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resumo dos textos GT

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Abordagens Psicoterápicas 
Gestalt-terapia 
 
Autorregulação organísmica e homeostase 
 
Autorregulação organísmica 
É o princípio natural que rege o funcionamento do 
organismo 
↪ Antes era entendido como impulso ou drive 
↪ Foi substituído pela ideia de potencialidades, que 
são capacidades naturais do organismo de lidar com 
o meio afim de estar sempre buscando a 
autorregulação 
● em resumo, a autorregulação organísmica é uma 
potencialidade própria do organismo. 
É um princípio holístico, porque o organismo faz parte 
da natureza. Rege tanto os níveis individuais quanto 
ambientais do seu funcionamento 
A autorregulação permite que o organismo se 
organize para buscar modos eficientes para satisfazer 
no meio suas necessidades mais imediatas. 
O fim último da autorregulação é a busca do bem-
estar, do prazer e da harmonia 
Perls: o grande desafio da autorregulação é que ao 
mesmo tempo que precisamos nos ajustar, isso só 
pode ser feito de modo criativo e inovador. 
Goldstein: a mudança é parte da autorregulação e 
adaptar-se a ela é fundamental para o resgate da 
saúde do organismo. 
Mudar constantemente é fundamental para 
funcionarmos do modo mais saudável possível ao 
longo da vida. 
O crescimento se dá como processo de 
autorregulação: homeostase - processo de busca de 
satisfação de necessidades na direção de um 
equilíbrio dinâmico no campo organismo 
Homeostase 
Goldstein: equiparava a autorregulação organísmica 
ao princípio homeostático 
↪ busca do corpo pela manutenção das condições 
estáveis ou constantes do meio interno do corpo 
Princípio autorregulativo 
É um princípio geral, que se aplica a qualquer sistema. 
É o que governa nossas relações com o meio 
externo e é o mesmo princípio intraorganísmico de 
busca de equilibro. 
É acreditar que as ações do ser humano buscam a 
harmonia e realização, jamais autodestruição. 
O papel da frustração no ciclo 
autorregulativo 
O ser humano pode experimentar a frustração diante 
do impedimento da resolução de modo ideal de sua 
necessidade sem que se paralise por essa experiencia, 
ele poderá criar outros recursos e alternativas 
(ajustamento criativo) para tentar se autorregular; 
Sem a frustração não existe necessidade e nem 
mobilização de recursos para descobrir a sua própria 
capacidade. 
Papel da criatividade 
Perls: concebe o homem como dotado de um 
potencial criativo que lhe assegura novos modos e se 
expressar e agir 
Ser criativo é algo inerente a natureza do organismo 
Criatividade – capacidade do ser humano de buscar 
respostas novas aos entraves do meio 
 ↪ essencial no processo autorregulativo. 
Nem sempre, na interação indivíduo-meio, a 
satisfação total é possível, então é necessário 
criatividade e a possibilidade de “inventar” novos 
modos de resolver, são fundamentais para 
estabelecer um funcionamento saudável. 
Pensamento e fantasia – grandes aliados na procura 
mental de outras saídas. 
A disfuncionalidade surge quando o indivíduo percebe-
se impedido de realizar uma ação esperada no meio 
e se paralisa, não buscando outras soluções – estagna 
seu fluxo autorregulativo e estanca. 
Autorregulação e adoecimento 
psíquico 
Goldstein: expandiu o alcance do princípio da 
autorregulação para pensar o adoecimento psíquico 
do ser humano como processos nos quais existem 
bloqueios e rupturas no ciclo natural da 
autorregulação 
Quando o processo homeostático falha, quando o 
organismo se mantém num estado de desequilíbrio 
por muito tempo e é incapaz de satisfazer suas 
necessidades, está doente. 
Restrições severas e impedimentos constantes de se 
autorrealizar, podem gerar reações sintomáticas 
devido a frustração de suas necessidades mais básicas 
– o sujeito busca se adaptar à situação de algum jeito, 
mas passa a funcionar de um modo não harmônico e 
pode ter atitudes destrutivas. 
Visão inovadora para a psicopatologia: compreende 
que todo sintoma foi incialmente uma tentativa de 
buscar a autorregulação diante de um impedimento 
do meio 
A experiência neurótica é também autorreguladora - 
