtos, como:
“Diabéticos: contém glicose (ou qualquer outro mono ou dissacarídeo)”.
“Contém fenilalanina” para alimentos com adição de aspartame.
“Este produto pode ter efeito laxativo” (quando houver ingestão superior de polióis, utilizados para acrescentar sabor doce aos alimentos, com efeito laxativo, como edulcorantes
manitol, sorbitol e polidextrose).
“Consumir preferencialmente sob orientação de nutricionista ou médico”.
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
PORTARIA Nº 31/ 1998 – ANVISA
REGULAMENTA OS ALIMENTOS QUE FORAM ADICIONADOS DE NUTRIENTES ESSENCIAIS, NATURALMENTE,
ENCONTRADOS NOS ALIMENTOS OU NÃO, OBJETIVANDO REFORÇAR O SEU VALOR NUTRITIVO OU PREVENIR
DEFICIÊNCIAS NUTRICIONAIS NA POPULAÇÃO OU EM GRUPOS ESPECÍFICOS. É POSSÍVEL OCORRER A ADIÇÃO DE
NUTRIENTES QUE FORAM PERDIDOS AO LONGO DO PROCESSO INDUSTRIAL, E A ESSE TIPO DE ALIMENTO É DADO
O NOME DE ALIMENTO RESTAURADO OU COM REPOSIÇÃO DE NUTRIENTES ESSENCIAIS.
A adição de nutrientes é realizada, principalmente, em relação ao teor de vitaminas e minerais, que pode ser incluída dentro de um limite máximo de 15% da IDR de referência em
100g ou 100mL do produto. A declaração na embalagem para esses alimentos deve utilizar os seguintes termos: “enriquecido com”, “vitaminado”, “rico em”, “rico em vitaminas”, “rico
em minerais” ou “rico em vitaminas e minerais”.
RDC Nº 18/1999 – ANVISA
Estabelece as normas para análise e comprovação de propriedade funcional com alegação no rótulo. São permitidas alegações de alimento funcional para aqueles que apresentam
papel fisiológico do nutriente no crescimento, desenvolvimento e função normal do organismo e se houve comprovação da eficácia.
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 ATENÇÃO
Para alimentos e nutrientes que apresentam benefícios amplamente conhecidos pela comunidade científica, não é preciso comprovação de demonstração da eficácia. Não são
permitidas alegações relacionadas à cura ou prevenção de doença.
RDC Nº 259/2002
Determina os regulamentos técnicos para alimentos embalados, contendo a tabela nutricional, lista de ingredientes, denominação de venda, marca, nome fantasia, denominação,
identificação de origem, instruções de uso ou modo de preparo. A denominação de venda deve estar de acordo com o Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade do Alimento
em questão. A lista de ingredientes deve estar identificada como “ingredientes” ou “ingr.”, e estes devem estar em ordem decrescente de proporção no alimento, como exemplificado
na Figura 2.
 
Foto A: por jcnascimento - Open Food Facts / Foto B: por corditati - Open Food Facts
 Figura 2: Lista de ingredientes dos rótulos de manteiga (A) e iogurte natural (B).
Alguns alimentos apresentam ingredientes compostos, ou seja, alimentos que são elaborados com dois ou mais ingredientes que apresentam composição própria. A formulação
desse ingrediente composto deve ser listada quando constituir em quantidade superior a 25% do produto e se o ingrediente composto apresenta aditivos que possam promover
funções tecnológicas ao produto, como: aromatizantes, emulsificantes e corantes. Porém, a Anvisa orienta que os ingredientes compostos sejam sempre detalhados no rótulo das
embalagens.
 EXEMPLO
Vamos usar como exemplo a preparação de um brownie, que tem como um dos ingredientes o achocolatado em pó, que é um ingrediente composto. Nesse caso, a lista deve constar
no rótulo, vide o exemplo a seguir:
Ingredientes: achocolatado em pó (cacau em pó, maltodextrina, aromatizantes e emulsificante lecitina de soja), farinha de trigo enriquecida com ferro e ácido fólico, açúcar, manteiga
e ovos.
A ÁGUA SEMPRE DEVE SER DECLARADA NA LISTA DE INGREDIENTES, SEGUINDO A ORDEM DECRESCENTE DE
QUANTIDADE, EXCETO QUANDO FOR PARTE DE SALMOURA, CALDAS, MOLHOS E XAROPES OU QUANDO ELA
EVAPORAR AO LONGO DO PROCESSO DE PREPARO DO PRODUTO.
Algumas classes de ingredientes apresentam números genéricos que podem ser utilizados na lista de ingredientes, de modo a simplificar a relação do rótulo, como indicado no
Quadro 1.
Quadro 1: Indicação de nomes genéricos utilizados para algumas classes de ingredientes.
Terminologia genérica Classe de ingredientes
Óleo de vegetal ou animal deve-se especificar a
origem como óleo vegetal de soja
Qualquer óleo refinado diferente do azeite de oliva.
Gordura vegetal ou animal Gorduras refinadas com exceção de manteiga.
Amido Amidos e amidos modificados por ação enzimática ou física.
Amido modificado Amido modificado quimicamente.Pescado
Qualquer espécie de pescado que constitua um ingrediente de outro alimento, sendo que, no rótulo ou na apresentação,
não faça referência a uma determinada espécie de peixe.
Carne de aves
Qualquer espécie de carne de ave que constitua um ingrediente de outro alimento, sendo que, no rótulo ou na
apresentação, não faça referência a uma determinada espécie de ave.
Queijo Qualquer tipo de queijo, quando o queijo ou a mistura de queijos seja um ingrediente de outro alimento, sendo que, no
rótulo e na apresentação, não faça referência a um determinado tipo de queijo.
Especiaria, especiarias ou mistura de
especiarias
Qualquer especiaria ou extrato de especiaria isolada ou misturada no alimento.
Ervas aromáticas ou mistura de ervas
aromáticas
Qualquer erva aromática ou parte de erva isolada ou mistura no alimento.
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
 Autor: RDC nº 259.
DE ACORDO COM A RDC Nº 259, OS ADITIVOS DEVEM SER INFORMADOS NA LISTA DE INGREDIENTES. POR
DEFINIÇÃO, OS ADITIVOS SÃO SUBSTÂNCIAS INSERIDAS INTENCIONALMENTE NOS ALIMENTOS, COM O OBJETIVO
DE ALTERAR AS CARACTERÍSTICAS FÍSICAS, QUÍMICAS, BIOLÓGICAS OU SENSORIAIS.
Esses compostos podem ser adicionados durante a fabricação, processamento, preparação, tratamento, embalo, acondicionamento, armazenamento, transporte ou durante a
manipulação do produto. O aditivo não tem por objetivo nutrir, ou seja, não consiste em um nutriente. O aditivo deve ser indicado ao fim da lista de ingredientes (Figura 3), contendo
sua função principal, seu nome completo ou o código INS (International Numbering System) .
 
