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Waldano Heler Natxari Wanga Quanto vale a sua ideia? 2021 EMPREENDEDORISMO Modulo 2 –Oportunidade, ideias e Gestão empreendedora 10ª classe. ÍNDICE II. OPORTUNIDADES EMPREENDEDORAS. ......................................................... 1 2.1. Ambiente da actividade empreendedora............................................................ 1 2.1.1. Significado, componetes e importancia do Ambiente empreendedor. ....... 1 2.2.1. .Oportunidades empreendedoras em Angola. ............................................... 3 2.2.2. Indentificação e Tipos de oportunidades Emprendedoras........................... 5 2.2.2.1. Caracteristicas de oportunidade genuina .................................................... 6 2.3. IDEIAS EMPRRENDEDORAS ............................................................................ 7 2.3.1. Fontes de ideias empreendedoras. ................................................................. 7 2.3.2. Avaliação, classificação e Importancia das ideias empreendedoras. ........ 9 2.4. Análise FOFA. ..................................................................................................... 10 2.5. Dimensão das actividades emprendedoras. .............................................. 11 2.5.1. Beneficios fiscais das MPME. ......................................................................... 11 2.6. Formas de organização e legalização da actividades empreendedoras. ........................................................................................................................................ 13 2.6.1. Empresas Singulares..................................................................................... 13 a. Empresário em Nome Individual ........................................................................... 13 b. Sociedade Unipessoal ............................................................................................ 14 2.6.2. Empresas Colectivas ..................................................................................... 14 a. Sociedade em Nome Colectivo .......................................................................... 14 b. Sociedade Por Quotas ......................................................................................... 15 c. Sociedade Anónima ............................................................................................. 16 d. Sociedade em Comandita ................................................................................... 16 e. Cooperativas.......................................................................................................... 17 f. Empresas familiares. ............................................................................................ 18 III. GESTÃO EMPREENDEDORA............................................................................ 18 3.1. FUNÇÕES DE GESTÃO. ................................................................................... 18 3.1.1. Significado, Componentes e importância das funções de Gestão. ........ 18 a. Planificação............................................................................................................ 18 b. Orçamentação ....................................................................................................... 18 c. Organização .......................................................................................................... 19 d. Coordenação/Liderança ...................................................................................... 19 e. Designação do pessoal e Direcção .................................................................. 19 f. Controlo .................................................................................................................. 19 g. Funções alargadas da gestão: ........................................................................... 19 Bibliografia: ................................................................................................................. 20 II. OPORTUNIDADES EMPREENDEDORAS. 2.1. Ambiente da actividade empreendedora 2.1.1. Significado, componetes e importancia do Ambiente empreendedor. O Ambiente empreendedor é o conjunto de características do meio socioeconómico, das Condições Estruturais e dos indicadores do potencial de um país que têem um impacto significativo no setor empresarial e nas dinâmicas de empreendedorismo. O ambiente empreendedor inclui: o ambiente contextual/Macroambiente: Afecta directamente a empresa e integra os contextos economicos, socio-cuçtural, politico-legal e etecnologico. o ambiente transacional/microambinetal: Influencia directamente a empresa e e composto pelos clientes, fornecedores, concorrentes e toda a comunidade onde a empresa está inserida. A nível nacional, é possível identificar um conjunto de condições estruturais que se aplicam quer a negócios já estabelecidos, quer a novos negócios. Através da utilização do modelo apresentado na Figura acima O Monitor Global do Emprrendedorismo (GEM1) identificou um conjunto de dez condições estruturais que se relacionam diretamente com os fatores impulsionadores e com as dificuldades ao empreendedorismo em Angola. Os principais componetes do Ambiente empreendedor, são: 1. Apoio Financeiro – Disponibilidade de recursos financeiros, capital próprio e fundos de amortização de dívida para empresas novas e em crescimento, incluindo bolsas e subsídios. 