a energia encontra-se presa a uma tarefa que não 
pode ser acabada 
Hierarquia de necessidades 
Capacidade de descriminar e escolher aquilo que se 
torna mais importante e prioritário a cada momento 
As necessidades são diversas e perturbam o 
equilíbrio, que quando afetado, o organismo busca 
restaurá-lo por meio do contato ou da fuga 
A hierarquia não é fixa 
Para lidar com as diversas necessidades, a pessoa 
organiza-se para satisfazê-las, já que uma será 
atendida por vez, criando-se assim, uma hierarquia 
A necessidade prioritária será figura; as demais 
recuam para o fundo até que se tornem emergentes 
e possam ser atendidas 
Esse processo de figura-fundo se denomina de 
processo de formação da gestalt 
Quando a necessidade dominante é desfeita, a gestalt 
se fecha e volta para o campo, a figura retorna ao 
fundo e um novo ciclo se inicia 
Dominâncias espontâneas: o que é importante para a 
pessoa, necessidades de uma situação atual e 
evidenciam a hierarquia de necessidades X 
Dominâncias não espontâneas: Aquelas que são 
forçadas e impostas; envolvem menor motivação 
Quando ocorre algum tipo de perturbação ou 
interferência, a necessidade não é satisfeita e Gestalt 
não é satisfeita, a Gestalt não se fecha, criando assim 
uma situação não acabada 
A tensão e o resíduo que se formam interferem na 
capacidade do organismo de reagir às novas situações 
no presente, assim o fluxo do processo de 
crescimento se interrompe – a vida torna-se 
repetição - acarretando sentimentos de 
aprisionamento no passado, insatisfações 
Para reconhecer essa ocorrência na clínica, 
percepção de confusão, dificuldade de realizar 
escolhas e tomar decisões, impossibilidade de projetar 
o futuro, sensação de esforço excessivo, etc. 
Princípio de figura/fundo 
Para compreender o funcionamento do ciclo da 
autorregulação organísmica, é importante entender o 
princípio figura/fundo 
A necessidade dominante se torna figura de primeiro 
plano, e as outras necessidades recuam para segundo 
plano. 
A necessidade dominante é a que exige mais 
agudamente ser satisfeita. 
O adequado funcionamento da autorregulação se dá 
como um fluxo, um ciclo vital no qual a reversibilidade 
de figura/fundo é fundamental 
A interrupção ou fixidez desse fluxo é um processo 
não saudável ou não funcional 
A necessidade dominante quando não atendida, 
“rouba” energia da próxima necessidade da hierarquia 
A terapia gestáltica 
Busca reestabelecer a fluidez do processo de 
formação figura/fundo por meio da análise das 
estruturas internas da experiencia presente 
O processo psicoterapêutico busca, por meio da 
awareness, permitir que o fluxo autorregulativo se 
reestabeleça plenamente, os sintomas sejam 
ressignificados e outros modos de agir e estar no 
mundo sejam alcançados 
↪ A awareness não é uma reflexão sobre o 
problema, mas é ela própria uma integração 
criativa deste. 
Mudanças não ocorrem apenas por meio da 
psicoterapia: 
↪ estar atento a nossa experiencia, buscando 
contato pleno com as emoções, sensações, e 
pensamentos que emergem e permitindo-nos 
identificar as reais necessidades que surgem em 
cada momento, é, por si só, uma experiencia 
curativa. 
Para que a reintegração ocorra, Perls dá especial 
destaque a importância do autosuporte do cliente, que 
deixaria cada vez mais de depender do referencial 
externo (suporte ambiental) e passaria a confiar mais 
na própria sabedoria organísmica, no seu fluxo 
autorregulativo. 
O processo de maturação é a transferência do apoio 
ambiental para o auto apoio, e o objetivo da terapia é 
fazer com que o paciente não dependa dos outros e 
descubra que desde o primeiro momento ele pode 
fazer muito mais do que ele acha que pode. 
A psicoterapia é a restauração do poder de 
ajustamento criativo do paciente, processo de 
autorrealização de suas potencialidades criativas 
É importante que o psicoterapeuta compreenda que 
o sintoma, o adoecimento e asorganizações 
defensivas são formas de ajustamento criativo, porém 
disfuncionais pois estão desatualizadas e de 
desconsiderar a existência de outros recursos 
Acolher sua singularidade, sustentar seu sofrimento, 
compartilhar fragilidades 
Lugar do terapeuta como testemunha 
 
