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SEGUNDA PROVA DE METEOROLOGIA TEMPERATURA DO AR E DO SOLO INTRODUÇÃO Temperatura é um índice que expressa a quantidade de calor sensível de um corpo, podendo ocorrer por dois tipos de processo físico, condução (aquecimento do solo) ou por convecção (Aquecimento do ar). CONDUÇÃO Se trata do aquecimento do solo, sendo um processo mais lento, onde o calor é transferido de camada por camada, se tornando pouco eficiente, pois intensifica a dispersão de energia. A imagem a seguir, é referente ao balanço de energia, que se trata de uma partição de RN (Boc + Bol), se dividindo em H + LE + G + F. O H é o calor sensível, que corresponde a temperatura do ar. O LE é o calor latente de evaporação, responsável pela mudança do estado físico da água. G corresponde ao fluxo de calor no solo. O F diz respeito a radiação fotossinteticamente ativa (PAR), e seu valor costuma ser 0,0 pois já foi absorvido pelos vegetais. Superfície úmida durante o dia (O RN representa a radiação que está incidindo sob a superfície da terra durante o dia, fazendo com que LE e H aumentem. Por ter a presença de água, o calor latente (LE) é alto, se destacando quando comparado ao calor sensível (H), responsável apenas pelo calor do ar. Por ser no período diurno, o fluxo de calor no solo (G) é crescente). Superfície úmida durante a noite (A radiação (RN) vai estar saindo da superfície, em direção a atmosfera. A água que estava evaporando (LE), neste momento está retornando para a superfície, pela ausência de radiação e diminuição da temperatura. A temperatura do ar (H) também diminui, e o fluxo de calor no solo (G) é ascendente). Superfície seca durante o dia (Está chegando a radiação, porém, pela ausência de umidade, não haverá a presença do calor latente de evaporação (LE), o que intensifica o calor sensível (H) e o fluxo de calor (G)). Obs.: Quanto maior o H, menor é a umidade e maior é a temperatura, e quanto maior o LE maior a umidade e menor temperatura. PROCESSOS DE CONDUÇÃO PROCESSO DE CONVECÇÃO Difusão turbulenta – Processo mais rápido de troca de massa (Parcelas de ar aquecidas pela superfície entram em movimento desordenado transportando calor). Comparado com a condução, esse processo é mais eficiente. Obs.: A temperatura do ar atinge seu máximo duas horas após a maior incidência de radiação solar (Sensação térmica. O máximo de radiação solar são as 12:00). VARIAÇÃO DA TEMPERATURA Variação da temperatura do solo - As maiores variações de temperatura sempre ocorrem nas camadas superficiais do solo. No gráfico, por exemplo, a partir de 30 cm ocorreu uma isotermia (Costuma ocorrer de 30 a 50 cm de profundidade, porém, depende do tipo de solo). Amplitude térmica – Diferença entre a Temperatura máxima e a temperatura mínima. Inversão térmica - É um fenômeno natural registrado em qualquer parte do planeta, que corresponde à inversão das camadas atmosféricas (em escala local) de forma que o ar frio permanece em baixas altitudes e o ar quente nas camadas mais elevadas. Dessa maneira, ocorre assim, uma desestabilização momentânea da circulação atmosférica e alteração na temperatura. É muito comum nos grandes centros urbanos industrializados, sobretudo naqueles localizados em áreas cercadas por serras ou montanhas. Esse processo ocorre quando o ar frio (mais denso) é impedido de circular por uma camada de ar quente (menos denso), provocando uma alteração na temperatura. Outro agravante da inversão térmica é que a camada de ar fria fica retida nas regiões próximas à superfície terrestre com uma grande concentração de poluentes. Sendo assim, a dispersão desses poluentes fica extremamente prejudicada, formando uma camada de cor cinza, oriunda dos gases emitidos pelas indústrias, automóveis, etc. FATORES DETERMINANTES DA TEMPERATURA DO SOLO A variação temporal e espacial da temperatura de um solo dependente de sua condutividade térmica, de