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Urgência e Emergência 1) De acordo com os princípios da Política Nacional de Saúde Mental, é correto afirmar sobre o diagnóstico: a) O diagnóstico em saúde mental serve para identificar indivíduos que representam ameaça para a sociedade, a fim de retirá-los do convívio social e prestar-lhes tratamento especializado; b) O diagnóstico em saúde mental depende somente de uma avaliação médica para identificar se há ou não doença mental; c) O diagnóstico em saúde mental pode ser feito pela própria família do usuário, visto que esta pode observá-lo com mais atenção durante o convívio diário. d) A construção do diagnóstico pelas equipes multiprofissionais da saúde mental é essencial para traçar estratégias de cuidado necessárias ao acompanhamento dos casos, isto é, para a elaboração do projeto terapêutico dos usuários. e) O diagnóstico em saúde mental é feito no primeiro contato com o paciente e não pode ser revisto ou alterado durante o acompanhamento do caso, demonstrando incompetência do profissional caso não tenha decifrado qual o quadro de adoecimento na entrevista inicial. 2) A respeito das revisões realizadas no Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais (DSM) desde o seu surgimento em 1953, é correto afirmar que: a) A comunidade científica é unânime em concordar com as diferentes revisões feitas ao longo dos anos no DSM até chegar à versão mais atualizada, o DSM-V. b) A última revisão feita em 2013 foi capaz de atingir a verdade sobre os transtornos mentais e corrigir os equívocos dos pesquisadores anteriores que diagnosticavam as pessoas erroneamente. c) As mudanças no DSM apontam para o caráter contextual dos saberes sobre a subjetividade. O conhecimento científico não corresponde a uma verdade sobre a natureza humana, mas a diferentes modos de conhecê-la, interpretá-la e mesmo de fabricá-la. d) Após o surgimento do DSM em 1953, houve a inclusão de uma sessão destinada aos Transtornos Mentais na sexta edição do sistema de Classificação Internacional de Doenças (CID-6) da Organização Mundial da Saúde (OMS). e) As revisões realizadas no critério de diagnóstico do DSM só têm efeitos para os profissionais da saúde, não incidindo diretamente na vida das pessoas que possuem transtorno mental. A experiência da loucura no mundo ocidental é marcada por diferentes concepções de acordo com cada contexto histórico. As tentativas de classificar a diversidade dos transtornos mentais também sofrem modificações a partir das concepções de humano, doença e conhecimento que estejam em voga. Quando Pinel utilizou um sistema de classificação da loucura baseado na botânica, ele não estava “errado”, estava seguindo as condições de possibilidade de seu tempo. 3) De acordo com a aula sobre as diferenças entre neurose e psicose, é correto afirmar que: a) Neurose e psicose são o mesmo diagnóstico; mas ao contrário da neurose, os quadros de psicose apresentam situações de surto. b) A psicose é sempre mais grave do que a neurose. c) Não é importante para o diagnóstico em saúde mental diferenciar essas duas estruturas, pois independentemente do quadro, todos precisam ser tratados pelo psiquiatra. d) Embora neurose e psicose carreguem geralmente uma sintomatologia distinta, em muitas situações os limites de diferenciação entre um quadro e outro não são claros. e) A psicose corresponde à sociopatia, e a neurose corresponde a quadros histéricos. A dinâmica dos transtornos mentais é complexa, embora tenhamos chaves de leitura para diferenciar alguns quadros e sintomatologias; em alguns casos limiares, de pouca clareza diagnóstica, é necessário recolher com mais atenção elementos da história pregressa, dos sintomas atuais, ouvir os familiares, atentar-se para a construção discursiva do paciente e estar disposto a rever a hipótese diagnóstica quando necessário. 