Ajustamento criativo e hierarquia de valores ou 
necessidades 
 
Gestalt-terapia 
“O recurso de todos os recursos é a fé na existência 
de recursos” - confiança na capacidade criativa do ser 
humano é um dos pilares fundamentais. 
Perls: revelou a necessidade ética de enraizamento na 
comunidade humana, o que só pode acontecer como 
acolhimento do singular e do criativo. 
Perls: no fundo do eu havia um outro, uma 
comunidade. 
Não poder confiar é nunca ter vivido a experiência de 
encontrar lugar na vida de um outro. É estar 
desenraizado. 
Enraizar é desconstruir o mundo do jeito que se 
organiza, atualizando o mundo a partir de sua 
singularidade, recriando-o. 
O homem é um ser DE fronteiras – viver na fronteira 
é viver na comunidade humana: estar com o outro 
sem deixar de ser si mesmo e para se tornar si 
mesmo. 
 A fronteira é onde se dá a experiência - o que 
possibilitará a constituição do si mesmo sem aniquilar 
a si ou ao outro, alcançando a diferenciação e a união, 
vivendo no tempo e no lugar, aberto ao novo e ao 
inédito. 
Essa abordagem contempla essas facetas do humano: 
o campo da interdependência, a constituição do si 
mesmo ante o outro, o crescimento como processo, 
a necessidade de enraizamento e de abertura, o 
ajustamento criativo. 
O homem realizado: é o homem aberto, em 
constante processo de atualização, transformação e 
realização criativa, capaz de unir-se e de separar-se 
ritmicamente, de tocar e ser tocado pelo mundo. 
É o homem singular, que cresce de modo contínuo, 
responsável pela própria existência e consciente de 
seu lugar e participação no mundo que o cerca. 
O ethos revela as necessidades básicas que precisam 
ser contempladas para que nos tornemos humanos - 
é por meio do ethos que os psicoterapeutas poderão 
acolher e compreender a pessoa: sua subjetividade, 
sofrimento, formas de adoecimento, recursos. 
A relação terapêutica em Gestalt-terapia, 
compreendida como intersubjetividade - é o lugar da 
ética: morada, hospitalidade, solidariedade, ternura, 
cuidado, encontro, solo fértil a partir do qual o paciente 
pode enraizar-se, acontecer em sua singularidade, 
atualizar suas potencialidades. 
A Gestalt-terapia é prática dialógica (travessia e 
transformação compartilhadas) - abertura e 
disponibilidade para se deslocar dos próprios 
referenciais e ser tocado e transformado pelo modo 
de funcionar do paciente, que nos revelará o que 
antes dele desconhecíamos. 
Perls: função da terapia e transformar pessoas de 
papel em pessoas reais. 
A concepção de homem do psicoterapeuta estará 
sempre presente no processo terapêutico - a 
antropologia da Gestalt é a antropologia da esperança: 
o homem é capaz de ir além do trágico e da errância, 
capaz de se transformar e crescer. 
Uma abordagem integrativa e interativa que considera 
o homem uma totalidade unificada que se autorregula 
a partir da interação com o meio. 
O contato é o paradigma fundamental da Gestalt-
terapia - por meio do contato e da fuga satisfazemos 
nossas necessidades 
O contato é o reconhecimento das diferenças, do 
outro - só há experiência quando ocorre contato 
Perls: Todo contato é ajustamento criativo do 
organismo e ambiente 
O homem é uma totalidade que se autorregula, num 
processo constante de interação com o meio 
Ajustamento Criativo 
Fazer uso de outras formas de busca de satisfação 
quando não há resolução de uma satisfação de modo 
primeiramente desejado 
Busca do equilíbrio entre aquilo que se precisa e as 
possibilidades existentes no meio 
Não é um modo padronizado e mecânico 
Dimensões do sofrimento e do adoecimento e 
humano: a prisão, a dispersão e a divisão. 
Voar sem enraizar é perder-se, estar sem chão. 
Enraizar-se sem voar é aprisionar-se, sem a 
possibilidade de vislumbrar o céu. Voar sem enraizar 
e enraizar sem voar é estar dividido, partido, 
desintegrado. 
Sem abertura e liberdade para enraizar e voar não há 
presente, não há ritmo, não há fluxo. 
Perls: considera que o ritmo é o senhor de tudo. 
Enfatiza a presença da pessoa no presente - 
atualização do passado e pressentimento do futuro 
Uma criatividade que ajusta e um ajustamento que 
cria polaridades que se inter-relacionam e compõem 
a realidade 
Ajustar-se implica imprimir sua marca nos 
acontecimentos da vida, “pessoalizando-os”, tornando-
a própria 
Ajustar-se é viver a vida como fluxo, na interação 
com os outros e os acontecimentos, apropriando-se 
e criando recursos, assumindo a responsabilidade das 
nossas ações e escolhas 
O ajustamento sem a criatividade é a adaptação 
excessiva, acomodação, conformismo 
Superação de estruturas relacionais funcionais sem 
negá-las como matriz - encerrar situações inacabadas 
para que novos espaços sejam explorados – a 
realidade é flexível e pode ser transformada 
Yontef: o ajustamento criativo é o relacionamento 
entre a pessoa e o meio no qual há responsabilidade 
e engajamento na condução da vida, lidando com seu 
espaço e criando as condições que conduzirão ao seu 
próprio bem-estar = diferente de autossuficiência, 
mas como uma capacidade de reagir às dores que 
acompanham o crescimento, encarando-o cm 
responsabilidade 
A criatividade e o ajustamento criativo são 
polaridades, um não existe sem o outro 
A capacidade de sustentar-se numa situação, 
de forma diferente, usando os recursos 
disponíveis 
Ajustamento Criativo disfuncional 
Buscar se sustentar de forma rígida e estereotipada 
Não se reconhece como EU 
Não consegue mais se diferenciar entre o que é meu 
e o que é do outro 
Confusão entre o que intoxica e o que o nutre 
A interação é estereotipada e assume a forma de 
controle defensivo 
Quando há grandes perturbações na hierarquia das 
necessidades, a pessoa passa a não se responsabilizar 
por sua existência, sente-se desprovida de recursos 
 