seu calor específico, e de sua emissividade (poder emissor da superfície), os quais irão depender de sua textura, densidade e umidade. Além disso, essa variação é decorrente da inter-relação com uma série de fatores, entre os quais se destacam: Fatores externos - Os fatores externos estão relacionados aos elementos meteorológicos que afetam o balanço de energia na superfície, e também sua posterior partição, ou seja, irradiância solar global, temperatura do ar, nebulosidade, vento, e a chuva. Nesse contexto, esses elementos meteorológicos passam a condicionar a temperatura do solo, tornando-se fatores. Fatores intrínsecos - Os fatores intrínsecos são aqueles determinados pelo tipo de cobertura da superfície, pelo relevo, e pela composição (tipo) do solo. O tipo de revestimento do solo é um fator microclimático. Solos desnudos ficam sujeitos a grandes variações térmicas diárias nas camadas mais superficiais, em dias de alta irradiância. A existência de cobertura com vegetação ou com resíduos vegetais (mulch) modifica o balanço de energia, pois a cobertura intercepta a radiação solar antes dela atingir o solo. Obs.: Quanto maior for o saldo de radiação regional, maior tende a ser a temperatura do solo, entretanto, em condições específicas, tais como o tipo de cobertura, umidade e a textura do solo, podem diferenciar a temperatura entre locais de mesma latitude. COBERTURA DO SOLO A vegetação absorve o fluxo de calor. O solo desnudo libera energia mais rapidamente (Noite), porém, durante o dia, o solo desnudo absorve mais. Obs.: No deserto, o calor penetra rapidamente no solo, mas, também sai rapidamente, devido à falta de cobertura vegetal e tipo de solo. Um solo arenoso apresenta maior amplitude térmica, e menor profundidade de penetração das ondas de calor, em função de sua menor condutividade térmica, já o solo argiloso, têm maior condutividade térmica, conduzindo calor a maiores profundidades, resultando em menor amplitude térmica nas camadas superiores Sensação térmica – Intensificação da temperatura, para mais ou para menos. De acordo com a velocidade dos ventos, umidade e temperatura do ar. TEMPERATURA DO AR E O CONCEITO DE GRAUS-DIA Para que uma cultura possa se desenvolver plenamente é necessário que ocorra uma temperatura mínima apropriada para cada fase do seu ciclo fisiológico, sendo denominada temperatura base. Graus-dia (Gdi) é a diferença entre a temperatura média do dia e a temperatura base (considerando existir uma única temperatura base). O somatório dos graus dia ao longo de todo o ciclo de uma cultura é denominado de constante térmica (GDA). Constante térmica – Quantidade de energia que a espécie/variedade necessita para atingir um determinado estádio fenológico ou a maturação. O conceito dos graus-dia (GD) baseia-se no fato de que a taxa de desenvolvimento de uma espécie/variedade vegetal está relacionada com a temperatura do meio. Esse conceito pressupõe a existência de temperaturas basais inferior (Tb) e superior (TB), aquém e além das quais a planta não se desenvolve. APLICAÇÕES PRÁTICAS GRAUS-DIA (UNIDADES TÉRMICAS) Planejamento da colheita – Sabendo-se a data provável de semeadura, poda ou florescimento da cultura, determina-se a data provável da colheita. EXEMPLO LEMBRANDO OS DIAS DOS MESES Em cima do osso são 31 dias, e entre os ossos são 30 dias, a única exceção é Fevereiro, que têm apenas 28 dias. ENCONTRANDO OS GRAUS-DIA DOS MESES ENCONTRANDO O DIA DA COLHEITA Obs.: GD é apenas uma previsão, pois leva em consideração apenas a temperatura média, e não considera os outros fenômenos. Esses cálculos são bons para o planejamento. Planejamento da semeadura/poda – Sabendo-se a data que se deseja realizar a colheita, determina-se a data recomendável de semeadura ou poda. EXEMPLO ENCONTRANDO OS GRAUS-DIA ENCONTRANDO A DATA DO PLANTIO Obs.: Como é para encontrar o dia da semeadura, lembra de inverter as ordensdos meses