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Fundamentos de Química Orgânica e Inorgânica

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FUNDAMENTOS DE 
QUÍMICA ORGÂNICA 
E INORGÂNICA
Felipe Lange Coelho
Funções orgânicas: 
hidrocarbonetos, álcoois, 
ácidos carboxílicos, 
aldeídos, cetonas, aminas, 
amidas e aromáticos
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Descrever os hidrocarbonetos, os álcoois e os ácidos carboxílicos.
 � Reconhecer a nomenclatura e exemplos de aldeídos, cetonas e aminas.
 � Identificar a nomenclatura e as aplicações de amidas e compostos 
aromáticos.
Introdução
O estudo da química orgânica não deixa de estar relacionado ao estudo 
da vida e dos objetos ao seu redor. Antes de começar a estudar, você 
ingeriu proteínas, açúcares, vitaminas, etc. durante a sua alimentação, que 
irão se transformar em outras moléculas orgânicas no seu organismo, 
por meio de reações bioquímicas (orgânicas), fornecendo energia para 
o seu corpo. Você está utilizando essa energia para abrir o livro e ler o 
seu conteúdo. Durante a leitura, os seus olhos utilizam outra molécula 
orgânica, o cis-retinal, para transformar a luz visível em impulso nervoso. 
Esse impulso será transmitido pelo seu cérebro, via neurotransmissores, 
como a serotonina, fazendo com que você interprete e raciocine o que 
está lendo. Além deste, diversos outros ciclos biológicos, como o ciclo de 
Krebs ou o ciclo do nitrogênio, são governados por diversas moléculas 
orgânicas.
Todo esse conhecimento foi desenvolvido durante séculos, sendo que, 
inicialmente, imaginava-se que as moléculas orgânicas tinham uma força 
vital e somente derivavam de seres vivos. Depois surgiram, no início do 
século XVIII, os primeiros relatos da preparação de ácidos graxos a partir 
de gorduras, até o presente momento, em que são conhecidas moléculas 
e reações orgânicas de alta complexidade. Como todo conhecimento 
tem um início, neste capítulo, diversas classes de compostos orgânicos 
serão apresentadas, junto da sua nomenclatura e aplicação. Entre estes, 
compostos constituídos somente por carbono e hidrogênio (hidrocar-
bonetos), compostos oxigenados (álcoois, ácidos carboxílicos, aldeídos 
e cetonas) e compostos nitrogenados (aminas e amidas). 
Hidrocarbonetos
Ao longo dos seus estudos de química, você viu que uma ligação química é 
formada pela sobreposição de dois orbitais atômicos. No caso do carbono, pode-
-se atribuir que as ligações sejam realizadas a partir de orbitais hibridizados 
sp, sp2 ou sp3. Se você pensar na ligação entre quatro átomos de hidrogênio e 
um de carbono, a molécula formada é o metano, que é o hidrocarboneto mais 
simples existente. Agora, imagine a formação de ligações carbono-carbono 
entre três, quatro, cinco ou seis átomos de carbono, todos por meio de ligações 
simples. Todas essas moléculas propostas são alcanos, sendo que, da mesma 
forma, outros milhares de exemplos de alcanos podem ser pensadas unindo 
carbonos e hidrogênios.
Os hidrocarbonetos são divididos em duas classes principais: os alifáticos 
e os aromáticos (CAREY, 2011). Os alifáticos se distinguem entre alcanos, 
alcenos e alcinos, pela presença de ligações duplas ou triplas (ligações insatu-
radas) na estrutura carbônica. O etano, o eteno e o etino, ilustrados na Figura 1, 
são hidrocarbonetos alifáticos pertencentes, respectivamente, ao grupo dos 
alcanos, alcenos e alcinos. Os compostos aromáticos têm propriedades físicas 
e químicas bastante distintas dos alifáticos e são, geralmente, exemplificados 
pelo benzeno.
Funções orgânicas: hidrocarbonetos, álcoois, ácidos carboxílicos, aldeídos, cetonas, aminas, amidas e aromáticosFunções orgânicas: hidrocarbonetos, álcoois, ácidos carboxílicos, aldeídos, cetonas, aminas, amidas e aromáticos2
Figura 1. Ilustração de hidrocarbonetos alifáticos e aromáticos.