A sabedoria da resistência 
Resistência 
Resistência é o resíduo de uma tentativa de diálogo 
interrompido abruptamente no meio da frase. 
As raízes da resistência são interpessoais e 
ontológicas, assim como intrapsíquicas. 
A maneira como a resistência se manifesta na terapia 
é um produto da interação entre terapeuta e cliente. 
Resistência como autoproteção 
Toda resistência é apenas uma manifestação de 
como essa pessoa sente-se vulnerável. 
É um comunicado do medo de assumir riscos que 
não tinham suporte na experiência anterior da pessoa 
- é uma forma essencial de autoproteção. 
A resistência é sempre um muro com dois lados – 
do ponto de vista externo: a pessoa está fechada, do 
ponto de vista subjetivo é uma evitação de um 
sofrimento psíquico. 
É um muro semipermeável que encerra feridas 
antigas sensíveis - é tarefa do psicólogo ajudar o 
cliente a tornar o muro mais permeável. 
A sabedoria da resistência 
Se encararmos a resistência como emergindo de um 
ponto em que a pessoa não tem suporte interno para 
lidar com a situação ameaçadora, podemos dizer que 
há uma sabedoria nessa resistência. 
As raízes intrapsíquicas não interpessoais – sua 
origem está na vulnerabilidade inerentes à infância - a 
abertura ingênua aos outros nos primeiros anos de 
vida traz a dor inevitável 
Decorre da ilusão da perfeição da infância - a 
awareness surpreendente de que não sou sempre 
aceito, nem aceitável - apenas “ser” não é suficiente, 
também tenho que “fazer”. O “fazer” impõe o risco e 
o medo de não ser aceito e nem amado. 
A resistência é a forma de a pessoa ser no mundo. 
É sempre uma resposta as necessidades múltiplas – 
o que é visto como resistência em um nível, pode, na 
verdade, estar satisfazendo necessidades em outro 
nível. 
O problema da resistência 
O problema da resistência é que ela é anacrônica - 
não é uma resposta a situação presente - 
esquecemosa decisão tomada a longo tempo e 
falhamos no uso de recursos atuais de maneira 
apropriada, ou seja, caímos na inércia - o medo inibe 
o crescimento. 
A resistência protege, mas impede a pessoa de 
crescer: ela corta diálogo com o mundo 
A resistência pode ser uma expressão profunda de 
alguma coisa que a pessoa precisa 
desesperadamente, e essa é a única forma que ela 
conhece para cuidar de si mesma. 
Diferente de um protetor de verdade, a resistência é 
primariamente defensiva, em vez de nutritiva - o 
comportamento resistente impede a nutrição que 
poderia vir dos outros 
Gestalt-terapia 
Para entrar no mundo experiencial do cliente, será 
essencial compreender as partes resistentes de sua 
personalidade - “em vez de procurar remover a 
resistência, é melhor colocá-la em foco. Na melhor das 
hipóteses a pessoa cresce através de resistência e, 
na pior, a resistência é uma parte de sua identidade”. 
“Quanto mais rápido eu aceitar a resistência do 
paciente, mais rápido virá o dia que ele se tornará 
mais colaborador na sua relação comigo”. 
O cliente que vem para a terapia não está valorizando 
sua resistência - é mais provável que ele tenha 
rejeitado essa parte sua e, por consequência, está 
sempre em guerra consigo mesmo. 
Ambivalência do ciente em relação à resistência - 
inconscientemente está resistindo, mas em algum 
nível sente que está trabalhando contra si mesmo. 
Se o terapeuta aceita com cuidado excessivo o 
desafio de “curar” alguém, a tendência é fazer surgir 
mais resistência. 
A tarefa inicial do terapeuta dialógico é entender a 
sabedoria da resistência. O terapeuta deve 
reconhecer o quão limitante a resistência pode ser, 
mas torná-lo predominante muito cedo é fazer da 
terapia um campo de batalha, com um vencedor e 
um perdedor 
O valor criativo da resistência 
É preciso que o terapeuta veja na resistência seu 
valor criativo e aprecie essa parte da pessoa. Com 
essa atitude o cliente é convidado a começas a 
apreciar uma parte até então rejeitada de si mesmo. 
Nenhum progresso real pode ser feito em terapia, até 
que o cliente esteja disposto a fazer isso. 
É importante descobrir o que a resistência está 
dizendo – só quando o cliente for capaz de entender 
isso, a mudança ocorrerá. 
Quando a pessoa para de se castigar por causa da 
derrota face à resistência, então já foi alterada a 
dialética das expectativas irreais, por um lado, e por 
outro, a sensação do fracasso – dar valor a resistência 
muda a dinâmica interna. 
A resistência deve ser abraçada e incorporada – a 
única forma de chegar onde se deseja, é aceitar onde 
está - para crescer é preciso valorizar até as partes 
indesejáveis. 
Transferência 
A resistência do cliente é frequentemente um 
aspecto do que tradicionalmente é chamado de 
transferência - o cliente se manifesta na situação 
terapêutica com muitos dos mesmos medos e 
expectativas que ele tem em outras situações 
interpessoais 
A resistência transferencial é uma função do “entre”, 
do encontro terapeuta/cliente. 
A falta de responsividade do terapeuta pode provocar 
ou amentar a resistência. 
 