para facilitar o cálculo finão. APLICAÇÕES PRÁTICAS GRAUS-DIA (CONTROLE DE PRAGAS) EXEMPLO ESTIMATIVA DA TEMPERATURA MÉDIA DO AR Utilizando a equação da estimativa da temperatura: T média = (a + b x Altitude + c x Latitude + D x Longitude) EXEMPLO COEFICIENTES ESTIMANDO A TEMPERATURA CÁLCULO DA TEMPERATURA MÉDIA DO AR (INMET) OUTROS MÉTODOS PARA CALCULAR A TEMPERATURA MÉDIA DO AR UMIDADE DO AR (PROCESSOS DE CONDENSAÇÃO DO VAPOR D’ÁGUA) ÁGUA A água pode ser encontrada em três estados físicos, sendo eles sólido (Geleira), líquido (reservatórios hídricos, lençóis freáticos (água subterrânea)) e gasoso (umidade atmosférica, vapor d’água, formado pela evaporação, transpiração de plantas e dos animais e sublimação). O calor responsável pela mudança do estado físico da água é o calor latente (Liberação ou absorção – Circulação atmosférica). IMPORTÂNCIA DA ÁGUA CICLO HIDROLÓGICO A precipitação pluvial, é a forma principal pela a qual a água retorna da atmosfera para a superfície terrestre, após os processos de evaporação/transpiração e condensação, completando assim o ciclo hidrológico. Superfície - Atmosfera (Evaporação/Condensação/Saturação), Atmosfera - Superfície (Precipitação/ infiltração/ escoamento). Obs.: O subciclo é uma interceptação em qualquer ponto maior no ciclo hidrológico, ocorrendo em escala regional (o ciclo hidrológico ocorre por completo em uma escala global). UMIDADE DO AR O ar atmosférico é composto por gases e vapores. Vapor d’água (Atmosfera), de 0 a 4% do volume de ar. O vapor d’água (Var) de 0% representa um ar seco, típico das desérticas e polares. Quando o vapor d’água é maior que 0%, porém, menor que 4%, representa um ar úmido. Quando o Vapor d’água está acima de 4%, o ar está saturado. Pressão de saturação do vapor d’água (es) – Ar seco (gases) + ea (Vapor d’água). A pressão atual (parcial) varia desde zero (ar seco) até um valor máximo denominado pressão de saturação do vapor d’água (es), que se trata da pressão que as moléculas de vapor exercem quando o ar está saturado com vapor de água a uma dada temperatura. Quanto maior a temperatura maior será a pressão de saturação do vapor d’água. Obs.: No Processo diabático ocorre a variação de temperatura, com fornecimento de calor (Ex.: Frente Fria, onde ocorre a perda de calor com o meio). Já o processo adiabático, ocorre uma variação de temperatura, porém, sem a troca de calor com o meio. O nível de condensação é o limite entre uma parcela de ar seco e ar úmido. TEMPERATURA DO PONTO DE ORVALHO Temperatura na qual uma parcela de ar deve ser resfriada, sob pressão e teor de vapor constantes até atingir a saturação apenas por resfriamento. Esta temperatura não é constante e será variável de acordo com a disponibilidade de umidade da região. Orvalho – É a água condensada sobre uma superfície próxima ao solo, quando a temperatura cai abaixo do ponto de orvalho, devido ao resfriamento intenso durante as noites de céu limpo, sem vento e com alta umidade relativa no ar próxima à superfície. São gotículas de água depositada na superfície vegetal, e só ocorre na combinação de baixa temperatura, alta umidade (ar saturado), e pouco vento. Obs.: Quanto maior o número de horas de orvalho (DPM – Duração do período de molhamento), maior é a probabilidade da ocorrência de patógenos. UMIDADE RELATIVA DO AR (UR) Umidade e temperatura são inversamente proporcionais. No gráfico da variação diária da umidade do ar, fica claro, pois nele dá para observar que na maior temperatura é onde se encontra a menor umidade. No gráfico da variação anual da umidade do ar, dá para ter noção de qual período que irá ocorrer mais precipitações, onde nos meses de maior umidade, maior é a probabilidade de ocorrência de chuvas. MOLHAMENTO FOLIAR É o termo geral utilizado para designar a presença de água na forma líquida sobre a parte aérea dos vegetais. Duração do período de molhamento (DPM) – Curta duração (DPM < 6 