Embora seja mais comum pensar na estrutura linear dos alcanos, a mesma 
quantidade de carbonos permite arranjos estruturais diferentes, em outras 
palavras, um alcano contendo quatro carbonos, por exemplo, pode ter diferentes 
isômeros. Observe na Figura 2 que, nos casos do etano (C2H6) e do propano 
(C3H8), existe apenas um arranjo linear dos átomos de carbono. Porém, isso 
não é observado para estruturas maiores, com quatro, cinco ou seis carbonos. 
Observe que para o butano (C4H10), duas formas são possíveis, ao passo que 
para o pentano (C5H12), os carbonos podem se arranjar de três maneiras dife-
rentes. Extrapolando para um alcano com 30 carbonos, o número de isômeros 
possíveis ultrapassa os 4 milhões (McMURRY, 2011).
Figura 2. Isomeria em alcanos com a mesma quantidade de carbono.
Ao longo do último parágrafo, foram introduzidas as nomenclaturas dos 
alcanos compostos por 2 a 5 carbonos. Continuando, o Quadro 1 apresenta a 
nomenclatura dos alcanos de cadeia carbônica maior. Sendo assim, por exemplo, 
os alcanos lineares C8H18, C12H26 e C21H44 são denominados, respectivamente, 
octano, dodecano e heicosano.
3Funções orgânicas: hidrocarbonetos, álcoois, ácidos carboxílicos, aldeídos, cetonas, aminas, amidas e aromáticosFunções orgânicas: hidrocarbonetos, álcoois, ácidos carboxílicos, aldeídos, cetonas, aminas, amidas e aromáticos
Fonte: Adaptado de Carey (2011).
Número de átomos de carbono Nome
1
Metano
Etano
Propano
Butano
Pentano
Hexano
Heptano
Octano
Nonano
10 Decano
11 Undecano
12 Dodecano
13 Tridecano
14 Tetradecano
15 Pentadecano
16 Hexadecano
17 Heptadecano
18 Octadecano
19 Nonadecano
20 Icosano
21 Henicosano
22 Docosano
23 Tricosano
24 Tetracosano
30 Triacontano
31 Hentriacontano
32 Dotriacontano
40 Tetracontano
50 Pentacontano
100 Hectano
Quadro 1. Nomenclatura de alcanos lineares
Funções orgânicas: hidrocarbonetos, álcoois, ácidos carboxílicos, aldeídos, cetonas, aminas, amidas e aromáticosFunções orgânicas: hidrocarbonetos, álcoois, ácidos carboxílicos, aldeídos, cetonas, aminas, amidas e aromáticos4
A nomenclatura de grupos alquila é semelhante à dos alcanos. Os grupos alquila são 
originados da remoção de um hidrogênio de um alcano. Por exemplo, a remoção de 
um hidrogênio de um metano (CH
4
) dá origem ao grupo metila (–CH
3
). Perceba que 
esses grupos não são espécies estáveis, eles são parte integrante de uma molécula 
maior. Assim, quando você observa um –CH
3 
ligado a um heteroátomo, por exemplo, 
você constata que aquele heteroátomo está ligado a um grupo metila. Os grupos 
alquila são nomeados substituindo a terminação -ano nos alcanos (Quadro 1) por -ila.
Observe que a remoção do hidrogênio pode ocorrer (I) na extremidade da cadeia 
ou (II) nos carbonos ao longo da cadeia. A seguir, serão vistos os principais grupos 
alquila que você estudará ao longo do curso de química orgânica. Vale destacar que 
os prefixos iso, sec e tert eram, inicialmente, nomenclaturas usuais, porém, a grande 
utilização desses nomes em textos científicos fez com que se tornassem padrão.
De um modo geral, a União Internacional de Química Pura e Aplicada 
(IUPAC) determina que a nomenclatura de qualquer composto orgânico é cons-
tituída de três partes: prefixo + cadeia principal (infixo) + sufixo. O prefixo 
se refere aos substituintes, a cadeia principal indica o número de carbonos que 
a constitui e o sufixo indica a função química. No caso dos alcanos lineares, 
como não existe a presença de substituintes, os prefixos met, et, prop, but, 
etc. indicam a quantidade de carbonos na cadeia e a terminação -ano indica 
a classe dos compostos (alcanos) (McMURRY, 2011).
Pref ixo Cadeia principal Suf ixo
Onde estão os substituintes? Quantos átomos
de carbono?
Qual é a função
química?