A resistência “entre” 
Uma das questões inquietantes da alma que precisa 
ser questionada em toda psicoterapia é: quem está 
sendo resistente: o cliente ou o terapeuta? 
Frequentemente ambos. 
Uma tendência humana natural dos terapeutas, como 
autoprotetores, é ficar na defensiva diante da 
resistência do cliente 
A principal defesa do terapeuta é observar a 
resistência apenas como uma defesa do cliente 
A resistência do cliente é frequentemente 
exacerbada pela própria resistência do terapeuta, ou 
seja, as expectativas e os medos que não permitem 
ao terapeuta abranger o comportamento do cliente. 
Uma das formas mais básicas de resistência do 
terapeuta e que pode emergir secretamente, 
acontece quando o terapeuta impõe um método na 
terapia que não é consoante com as necessidades do 
cliente. 
O objetivo da terapia é fazer contato com o cliente e 
não com a teoria. 
Os terapeutas são humanos e é essa humanidade que 
contribui para a cura em terapia – os clientes passam 
a ver as falhas humanas do terapeuta, assim como sua 
coragem, esforçando-se para lidar com essas 
limitações existenciais. 
Há também sabedoria na resistência do terapeuta – 
ela informa quais são os limites entre sua abertura e 
a aceitação dos outros, e a necessidade de expandir 
ainda mais esses limites. 
O terapeuta se tornará aware de algumas de suas 
resistências na terapia, embora não seja o foco. Se 
existem resistências significativas por parte do 
terapeuta, deverão ser levadas para a supervisão ou 
para a própria terapia. 
É a confiança no terapeuta e na relação que se 
estabelece uma ponte sobre a aparente divisão criada 
pela resistência. 
A resistência como um ponto de 
contato 
É tarefa criativa do terapeuta poder encontrar o 
cliente no ponto de sua resistência 
Toda resistência é uma evitação de um 
comportamento e ao mesmo tempo um contato 
intrapsíquico consigo mesmo. 
É o contato com antigas necessidades de defesa ao 
passo que, paralelamente, ocorre o contato 
intrapessoal – um contato através do conflito 
A resistência é um contato defensivo me 
marcadamente delimitado. 
Sua importância é ressaltada pela realidade de que, 
nesse ponto, outros abandonaram aquela pessoa. 
O desafio do terapeuta é encontrar, criativamente, os 
meios de estabelecer um diálogo com essa pessoa e 
sua resistência. Encontrar o cliente no ponto de 
contato e incluir a resistência e vê-la como ponto de 
contato “entre” e não meramente como uma força 
de oposição. 
Em vez de ficar desanimado com a resistência o 
terapeuta poderia muito bem saudá-la e ver o porquê 
de o paciente precisar se comportar dessa forma. 
É exatamente nesse ponto que o cliente está mais 
ferido e demarca um novo nível de encontro entre 
cliente e terapeuta, abrindo possibilidade de ser um 
meio para a cura 
Ver a resistência como legítima e essencial, uma 
sabedoria – o terapeuta deve encontrar o cliente no 
ponto da resistência, bem como unir-se a ela. “Unir-se 
a” é o próximo movimento depois do contato com o 
ponto de resistência. 
Aliar-se significa pôr-se no lugar cliente. É necessário 
se colocar como o lado resistente do cliente, porque 
o cliente por si mesmo pode não estar 
completamente aware de sua resistência. 
Somente quando é possível aliar-se à resistência pode 
a cura genuína - aliar-se não significa se opor em 
força. 
A tarefa do terapeuta é ajudar os clientes a se 
tornarem aware daquelas resistências que interferem 
grosseiramente no funcionamento saudável. Significa, 
também, reconhecer que certas “resistências” são, de 
fato, partes de nossa existência e são parte do estar-
no-mundo. 
 
Compreensão clínica em Gestalt-terapia: 
pensamento diagnóstico processual e 
ajustamentos criativos funcionais e 
disfuncionais 
Modelo médico de diagnóstico 
Modelo médico – diagnóstico como um processo 
investigativo que deve preceder o tratamento ou a 
intervenção clínica 
Diagnóstico como algo fixo ou como um “rótulo” – 
despersonalizante, rótulo limitante. 
Supõe: 
→ que uma situação orgânica tem uma causa que a 
antecede 
→ que o controle dessa situação é mais possível se 
essa causa for conhecida 
→ que a descoberta e a descrição exata da causa 
são problemas que podem ser cientificamente 
investigados 
 