1 O projeto Global Entrepreneurship Monitor/Monitor Global do Emprrendedorismo (GEM –Angola resulta do trabalho de uma parceria que integra especialistas em empreendedorismo em Angola da Sociedade Portuguesa de Inovação (SPI) uma empresa de consultadoria, criada em 1996, Centro de Estudos e Investigação Científi ca da Universidade Católica de Angola (UCAN) criado em março de 2002 e O Banco de Fomento Angola (BFA). 2 2. Políticas Governamentais – Grau em que as políticas governamentais relativas a impostos, regulamentações e sua aplicação são neutras no que diz respeito à dimensão das empresas e grau em que estas políticas incentivam ou desincentivam empresas novas e em crescimento. 3. Programas Governamentais – Existência de programas, em todos os níveis de governação (nacional, regional e municipal), que apoiem diretamente negócios novos e em crescimento. 4. Educação e Formação – Grau em que a formação sobre a criação ou gestão de negócios novos e em crescimento é incluída no sistema de educação e formação, bem como a qualidade, relevância e profundidade dessa educação e formação para criar ou gerir negócios pequenos, novos ou em crescimento. 5. Transferência de Investigação e Desenvolvimento (I&D) – Grau em que a I&D a nível nacional conduz a novas oportunidades comerciais, assim como o nível de acesso à I&D por parte dos negócios pequenos, novos ou em crescimento. 6. Infraestrutura Comercial e de Serviços – Infl uência das instituições e serviços comerciais, contabilísticos e legais, que permitem a promoção dos negócios pequenos, novos ou em crescimento. 7. Abertura do Mercado – Grau em que se impede que os acordos e procedimentos comerciais sejam alvo de mudanças e substituições, impossibilitando empresas novas e em crescimento de estar em concorrência e de substituir fornecedores e consultores de forma recorrente. 8. Acessos a Infraestruturas Físicas – Acesso a recursos físicos (comunicação, transportes, utilidades, matérias-primas e recursos naturais) a preços que não sejam discriminatórios para negócios pequenos, novos ou em crescimento. 9. Normas Sociais e Culturais – Grau em que as normas sociais e culturais vigentes encorajam (ou não desencorajam) iniciativas individuais que levam a novas formas de conduzir negóciose atividades económicas e, por sua vez, contribuem para uma maior distribuição da riqueza e do rendimento. 10. Empreendedorismo Sénior – Grau em que pessoas com mais de 50 anos podem ter interesse em iniciar uma atividade empreendedora, tendo em conta os programas e os benefícios fiscais existentes que permitem apoiar esta parte da população. A sobrevivencia de qualquer empresa depende da sua capacidade de interagir e de reagir com o meio onde desenvolve sua actividade. Compreender o ambiente geral, as principais tendencias e mudanças que afectam o negócio que a empresa vai desenvolver é o primeiro passo e o mais importante para determinar objectivos e iniciar um caminho bem sucedido. O ambiente é importante por permitira a empresa/empreendedor saber aproveitar os factores do ambiente favoraveis no seu desenvolvimento e minimizar o impacto dos factoes desfavoraveis 3 2.2. OPORTUNIDADE EMPREENDEDORAS EM ANGOLA 2.2.1. .Oportunidades empreendedoras em Angola. No âmbito do estudo GEM analisa-se a distribuição da actividade empreendedora pelos diferentes setores de atividade: • Setor extrativo: inclui agricultura, silvicultura, pescas e extração de matérias brutas; • Setor da transformação: inclui construção, manufatura, transporte, comunicações, utilidades e distribuição grossista; • Setor orientado ao cliente organizacional: inclui finanças, seguros, imobiliário e todas as atividades onde o cliente primário é outro negócio; • Setor orientado ao consumidor: inclui todos os negócios direcionados para o consumidor final, como o retalhista, bares, restauração, alojamento, saúde, educação e lazer, entre outros. o ciclo de vida do processo empreendedor tem diferentes estágios de desenvolvimento: Empreendedores de negócios nascentes: indivíduos que empregam recursos para começar um negócio do qual esperam ser proprietários. (até 3 meses) Empreendedores de novos negócios: que são proprietários e gerem um novo negócio que proporcionou remuneração sa larial (por um período superior a 3 mesese inferior a 3 anos e meio) Empreendedores de negócios estabelecidos: indivíduos que são proprietários e gestores de um negócio já estabelecido (Que está em funcionamento há mais de 3 anos e meio). A análise da atividade empreendedora debruça-se sobre vários parâmetros associados à criação e cessão de negócios, dando origem ao principal índice criado e monitorizado pelo estudo GEM: A Taxa de Atividade Empreendedora Early-Stage Total (TEA) - mede a proporção de indivíduos com idades compreendidas entre os 18 e os 64 anos que estão envolvidos na criação e gestão de negócios que proporcionaram remunerações por um período de tempo: Negocios nacentes e Negócios novos. O pagamento de um salário por um período superior a três meses a qualquer pessoa (incluindo o proprietário) é considerado como o marco de nascimento de um negócio. Os negócios que proporcionaram uma remuneração salarial por mais de três meses e menos de três anos e meio são considerados novos. Este ponto limite máximo foi estabelecido, tendo essencialmente em consideração que a maioria dos novos negócios não sobrevive para além dos três ou quatro anos. Neste contexto, destacam-se alguns dos principais resultados associados à atividade empreendedora em Angola: 1- Angola registou uma taxa TEA de 35,2%, o que significa que existem entre 35 e 36 empreendedores earlystage (indivíduos envolvidos em start-ups ou na gestão de novos negócios), por cada 100 indivíduos em idade adulta. o setor económico onde se regista uma maior percentagem de atividade empreendedora, nascente ou nova, é o setor orientado para o consumidor (78,9%).