Foto por soliton por Open Food Facts
 Figura 3: Exemplo de embalagem de cereal matinal com indicação ao final da lista de ingredientes da presença de corantes e aromatizantes e seus respectivos nomes.
A identificação de origem do produto também é uma informação obrigatória que deve constar no rótulo dos produtos embalados, nesse caso, são aceitas expressões como: “indústria
brasileira”, “fabricado no Brasil” e “produto brasileiro”. O país de origem e o munícipio, assim como o endereço completo, também são obrigatórios.
Ainda sobre a origem do produto, deve constar o nome ou razão social do fabricante, produtor, fracionador ou titular da marca, com seu número de registro ou código de identificação
do estabelecimento frente ao órgão competente, como demonstrado na Figura 4.
 
Foto por openfoodfacts-contributors por Open Food Facts
 Figura 4: Exemplo de identificação de origem de endereço de produtores.
Alguns alimentos apresentam fabricação específica de algumas regiões, desse modo, quando um produto não for produzido nesse local e for semelhante ao original, a indicação do
produto deve vir acompanhada da expressão “tipo”, exemplo: queijo tipo brie, queijo tipo gorgonzola, presunto tipo parma. A localização tradicional e reconhecida de origem do
produto não deve ser indicada na rotulagem ou em propagandas. A expressão “tipo” deve estar claramente identificada com o mesmo tamanho e cor de fonte, no painel principal da
embalagem.
O PRAZO DE VALIDADE É A INFORMAÇÃO MAIS PROCURADA PELOS CONSUMIDORES E, ASSIM COMO O LOTE, SÃO
INFORMAÇÕES CONSIDERADAS OBRIGATÓRIAS NAS EMBALAGENS, AO CONTRÁRIO DA DATA DE FABRICAÇÃO, QUE
NÃO É OBRIGATÓRIA. O LOTE É DETERMINADO PELO FABRICANTE E CONSISTE EM UM CÓDIGO PRECEDIDO DA
LETRA “L” OU DO TERMO “LOTE”.
A partir do lote, deve ser possível rastrear informações, como: data de fabricação, data de embalagem e o prazo de validade. O prazo de validade deve ser precedido das expressões:
“consumir antes de”, “válido até”, “validade”, “val.”, “vence”, “venc.”, “vencimento”, “vto.”, “consumir preferencialmente antes de”, indicando dia e mês ou mês e ano, nesta ordem.
Quando o prazo de validade for inferior a 3 meses, a validade deve ser indicada com dia e mês; se o prazo for superior a 3 meses, a validade deve conter mês e ano. Expressões
como: “válido por 30 dias”, “válido por 15 dias” não são permitidas.
 EXEMPLO
Exemplos:
Data de fabricação: 23/02/2021 - Válido por 30 dias
Fab/Val./Lote: 23.02.2020 – 30.02.2020 – 17:B50
Alguns produtos não apresentam obrigatoriedade de declaração de prazo de validade, como frutas e hortaliças frescas e não processadas, vinhos e bebidas alcoólicas com mínimo
de 10% (v/v) de álcool, vinagre, produtos de panificação e confeitaria. Estes, geralmente, são consumidos em 24 horas, doces com alta concentração de açúcares, como balas,
caramelos, confeitos, pastilhas, gomas de mascar e sal de qualidade alimentar. Vinhos e bebidas alcoólicas podem conter a expressão: “produto com validade indeterminada, desde
que mantido sob as condições indicadas de armazenamento”.
 