Movimento humanista e antipsiquiatria anos ’60 - 
acreditava-se que o diagnóstico reduzia as pessoas a 
conceitos e as categorizava, sendo antiterapêutico e 
repressivo. 
↪ visão de diagnóstico como critérios diagnósticos, 
que tem função operacional e o objetivo é 
oferecer uma convenção que possibilite uma 
comunalidade de linguagem e de critérios 
↪ Agrupam, nomeiam e classificam aquilo que se 
refere à perda dos mecanismos normais de 
funcionamento – CID e DSM 
● Oferecem comunalidade – o que há de comum 
entre os homens 
↪ Essas classificações são uteis por proporcionar 
uma linguagem em comum, importantes no 
trabalho interdisciplinar 
↪Descrevem o que há de comum entre as 
pessoas portadoras de determinado distúrbio, mas 
não descrevem o conteúdo singular dos sintomas 
em cada paciente e seu significado 
● Falta-lhes singularidade – o que há de diferente, 
próprio, singular em cala homem 
Esse modelo de diagnóstico é insuficiente para o 
desenvolvimento do trabalho clínico → é necessária a 
compreensão da dinâmica e da complexidade de cada 
paciente em sua singularidade existencial 
É preciso que nos afastemos do modelo médico. 
Concepção de homem na GT 
Homem como uma totalidade, em constante 
processo de crescimento e desenvolvimento – 
concepção holística 
↪ ser biopsicossocial dotado de múltiplas 
dimensões: física, afetiva, intelectual, social, cultural 
e espiritual 
É preciso uma atenção a suas dificuldades e 
sofrimentos, e a suas possibilidades e potencialidades 
no processo terapêutico 
É necessária uma concepção de diagnóstico que 
contemple esses aspectos sem excluir os demais 
 
 
 
 Diagnóstico em GT 
Investigação ao longo do processo terapêutico, lado a 
lado com o tratamento 
Reconfiguração do diagnóstico conforme investigação 
e tratamento se desenvolvem no processo 
psicoterapêutico 
Implica um processo dinâmico e contínuo de 
formação e destruição de Gestalten (Gestalt no plural) 
Diagnóstico deve ser entendido como a descrição e 
a compreensão de cada cliente em sua singularidade 
existencial 
↳ é preciso compreender o que cada sintoma e 
queixa significam no contexto específico em que 
surgiram e no conjunto da vida da pessoa, bem 
como a que propósito serviram 
Não deve ser vinculado a uma doença ou 
anormalidade, e sim ao modo de existir a alguém 
Diagnosticar implica pensar os processos de 
ajustamentos criativos funcionais e disfuncionais. 
Awareness 
Capacidade de aperceber-se do que se passa dentro 
e fora de si no momento presente, seja em que 
dimensão for (corporal, mental, emocional) 
Perceber os meios externo e interno, mediante 
recursos perceptivos emocionais 
Contato 
Se dá por meio das Funções de Contato: 
 ↪ Visão, audição, olfato, tato, fala e movimento 
É pelas funções de contato que nossa percepção se 
organiza e nossos sentimentos adquirem significado 
 
Awareness e Contato 
A experiencia é fruto da interação do indivíduo com 
o ambiente, e o que a possibilita é o contato e a 
awareness 
Para que haja awareness é necessário que exista 
contato, embora possa haver contato sem awareness 
 