5Funções orgânicas: hidrocarbonetos, álcoois, ácidos carboxílicos, aldeídos, cetonas, aminas, amidas e aromáticosFunções orgânicas: hidrocarbonetos, álcoois, ácidos carboxílicos, aldeídos, cetonas, aminas, amidas e aromáticos
Já para o caso de compostos com algum substituinte na cadeia principal, 
a nomenclatura é determinada seguindo algumas etapas. Essas etapas são 
discutidas a seguir.
Etapa 1: identifique a cadeia principal, sendo essa a cadeia que tem maior 
númerode átomos de carbono. Note que dependendo de como a molécula foi 
desenhada, a cadeia principal não está aparente.
Etapa 2: identifique os substituintes ligados à cadeia principal.
Etapa 3: numere a cadeia principal de forma que os grupos substituintes 
estejam ligados ao carbono com o menor índice possível, ou, em outras pa-
lavras, inicie a numeração pela extremidade que contenha um substituinte 
mais próximo.
Funções orgânicas: hidrocarbonetos, álcoois, ácidos carboxílicos, aldeídos, cetonas, aminas, amidas e aromáticosFunções orgânicas: hidrocarbonetos, álcoois, ácidos carboxílicos, aldeídos, cetonas, aminas, amidas e aromáticos6
Etapa 4: escreva o nome do composto de acordo com a norma da IUPAC. 
Relembrando: a nomenclatura será formada por prefixo + cadeia principal + 
sufixo. 
Para o caso de compostos cíclicos, o prefixo ciclo- é adicionado antes da 
nomenclatura do respectivo alcano linear. Sendo assim, enquanto o alcano 
linear C6H14 é denominado hexano, o respectivo alcano cíclico é o cicloexano. 
O menor cicloalcano tem três carbonos, o ciclopropano, e geralmente não se 
observa compostos maiores que o ciclooctano. As mesmas etapas empregadas 
para descrever a nomenclatura dos alcanos substituídos são utilizadas para dar 
nome a outras classes de compostos que você verá a seguir, em que a mudança 
do sufixo determina a classe do composto em questão. 
No caso dos alcenos e alcinos, os sufixos que indicam a respectivas classes 
são eno e ino. A identificação da cadeia principal deve ser atribuída contendo a 
ligação dupla ou tripla. A numeração da cadeia também deve priorizar a ligação 
insaturada com o menor número. No caso do 6-Bromo-3-propil-1-hexeno, a 
cadeia principal é a que contém seis carbonos e a ligação dupla, em vez da 
cadeia de sete carbonos totalmente saturada. Além disso, a numeração inicia 
na ligação dupla e, ao longo da cadeia principal, existem dois substituintes, 
um brometo (posição 6) e uma propila (posição 3). Para as moléculas que 
apresentam ligação dupla e tripla na sua estrutura, os chamados eninos, a 
numeração é iniciada pela extremidade mais próxima, a primeira ligação 
insaturada. A nomenclatura para esses compostos contém os infixos en e in, 
em que a numeração indica a posição em que cada ligação está localizada. 
A Figura 3 ilustra a estrutura do 2-etil-1-penten-3-ino (McMURRY, 2011).
7Funções orgânicas: hidrocarbonetos, álcoois, ácidos carboxílicos, aldeídos, cetonas, aminas, amidas e aromáticosFunções orgânicas: hidrocarbonetos, álcoois, ácidos carboxílicos, aldeídos, cetonas, aminas, amidas e aromáticos
Figura 3. Exemplos de alcenos e alcinos e suas nomenclaturas.
Embora a nomenclatura correta segundo a IUPAC seja a abordada neste capítulo, 
diversos compostos são conhecidos pelos seus nomes usuais. Alguns desses nomes 
são até mais utilizados que os nomes padrão segundo a IUPAC. É o caso do eteno e 
do etino, que são comumente denominados como etileno e acetileno, respectiva-
mente. O mesmo ocorre com outras diversas classes de compostos. A acetona, por 
exemplo, é uma cetona que não é comercializada utilizando o seu nome padrão, e 
sim o usual. A nomenclatura de cetonas, bem como de outros compostos oxigenados, 
será discutida a seguir.