Imagem: Shutterstock.com
 Figura 5: Exemplo de sinalização de indicação de armazenamento em baixa temperatura.
Quando o produto apresenta necessidade de acondicionamento especial, essa recomendação deve estar na embalagem, assim como a temperatura de armazenamento indicada.
Essa condição deve ser mantida no local de comercialização e no domicílio (Figura 5).
ALGUNS PRODUTOS, MESMO QUE AINDA FECHADOS, DEVEM SER ACONDICIONADOS EM CONDIÇÕES
ADEQUADAS COM SINALIZAÇÕES, COMO: “CONSERVAR EM LOCAL LIMPO, SECO E AREJADO”,
“CONSERVAR AO ABRIGO DO SOL E CALOR”. OUTROS PRODUTOS PODEM APRESENTAR
RECOMENDAÇÃO DE ARMAZENAMENTO APÓS ABERTOS, COMO: “APÓS ABERTO CONSUMIR EM ATÉ
5 DIAS” OU “APÓS ABERTO MANTER SOB REFRIGERAÇÃO E CONSUMIR EM ATÉ 3 DIAS”.
Em relação ao tamanho da fonte das informações de rotulagem, com exceção da indicação de conteúdo líquido, não podem ser menores que 1mm (milímetro) e todas as informações
devem ser contrastantes com o fundo da embalagem. Nas embalagens pequenas, como bombons e balas, onde o painel principal é inferior a 10cm2, o mínimo que deve ser
declarado é a denominação de venda e a marca do produto. Quanto à embalagem externa que contém as unidades dos produtos unitários, esta deve conter todas as informações
obrigatórias exigidas pela legislação.
 ATENÇÃO
Existem ainda informações que não devem constar nos rótulos, como qualquer símbolo ou inscrição que permita induzir o consumidor ao erro em relação à natureza, composição ou
procedência, além da quantidade, validade ou forma de uso do produto. Não é possível haver indicação de presença ou ausência de componentes que sejam próprios do produto.
Não se autoriza nenhuma alegação de propriedades medicinais ou terapêuticas, ou indicação de consumo, sugerindo que é possível gerar melhoria na saúde ou na prevenção de
doenças.
PORTARIA Nº 157/2002 – INMETRO
Neste regulamento técnico, é informada a obrigatoriedade de indicar no painel principal do produto, em cor contrastante com o fundo da embalagem, a quantidade do produto (Figura
6).
Quando o produto for sólido, granulado ou em gel, a unidade de medida deve ser em g (grama) ou em kg (quilo); quando o produto for líquido, a unidade deverá ser em mL (mililitro)
ou em L (litro). A faixa de corte para medida em grama ou quilo deve ser de 1000g, ou seja, até 1000g, usar grama; acima de 1000g, utilizar quilo, o mesmo corte serve para
alimentos líquidos.
 
Foto por kiliweb por Open Food Facts
 Figura 6: Indicação da quantidade do produto sólido em grama no painel frontal de embalagem em cor contrastante.
O termo “peso líquido”, “conteúdo líquido”, “peso liq.” e “conteúdo liq.” não são obrigatórios na embalagem. No entanto, no caso de alimentos que apresentam dois estados físicos, ou
seja, parte do produto líquido e parte do produto sólido, deve-se indicar no rótulo o peso líquido do produto. Isto é, a quantidade total do produto e o peso drenado, que é o peso
apenas da porção sólida. Esses casos são comumente encontrados em conservas vegetais, doces em calda, peixes enlatados e azeitonas ou outros vegetais em salmoura (Figura 7).
 
Foto esquerda por kiliweb por Open Food Facts / Foto direita por jcnascimentopor Open Food Facts
 Figura 7: Exemplos de produtos que devem obrigatoriamente apresentar no painelfrontal as informações de peso líquido e peso drenado.
Existem produtos que são vendidos a granel, como os frios, nesse caso, não há indicação padronizada de quantidade na embalagem para o consumidor. Porém, a informação de
peso deve constar na embalagem original no produto, com a expressão: “deve ser pesado em presença do consumidor”.
RDC Nº 340/2002 – ANVISA
Legislação específica para o corante tartrazina (INS 102), que deve ser declarado obrigatoriamente na lista de ingrediente com o nome por extenso.
LEI Nº 10.674/2003
Determina a obrigatoriedade de todos os produtos alimentícios comercializados apresentarem as inscrições “contém glúten” ou “não contém glúten” (Figura 8).
 
Foto esquerda por soliton por Open Food Facts / Foto direita por openfoodfacts-contributors por Open Food Facts
 Figura 8: Obrigatoriedade de os produtos apresentarem as informações sobre se contêm ou não glúten na sua formulação.
RDC Nº 360/2003 – ANVISA
Torna obrigatória a rotulagem nutricional nos alimentos embalados e prontos para consumo, onde devem ser declarados o valor energético, carboidratos, proteínas, gorduras totais,
gorduras saturadas, gorduras trans, fibras e sódio. Vitaminas e minerais podem ser declarados se a quantidade for maior ou igual a 5% da Ingestão Diária Recomendada (IDR), em
miligrama (mg) ou micrograma (µg). Os valores devem ser declarados seguindo algumas regras em relação às casas decimais:
Se os valores são maiores que 100, manter apenas os 3 dígitos.
Valores entre 10 e 100, declarar números inteiros com 2 dígitos.
Valores menores que 10 e maiores que 1, declara 1 número e 1 decimal após a vírgula.
Valores menores que 1, se forem vitaminas e minerais, utilizar duas casas decimais, se forem outros nutrientes, utilizar 1 casa decimal.
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
Nos casos dos alimentos que contêm valores energéticos ou de nutrientes menores ou iguais aos estabelecidos como “não significativos”, no rótulo nutricional devem constar
expressões como “zero”, “0” ou “não contém”, mas os nutrientes devem ser indicados na tabela (Figura 9), ou por meio de uma declaração única simplificada do tipo “não contém
quantidade significativa de...”, inserindo os nutrientes que não são significativos.
 