4) De acordo com a aula, o diagnóstico está relacionado à elaboração do projeto terapêutico do paciente porque: a) Através do diagnóstico podem-se separar pacientes perigosos de pacientes dóceis, organizando melhor as atividades nos serviços de saúde mental. b) Através da hipótese diagnóstica a equipe tem maiores condições de traçar estratégias terapêuticas que busquem a “melhora” do paciente, atendendo a suas demandas e singularidades. c) Se a equipe não souber qual o CID do paciente não poderá ofertar-lhe nenhuma atividade no serviço, como por exemplo oficinas ou psicoterapia. d) Ambos são etapas presentes na burocracia dos serviços da saúde mental e devem ser cumpridos na ordem devida. e) O diagnóstico apresenta a verdade sobre cada sujeito, a partir dele é possível encontrar o tratamento condizente com a condição de cada paciente, evitando falhas no processo. A hipótese diagnóstica não serve para estigmatizar ou descobrir alguma verdade sobre os pacientes. Mas para pensar suas demandas e elaborar estratégias de cuidado que se desdobrem em bons resultados para o tratamento. Assim, o psiquiatra apostará em determinado grupo de medicação; o psicólogo avaliará a frequência e intensidade dos atendimentos; assim como os demais profissionais da equipe avaliarão a necessidade de orientação à família, de inserção do paciente em determinadas oficinas, encaminhamento para atividades na cidade, para o trabalho etc. 5) Sobre as estratégias de cuidado dirigidas às pessoas que buscam os serviços de saúde mental, encaminhadas ou espontaneamente, de acordo com a diretriz da atenção integral da Política Nacional de Saúde Mental, é correto afirmar que: a) Em se tratando de um serviço de saúde mental o profissional deve manter o foco somente no sofrimento psíquico do paciente a fim de descobrir qual a sua patologia, garantindo assim a atenção integral ao sofrimento mental. b) As pessoas buscam os serviços de saúde mental somente quando padecem de algum transtorno mental grave, como a esquizofrenia. c) Somente o psiquiatra pode fazer o acolhimento inicial das pessoas que chegam aos serviços de saúde mental, visto que esse profissional detém o conhecimento sobre os sinais e sintomas que compõem os transtornos mentais. d) O sofrimento mental é marcado historicamente pela invisibilidade, pelo estigma e preconceito. Essa bagagem repercute nas intervenções em saúde mental, que não raro ficam centradas em aspectos parciais do indivíduo, produzindo estratégias de cuidado fragmentadas, descontínuas e pontuais, que podem causar danos à vida dos pacientes. e) Quando o paciente tem um transtorno mental grave é comum que tenha delírios sobre mal estar no corpo. O profissional não deve dar credibilidade às suas queixas quanto à saúde orgânica, a fim de não perder o foco no cuidado psíquico e comprometer o tratamento. A diretriz da atenção integral aos usuários da saúde mental parte de um conceito ampliado de saúde, que não fragmenta saúde física, saúde mental e a inserção sociocultural dos indivíduos. Aponta, ao contrário, para a complexidade dos sujeitos, concebendo-os em sua singularidade. Tal diretriz ainda é um desafio na materialização da Política Nacional de Saúde Mental. 6) Na construção do diagnóstico em saúde mental, com relação à questão das comorbidades, é incorreto afirmar que: a) A comorbidade psiquiátrica é a ocorrência simultânea de dois ou mais transtornos mentais na mesma pessoa. Há também a comorbidade referente à coexistência de patologias físicas e mentais no mesmo indivíduo. b) O uso de determinados medicamentos psiquiátricos por longos períodos e em altas doses podem aumentar a chance de os pacientes desenvolverem comorbidades. c) A ocorrência de doenças como hipotireoidismo, cirrose, tuberculose e HIV nas pessoas com transtorno mental tem importância secundária, visto que suas principais demandam se referem ao bem estar psicológico. d) Hipertensão e diabetes podem ser agravadas por algumas das medicações mais usadas no tratamento das psicoses. Entretanto, as comorbidades clínicas da população com transtornos mentais é frequentemente negligenciada.e) A co ocorrência de transtornos mentais e transtornos devido ao uso de substâncias psicoativas como álcool e outras drogas, tem sido largamente reconhecida na clínica da saúde mental. O diagnóstico em saúde mental, seguindo a diretriz da atenção integral aos indivíduos, deve conceber o paciente em sua totalidade. A saúde orgânica, as relações com o meio ambiente e a comunidade, interferem no estado mental do paciente. Por isso, há necessidade da intersetorialidade entre a saúde mental, saúde física e diversas políticas setoriais para que os indivíduos sejam atendidos em suas necessidades amplas. 