- O setor extrativo é o que regista a menor percentagem de empreendedores early-stage em Angola (2,2%) . 4 2- A principal motivação para a atividade empreendedora (empreendedores early-stage) é: Oportunidade ( 61,5%) Necessidade (35,1%) Combinação de outras motivações (3,9%) . 3- Distribuição da atividade early-stage por género: Homens (34,5%) e Mulheres (36,9%) o que demonstra a preponderância do empreendedorismo earlystage feminino no país. 4- A faixa etária entre os 35 e os 44 anos é a que regista a maior incidência de atividade empreendedora early-stage em Angola (TEA de 41,2%). Em 2014, a faixa etária que registou a maior percentagem foi a dos 25 e os 34 anos (27%). 5- O nível de escolaridade onde se regista a maior incidência de atividade empreendedora early-stage diz respeito ao nível do Ensino Superior (licenciatura) ao qual corresponde uma TEA de 42,3%. 6-30,9% dos empreendedores early-stage desistiram do negócio por problemas em obter financiamento, enquanto 29,7% o fizeram porque o negócio não era lucrativo. 7- 23,5% da população adulta angolana afirmou ter cessado o negócio, sendo que o mesmo não continuou, enquanto 5,9% afirmou ter cessado o negócio mas o mesmo continuou. Tal revela que Angola apresenta dificuldades em manter ativos os negócios criados, sendo a sua taxa de cessação de negócios bastante superior à das restantes economias orientadas para os fatores de produção. Os principais motivos são: problemas em obter financiamento 30,9% e o negócio não ser lucrativo (29,7%). As Condições estruturais empreendedoras (CEE) mais e menos favoráveis à atividade em Angola: As CEE dizem respeito a um conjunto de dez condições que se relacionam diretamente com os fatores impulsionadores e os constrangimentos ao empreendedorismo. Tendo presente o resultado da sondagem realizada aos especialistas nacionais, justifica-se realçar os seguintes pontos principais relativos às condições estruturais mais e menos favoráveis à atividade empreendedora em Angola: 5 1) Condições estruturais mais favoráveis: São as três CEE com maior classificação média , sendo por isso, facilitadoras da atividade empreendedora – Empreendedorismo Sénior, Normas Sociais e Culturais e Infraestrutura Comercial e de Serviços. 2) Condições estruturais intermédias: São as quatro CEE com classificação média intermédia obtida no ano de 2016 –Políticas Governamentais, Programas Governamentais, Educação e Formação e Acesso a Infraestruturas Físicas. 3) Condições estruturais menos favoráveis: São as CEE que registaram a classificação média mais baixa no ano de 2016,sendo, por isso, limitadoras da atividade empreendedora – Apoio Financeiro, Transferência de I&D e Abertura do Mercado. As princiais razões que levaram à desistência do negócio tanto em Angola, como nos diferentes tipos de economias, são: 1. Problemas na obtenção de financiamento; 2. Negócio não lucrativo; 3. Oportunidade de vender o negócio; 4. Razões pessoais; 5.Outras razões, tais como o surgimento de outras oportunidades de emprego ou de negócio, o planeamento prévio da saída, a reforma ou a ocorrência de um incidente. 2.2.2. Indentificação e Tipos de oportunidades Emprendedoras. A visão de oportunidade é a capacidade de enxergar na rotina, nos problemas do dia-a-dia, numa situação especifica, num segmento ou em determinada industria, oportunidades que podem gerar empreendeimentos com produtos e soluções que inovem e ofereçam uma solução melhor para a demanda identificada. Saber reconhecer e identificar oportunidades de negócios é, uma das principais características dos grandes empreendedores, que ficam atentos a todas as situações ao seu redor, em busca de algo ou alguma ideia que possa lhes oferecer chances de lançar um novo produto ou serviço no mercado, que atenda, com excelência as necessidades de seu público-alvo. As oportunidades empreendedoras se manifestam de diversas maneiras, tipos e abordagens. Para Smith, Matthews e Schenkel (2009) as oportunidades podem ser de dois tipos: 1-.Identificadas: as oportunidades existem e estão à espera de serem descobertase Nesta abordagem os indivíduos fazemuma varredura do ambiente para descobrir as oportunidades competitivas associada às imperfeições do mercado que são negligenciados por outros (EDELMAN; RENKO, 2010) (ALVAREZ; BARNEY, 2007) e (VAGHELY; JULIEN, 2010) e elas podem ser: a. oportunidade codificada: quando ela pode ser claramente percebida e transmitida formalmente através de códigos, está bem documentada e é mais fácil de comunicar. O que demanda um estado de alerta. No estado de alerta existem três elementos essenciais: https://www.ibccoaching.com.br/portal/conheca-os-tipos-de-empreendedorismo-e-suas-areas-de-atuacao-ideais/ 6 1) Procura e busca de informação; 2) Conexão de informações e 3) Avaliações sobre oportunidades rentáveis; b. oportunidade tácita: é aquela oportunidade que não está tão clara, é difícil de codificar e comunicar. 