Foto por jcnascimento por Open Food Facts
 Figura 9: Exemplo de rótulo nutricional em que um dos ingredientes apresenta teor abaixo do que é especificado como não significativo.
As informações nutricionais devem ser expressas por porção, sendo esta também expressa na forma de medida caseira. O percentual de valor diário (%VD) de cada nutriente deve
usar como base os Valores de Referência de Nutrientes (VDR) e de Ingestão Diária Recomendada (IDR), além da expressão “seus valores diários podem ser maiores ou menores
dependendo de suas necessidades energéticas”. De acordo com a legislação, as tabelas nutricionais podem ser expressas no rótulo no modelo vertical A (Figura 10), vertical B e
linear.
 
Imagem: Fredson Serejo/Wikimedia/ CC 1.0 Public Domain
 Figura 10: Exemplo de tabela nutricional no modelo vertical A.
 ATENÇÃO
Essas regras não são aplicadas para bebidas alcóolicas, aditivos alimentares, especiarias, água mineral, vinagre, sal, café, erva-mate, chás, alimentos preparados e embalados em
restaurantes, produtos comercializados em varejos já fracionados, frutas, vegetais, carnes in natura refrigeradas e congeladas, e para alimentos com embalagem inferior à 100cm2.
RDC Nº 359/2003
Determina o regulamento técnico para porções de alimentos embalados. Por definição, a porção é a quantidade média do alimento que deve ser consumida por pessoas saudáveis
acima dos 3 anos em cada momento de consumo, com objetivo de promover uma alimentação saudável.
A porção deve ser indicada também utilizando a medida caseira, que é uma ferramenta usada pelo consumidor para medir os alimentos. Desse modo, pode ser medida a cada
unidade que consiste individualmente em cada produto contido na embalagem e uma fração, que é a parte de um todo. Para determinar a porção, deve-se considerar como base uma
alimentação diária de 2.000kcal ou 8.400kJ, e o valor energético médio que contém em cada grupo de alimentos como indicado no Quadro 2.
Quadro 2: Distribuição dos alimentos nos grupos alimentares, o valor energético aproximado de que cada grupo fornece o número de porções recomendadas, com os respectivos
valores energéticos.
Grupo Alimentos Valor energético
Número de
porções
Valor energético médio por
porção
Calorias Joules Calorias Joules
I
Produtos de panificação, cereais, leguminosas, raízes, tubérculos e
derivados
900 3800 6 150 630
II Verduras, hortaliças, e conservas vegetais 300 2260 3 30 125
III Frutas, sucos, néctares, e refrescos 300 2260 3 70 295
IV Leite e derivados 500 2100 2 125 525
V Carne e ovos 500 2100 2 125 525
VI Óleos, gorduras e oleaginosas 300 1260 2 100 420
VII Açúcares 300 1260 1 100 420
VIII Molhos, temperos prontos, caldos, sopas e pratos preparados - - - - -
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
 Autor: RDC nº 359/2003.
Para determinar a medida caseira, deve ser utilizada a porção indicada para cada grupo e utilizar os utensílios relacionando as suas dimensões aproximadas, como: 1 xícara de chá
equivale a 200mL, 1 colher de sopa equivale a 10mL e 1 colher de chá equivale a 5mL. Outra maneira de declarar a medida caseira é utilizando indicações, como fatia, rodela ou
unidade. A medida indicada da porção pode ser integral ou uma fração dessa medida, por exemplo, ½ colher de sopa, ou ½ xícara de chá.
Para alimentos que são embalados de forma individual, a porção de consumo é considerada uma unidade individual. Os alimentos concentrados em pó ou desidratados devem ser
reconstituídos e a quantidade que deve ser indicada na porção deve ser suficiente para preparar a quantidade estabelecida de produto indicada na tabela.
INSTRUÇÃO NORMATIVA INTERMINISTERIAL Nº 1/2004
DETERMINA O REGULAMENTO TÉCNICO SOBRE A ROTULAGEM DE ALIMENTOS E INGREDIENTES QUE CONTENHAM
OU SEJAM PRODUZIDOS A PARTIR DE ORGANISMOS GENETICAMENTE MODIFICADOS (OGM) E QUE SUPEREM O
LIMITE DE 1% DO PRODUTO, OBRIGANDO A INCLUSÃO DO SÍMBOLO DE TRANSGÊNICOS E UMA DAS SEGUINTES
EXPRESSÕES: “TRANSGÊNICO”, “CONTÉM TRANSGÊNICO”, OU “PRODUTO PRODUZIDO A PARTIR DE
TRANSGÊNICO”.
No rótulo, também deve constar o nome da espécie doadora do gene, que é responsável pela modificação no OGM, após o nome do ingrediente, no painel principal e nos demais