7) A respeito das situações de emergência na saúde mental, é correto afirmar que: a) As situações de emergência dizem respeito somente aos usuários agitados que perdem o controle e ficam agressivos com as pessoas. b) As situações de emergência não devem ser acolhidas na hora para não transmitir uma ideia errada aos pacientes de que suas solicitações serão respondidas a qualquer momento. c) Somente os hospitais psiquiátricos têm estrutura para acolher situações de emergência na saúde mental. d) Todas as demandas em saúde mental devem ser acolhidas; entretanto, as situações de emergência envolvem fatores que colocam a vida do paciente em risco e requerem uma intervenção imediata. e) As demandas dos usuários de crack e outras drogas tem mais emergência do que as demandas de outros pacientes, como por exemplo, crianças. A emergência em saúde mental não significa atender uma pessoa em detrimento da outra a partir de uma escala estática de graus de sofrimento. Situações heterogêneas, independentemente do diagnóstico que esteja em jogo, podem configurar emergência de acordo com os fatores de risco envolvidos. Precisarão assim, de uma mobilização maior da equipe quanto às estratégias que devem ser tomadas para garantir a segurança e o bem estar do indivíduo. 8) A respeito das situações de urgência na saúde mental, é correto afirmar que: a) A maioria das demandas na saúde mental tem um caráter de urgência, na medida em que a espera excessiva pode agravar o quadro do paciente. Nas situações de urgência, entretanto, ao contrário das situações de emergência, é possível criar condições de espera com o paciente até designar-lhe o atendimento adequado. b) Somente as demandas dos pacientes psicóticos são urgentes, e devem ser priorizadas em todos os serviços de saúde mental. c) Os transtornos ligados a ansiedade depressão requerem mais urgência no atendimento do que os transtornos ligados ao uso abusivo de álcool e outras drogas. d) Todas as demandas da saúde mental avaliadas como urgentes devem ser imediatamente direcionadas para a internação, a fim de serem sanadas adequadamente. e) Na saúde mental situações de urgência são aquelas que precisam ter máxima resolutividade, num intervalo curto de tempo, geralmente no momento do atendimento, visto que concernem a situações nas quais o indivíduo coloca a si mesmo e a terceiros em risco. A urgência em saúde mental exige o manejo das exigências de resolutividade instantânea que geralmente acompanham as pessoas que vão pedir ajuda nos serviços. O profissional precisa garantir o acolhimento dos usuários da saúde mental, mas acolher não é sinônimo de atender a todos os seus pedidos. Acompanhar o quadro de um transtorno mental é um processo que envolve tempo. 9) De acordo com as diretrizes do Ministério da Saúde, sobre as situações de crise que acometem as pessoas com transtornos mentais, é correto afirmar que: a) A crise só acomete pessoas que nunca receberam tratamento especializado em saúde mental; b) A crise não deve ser compreendida como condição pessoal, causada apenas pelo desequilíbrio da pessoa que a manifesta. É antes um fenômeno constituído entre os sujeitos, geralmente em cenários de conflitos exacerbados, ruptura de consensos, esgarçamento das relações e busca ineficaz de comunicação; c) A crise é sempre caracterizada por episódios de violência e agressividade; d) A crise corrobora com as ideias que relacionam loucura e desrazão. Durante esses episódios as pessoas ficam fora de si, tornando visível o quanto são mentalmente perturbadas; e) Para identificar se um paciente está em crise é preciso saber se ele escuta ou não vozes. A maneira tradicional de conceber saúde e doença foi colocada em cheque pela Reforma Psiquiátrica que trouxe a ampliação do conceito de saúde. Nessa perspectiva, o indivíduo é abordado em sua totalidade, o que significa considerar suas relações com o cenário social, econômico e cultural no qual vive. 10) Sobre as estratégias de intervenção que devem ser realizadas nas situações de crise, é correto afirmar que: a) A ocorrência da crise evidencia que o tratamento do paciente não estava sendo realizado de maneira adequada. Após o episódio da crise o tratamento precisará começar novamente do zero; b) Nas situações de crise, a internação precisa ser considerada como último recurso. Quando