horas); Média duração (DPM igual ou maior que 6 horas, e menor que 10 horas); Longa duração (DPM maior que 10 horas). A maioria das doenças das plantas ocorre quando há uma sequência de dias com DPM maior que 10 horas. Explicação do Gráfico - Estudando a ocorrência do mal-das-folhas (Microcyclus ulei) em seringueira, em diferentes regiões e condições do Estado de São Paulo, Camargo et al. (1967) verificaram que essa doença só ocorria quando havia mais de 12 noites, no mês, com DPM de 10 ou mais horas. Observa-se que em Campinas, no planalto paulista, e na parte alta de Pindamonhangaba (Pinda Alto), no vale do Paraíba, os seringais ficaram livres da doença, enquanto que na parte baixa de Pindamonhangaba (Pinda Baixo), de Dezembro a Junho, e em Ubatuba, no litoral norte paulista, durante o ano todo os seringais apresentaram problemas graves com a doença. Variabilidade do DPM - Dossel vegetativo; Área Foliar; Estrutura das plantas; Distribuição das plantas no campo; Altura das plantas. Variáveis Microclimáticas (Processos de condensação e evaporação). CONDENSAÇÃO DA ÁGUA NO AR PROCESSO DE FORMAÇÃO DE NUVENS Para que ocorra a formação das nuvens, faz-se necessária, além da presença de umidade, a presença de núcleos de condensação, que são partículas hidroscópicas (atraem água), que estão em suspensão na atmosfera terrestre. (Exemplos de núcleos de condensação: Pólen, poeira, cloreto de sódio (vem do processo de evaporação dos oceanos), cinza vulcânica etc.). As nuvens se classificam em baixas, médias e altas. Nuvens baixas (São as que apresentam maior disponibilidade de umidade, com contornos bem definidos. Ex.: Nuvens Cumulus; nimbus; cumulonimbus); Nuvens médias (São nuvens normalmente posicionadas em camadas, algumas apresentam condições de precipitação. Ex.: Nuvens Stratus); Nuvens altas (São as nuvens que apresentam menor disponibilidade de umidade, são nuvens finas, que se desprendem normalmente de outras nuvens. Obs.: estas não promovem a ocorrência de chuvas, e algumas vezes apresentam cristais de gelo em sua composição. Ex.: Nuvens Cirrus). Obs.: Na Cumulonimbus, a temperatura em seu interior pode chegar a 0°C. A Cumulonimbus pode formar nuvens altas, por partes desta nuvem se desprender e formar nuvens Cirrus. Halo em torno do sol (Formado por nuvens Cirrus, por conta de cristais de gelo em sua composição). A Cumulonimbus é formada rapidamente, porém, se desfaz rapidamente, e normalmente, não chegam sozinhas. Numa tempestade, os ventos chegam acelerados e primeiro que as nuvens, por conta dos centros de baixa. O vento é um intensificador de qualquer fenômeno. Nevoeiros - Formados por inúmeras partículas microscópicas de água suspensas no ar próximo ao solo; Não molha a superfície e diminui a visibilidade. Sua formação é semelhante ao do orvalho, e com o mínimo de radiação. O Vapor d’água vem da atmosfera, porém não chega na superfície, permanecendo suspenso. Neblina – Formados por inúmeras partículas maiores de água suspensas no ar próximo ao solo; Molha a superfície onde estiver ocorrendo. Diminui a visibilidade (1km – CONSEGUE-SE ENXERGAR). Sua formação também é semelhante ao do orvalho, com o mínimo de radiação. GEADAS Para ser formada, a temperatura tem que ser baixa tanto no ar como no solo. Ocorre na presença de uma frente fria polar (ar polar). A configuração perfeita para que ocorra é a temperatura do solo 0°C, ar frio (Polar), céu aberto, ausência de ventos, e temperatura do ar de 4 a 5°C. Existem dois tipos de geadas, a geada branca (mostra aspecto de orvalho congelado); e a geada negra (compromete o vegetal de dentro para fora, sendo considerada como a mais severa, atingindo a membrana plasmática). Condições climáticas associadas a Geada Branca – Diminuição da temperatura do ar, com presença de umidade; água condensada se deposita sobre a superfície vegetal (orvalho);temperatura diminui (atingindo abaixo de zero) e o orvalho