painéis se o produto for único. Se o alimento não contém ingredientes transgênicos, o produtor pode colocar uma inscrição do tipo “livre de transgênicos”, se houver similares com
transgênicos no mercado e se pode ser comprovada a ausência desse ingrediente por meio de certificações.
INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 19/2009 – MINISTÉRIO DA AGRICULTURA E PECUÁRIA
Regulamenta a rotulagem de produtos orgânicos de acordo com o sistema brasileiro de avaliação da certificação de produtos orgânicos. O alimento com declaração de orgânico deve
apresentar a unidade de produção, nome empresarial, endereço e CPF ou CNPJ.
O PRODUTO ORGÂNICO OU COM INGREDIENTE ORGÂNICO DEVE APRESENTAR O SELO BRASILEIRO DE AVALIAÇÃO
DA CONFORMIDADE ORGÂNICA NA PARTE FRONTAL DO PRODUTO, ACOMPANHADO DOS TERMOS: “ORGÂNICO”,
“PRODUTO ORGÂNICO”, “PRODUTO COM INGREDIENTE ORGÂNICO”.
RDC Nº 54/2012 – ANVISA
Consiste no regulamento técnico sobre a alegação de informação nutricional complementar (INC). Essa regra é utilizada para qualquer alimento que sugira, afirme ou implique que um
alimento contém propriedades nutricionais específicas em relação ao seu valor energético, conteúdo de proteínas, gorduras, carboidratos, fibras alimentares, vitaminas e minerais.
 ATENÇÃO
Essa legislação deve ser aplicada nos meios de comunicação e nas mensagens orais e impressas referentes aos alimentos comercializados. Essa determinação de alegação
específica não pode estar na informação nutricional complementar parabebidas alcoólicas, aditivos alimentares, especiarias, vinagres, cafés, mates e chás.
A declaração de INC é opcional, porém, se for declarada no rótulo, essa informação deve estar na tabela nutricional. Essa alegação deve ser atendida em relação à porção de
consumo indicada na tabela. Alguns termos podem ser utilizados para essas declarações indicando os atributos referentes aos conteúdos absolutos, como:
“BAIXO”
“MUITO BAIXO”
“NÃO CONTÉM”
“ALTO CONTEÚDO”
“FONTE”
“SEM ADIÇÃO”
A informação nutricional complementar também pode ser informada em relação ao conteúdo comparativo, quando o valor energético ou o conteúdo de nutriente é apresentado em
relação ao alimento de referência do mesmo fabricante. Se não houver valor de referência do mesmo fabricante, então, deve ser utilizado o valor médio do conteúdo de três alimentos
de referência comercializados. Os atributos que podem ser utilizados de acordo com a legislação são:
“REDUZIDO”
“AUMENTADO”
RDC Nº 26/2015 – ANVISA
Determina os requisitos obrigatórios de rotulagem para alimentos que podem causar alergias alimentares. Devem constar em alimentos, bebidas, ingredientes, aditivos alimentares e
coadjuvantes tecnológicos embalados na ausência dos consumidores, sejam eles para uso domiciliar, industrial ou em unidades de alimentação e nutrição. Os alimentos preparados
nos pontos de venda ou em unidades de alimentação e comercializados pelo próprio estabelecimento não têm obrigação de apresentar essa informação.
DEVE-SE LEVAR EM CONSIDERAÇÃO QUE OS ALÉRGENOS ALIMENTARES SÃO SUBSTÂNCIAS DE ORIGEM PROTEICA
E QUE ELES PODEM CAUSAR CONTAMINAÇÃO CRUZADA DURANTE CULTIVO, PRODUÇÃO, MANIPULAÇÃO,
PROCESSAMENTO, PREPARAÇÃO, ARMAZENAMENTO, EMBALAGEM, TRANSPORTE E CONSERVAÇÃO DOS
ALIMENTOS. POR ISSO, CASO HAJA CONTATO COM SUPERFÍCIES POR ONDE PRODUTOS COM POTENCIAL
ALERGÊNICO SÃO EXPOSTOS, DEVE-SE ALERTAR NO RÓTULO.
Em 2018, foi publicado pela Anvisa o Guia sobre o Programa de Controle de Alergênicos, com sugestões de melhorias nas práticas relacionadas a procedimento, rotinas e métodos,
de forma que haja adequação às exigências da legislação.
Os principais produtos considerados alergênicos são cereais (trigo, centeio, cevada, aveia), crustáceos, ovos, peixes, amendoim, soja, leite, amêndoa, avelãs, castanhas,
macadâmias, nozes, pecãs, pistaches e látex.
A declaração deve ser de acordo com a quantidade e o tipo de produto alergênico utilizado na preparação (quadro 3), deve estar logo após a lista de ingredientes e com caracteres
legíveis, em caixa alta, negrito, com cor contrastante com o fundo do rótulo e com altura mínima de 2mm (Figura 11).
 