necessária, deve ser encarada como uma estratégia do projeto terapêutico do paciente, não como única possibilidade de ação; c) A primeira atitude que se deve tomar frente à crise em saúde mental é fazer a contenção física do indivíduo, seguida de sua sedação; d) Em todas as situações de crise é imprescindível o afastamento do paciente das situações que lhe causaram estresse, especialmente de seu núcleo familiar, a fim de neutralizar as interferências externas sobre o tratamento; e) A única possibilidade de intervenção durante as situações de crise é a internação. Assim, a partir da alta do indivíduo outras estratégias de tratamento serão possíveis. Um dos pressupostos norteadores das intervenções em saúde mental, previsto na lei 10.216, é conceber a internação como último recurso. Quando necessária, deve ser realizada prioritariamente nos Caps, com a lógica do acolhimento integral, ou nos hospitais gerais de forma articulada com a rede. 11) A respeito da prescrição de medicação para os usuários da saúde mental, é correto afirmar que: a) Os benzodiazepínicos são medicamentos utilizados em casos de convulsões, insônia e ansiedade. Sua utilização muitas vezes é inadequada, o que tem despertado preocupação na área da saúde pública. b) As unidades de saúde mental não deveriam fornecer medicamentos do grupo dos benzodiazepínicos para os pacientes, pois causam dependência. c) A melhor forma de tratamento para todos os transtornos mentais é a psicoterapia. d) As pessoas que fazem uso de medicação psiquiátrica, em algum momento da vida desenvolverão dependência. e) Os profissionais das equipes de saúde mental com nível de escolaridade superior (por exemplo psicólogos, enfermeiros e farmacêuticos) podem prescrever medicação para os pacientes. O Brasil está entre os países que mais consomem benzodiazepínicos. Quando bem indicados, são úteis e confiáveis no tratamento. Mas seu uso indiscriminado, sem acompanhamento adequado, pode provocar problemas tais como a necessidade de doses cada vez maiores para manutenção de efeitos terapêuticos, sintomas de insônia e ansiedade quando há suspensão abrupta do uso, e déficits cognitivos como perda de atenção e dificuldade de fixação. 12) A respeito da medicalização das situações de urgência e emergência em saúde mental, é correto afirmar que: a) O fenômeno da medicalização indiscriminada do sofrimento psíquico, bem como seu enfrentamento, é de responsabilidade exclusiva da classe médica; b) A padronização dos sintomas referentes aos transtornos mentais, trazida pelas edições do DSM, e o maciço investimento no desenvolvimento dos psicofármacos, estão entre os principais fatores que legitimam a medicalização como forma prioritária de tratamento do sofrimento psíquico; c) As situações de emergência em saúde mental necessitam de intervenção medicamentosa, ao contrário das situações de urgência; d) É necessário extinguir as terapias medicamentosas da saúde mental a fim de resolver a problemática dos impactos negativosque a medicalização traz à saúde pública; e) Ter acesso à assistência medicamentosa implica necessariamente em melhores condições de saúde e qualidade de vida; O conhecimento a respeito das questões de saúde mental e as respostas dadas as suas possibilidades de tratamento não são a-históricos. Diferentes contextos políticos e sociais viabilizaram a emergência de saberes sobre sofrimento e loucura. Com a publicação do DSM, o advento da psicofarmacologia, o notável investimento no marketing das indústrias farmacêuticas, vemos um campo que respalda cientifica e culturalmente a priorização da medicalização no tratamento dos transtornos mentais. 13) Com relação à atenção voltada para as especificidades das crianças e adolescentes com transtornos mentais no Brasil, é incorreto afirmar que: a) Embora a luta antimanicomial tenha desconstruído o paradigma da loucura, denunciado o fracasso do tratamento asilar e levado para a sociedade a desmistificação do discurso sobre a “doença mental”, a inclusão do debate sobre as necessidades específicas no que tange à infância e à adolescência se deu tardiamente; b) As soluções construídas para assistir crianças e adolescentes com transtornos mentais foram marcadas historicamente pela institucionalização e segregação; c) De modo geral, as políticas de saúde mental