congela; a superfície adquire a coloração branca (cristais de gelo). Condições climáticas associadas a Geada Negra – Diminuição da temperatura do ar, com baixo teor de umidade (ar seco); não há condensação; ventos frios; tecidos vegetais são congelados (mesmo sem gelo); ocorre o rompimento das membranas e morte vegetal. EFEITO DA UR SOBRE AS PLANTAS Método cumulativo – Baseia-se nas condições climáticas de uma sucessão de dias. Fórmula de Monte alegre (FMA), é a utilizada no Brasil. Utiliza-se UR (%) às 13 horas (Próximo ao da temperatura do ar; mínimo UR); e a Chuva (MM). Útil para a detecção de incêndios “naturais”. EXEMPLO Com os FMA de cada dia, é necessário buscar na tabela do Grau de risco, para ver a probabilidade da ocorrência de incêndio no dia. TABELA DO GRAU DE RISCO PRECIPITAÇÃO INTRODUÇÃO A precipitação é o processo pelo qual a água presente na atmosfera atinge a superfície terrestre, podendo esta ocorrer nas formas: Líquida (Chuva), ou sólida (Granizo e neve). O processo de condensação por si só não é capaz de promover a precipitação, pois são formadas gotículas muito pequenas, denominadas elementos de nuvem, que permanecem em suspensão sustentada pela força de flutuação térmica. Para que haja precipitação, deve haver a formação de gotas maiores (elementos de precipitação), e isto ocorre por coalescência das pequenas gotas, de forma que a ação da gravidade supere a força de sustentação promovendo a precipitação. A coalescência é resultado de diferenças de temperatura, tamanho, cargas elétricas, e de movimentos turbulentos dentro da nuvem. Quanto mais intensa for a movimentação dentro da nuvem, maior será a probabilidade de choque entre as gotas, resultando em gotas sempre maiores, até o limite da tensão superficial. PROCESSO DE COLISÃO/COALESCÊNCIA (FORMAÇÃO DE CHUVAS) No interior da nuvem, ocorre uma movimentação desordenada (Ascendentes, descendentes, verticais e horizontais), o que promove um choque entre as gotas, e ocorre a colisão-coalescência (Fusão), formando gotículas maiores, com tamanho mínimo de 2 mícrons, e acabam caindo em queda livre em direção a terra (gotas de chuva). Obs.: O processo de colisão-coalescência não é 100% eficiente, pois em algumas situações, após o choque, ocorre a repulsão das gotículas, promovendo choque secundários ou terciários (Colisão-coalescência a retaguarda). A nuvem deve ter a espessura suficiente para impedir que as gotículas de água se desprendam do conjunto maior. TIPOS DE CHUVAS Chuvas Orográficas - São as que ocorrem próximo a regiões montanhosas, onde o ar é forçado a subir (liberando a umidade) e formar chuvas sempre a barlavento das montanhas. Não têm horário preferencial para a ocorrência; Chuvas Frontais - São originárias de nuvens formadas a partir do encontro de massas de ar frio e quente. A massa quente e úmida (mais leve) tende a se elevar, resfriando-se adiabáticamente, isto é, sem troca de calor com o meio adjacente. Nesse processo forçado de subida da massa úmida ocorre a condensação. As chuvas frontais caracterizam-se por: intensidade moderada a fraca, longa duração (dias), e sem horário predominante para sua ocorrência. Podem passar de horas a semanas atuando, depende da velocidade de deslocamento desta frente. São observadas nas regiões Sul e Sudeste do Brasil e apresentam boa distribuição espacial e temporal. Chuvas Convectivas – Originam-se de nuvens formadas a partir de correntes convectivas (térmicas) que se resfriam adiabáticamente ao se elevarem, resultando em nuvens de grande desenvolvimento vertical (cumuliformes). Também chamadas de chuvas torrenciais ou chuvas de verão. Apresentam grandes volumes em um curto espaço de tempo. Ocorre preferencialmente no final do dia e vem acompanhadas por raios e trovões. São chuvas localizadas, em sua grande maioria formada por nuvens cumulonimbus (devido a evaporação da superfície). Essas Chuvas também apresentam grande potencial