Foto por soliton por Open Food Facts
 Figura 11: Exemplo de inscrição destinada a substâncias alergênicas.
A informação não deve estar em local que possa ser encoberto pela embalagem ou removível após abertura do produto, deve-se evitar área que possa prejudicar a visualização,
como área de selagem ou torção. Pela legislação, está proibida a alegação de ausência de alimentos alergênicos.
Quadro 3: Instruções de como declarar a presença de alergênicos nos produtos.
Quando declarar Como declarar
O produto é alergênico (ex.: leite, ovo, castanhas). ALÉRGICOS: CONTÉM...
O produto é derivado de um dos alimentos alergênicos (ex.: farinha de trigo, iogurte, granola). ALÉRGICOS: CONTÉM DERIVADOS DE...
O produto é adicionado de um ou mais alimentos alergênicos ou derivados. ALÉRGICOS: CONTÉM... E DERIVADOS.
Possibilidade de contaminação cruzada com alimentos alergênicos ou seus derivados. ALÉRGICOS: PODE CONTER...
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
 Autor: RDC26/2015.
INFORME TÉCNICO Nº 70/2016 – ANVISA
Proibiu o uso de expressões, como: “sem conservantes”, “sem corantes artificiais”, “contém corantes naturais”, com objetivo de reduzir a interpretação equivocada dos consumidores
a respeito de utilização de aditivos em alimentos.
RDC Nº 135/2017 – ANVISA
Regulamentação para alimentos que são processados ou elaborados para eliminar ou reduzir o teor de lactose, indicados para utilizar em dietas para indivíduos que necessitam de
restrição de lactose, podendo ter alegação de “isento de lactose” ou “baixo teor de lactose”. Essa alegação de redução do teor de lactose deve ser assegurada por análises de
controle de qualidade.
NESSES PRODUTOS, A QUANTIDADE DE LACTOSE DEVE SER IGUAL OU MENOR A 100MG OU 100ML, NA PORÇÃO
CONSUMIDA. OS TERMOS QUE PODEM CONSTAR NA EMBALAGEM DE ALIMENTOS ISENTOS DE LACTOSE SÃO:
“ISENTO DE LACTOSE”, “ZERO LACTOSE”, “0% LACTOSE”, “SEM LACTOSE” OU “NÃO CONTÉM LACTOSE”. PARA
ALIMENTOS COM BAIXO TEOR DE LACTOSE, PODE CONSTAR “BAIXO TEOR DE LACTOSE” OU “BAIXO EM LACTOSE”.
RDC Nº 136/2017 – ANVISA
Legislação que estabelece a declaração obrigatória da presença de lactose no rótulo dos alimentos. Deve ser incluída em bebidas, ingredientes, aditivos alimentares e coadjuvantes
de tecnologia, que contenham quantidade maior de 100mg ou 100mL de lactose. O termo “contém lactose” deve vir imediatamente após ou abaixo da lista de ingredientes com fonte
legível, em caixa alta, negrito, cor contrastante com o fundo do rótulo e tamanho de, pelo menos, 2mm, nunca menor ao tamanho de fonte utilizada na lista de ingredientes (Figura
12).
 