Compostos oxigenados
As classes de compostos orgânicos contendo oxigênio que serão abordadas 
neste capítulo são os álcoois, os ácidos carboxílicos, os aldeídos e as cetonas, 
sendo que as amidas serão tratadas na próxima seção. A Figura 4 apresenta 
as estruturas genéricas dessas classes. Como você pode observar, o grupo 
funcional que caracteriza os álcoois é a hidroxila (OH), enquanto que nos ácidos 
carboxílicos é a carboxila (COOH) e nas cetonas e aldeídos é a carbonila (C=O). 
Nestes últimos, a diferença consiste em um dos substituintes da carbonila ser 
um hidrogênio, configurando um aldeído, ou a carbonila estar ligada a dois 
carbonos, sejam eles primários, secundários ou terciários, caracterizando uma 
cetona (CLAYDEN; GREEVES; WARREN, 2000).
Funções orgânicas: hidrocarbonetos, álcoois, ácidos carboxílicos, aldeídos, cetonas, aminas, amidas e aromáticosFunções orgânicas: hidrocarbonetos, álcoois, ácidos carboxílicos, aldeídos, cetonas, aminas, amidas e aromáticos8
Figura 4. Classes de compostos orgânicos oxigenados.
A regra geral de nomenclatura apresentada na seção anterior permanece 
válida, na qual os sufixos são alterados conforme a classe. Observe o Quadro 2 
com as derivações para a determinação da nomenclatura de compostos orgâ-
nicos, em que se desconsidera a presença de substituintes. Agora que você já 
está familiarizado com a nomenclatura dos hidrocarbonetos, observe que os 
sufixos ano (alcano), eno (alceno) e ino (alcino) são formados, na realidade, 
por an+o, en+o e in+o, nos quais o prefixo que define os hidrocarbonetos é o 
e os complementos an, en e in indicam a presença de ligações simples, duplas 
ou triplas (CAREY, 2011).
Fonte: Adaptado de McMurry (2011).
Número de carbonos Saturação da cadeia Função
1 C: met
2 C: et
3 C: prop
4 C: but
5 C: pent
6 C: hex
7 C: hept
8 C: oct
9 C: non
10 C: dec
an: ligação simples
en: ligação dupla
in: ligação tripla
o: hidrocarboneto
ol: álcool
oico: ácido carboxílico
ona: cetona
al: aldeído
Quadro 2. Nomenclatura de compostos orgânicos
À medida que os seus estudos em química orgânica forem avançando, sur-
girão moléculas mais complexas que apresentam, além dos grupos funcionais 
característicos de determinada classe, ligações duplas ou triplas. Assim, se fazem 
9Funções orgânicas: hidrocarbonetos, álcoois, ácidos carboxílicos, aldeídos, cetonas, aminas, amidas e aromáticosFunções orgânicas: hidrocarbonetos, álcoois, ácidos carboxílicos, aldeídos, cetonas, aminas, amidas e aromáticos
necessárias designações tanto para as funções orgânicas quanto para insatura-
ções ou substituintes presentes. Na Figura 5 estão ilustrados alguns compostos 
com as suas respectivas nomenclaturas, que serão discutidas a seguir com base 
no Quadro 2 anterior. Nessa Figura 5, são apresentados compostos de menor 
complexidade de cada uma das classes de compostos oxigenados. São estes 
o pentanol, o ácido butanoico, a 3-pentanona e o hexanal. Nesses compostos, 
não existem substituintes e a nomenclatura é obtida por meio da determinação 
do número de carbonos da cadeia principal e a utilização do sufixo adequado. 
Quando o grupo funcional que caracteriza a classe do composto está 
presente duas ou mais vezes, antes do sufixo, se utiliza as derivações di, tri, 
tetra, etc., para determinar a quantidade deste. Na Figura 5, os compostos 
1,2,3-propanotriol, 2,4-hexadiona e ácido 2-cloro-3-metil-hexanodioico apre-
sentam essa regra na sua nomenclatura. A exemplificação da nomenclatura 
de compostos orgânicos que apresentam insaturações é apresentada pelos 
compostos 4-hexen-2-ona, ácido hepta-3,5-dienoico e 2-butenal. Note que nesse 
último ácido carboxílico, a derivação di é referente às duas ligações duplas, e 
não à presença das duas carboxilas, sendo que sempre a derivação que indica 
a instauração é escrita antes do prefixo referente à classe (CAREY, 2011).
Figura 5. Exemplos de álcoois, ácidos carboxílicos, cetonas e aldeídos.
