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Cidadania Classes e Status - Marshall

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Aula 22/05/12
(Texto Marshall)
	
Cidadania, Classes e Status:
Objetivos: Interessam a Marshall discutir os processos de mudanças sociais implicados na formação dos direitos de cidadania – civis, políticos e sociais – ao longo do séc. XVIII, XIX e XX.
Atentar para os efeitos do surgimento desse status de cidadania para as desigualdades sociais, mais especificamente de classes.
A cidadania no séc. XVIII era para preservar o status existente a classe capitalista; já no século XX, isso muda, pois já que o status de cidadania preza a igualdade e no sistema capitalismo há desigualdade econômica, e essa igualdade se dá a partir do momento que esses direitos são garantidos.
Marshall não nega o sistema capitalista:
A Cidadania vai tentar diminuir os efeitos das desigualdades econômicos, ou seja, todos precisam ter acesso aos direitos civis, políticos e sociais.
A despeito de analisar e ser favorável a instauração de um status universal de cidadania, que permite pelo ideal de igualdade, Marshall pensa neste status aliado a existência de um mercado competitivo.
Em outras palavras o autor justifica a existência de desigualdades econômicas entre as classes, desde que seja garantida a igualdade de status de cidadania, que implica em igual usufruto dos direitos civis, políticos e sociais.
A premissa básica que acompanha todo o argumento de Marshall é a de que “a desigualdade do sistema de classes sociais pode ser aceitável desde que a igualdade de cidadania seja reconhecida”.
Ideal de igualdade (status de cidadania) X Ideal De desigualdade (sistema de classe capitalista):
O que é cidadania? Pág. 76
O que é classe social? “é um sistema de desigualdade”. E exatamente por se valer de valores e crenças tal como a cidadania, mas opostos em princípios, implica entre ambas. 
O se XX representa segundo Marshall um divisor de aguas no que diz respeito ao impacto da cidadania sobre as desigualdades sociais.
Até o sec. XIX a cidadania e seu ideal de igualdade teve pouco impacto sobre as desigualdades sociais, visto que não pretendia mudar a ordem social. Neste caso, cidadania e sistema de classe capitalista não eram antagônicos. 
A partir do séc. XX a cidadania começou efetivamente a ter impacto sobre essas desigualdades. Desde modo, cidadania e sistema de classe capitalista se tornam antagônicos.
O desenvolvimento da cidadania data pelo menos do séc. XVII o que quer dizer que “coincide com o desenvolvimento capitalista, que é o sistema não de igual, mas desigual”.
Entretanto até o séc. XIX não se estabeleceu um choque direto entre esse sistema capitalista e a cidadania. Ele só foi ocorrer no século XX, quando eles entram “em guerra”.
No terceiro capitulo deste texto, compreendido como um clássico da sociologia, Marshall trata especificamente de uma tipologia dos direitos de cidadania, destacando: direito civis, políticos e sociais. 
Marshall afirma que a formação dos direitos de cidadania na Inglaterra obedeceu a uma ordem lógica cronológica:
Direitos civis (XVIII), diretos políticos (XIX) e direitos sociais (XX).
Segundo o autor a separação entre os direitos, nas sociedades modernas, se deu de tal forma que é possível situar o período de formação e desenvolvimento de cada, um a um século diferente, sem que, com isso, sejam distorcidos os fatos históricos. Cada um dos séculos acima que abrange o período formativo de cada um dos direitos, me faz necessário ressaltar que a divisão desses períodos por séculos deve ser feita mantendo uma certa elasticidade, visto que existe ”algum entrelaçamento, especialmente entre os dois ultimo”.
As sociedades modernas ficaram marcadas pela evolução dos direitos num duplo sentido:
Por um lado, houve uma separação funcional dos direitos de cidadania (civis, políticos e sociais).
Por outro, houve uma fusão geográfica, o que quer dizer que os direitos se tornaram nacionais (ao invés de locais) e passaram a variar conforme o contexto histórico de cada nação.
Nas sociedades modernas o “status de hierarquia” – desigual – perde sua razão de ser e dá lugar a um “status de cidadania” – igualitário.
Por status de hierarquia, entende-se o usufruto de alguns direitos (ou privilégios) segundo a posição atual ocupada pelo individuo (nobre, plebeu etc). Em outras palavras, “o status era a marca distintiva de classe e a medida de desigualdade” nas sociedades tradicionais.
Tipologias dos direitos de cidadania:
Direitos civis são os direitos necessários a liberdade individual:
Liberdade de ir e vir
Liberdade de imprensa
Liberdade de pensamento e fé
Direito a propriedade (direito a lutar para consegui-la e a não perde-la, mas não em obtê-la)
Direito de concluir contratos válidos
Direito a justiça (diferente de outros direitos pq implica no “direito de defender a afirmar todos os direitos de termos de igualdade com os outros e pelo devido encaminhamento processual”).
Direitos Políticos ao contrário dos direitos civis, esses trataram de estender certos velhos direitos a novos setores da população. O que quer dizer que no séc. XVIII esses diretos já existiam, só que estavam restritos a parte da população.
Direitos sociais vão desde a um direito mínimo de bem-estar econômico e segurança ao direto de participar, por completo, na herança social e levar a vida de um ser civilizado de acordo com os padrões que prevalecem na sociedade, ou seja, o direito que incluem o direito a educação, saúde, aposentadoria, trabalho etc. (o bolsa família)
Marshall destaca que o método normal de assegurar direitos sociais é o exercício de poder politico. Daí pq eles só se efetivaram no séc. XX, quando já eram universais os direitos civis e políticos. Por isso a lógica na ordem de formação dos direitos.
Período de formação dos direitos de cidadania:
Direitos Civis - vai mais precisamente, do período compreendido entre a revolução francesa e o período de “Reform Act”. No séc. XIX “a cidadania na forma de direitos civis era universal”.
Direitos Sociais- destacando que o direito a educação primaria publica durante o se XIX constitui o primeiro passo decisivo em prol do restabelecimento dos direitos sociais da cidadania no séc. XX.
Os direitos civis eram para poucos e direitos políticos ficam limitados por conta disso. Só no séc. XIX é que eles passam a se expandir. A obrigatoriedade da educação foi um divisor de aguas para Marshall.
Síntese:
“Até o século XIX o desenvolvimento da cidadania exerceu “pouca influencia direta sobre a desigualdade social. Os direitos civis deram poderes legais cujo uso foi drasticamente prejudicado por preconceito de classe e falta de oportunidade econômica. Os direitos políticos deram poder potencial cujo exercício exigia experiência, organização e uma mudança de ideia quando às funções próprias do governo. Foi necessário bastante tempo para que estes se desenvolvessem. Os direitos sociais compreendiam um mínimo e não faziam parte do conceito de cidadania. A finalidade comum das tentativas voluntarias e legais era diminuir o ônus da pobreza sem alterar o padrão de desigualdade do qual a pobreza era, obviamente, a consequência mais desagradável”
Por: Uina Spencer

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