Foto por ritis por Open Food Facts
 Figura 12: Exemplo de embalagem com lista de ingredientes e aviso de: “contém lactose”, de acordo com a legislação vigente.
RDC Nº 243/2018 – ANVISA
Informa que deve conter no rótulo o nome individual de cada nutriente e das substâncias bioativas ou enzimas, o nome da fonte de onde a substância foi extraída e a identificação da
linhagem ou nome comercial dos microrganismos no caso de suplementos alimentares como probióticos.
 ATENÇÃO
No rótulo, também devem ser informados os grupos populacionais aos quais o alimento é indicado, a quantidade (indicada na Instrução Normativa nº 28/2018 da Anvisa), a frequência
de consumo e as instruções de conservação. Algumas advertências são obrigatórias de constar na embalagem, como: “este produto não é um medicamento”, “não exceder a
recomendação diária de consumo indicada na embalagem” e “mantenha fora do alcance de crianças”.
ATUALIZAÇÃO DA ROTULAGEM DOS ALIMENTOS
Em 2020, foi publicada uma atualização da legislação de rotulagem nutricional que atende e estabelece os requisitos para rotulagem nutricional dos alimentos embalados. Aos
estabelecimentos e indústrias alimentícias, deu-se prazo de 2 anos para adequação.
DUAS REGULAMENTAÇÕES FORAM PUBLICADAS, A RDC 429 E A IN 75. O MAIOR OBJETIVO PARA AS ALTERAÇÕES
SUGERIDAS É JUSTAMENTE ATENDER AO QUE FOI DISCUTIDO NO MÓDULO 1 DESTE CONTEÚDO, ISTO É, UMA
DIFICULDADE DE COMPREENSÃO POR PARTE DOS CONSUMIDORES. DESSE MODO, ACREDITA-SE QUE, COM AS
ALTERAÇÕES SUGERIDAS, SERÃO MAIS BEM DIRECIONADAS AS ESCOLHAS DOS CONSUMIDORES NAS
PRATELEIRAS DOS MERCADOS.
As alterações são relacionadas com uma apresentação mais simples e visível de algumas alegações. Dentre as recomendações, destaca-se que os alimentos com rotulagem frontal
de indicação de adição de açúcar, gordura saturada ou sódio não poderão ter qualquer alegação para esses nutrientes.
A informação frontal passa a ser padronizada com uma identificação indicativa de “alto em”, podendo abordar de 1 a 3 nutrientes, consistindo em um aviso ao consumidor. Os
elementos alvos nessa nova legislação são açúcares, gorduras saturadas e sódio. Para cada elemento, há um limite máximo que pode ser encontrado no alimento. Acima deste
limite, o aviso “alto em” será inserido na embalagem. Os limites variam de acordo com a consistência do produto, como demonstrado a seguir:
AÇÚCARES ADICIONADOS
Máximo de 15g por 100g ou 7,5g por 100mL
GORDURAS SATURADAS
Máximo de 6g por 100g ou 3g por 100mL
SÓDIO
Máximo de 600mg por 100g ou 300mg por 100mL
 UM EXEMPLO PRÁTICO DA LEITURA DO RÓTULO DE UM ALIMENTO
A especialista Isabelle Paes Leme mostra na prática como analisar um rótulo de um alimento.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. OS CONSUMIDORESINDICAM QUE A INFORMAÇÃO MAIS ACESSADA NOS RÓTULOS É O PRAZO DE VALIDADE, JÁ QUE ESTE ESTÁ
RELACIONADO COM A IDEIA DE SEGURANÇA ALIMENTAR. O CONSUMIDOR COMPREENDE QUE O PRODUTO ESTÁ PRÓXIMO AO
VENCIMENTO OU ULTRAPASSOU ESSE PRAZO, O QUE PODE LEVAR AO DESENCADEAMENTO DE ENFERMIDADES. PORÉM, ALGUNS
ALIMENTOS NÃO TÊM OBRIGATORIEDADE DE INDICAR A DATA DE VALIDADE. ASSINALE A ALTERNATIVA QUE CONTENHA UM ALIMENTO
QUE NÃO PRECISE INDICAR A DATA DE VALIDADE.
A) Carne moída
B) Biscoito
C) Iogurte
D) Vinagre
E) Refrigerante
2. ALGUNS COMPONENTES DOS PRODUTOS PODEM CAUSAR ENFERMIDADES EM INDIVÍDUOS SUSCETÍVEIS. UM DESSES
COMPONENTES É O GLÚTEN, A PORÇÃO PROTEICA DA FARINHA DE CEREAIS, AMPLAMENTE ENCONTRADO EM ALIMENTOS DE
PANIFICAÇÃO. SOBRE A LEGISLAÇÃO DE ALEGAÇÃO DE TEOR DE GLÚTEN, CONSIDERE AS SEGUINTES SENTENÇAS: 
 
I. É OBRIGATÓRIO CONTER A INFORMAÇÃO “CONTÉM GLÚTEN” NOS ALIMENTOS QUE POSSUEM ESSE COMPONENTE. 
II. NOS ALIMENTOS QUE NÃO CONTÊM FARINHA DE TRIGO, NÃO É OBRIGATÓRIO INDICAR A AUSÊNCIA DESSE COMPONENTE. 
III. OS CELÍACOS E OS PORTADORES DE DOENÇA AUTOIMUNE SÃO OS GRUPOS MAIS ATINGIDOS PELA PRESENÇA DESSE
COMPONENTE NOS ALIMENTOS. 
 
ASSINALE A ALTERNATIVA CORRETA.
A) Apenas I está correta.
B) Apenas II está correta.
C) Apenas III está correta.
D) I e II estão corretas.
E) I e III estão corretas.
GABARITO
1. Os consumidores indicam que a informação mais acessada nos rótulos é o prazo de validade, já que este está relacionado com a ideia de segurança alimentar. O
consumidor compreende que o produto está próximo ao vencimento ou ultrapassou esse prazo, o que pode levar ao desencadeamento de enfermidades. Porém, alguns
alimentos não têm obrigatoriedade de indicar a data de validade. Assinale a alternativa que contenha um alimento que não precise indicar a data de validade.
A alternativa "D " está correta.
 
Apenas o vinagre não tem obrigatoriedade de indicar o prazo de validade dentre os produtos citados.
2. Alguns componentes dos produtos podem causar enfermidades em indivíduos suscetíveis. Um desses componentes é o glúten, a porção proteica da farinha de
cereais, amplamente encontrado em alimentos de panificação. Sobre a legislação de alegação de teor de glúten, considere as seguintes sentenças: 
 
I. É obrigatório conter a informação “contém glúten” nos alimentos que possuem esse componente. 
II. Nos alimentos que não contêm farinha de trigo, não é obrigatório indicar a ausência desse componente. 
III. Os celíacos e os portadores de doença autoimune são os grupos mais atingidos pela presença desse componente nos alimentos. 
 
Assinale a alternativa correta.
A alternativa "E " está correta.
 