Funções orgânicas: hidrocarbonetos, álcoois, ácidos carboxílicos, aldeídos, cetonas, aminas, amidas e aromáticosFunções orgânicas: hidrocarbonetos, álcoois, ácidos carboxílicos, aldeídos, cetonas, aminas, amidas e aromáticos10
Outro ponto que pode gerar dúvida é a posição dos números que indicam a 
localização dos grupos funcionais e insaturações. No caso da 2,4-hexadiona, os 
números que indicam as carbonilas estão posicionados antes na nomenclatura, 
enquanto que na 4-hexen-2-ona, esses números estão no meio do nome do 
composto. No primeiro caso, o composto apresenta somente a carbonila de 
grupo funcional, portanto, a numeração obrigatoriamente se refere à posição 
desta. No segundo caso, é necessário indicar a posição da carbonila e também 
da instauração, assim, a ligação dupla é indicada antes do nome, enquantoo 
grupo funcional é indicado antes do sufixo correspondente.
Até o presente momento, foram abordados compostos que apresentam 
somente um grupo funcional na sua estrutura. Porém, se um composto 
tiver, por exemplo, uma carboxila (COOH) e uma hidroxila (OH) substitu-
ídas na cadeia principal, o sufixo utilizado é o dos álcoois ou o dos ácidos 
carboxílicos? Nesses casos, alguns grupos funcionais têm prioridade em 
relação a outros. A Figura 6 indica a ordem decrescente de prioridade das 
classes estudadas neste capítulo. Portanto, respondendo o questionamento 
anterior, o sufixo utilizado seria o do ácido carboxílico e a hidroxila seria 
tratada como substituinte, da forma como apresenta o exemplo da Figura 6 
(McMURRY, 2011).
Figura 6. Ordem de prioridade para definição do sufixo na nomenclatura.
Fonte: McMurry (2011).
11Funções orgânicas: hidrocarbonetos, álcoois, ácidos carboxílicos, aldeídos, cetonas, aminas, amidas e aromáticosFunções orgânicas: hidrocarbonetos, álcoois, ácidos carboxílicos, aldeídos, cetonas, aminas, amidas e aromáticos
Compostos nitrogenados e aromáticos
As últimas classes abordadas serão as aminas, as amidas e os compostos 
aromáticos. Para os compostos nitrogenados, reitera-se o que foi discutido 
anteriormente no que se refere à composição da nomenclatura (prefixo + 
cadeia principal + sufixo), à numeração dos carbonos na cadeia principal, à 
presença de insaturações, etc. O sufixo empregado para descrever aminas é 
justamente amina, por exemplo, metilamina (H3CNH2). 
As aminas são classificadas como primárias, secundárias ou terciárias de 
acordo com o número de substituintes ligados ao nitrogênio. A nomenclatura 
passa a ser mais complexa à medida que os substituintes no nitrogênio são 
distintos. Por exemplo, uma amina que tem um grupo metila, uma etila e uma 
tert-butila como substituintes é nomeada de N-etil-N-metil-tert-butilamina, 
em que o maior substituinte é definido como o nome principal e os demais 
substituintes em ordem alfabética seguidos de N-, que indica a ligação com o 
nitrogênio. A Figura 7 também apresenta aminas secundárias e sua nomen-
clatura (CLAYDEN; GREEVES; WARREN, 2000).
Figura 7. Aminas primárias, secundárias e terciárias.
Funções orgânicas: hidrocarbonetos, álcoois, ácidos carboxílicos, aldeídos, cetonas, aminas, amidas e aromáticosFunções orgânicas: hidrocarbonetos, álcoois, ácidos carboxílicos, aldeídos, cetonas, aminas, amidas e aromáticos12
As amidas são caracterizadas pela ligação entre o nitrogênio e um grupo 
carbonila. Esses compostos são derivados dos ácidos carboxílicos em que 
a hidroxila é substituída por uma amina. As amidas estão presentes tanto 
na natureza quanto em produtos farmacêuticos e materiais. Na natureza, as 
ligações peptídicas, que são ligações do tipo amida, são responsáveis por ligar 
os aminoácidos para a formação de peptídeos e proteínas, e também pela sua 
conformação, uma vez que as ligações de hidrogênio presentes entre os grupos 
amida são responsáveis pela estrutura secundária das amidas. As amidas 
sintéticas podem ser aplicadas como material para fabricação de diversos bens 
de consumo. O nylon, presente em tecidos, e o Kevlar, que é empregado em 
eletroeletrônicos, equipamentos de segurança, vestuário, etc., são exemplos 
de poliamidas de alta relevância industrial. Na área farmacológica, diversas 
drogas têm um grupo amida, como o paracetamol, a penicilina e o LSD. Um 
solvente muito utilizado em processos químicos, a dimetilformamida, é uma 
amida líquida e incolor com alto ponto de ebulição. 