2-Criadas: A ‘abordagem da criação’ se baseia na visão construcionista segundo a qual os empreendedores processam informações de uma forma interpretativista e constroem sua realidade a partir dessas informações Segundo esta abordagem, as oportunidades não podem ser reconhecidas ou descobertas, pois elas não pré-existem, mas se manifestam para aqueles que buscam criar empreendimentos (SARASON; DEAN; DILLARD, 2006) e (VAGHELY; JULIEN, 2010). A maioria das ideias de negócio direccionam-se a um, ou vários, de três aspectos: Novo mercado: Frequentemente ocorrem mudanças nos padrões e hábitos de consumo das pessoas que criam oportunidades de satisfazer melhor as necessidades das pessoas. Não implica o lançamento no mercado de um novo serviço ou produto, mas sim à inovação - a forma de dar resposta ao consumidor é que evoluiu. Nova tecnologia:Alguns novos negócios baseiam-se em novas tecnologias e técnicas aplicadas aos processos de produção e serviços. Novo benefício: A presentação de novas formas de oferecer um produto ou de prestar um determinado serviço. 2.2.2.1. Caracteristicas de oportunidade genuina A oportunidade é um produto ou serviço que contempla 4 caracteristicas: 1-Criar valor significativo para os clientes: Como o produra ira tornar a vida das pessoas melhor (Quais as necessidades do mercado e qual o tamanho do publico alvo). Os clientes só pagaram por um produto, somemente se perceberem um beneficio cujo o valor supera o seu custo. Ela cria valor para os meus clientes. 2- Oferecer um potencial de Lucro: Quanto vale apena envestir e qual a estimativa de lucro. Uma oportunide deve remunerar acima dos reiscos do negocio. Vai dar Lucro? 3-Condizer com a capacidade da equipa envolvida: Ter Capacidade tecnica (conhecimento) e financeira (Dinheiro) para realizar o negócio. Temos condiçoes de executa-la? 4-Durabilidade:Quanto maior o tempo que a ideia vai atender as necessidades, maior lucro. (Porém a oportunidade momentaneas. Por quanto tempo durará. 7 Assim, o empreendedor precisa de realizar uma análise genérica inicial da ideia para perceber se é minimamente segura e se existe, de facto, uma oportunidade: O que é que está a criar a oportunidade? Durante quanto tempo é que as condições que criam a oportunidade se irão manter? O mercado potencial tem uma dimensão interessante? Qual é a necessidade real para o produto/serviço? Quais são os clientes alvos? Como é que se pode chegar aos clientes alvo? Qual é a sensibilidade ao preço e quanto é que o produto/serviço vale para os clientes? De onde parte a competição? Em que é que os concorrentes não estão a satisfazer as necessidades? Qual reacção é possível antecipar da parte dos concorrentes directos e indirectos? A tecnologia a utilizar já está disponível? Os custos são conhecidos? Os recursos necessários para criar a nova empresa estão disponíveis? O empreendedor precisa de procurar uma ideia de negócio que tenha em conta as alterações no mercado e na sociedade à sua volta. Todavia, para que uma ideia seja uma oportunidade é importante, antes de mais uma análise e conhecimento do mercado e, por acréscimo, das pessoas. Antes mesmo de começar a reunir os recursos humanos, financeiros ou sociais necessários ao estabelecimento do negócio. 2.3. IDEIAS EMPRRENDEDORAS 2.3.1. Fontes de ideias empreendedoras. O empreendedorismo é um processo que começa com o reconhecimento de uma oportunidade empresarial e é seguido pelo desenvolvimento de uma ideia de como exercer essa oportunidade, a avaliação da viabilidade da oportunidade, o desenvolvimento do produto ou do serviço que será fornecido aos clientes, montagem de recursos humanos e financeiros, desenho organizacional, bem como a busca de clientes (SHANE; LOCKE; COLLINS, 2003). As pessoas empreendem por necessidade ou oportunidade.Empreender por oportunidade ou necessidade são duas formas comuns de empreender, mas nenhuma é melhor que a outra. A oportunidade e a necessidade são duas excelentes motivações para que o empreendedor tenha a atitude para tirar sua ideia do papel e ter o seu próprio negócio. De facto, as oportunidades de negócio estão à nossa volta à espera de um empreendedor capaz de as identificar e de as aproveitar. As ideias surgem de muitos lados e fontes. Numa primeira fase todas as ideias são vagas, contudo através de uma análise cuidada o empreendedor conseguirá dar forma à ideia e desenvolvê-la. As ideias podem surgir das mais diversas fontes e contextos: 8 As ideias de negócios têm muitas vezes origem na: a) Identificação de necessidades - mediante a pesquisa de necessidades não satisfeitas e da concepção de produtos e/ou serviços para as satisfazer a clientes dispostos a pagar; b) Observação de deficiências - existem produtos/serviços passíveis de sofrer algumas alterações e melhorias (e.g, design de embalagens, serviço ao cliente, preço, espaços físicos...). Ou seja, pensar o que melhorar quando se constitui uma empresa semelhante às outras que já tem actividade iniciada; c) Observação de tendências - Analisar de perto o mercado e observar tendências locais, regionais, nacionais ou internacionais em alguma dimensão ambiental (e.g., padrões de consumo, alteração de gostos e preferências, idade da população, entre outras). O empreendedor ao seguir estas tendências pode aproveitar oportunidades emergentes! d) Derivação da ocupação actual - o potencial empreendedor identifica a ideia de negócio no seu emprego anterior (e.g., algo na serviço/produto da empresa passível de ser melhorado, recurso a meios/inovações que não estão a ser empregues, etc.). e) Procura de novas aplicações - A procura de novos usos para bens que já existem.. f) Hobbies - Através dos hobbies as pessoas podem identificar necessidades ainda não satisfeitas, ou seja, oportunidades de mercado.. g) Imitação do sucesso de outro - São poucos os empreendedores que lançam empresas com ofertas verdadeiramente novas. Contudo, para ter sucesso é essencial que se analise de perto os motivos pelos quais a empresa-modelo está a ser bem sucedida e onde o empreendedor pode incluir alguma forma de diferenciação. 9 h) Canais de distribuição - fontes de novas ideias, uma vez que conhecem melhor o mercado (e.g., sugestões de produtos e serviços novos desejados pelo consumidor, de características preferidas (design, tamanho, etc). i) A adaptação e resposta a regulamentações governamentais pode ser uma fonte de ideias de novos produtos (e.g., quando o governo emite uma nova legislação. novas empresas podem ser formadas para suprir com produtos/serviços as necessidades das organizações). j) Os esforços do próprio empreendedor em Investigação e Desenvolvimento (I&D) são uma fonte de novas ideias. Tipos de ideias inovadoras: Incremetais: Ocorre passo a passo, com melhorias gradativas e continua de um produto, serviço ou processo existente. Radical: Ocorre com uma mudança eruptiva, gerando um produto ouserviço até então desconhecido pelo mercado. 2.3.2. Avaliação, classificação e Importancia das ideias empreendedoras. Existem muitos empresários e empreendedores que acreditam que as ideias que surgem em suas mentes são verdadeiramente extraordinárias oportunidades de negócios. Porém, nem sempre uma ideia por si só é o suficiente para fazer com que um negócio seja realmente viável e gere os resultados esperados. Porém, muitos empreendedores não enxergam dessa forma e, ao ter uma grande ideia, passam a ficar bastante obcecados por ela e não descansam até vê-la saindo do papel e ganhando vida. Ter ideia faz parte da natureza humana. As ideia surgem sempre que pensamos em problemas ou tomamos decisões. Assim, é fundamental que haja um distanciamento emocional, ou seja, é preciso submeter a ideia à uma avaliação crítica, analisando, principalmente, se realmente o que está sendo proposto vai atender à uma necessidade dos consumidores, ou se trata -se de algo que só vai servir para gastar energia de forma desnecessária, podendo, muitas vezes, prejudicar a permanência dos negócios no mercado. Os 5 critérios para saber o valor ou qualidade da sua ideia são: 1 – EQUIPA: quem está lá para fazer acontecer. O mercado muda as tendências com facilidade, consequentemente as ideias também, e quem é que pode fazer isso? Somente um ótimo time! Por isso, quem quer investir e sabe como investir, olha para essa questão em primeiro lugar. 2 – MERCADO: Grande parte da avaliação de ideias iniciais está relacionada em quantas pessoas ela pode ajudar. quanto mais gente sua ideia REALMENTE puder ajudar, mais ela tem valor. 3 – PODER DE OPERAÇÃO:. Quando uma ideia é avaliada e são identificados os pontos estratégicos daquilo que precisa ser feito. Não se trata de ser a 10 melhor solução e sim de envolver uma ótima solução que seja possível de entregar/materializar. É bom pensar numa solução “super maravilhosa” para as pessoas, mas isso entra em choque com o tempo de espera. Às vezes, a ideia pode demorar, custar caro ou ser complexa demais para se realizar 4 – DIFERENCIAL: o que tem de diferente naquilo que você está propondo? Talvez seja um processo melhor para criar determinado produto, agregar um serviço especial que poucos sabem como fazer, ou é realmente uma nova solução. Obvio que quanto mais única, original e promissora sua ideia for, maior será o valor dela perante investidores. 5 – CANAIS: são nada mais, nada menos que suas conexões. Quem você pode acessar para fazer essa ideia fluir? Quem é que influencia diretamente no valor da sua ideia? Isso permite aumentar a propensão dela acontecer e ter sucesso. No início do negócio o mais difícil é começar a gerar uma demanda real e constante de clientes. 2.4. Análise FOFA. A sigla FOFA significa Forças, Fraquezas, Oportunidades e Ameaças e é a tradução do termo inglês SWOT que é o acrônimo para Strengths, Weaknesses, Opportunities and Threats . A Matriz FOFA (SWOT) é uma ferramenta relativamente simples, ideal para começar o Planejamento Estratégico de uma empresa e visa posicionar ou verificar o posicionamento da companhia em seu ramo de atuação, desde a criação de uma pequena empresa à gestão de uma multinacional. Ao utilizar a Matriz SWOT, temos as análises divididas em duas grandes óticas: Análise do ambiente interno: Consiste na análise das Forças e Fraquezas, que são fatores internos e gerenciáveis. Uma vez que a empresa conheça quais são suas forças, ela pode trabalhar para manter e tornar estes pontos mais fortes e cada dia. E conhecendo as fraquezas, pode tomar as ações necessárias para corrigi-las ou evita-las. Análise do ambiente externo: Consiste na analise das Oportunidades e Ameaças que são fatores externos a organização e não é possivel manipulá-los diretamente. Mas nem por isto sua empresa deve deixar de https://www.treasy.com.br/blog/5-passos-para-criar-um-planejamento-estrategico-para-sua-empresa https://www.treasy.com.br/wp-content/uploads/2015/10/an%C3%A1lise-swot-02.png 11 monitorar as oportunidades e ameaças. Uma vez que sua empresa conhece quais são as oportunidades do ambiente em que está inserida, pode atuar pró-ativamente para aproveitar estas oportunidades. E conhecendo as principais ameaças do cenário em que se encontra, é possível atual para minimizar os riscos e impedir que estas ameaças afetem os resultados da companhia. 