de danos, especialmente no aspecto de conservação do solo, visto que muitas vezes sua intensidade supera a velocidade de infiltração da água no solo. Isso gera escoamento superficial (enxurrada), que ganhando momento (quantidade de movimento), poderá causar erosão do solo, desde que outros fatores como cobertura do solo, umidade, e declividade também contribuam para isso. Obs.: Água precipitável é todo vapor d’água em suspensão na atmosfera, que, ao atingir sua saturação, se torna uma precipitação, ou seja, toda chuva é uma água precipitável, porém, a recíproca não é verdadeira. Chuvas ácidas – São formadas como qualquer chuva, porém, ocorrem com maior frequência em áreas industrializadas, por conta da grande emissão de gases poluentes, que se comportam como um núcleo de condensação. Consiste na precipitação com elevada acidez, ou seja, a chuva possui grande concentração de ácidos como o dióxido de enxofre. Esse fenômeno pode provocar graves problemas ambientais e também provocar danos à saúde dos seres vivos. A chuva ácida pode ter origem natural ou antrópica. Os principais geradores naturais de chuva ácida são os vulcões, que emitem à atmosfera gases, partículas, compostos de enxofre e poeira; e os processos biológicos ocorridos nos solos, pântanos e oceanos, além da respiração animal e vegetal. Já os principais contribuintes antrópicos à chuva ácida estão relacionados aos ambientes com grande concentração de indústrias e veículos. A queima de combustíveis fósseis para geração de energia e os gases lançados pelos veículos favorecem a formação de chuva ácida. Obs.: Em uma chuva de granizo, a água sempre cai juntamente com o gelo, e são formadas por nuvens Cumulonimbus, com temperaturas extremamente baixas. REGIMES DE PRECIPITAÇÃO Regimes de chuva no nordeste brasileiro – Existem três regimes distintos, que modulam o regime de chuvas na região nordeste do Brasil, que são: Setor Leste do Nordeste (Região litorânea leste) – As chuvas nessas localidades concentram-se entre os meses de abril a julho, sendo o mês de maio, aquele que apresenta os maiores totais pluviométricos. O mecanismo responsável pela ocorrência dessas chuvas são as ondas de leste, que é a umidade trazida pelos ventos alíseos de sudeste, que promove grandes volumes de chuvas. Associado as ondas existem também os vórtices ciclônicos de altos níveis (VCAN), que são centros de baixa pressão que se formam sobre o oceano e se deslocam para o continente, promovendo grandes volumes de chuvas. Setor Norte do Nordeste – Nesta região o principal processo de formação de chuvas é a zona de convergência intertropical (ZCIT). As chuvas se concentram no primeiro quadrimestre do ano, sendo o mês de março o que apresenta os maiores volumes de chuvas. Setor Sul do nordeste do Brasil – Nesta região as chuvas são promovidas pela formação da zona de convergência do atlântico sul, associada a presença do anticiclone da Bolívia, que neste período se posiciona sobre a região norte do Brasil. As chuvas são concentradas de outubro a janeiro, podendo se estender até o início de março, sendo o mês de dezembro aquele que apresenta os maiores volumes de chuvas. VENTOS INTRODUÇÃO Os ventos são deslocamentos de ar no sentido horizontal, originários de gradientes de pressão. A intensidade e a direção dos ventos são determinadas pela variação espacial e temporal do balanço de energia na superfície terrestre, que causa variações no campo de pressão atmosférica, gerando os ventos. O vento se desloca de áreas de maior pressão (áreas mais frias) para aquelas de menor pressão (áreas mais quentes), e quanto maior a diferença entre as pressões dessas áreas, maior será a velocidade de deslocamento. A velocidade do vento é afetada, também, pela rugosidade da superfície criada pelos obstáculos (vegetação, construções, relevo montanhoso, etc.), e peladistância vertical acima da superfície em que ela é medida. Quanto