Segundo a Lei 10.674 de 2003, é obrigatório conter a informação “contém glúten” nos alimentos que possuem esse componente de forma a conferir segurança de consumo aos
celíacos e portadores de doença autoimune.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A adequação das indústrias à rotulagem nutricional é obrigatória no Brasil, fornecendo informações essenciais sobre a composição do produto, quais os ingredientes encontrados, se
há aditivos e o teor de gordura e sódio, por exemplo. O maior objetivo para atender a essa adequação é a redução de doenças crônicas não transmissíveis, como obesidade e
diabetes. Porém, o maior obstáculo para que esse objetivo seja atingido é a compreensão pelo consumidor das informações nutricionais descritas no rótulo dos alimentos. Os motivos
para essa falta de compreensão podem estar relacionados com algumas dificuldades de interpretação e até mesmo com baixo índice de leitura pela população.
O estímulo à leitura dos rótulos funciona como uma forma de conscientizar o consumidor a melhorar as suas escolhas, optando por alternativas mais saudáveis, redução da ingestão
em excesso de sódio, açúcares e gorduras. Trata-se de uma maneira educativa de auxiliar os consumidores de menor escolaridade e com maior dificuldade de compreensão acerca
das informações dos rótulos.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Informe Técnico nº 70/2016. Esclarecimentos sobre a declaração de alegações de conteúdo para aditivos alimentares na
rotulagem de alimentos e bebidas. Anvisa, 2016. Consultado em meio eletrônico em: 04 mar. 2021.
BENDINO, N. I.; POPOLIM, W. D.; OLIVEIRA, C. R. A. Avaliação do conhecimento e dificuldades de consumidores frequentadores de supermercado convencional em
relação à rotulagem de alimentos e informação nutricional. Journal of Health Science and Institute, 2012.
BRASIL. Lei nº 10.674, de 16 maio de 2003. Obriga a que os produtos alimentícios comercializados informem sobre a presença de glúten, como medida preventiva e de controle da
doença celíaca. Brasília, D.F., 2003.
CÂMARA, M. C. C.; MARINHO, C. L. C.; GUILAM, M. C., BRAGA, A. M. C. B. A produção acadêmica sobre a rotulagem de alimentos no Brasil. Revista Panamericana de Salud
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CASSEMIRO, I. A.; COLAUTO, N. B.; LINDE, G. A. Rotulagem nutricional: quem lê e por quê? Arquivos de Ciência e Saúde, 2006.
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FERREIRA, A. B.; LANFER-MARQUEZ, U. M. Legislação brasileira referente à rotulagem nutricional de alimentos. Revista de Nutrição, Pontifícia Universidade Católica de
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MACHADO, R. L. P. Manual de rotulagem de alimentos. Rio de Janeiro: Embrapa Agroindústria de Alimentos, 2015.
MARINS, B. R.; JACOB, S. C. Avaliação do hábito de leitura e da compreensão da rotulagem por consumidores de Niterói, RJ. Revista Visa em Debate Sociedade Ciência e
Tecnologia, 2015.
NASCIMENTO, C.; RAUPP, S. M. M.; TOWNSEND, R. T.; BALSAN, G. A.; MINOSSI, V. Conhecimento de consumidores idosos sobre rotulagem de alimentos. Revista de
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YOSHIZAWA, N.; POSPISSIL, R. T.; VALENTIM, A. G.; SEIXAS, D., ALVES, F. S.; CASSOU, F.; YOSHIDA, I.; SEGA, R. A.; CÂNDIDO, L. M. B. Rotulagem de alimentos como
veículo de informação ao consumidor: adequação e irregularidades. CEPPA, 2003.
EXPLORE+
Para saber mais sobre os assuntos tratados neste tema, leia:
No site da Anvisa as Portarias e Resoluções citadas nos módulos:
Portaria nº 29, de 13 de janeiro de 1998. Regulamento Técnico Referente a Alimentos para Fins Especiais.
Portaria nº 31, de 13 de janeiro de 1998. Regulamento Técnico Referente a Alimentos Adicionados de Nutrientes Essenciais.
RDC nº 54, de 12 de novembro de 2012. Dispõe sobre o Regulamento Técnico sobre Informação Nutricional Complementar.
RDC nº 135, de 8 de fevereiro de 2017. Altera a Portaria SVS/MS nº 29, de 13 de janeiro de 1998, que aprova o regulamento técnico referente a Alimentos para Fins Especiais,
para dispor sobre os alimentos para dietas com restrição de lactose.
RDC nº 136, de 08 de fevereiro de 2017. Estabelece os requisitos para declaração obrigatória da presença de lactose nos rótulos dos alimentos.
RDC nº 259, de 20 de setembro de 2002, da Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, aprova o Regulamento Técnico sobre Rotulagem de Alimentos
Embalados.
RDC nº 269, de 22 de setembro de 2005. Regulamento Técnico sobre Ingestão Diária Recomendada (IDR) para Proteínas, Vitaminas e Minerais.
RDC nº 359, de 23 de dezembro de 2003. Regulamento Técnico de Porções de Alimentos Embalados para Fins de Rotulagem Nutricional.
RDC nº 360, de 23 de dezembro de 2003. Regulamento Técnico sobre Rotulagem Nutricional de Alimentos Embalados.
Você também pode ler na íntegra as Portarias do Inmetro citadas no módulo. São elas:
Portaria nº 157, de 19 de agosto de 2002. Inmetro aprova o Regulamento Técnico Metrológico, que estabelece a forma de expressar o conteúdo líquido a ser utilizado nos
produtos pré-medidos.
Portaria nº 19, de 07 de março de 1997. Indicação de quantidade líquida.
CONTEUDISTA
Carolina Beres
 CURRÍCULO LATTES
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