2.5. Dimensão das actividades emprendedoras. Em Angola, de acordo com a Lei n°30/11, de 13 de setembro de 2011, as PMEs distinguem-se por dois critérios, quais sejam: o número de trabalhadores efetivos e o volume de faturamento anual, sendo que este último fator prevalece sempre que for necessário decidir sobre a classificação das mesmas. Dessa forma, consideram-se: a) Micro empresas - aquelas que empregam até 10 trabalhadores e/ou tenham um faturamento anual bruto não superior ao equivalente a USD 250 mil; b) Pequenas empresas - aquelas que empregam mais de 10 e até 100 trabalhadores e/ou tenham um faturamento anual bruto superior ao equivalente a USD 250 mil e igual ou inferior a USD 3 milhões; c) Médias empresas, aquelas que empregam mais de 100 e até 200 trabalhadores e/ou tenham um faturamento anual bruto superior ao equivalente a USD 3 milhões e igual ou inferior a USD 10 milhões. d) Grandes empresas, aquelas que empregam mais de 200 trabalhadores e/ou tenham um faturamento anual bruto superior a USD 10 milhões. 2.5.1. Beneficios fiscais das MPME. Angola mantém uma elevada dependência do setor petrolífero e da atividade de importação, uma vez que o setor produtivo nacional mantém uma baixa capacidade de satisfazer as necessidades de consumo interno. Adicionalmente, as Micro, Pequenas e Médias Empresas (MPMEs) continuam a ter uma importância reduzida no ramo empresarial Angolano ao contribuírem apenas com 5% do imposto industrial. Angola tem aproximadamente apenas 50.000 mil empresas formalmente identificadas. O programa das MPME está enfocado em quatro setores econômicos prioritários, quais sejam: (a) Agricultura, Pecuária e Pescas; (b) Materiais de Construção; (c) Indústria Transformadora,Geologia e Minas; e (d) Serviços de Apoio ao Sector Produtivo. 12 A taxa dos benefícios, resulta da multiplicação entre a taxa do Imposto Industrial patente no n.o 1 do artigo 64º da Lei que altera o Código do Imposto Industrial, aprovada pela Lei n.o 26/20, de 20 de Julho com a taxa de redução prevista por cada Zona, constante no n.o 2 do artigo 20o da Lei das Micro, Pequenas e Medias Empresas, aprovada pela Lei n.o 30/11 de 13 de Setembro: Z O N A P R O V ÍN C IA S VALOR NOMINAL DA TAXA DO IMPOSTO INDUSTRIAL (REGIME GERAL2) REGIME SIMPLIFICADO3 EMPRESAS SEM CONTABILIDA DE ORGANIZADA (Redução) EMPRESAS COM CONTABILIDA DE ORGANIZADA (Proporção) EMPRESAS COM RENDIMENTOS EXCLUSIVAMENTE (AGRÍCOLAS, AQUÍCOLAS,AVÍCOL AS, PISCATÓRIA, SILVÍCOLAS E PECUÁRIA) (Proporção) A Cabinda, Záire, Uige, Bengo, Kwanza Norte, Malanje, Kuando Kubango, Cunene, Namibe, Lunda Norte, Lunda Sul Moxico. 50% 12,5% 5% B Kwanza Sul, Huambo Bié, 35% 16% 6,5% C Benguela Huila 35% 20% 8% D Luanda, Benguela (Municípi os de Benguela, e Lobito) 10% 22,5% 9% Desde Abril de 2021 a emissão de alvará comercial é exigivel apenas para o conercio de Bens alimentares, Especies Vivas (Vegetais, Animais, Aves e pescados), Medicamenos, Automoveis, combustiveis, lubrificantes e Produtos 2 O Regime Geral é aplicado as Pequenas empresas com facturação bruta anual superior a USD 250 mil; e as Médias empresas com facturação bruta anual superior a USD 3 milhões. 3 O Regime Simplificado é aplicado as Micro empresas com facturação bruta anual não superior a USD250 mil. 13 quimicos. As restantesd actividades consideradas de Baixo risco a saúde humana e animal estam sujeitas a um procedimento simplificado de cadastro e autorização junto da Admnistração Municipais. 2.6. Formas de organização e legalização da actividades empreendedoras. Segundo Alberto Asquini apud Tmazette (2002) e Ramos (2012), a partir da chamada Teoria Poliédrica, que entende a empresa como um fenómeno jurídico multifacetado podemos definir critérios para a classificação das empresas com base em quatro perfis: 1) Perfil subjectivo - a pessoa que exerce a actividade; 2) Perfil funcional - a particular força em movimento que é a actividade empresarial dirigida a um determinado escopo produtivo; 3) Perfil objectivo - o conjunto de bens; 4) Perfil corporativo - a organização formada pelo empresário e seus colaboradores destinada a um fim comum. A combinação de juízos, segundo os diferentes perfis de análise, permitirá tomar decisões quanto ao tipo de formato jurídico para as empresas. Os diferentes formatos jurídicos existentes no ordenamento angolano divididos em duas categorias – singulares e colectivas – nas quais encontramos diferentes tipologias de sociedades Lei n.