Contato com awareness empobrecida resulta em 
contato que carece de qualidade 
É o processo de contato de boa qualidade que 
propicia que a interação indivíduo/ambiente seja 
nutritiva e que ocorram mudanças no campo 
relacional pessoa-ambiente → crescimento e 
desenvolvimento 
Hierarquia de necessidades 
● Temos necessidades distintas e inter-relacionadas 
em nossa vida 
↪ de natureza fisiológica – comer, beber, dormir. . . 
↪ de natureza psicológica – relacionarmo-nos com o 
outro, expressarmos emoções, sermos amados e 
respeitados, estabelecimento e manutenção da 
relação com o outro. . . 
Ao longo do desenvolvimento, nossas necessidades 
tornam-se progressivamente mais complexas e 
abrangem diferentes âmbitos de inserção social e 
cultural 
As necessidades se manifestam e se realizam no 
campo indivíduo/ambiente (da experiência) 
→ A satisfação de necessidades se dará por meio da 
interação saudável entre indivíduo e ambiente 
(Eu/não Eu) 
→ O outro faz parte do ambiente e as experiencias 
do indivíduo são relacionais desde o início da vida 
● Hierarquia de necessidades: 
Quando diferentes necessidades ocorrem ao mesmo 
tempo, a pessoa atende à necessidade dominante 
primeiro 
contato 
awareness 
Trata-se de uma hierarquia que, no caso de 
ajustamentos criativos funcionais, sempre varia – a 
todo momento nossas necessidades mudam 
Ajustamento criativo funcional 
O atendimento de necessidades ocorre por 
intermédio do ajustamento criativo 
↪ capacidade de satisfazer às nossas necessidades 
de acordo com a nossa hierarquia de necessidades 
e com as possibilidades no campo organismo/meio, 
simultaneamente 
↪ capacidade de interagir de modo ativo com o 
ambiente na fronteira de contato, adaptando, 
quando necessário, a demanda das necessidades 
às possibilidades de atendimento do ambiente 
Ajustamento criativo saudável implica awareness de 
nossas necessidades, bem como ser capaz de 
priorizá-las de acordo com a hierarquia de 
necessidades 
Nos remete as possibilidades e potencialidades do 
paciente 
Ajustamento criativo funcional é um fenômeno 
interativo que ocorre na fronteira de contato e se 
refere à habilidade de se relacionar criativamente com 
o ambiente como indivíduo único, com vistas à 
expressão e ao atendimento de necessidades – 
mantendo uma relação respeitosa com o outro em 
sua unicidade, ao mesmo tempo. 
Ajustamento criativo disfuncional 
É um fenômeno interativo que ocorre na fronteira de 
contato e se refere à inabilidade e/ou impossibilidade 
de se relacionar criativamente com o ambiente 
A pessoa se relaciona por meios de padrões 
cristalizados, padronizados e repetitivos, pelos quais a 
expressão de necessidades e sentimentos é distorcida 
ou suprimida a fim de manter a relação com o outro. 
Ao longo do desenvolvimento, a satisfação de certas 
necessidades pode rivalizar com a manutenção da 
relação com o outro. 
Quando isso ocorre, a pessoa busca formas diferentes 
de expressar suas necessidades, por meio do 
ajustamento criativo, tentando, ao mesmo tempo, 
manter a relação com o outro. 
↪ No entanto, se essas tentativas falharem, haverá 
conflito 
Quanto mais intensa a necessidade e maior a 
dificuldade de expressá-la e satisfazê-la, e quanto mais 
precocemente ela ocorrer, mais provável 
depararmos com sintomas graves (físicos e psíquicos) 
O ajustamento criativo disfuncional implica algum grau 
de desorganização ou distorção do universo das 
percepções e dos sentimentos 
 ↪ o que interfere nos processos de awareness 
 ↪ funcionamento não saudável 
Interfere na qualidade e na possibilidade de 
desenvolvimento das potencialidades da pessoa e na 
ampliação do âmbito e da complexidade de suas 
experiências 
Tobin: “respostas adaptativas necessárias à 
sobrevivência em função de situações difíceis” 
Tais respostas são mantidas em situações atuais 
presentes que parecem semelhantes ou idênticas às 
situações passadas. 
As pessoas tinham escolhas possíveis, apesar de 
sentirem como se não as tivessem, porque não 
podiam fazê-las, seja qual fosse a natureza da 
impossibilidade 
↪ A escolha feita pela pessoa é sempre a escolha 
que ela pôde fazer, naquela circunstância e com 
aquela experiência 
↪ A escolha feita foi em função de uma 
necessidade absolutamente verdadeira e legítima: 
a de sobreviver como indivíduo mantendo a 
relação com o outro 
É preciso considerar a maneira como a pessoa 
percebeu o fato e a reação que isso suscitou nela 
● Princípio da pregnância (da boa forma): 
↪ A organização psicológica será sempre tão “boa” 
quanto as condições reinantes o permitirem 
O princípio da pregnância é o pressuposto do 
conceito de autorregulação organísmica: 
↪ O organismo fará o melhor que pode para se 
regular levando em conta suas capacidades e os 
recursos do ambiente, simultaneamente. 
↪ As respostas adaptativas necessárias à 
sobrevivência que observamos em funcionamento 
não saudável resultam de processos de 
autorregulação organísmica 
↪ São ajustamentos criativos em sua origem e 
constituem aquilo que é possível 
Ajustamentos criativos disfuncionais muitas vezem 
revelam possibilidades que, reconfiguradas, podem 
revelar potencialidades a serviço do desenvolvimento 
de um modo de funcionar saudável e criativo 
Respostas adaptativas em situações infantis difíceis são 
mais significativas por ser quando a necessidade de 
manutenção da relação com o outro é maior e o 
conflito então é mais crucial – mas essas respostas 
adaptativas podem ocorrer com outras situações 
relacionais significativasdifíceis ao longo da vida 
Pensamento diagnóstico processual 
Ao longo do processo terapêutico, constantemente 
se pergunta o que está acontecendo e a serviço do 
quê (para quê). 
Se identifica os ajustamentos disfuncionais e os 
ajustamentos criativos funcionais 
Esse diagnóstico deve acompanhar o processo 
terapêutico levando em consideração o crescimento 
do paciente e suas mudanças ao longo do tempo e 
na sua relação consigo e com o outro 
É necessário compreender a serviço de que se 
constitui aquilo que aparece 
O pensamento diagnóstico processual 
não se refere ao que a pessoa é, mas a como ela 
está a cada momento do processo terapêutico 
envolve uma descrição e compreensão do 
funcionamento psíquico de cada indivíduo singular, 
bem como seu desenvolvimento e mudanças ao 
longo do processo terapêutico 
é singular com cada cliente, por cada um ser único 
não é linear 
não envolve apenas os aspectos disfuncionais do 
paciente – é importante atentar para os aspectos 
funcionais (forças, recursos, sucessos nas 
diferentes áreas, as potencialidades, as capacidades, 
as qualidades, energias etc.) 
● Relação figura/fundo – passado/presente/futuro 
Aquilo que o cliente traz no aqui e agora não é apenas 
seu presente imediato, a-histórico 
O aqui e agora inclui o passado – que surge na forma 
de lembranças e experiências – e o futuro – que se 
apresenta na forma de projetos, anseios, planos. 
O que aparece no relato do paciente é uma figura 
que se insere num fundo 
Fundo – história de vida do cliente, suas experiencias, 
seus relacionamentos passados (em especial as suas 
relações primárias significativas), suas potencialidades 
e seus limites. 
É preciso compreender a relação entre 
 o aqui e agora e lá e então; 
 do passado com o presente – pois a configuração 
presente está relacionada a como a pessoa viveu suas 
experiencias e a como elas a afetaram e ainda afetam 
 entre a figura/queixa e o fundo – pois é a relação 
figura/fundo que dá sentido à figura 
 