mais próximo da superfície, maior o efeito do atrito com o terreno, desacelerando o movimento e diminuindo a velocidade de deslocamento do ar. FORÇAS ATUANTES FORÇA DO GRADIENTE DE PRESSÃO Obs.: Quando as isóbaras estão muito próximas, existe um maior gradiente de pressão e maior velocidade dos ventos. Quando estão afastadas, o gradiente de pressão e velocidade dos ventos são menores. Escoamento atmosférico horizontal - A força do Gradiente de Pressão juntamente com a Força de Coriolis, formam o Vento Geostrófico. O vento geostrófico é dirigido paralelamente para as isóbaras. Escoamento atmosférico curvo – Vento ciclostrófico. Predomina a força centrípeta (ciclones tropicais onde se atingem velocidade da ordem das dezenas ou centenas de quilómetros por hora). BRISAS (MARÍTIMAS E TERRESTRES) Obs.: O pescador sai para pescar no mar, durante o período noturno, pois a brisa é favorável para seu barco a vela, o conduzindo para o mar, e costumam retornar da pesca durante o dia, pois a brisa o conduz para a terra. O vento sempre procura temperaturas mais altas, então, temperaturas elevadas é uma característica de um centro de baixa pressão. Vento Catabático (Vento mais denso que desce ao longo das encostas); Vento anabático (vento que sobe ao longo das encostas devido ao aquecimento diurno). CIRCULAÇÃO GERAL DA ATMOSFERA EL NIÑO E LA NIÑA El Niño - É o fenômeno resultante do aquecimento anormal das águas do Pacífico na costa litorânea do Peru, onde geralmente as águas são frias. Tal fenômeno produz algumas massas de ar quentes e úmidas, que geram algumas chuvas na região de entorno com a diminuição do regime de chuvas em outras localidades, tais como a Amazônia, o Nordeste brasileiro, a Austrália, Indonésia e outras. No Brasil, o fenômeno também contribui para o aumento de chuvas nas regiões Sul e em partes do Sudeste e do Centro-Oeste. Se trata de uma anomalia positiva (Aquecimento anômalo presente na faixa equatorial). É um aquecimento desuniforme, não causando seca em todos os locais (Ex.: Causa seca no Nordeste e chuva no Sudeste). La Niña – É um fenômeno exatamente inverso. Ela representa um esfriamento anormal das águas do oceano Pacífico em virtude do aumento da força dos ventos alísios. No Brasil, o La Niña provoca os efeitos opostos, com a intensificação das chuvas na Amazônia, no Nordeste e em partes do Sudeste. Além disso, o La Niña provoca a queda das temperaturas na América do Norte e na Europa. Se trata de uma anomalia negativa (Chuvas e resfriamento). MONITORAMENTO DE EL NIÑO E LA NIÑA Valores em Azul representam um resfriamento; Valores em vermelho representam aquecimento; já valores em preto, representam Neutralidade. Para ser considerado uma anomalia na temperatura, a diferença tem que ser igual ou maior que 0,5 °C. DIPOLO DO ATLÂNTICO Obs.: Para que se tenha precisão na previsão de períodos chuvosos no Nordeste Brasileiro, não basta apenas observar o La Niña e o El Niño, é necessário observa-los em conjunto com os dipolos: El Niño + Dipolo Positivo = Seca no nordeste brasileiro El Niño + Dipolo Negativo = Chuvas médias La Niña + Dipolo Positivo = Chuva média La Niña + Dipolo Negativo = Chuvas acima da Média Em julho de 2015 foi observado um Dipolo positivo com El Niño, o que resultou em uma seca intensa. CÉLULA DE WALKER De extrema importância, pois é responsável por modular chuvas no Nordeste Brasileiro. EFEITOS DESFAVORÁVEIS DOS VENTOS NA VEGETAÇÃO Transpiração (O vento transporta calor horizontalmente, o que irá diminuir a umidade, resultando no fechamento dos estômatos); Danos mecânicos (Acamamento e deformação na paisagem); Compromete o crescimento (Quanto maior a velocidade do vento, menor é o desenvolvimento); QUEBRA-VENTOS Estrutura física cujo o objetivo é reduzir a velocidade dos ventos (nunca impedir por completo a passagem dos ventos). Geralmente feito com Eucaliptos.
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