º 06/03 de 3 de Março - Lei de Revisão do Código Comercial (Assembleia Nacional, 2003): Empresas Singulares Empresa em Nome Individual Sociedade Unipessoal Por Quotas Anónima (por acções) Empresas Colectivas Sociedade em Nome Colectivo Sociedade por Quotas Sociedade Anónima Sociedade em Comandita Simples Por Acções Cooperativas. Estas denominações podem ser Privadas, publicas (EP) e Mistas (Publicas+Privadas) 2.6.1. Empresas Singulares a. Empresário em Nome Individual Titular: um único indivíduo ou pessoa singular. Firma: contém sempre o nome civil completo ou abreviado do empresário. Pode ser adicionada uma alcunha pela qual o empresário é conhecido e ainda, pode conter uma expressão alusiva ao negócio. Capital: não existe montante mínimo para o capital. Património: património pessoal e património do negócio encontram-se unidos. Responsabilidade: ilimitada – o empreendedor responde por todas as dívidas contraídas pela empresa com todos os bens constituintes do seu património pessoal ou empresarial. 14 Vantagens: Total controlo do proprietário sobre o negócio; Possibilidade de redução dos custos fiscais; Constituição e dissolução simples; Não existe capital social mínimo. Desvantagens: Risco associado à fusão do património da empresa com o património pessoal do proprietário; Dificuldade em obter créditos para fundos. b. Sociedade Unipessoal Lei n.º 19/12 de 11 de Junho - (Assembleia Nacional, 2012) Titular: constitui-se por um único sócio na modalidade de: sociedade por quotas ou de sociedade anónima. Firma: contém a expressão “Sociedade Unipessoal” ou a palavra “Unipessoal”, ou ainda a abreviatura “SU”, seguida da abreviatura “Lda.” ou “SA” conforme a tipologia adoptada. Capital: O valor mínimo do capital social é o valor em Kz correspondente a: Sociedade por quotas: US$ 1.000,00 Sociedade anónima US$ 20.000,00 (caso se trate de uma, as acções não podem terem valor inferior a US$ 100,00 (cem dólares americanos). Responsabilidade: limitada ao montante do capital social, ou ao valor das acções. Criação da Empresa: no método tradicional, junto do GUE ou do SIAC. Vantagens: Total controlo do proprietário sobre o negócio; Património pessoal do proprietário não responde pelas dívidas contraídas pela empresa, visto que se encontra separado do património da mesma. Desvantagens: Maior complexidade na constituição da empresa; Sem vantagens fiscais; Exigência de um capital social mínimo. 2.6.2. Empresas Colectivas Lei n.º 01/04 de 13 de Fevereiro (Assembleia Nacional, 2004) a. Sociedade em Nome Colectivo Sócios: mínimo 2, (sendo admitidos sócios de indústria4 desde que, no pacto social, seja atribuído um valor à sua contribuição em indústria). 4 Socio cuja contribuição consista apenas em serviço. 15 Firma: composta pelo nome completo ou abreviado do apelido ou da firma de todos, alguns ou um dos sócios, seguido da expressão “e Companhia”, a sua abreviatura “Cia” ou ainda qualquer outra expressão ou palavra que indicie a existência de mais sócios. Capital: não existe montante mínimo obrigatório. Responsabilidade: Ilimitada, subsidiária e solidária, (os sócios respondem não só pelas suas entradas, mas também pelas entradas de todos os outros sócios. Os empresários entram também com o seu património pessoal, caso haja uma insuficiência do património da sociedade). Os sócios de indústria possuem uma responsabilidade igual à dos restantes sócios. Contudo, no plano interno, só respondem pelas perdas sociais se assim o estipular o contrato estabelecido. Património: património pessoal dos sócios e o património da sociedade encontram-se fundidos. vantagem e desvantagem: a responsabilização solidária. Ou seja, cada sócio responde não só pelas suas dívidas, mas também pelas dívidas de todos os outros sócios. b. Sociedade Por Quotas Sócios: mínimo 2. Não são admitidos sócios de indústria. Firma: obrigatoriamente, a firma deve terminar com a palavra “Limitada” ou a sua abreviatura “Lda.”, podendo escolher-se a primeira parte do nome de entre as seguintes opções: a) nome composto pelo nome completo ou abreviado de um, alguns, ou de todos os sócios; b) expressão alusiva ao ramo de actividade; c) conjugação dos elementos a) e b). Capital: mínimo equivalente em Kz a US$ 1.000,00 (dividido por quotas). Património: património da empresa é independente do património pessoal dos sócios. Responsabilidade: limitada ao capital social, (é este capital que responde perante as dívidas da sociedade. Os sócios podem ter acréscimos na sua responsabilidade se o contrato estipulado assim o indique). Vantagens: Separação do património da empresa com o património pessoal dos sócios, não respondendo este último pelas dívidas da empresa; Diversificação de experiências e conhecimentos de diferentes sócios; Maior facilidade em arranjar fundos e investimentos. Desvantagens: Não existe um controlo absoluto da empresa por um empresário; Um sócio pode ser chamado pelos credores para responder pela totalidade do capital; Maior complexidade na constituição e dissolução da empresa; Sócios não podem colocar no seu IRS prejuízos do seu negócio; Existência de um capital social mínimo. 