A nomenclatura das amidas é semelhante à das aminas, que levam em 
consideração o número de substituintes no nitrogênio. Se a amida não tem 
substituintes, o nome é formado por prefixo + infixo + amida. Se for mo-
nossubstituída (um hidrogênio substituído por um grupo alquila), o nome é 
formado por N + nome do radical + prefixo + infixo + amida. De maneira 
semelhante, a maneira como as amidas secundárias são nomeadas é N,N + 
nome dos radicais + prefixo + infixo + amida. A Figura 8 ilustra a estrutura 
e a nomenclatura de algumas amidas (CAREY, 2011).
Figura 8. Estrutura e nomenclatura de amidas. 
A última classe de compostos abordada nesse capítulo são os aromáticos. 
Como as regras para definir a aromaticidade de um composto não serão 
estudadas neste capítulo, o benzeno é o principal representante dessa classe 
e será utilizado nas discussões. A aplicação do benzeno é tão grande que ele 
é considerado um bloco de construção na química, ou seja, uma estrutura 
13Funções orgânicas: hidrocarbonetos, álcoois, ácidos carboxílicos, aldeídos, cetonas, aminas, amidas e aromáticosFunções orgânicas: hidrocarbonetos, álcoois, ácidos carboxílicos, aldeídos, cetonas, aminas, amidas e aromáticos
que serve como base para o desenvolvimento de diversas outras. Na natureza 
e na indústria, observamos o benzeno em aminoácidos, neurotransmissores, 
fármacos, solventes, polímeros, etc. O radical alquílico do benzeno é a fenila, 
portanto, quando o benzeno é o substituinte de alguma outra classe, é comum 
que seja nomeado dessa forma. A nomenclatura dos derivados do benzeno 
segue a regra genérica em que o sufixo utilizado é próprio nome benzeno. Na 
Figura 9, você pode observar a estrutura no aminobenzeno ou do etilbenzeno. 
Já no ácido benzoico e no benzaldeído, o benzeno é o substituinte. Portanto, 
seguindo as regras de prioridade, os sufixos utilizados são os do ácido carboxí-
lico e do aldeído, respectivamente. A acetofenona é um exemplo de composto 
em que o radical fenila é utilizado na nomenclatura (McMURRY, 2011).
Figura 9. Compostos aromáticos.
Ao longo do curso, não será incomum ver compostos que são designados 
pelo seu nome usual. Alguns deles, com o tempo, são memorizados, porém, 
tenha em mente que as regras universais da IUPAC são as aconselhadas para 
nomear qualquer composto químico. Da mesma forma, o número de classes de 
compostos orgânicos não se restringe aos que foram discutidos neste capítulo. 
Portanto, necessitando nomear algum composto, os manuais da IUPAC contêm 
as regras para todas as classes, inclusive aquelas mais complexas.
Funções orgânicas: hidrocarbonetos, álcoois, ácidos carboxílicos, aldeídos, cetonas, aminas, amidas e aromáticosFunções orgânicas: hidrocarbonetos, álcoois, ácidos carboxílicos, aldeídos, cetonas, aminas, amidas e aromáticos14
CAREY, F. A. Química orgânica. 7. ed. Porto Alegre: Bookman, 2011. v. 1.
CLAYDEN, J.; GREEVES, N.; WARREN, S. Organic chemistry. Oxford: Oxford University 
Press, 2000. 
MCMURRY, J. Química orgânica. 7. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2011.
Leitura recomendada
CAMPBELL, M. K.; FARRELL, S. O. Bioquímica. 3. ed. Artmed, 2001.
15Funções orgânicas: hidrocarbonetos, álcoois, ácidos carboxílicos, aldeídos, cetonas, aminas, amidas e aromáticosFunções orgânicas: hidrocarbonetos, álcoois, ácidos carboxílicos, aldeídos, cetonas, aminas, amidas e aromáticos
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