Desenvolvimento psíquico saudável 
→ O processo de tornar-se indivíduo decorre da 
qualidade da relação com o outro, que possibilita o 
desenvolvimento psíquico saudável 
“À medida que a pessoa possa experienciar ao longo 
de seu desenvolvimento, uma relação amorosa e 
respeitosa, em que possa expressar suas 
necessidades (sejam elas de que natureza forem) e 
exercer seu potencial, poderá se desenvolver como 
indivíduo único e singular, interagindo com o 
ambiente por meio do ajustamento criativo, de 
acordo com sua hierarquia de valores.” 
Conforme ocorrem os processos de 
desenvolvimento e crescimento, a independência e a 
autonomia da pessoa aumentam 
A necessidade de se relacionar com o outro persiste, 
porém, a natureza dessa relação se modifica 
↪ decresce em grau de dependência, cresce em 
grau de reciprocidade e mutualidade 
Quanto mais se ampliam os processos de 
desenvolvimento e maturação, maiores o âmbito e a 
complexidade das experiencias que se apresentam à 
pessoa, e maior a possibilidade de ela dar conta dessas 
experiências 
● Aspectos necessários para o pensamento 
diagnóstico processual 
↳ não ter nenhuma ideia apriorística em mente – 
estado de disponibilidade interna e abertura ao 
outro, no qual é possível deixar-se entrar em 
contato com aquilo que possa emergir da relação 
↳ atitude respeitosa de curiosidade – tomando o 
cuidado de não invadir, e sim de mostrar interesse; 
perguntar sem insistir, ouvir e acolher sem julgar 
ou avaliar 
↳ estar atento àquilo que impacta – o que chama 
atenção, intriga, não faz sentido, impressiona. . . . 
No discurso do paciente, na aparência, na 
energia, na postura corporal, na afetividade 
(ou seus bloqueios), na voz etc. 
O impacto sinaliza algo que, embora não seja 
compreendido de imediato, pode vir a fazer 
sentido ao longo do tempo 
↳ omissões – o que o paciente não conta, 
deliberadamente ou não. 
 podem ser significativas e esclarecedoras; 
não são percebidas pelos sentidos, mas por 
lacunas no relato verbal 
lacunas podem indicar áreas de dificuldade ou 
menosprezadas pelo paciente 
↳ associações espontâneas – fluxo associativo da 
expressão verbal e não verbal do cliente (seja 
fatos e/ou afetos) 
As associações espontâneas podem revelar 
conexões figura/fundo, das quais o cliente 
muitas vezes não se dá conta 
↳ repetições – podem sinalizar cristalizações, que 
impedem a fluidez e a formação de Gestalten 
 Podem ser re-petições: um pedir novamente 
A questão não é atender ao pedido, e sim 
ouvi-lo no que concerne à sua função, de 
forma que o pedido possa ser ressignificado 
e o processo fluido de formação e destruição 
de Gestalten possa ser restaurado 
“a compulsão neurótica à repetição é sinal 
que uma situação inacabada do passado ainda 
está inacabada no presente” 
“é o esforço repetido do organismo para 
satisfazer sua necessidade que causa a 
repetição” 
● Sintomas que podem sinalizar relações figura/fundo 
O sintoma pode ser uma forma, às vezes dramática, 
de expressar uma necessidade muito profunda que, 
por alguma razão, não pôde ser expressa de outra 
maneira 
Evitar sofrimento gera sofrimento – no 
funcionamento não saudável, os sintomas podem ter 
função compensatória, indicando um desequilíbrio. 
Talvez revelem, metaforicamente, o que a pessoa 
não pode dizer 
Lidar com o sintoma como se fosse completamente 
desconhecido, como se o terapeuta não soubesse a 
que o cliente está se referindo – pedir para o cliente 
descrever o sintoma, que se identifique com ele e 
que lhe dê a voz 
Perguntar-se o que o sintoma faz para o paciente, a 
serviço de quê aquele paciente tem tal sintoma, o que 
este favorece ou dificulta 
● Conclusão 
Todos esses elementos se entrecruzam e podem 
ocorrer ao mesmo tempo 
São sinais que indicam possíveis relações figura/fundo 
e sugerem hipóteses diagnósticas que aguçam a 
observação e a discriminação do Gestalt-terapeuta

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