existentes priorizaram os problemas da população adulta; d) A população de crianças e adolescentes apresentam especificidades que não podem ser solucionadas através da simples replicação das estratégias de cuidado da população adulta; e) A criação dos CAPSIs garantiu o cuidado integral direcionado à infância e à adolescência com transtornos mentais, superando os desafios colocados pela inclusão tardia desse tema na pauta da saúde mental. A criação dos CAPSIs é um marco histórico, essencial à operacionalização e ao fortalecimento da atenção psicossocial voltada para crianças e adolescentes. Entretanto, existem muitos desafios para a efetivação das diretrizes do cuidado a essa população, entre os principais está a materialização da articulação intersetorial. 14) Com relação aos dispositivos responsáveis pelo cuidado de crianças e adolescentes com transtornos mentais, é correto afirmar que: a) Aos CAPSi não cabe contactar as escolas dos pacientes que atendem, visto que sua função é cuidar das questões psíquicas das crianças e adolescentes, não de suas questões pedagógicas. b) Crianças e adolescentes com transtornos mentais desprovidas de vínculos familiares devem ser internadas em hospitais psiquiátricos. c) As APAEs e as PESTALOZZIs são instituições da rede de saúde mental responsáveis pela atenção integral a crianças e adolescentes com transtornos mentais. d) Crianças e adolescentes acolhidos em abrigos institucionais da Assistência Social, caso tenham transtornos mentais, devem ser acompanhadas pelo psicólogo e psiquiatra da própria instituição. e) Os CAPSis, além de ofertarem tratamento especializado para crianças e adolescentes com transtornos mentais, têm a função estratégica de gerir as demandas de saúde mental infanto-juvenil do território pelo qual são responsáveis. Os CAPSIs, além de ofertarem atendimento especializado a crianças e adolescentes, são encarregados pela pactuação de fluxos e pela gestão das necessidades em saúde mental do território onde estão inseridos. Isso pode se dar através de reuniões regulares ou outras estratégias pertinentes, com escolas, conselhos tutelares, abrigos, postos de saúde etc. 15) A respeito da participação dos familiares mais próximos no processo de tratamento dos usuários da saúde mental, é correto afirmar que: a) Os familiares devem ser ouvidos com mais credibilidade do que os pacientes, pois como não possuem uma doença mental tendem a enxergar a realidade mais objetivamente. b) O tratamento na saúde mental é individual, não deve envolver terceiros, nem mesmo familiares. c) Todo familiar de pessoa com transtorno mental deve obrigatoriamente fazer psicoterapia individual para aprender a lidar com essa situação. d) A dinâmica familiar do paciente com transtorno mental deve ser levada em consideração nas estratégias de cuidado propostas no projeto terapêutico. A dinâmica familiar do paciente com transtorno mental pode representar fator de risco, de proteção, de vulnerabilidade ou potencialidade para o desenvolvimento do caso. Cabe às equipes de saúde estarem atentas a essa dinâmica na construção do projeto terapêutico do paciente. 16) A respeito das dinâmicas familiares, é incorreto afirmar que: a) Cada família reagirá de modo singular ao sofrimento psíquico de um de seus membros. Os profissionais da saúde precisam estar atentos para não fazerem juízo de valor de suas atitudes; devem ao contrário, prestar apoio e acolhimento. b) Cada família tem uma cultura própria em que circulam seus códigos: normas de convivência, acordos relacionais, pactos e crenças. c) Não existe um conceito único de família; d) As famílias desestruturadas estão entre os principais fatores de risco para o desenvolvimento de transtornos mentais nos indivíduos. e) Os profissionais da saúde não devem encarar as famílias de seus pacientes a partir de suas próprias referências individuais, culturais e sociais. O termo “família desestruturada” é um conceito conservador baseado no modelo de família mononuclear burguesa, que ignora a multiplicidade de formas de ser família que vão ganhando contornos específicos por intermédio do contexto histórico, espaço geográfico, social e cultural. Além disso, não existe uma causa única para o desenvolvimento dos transtornos mentais.
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