16 c. Sociedade Anónima Sócios: mínimo de 5 sócios singulares ou colectivos ou 2 sócios desde que um deles seja o Estado. (Não são admitidos sócios de indústria). As sociedades anónimas podem ser constituídas por via de subscrição pública (com abertura da subscrição do capital ao público logo após a constituição) ou sem subscrição pública (se os fundadores subscrevem integralmente o capital social). Firma: termina sempre com a expressão “Sociedade Anónima” ou a sua abreviatura “SA”. Podendo escolher-se o resto do nome de entre as seguintes opções: a) nome composto pelo nome completo ou abreviado de um, alguns ou de todos os sócios; b) expressão alusiva ao ramo de actividade; c) conjugação dos elementos a) e b). Capital: mínimo em Kz equivalente a US$ 20.000,00, dividido em acções de valor – nominal e igual –equivalente a US$ 50,00 cada. Acções: podem encontrar-se representadas de forma titulada – documentos em papel, ou de forma escritural – representadas por registo na conta de quem adquire, junto da entidade registadora. Existem acções nominativas onde se conhecem os titulares, ou acções ao portador, nas quais o emitente não conhece a identidade dos titulares. Responsabilidade: limitada ao valor das acçõesque se encontra subscrito. Vantagens: Maior facilidade na transmissão dos títulos representativos da sociedade; Cada sócio arrisca apenas o capital subscrito, não respondendo pelas dívidas da sociedade; Maior facilidade de acesso ao crédito fundos de investimento. Desvantagens Grande diluição do controlo da empresa, desde os mais pequenos aos maiores accionistas; Constituição e dissolução da sociedade complexa e dispendiosa; Sujeição a uma fiscalização rigorosa, cuja intensidade aumenta caso a sociedade seja cotada num mercado de capitais. d. Sociedade em Comandita Sócios: trata-se de uma sociedade mista, pois existem dois tipos de sócios: Comanditados – contribuem com bens ou serviços Comanditários – contribuem com capital, assumem a gestão e a direcção efectiva da sociedade. Existem duas formas possíveis de sociedades em comandita: Simples – cujo número mínimo de sócios é dois; Por acções – em que as participações dos sócios comanditários se encontram representadas por acções. Numa sociedade em comandita por acções, o número mínimo de sócios sendo 6 – 5 comanditários e 1 comanditado. 17 Firma: nome completo ou abreviado, ou a firma de pelo menos um dos sócios de responsabilidade ilimitada (comanditado), seguido de “em Comandita” ou “& Comandita” para sociedades do tipo simples, e no caso de sociedades por acções acrescentar “em Comandita por Acções” ou “& Comandita por Acções”. Responsabilidade: é diferente para diferentes tipos de sócios: Comanditários – têm responsabilidade limitada, sendo que respondem apenas pelas suas entradas; Capital: não existe montante mínimo obrigatório se for simples e igual ao das sociedades anónimas se for por acções. Comanditados – perante as dívidas da sociedade este tipo de sócios responde de forma ilimitada e solidária entre si (cada sócio responde não só pela proporção que lhes corresponde nas dívidas da sociedade, mas também pelas dívidas de todos os outros sócios, afectando o seu património pessoal se assim for necessário). Património: no caso dos sócios comanditários o património pessoal encontra- se totalmente separado do património da empresa. Os sócios comanditados, pelo contrário, possuem os bens patrimoniais da sociedade fundidos com os seus bens pessoais. Criação da empresa: no método tradicional, junto do GUE ou do SIAC. e. Cooperativas Lei nº 23/15 de 31 de Agosto (Assembleia Nacional, 2015) Definição: pessoas colectivas autónomas, de livre constituição, de capital e composição variáveis e de controlo democrático, em que os seus membros se obrigam a contribuir com recursos financeiros, bens e serviços, para o exercício de uma actividade empresarial, de proveito comum e com riscos partilhados. Finalidade: visa a promoção dos interesses sociais e económicos dos seus membros, com retomo patrimonial predominantemente realizado na proporção das suas operações com a cooperativa. Divide-se em dois graus diferentes: Primeiro grau – constituídas por pessoas singulares e/ou colectivas, cujo objecto assenta na prestação directa de serviços aos seus membros; Grau superior – constituídas por uniões, federações ou confederações de cooperativas cujo objecto assenta na coordenação, financiamento, formação, orientação e organização produtiva em maior escala dos serviços das suas cooperativas filiadas, bem como na defesa e promoção dos interesses das suas filiadas perante instituições públicas ou privadas. Firma: A denominação adoptada deve ser seguida ou precedida, conforme os casos, das expressões «cooperativa», «união de cooperativas», «federação de cooperativas», «confederação de cooperativas» e, ainda, seguida «de responsabilidade limitada», ou «de responsabilidade ilimitada» ou das respectivas abreviaturas. Cooperadores: o número de membros de uma cooperativa é variável e ilimitado 18 Na cooperativa de primeiro grau: não podendo ser inferior a 10 Na cooperativa de grau superior: não podendo ser inferior 2. A Legislação complementar respeitante a cada ramo de actividade pode exigir, Capital: não existe montante mínimo obrigatório. o capital subscrito pode ser realizado em dinheiro, bens ou direitos, trabalho ou serviços. Joia: os estatutos da cooperativa podem exigir a realização de uma joia de admissão, a ser paga de uma só vez ou em prestações periódicas. O montante das joias reverte para as reservas legais que forem estatutariamente definidas. Responsabilidade: os membros podem adquirir diferentes estatutos dentro das cooperativas – com responsabilidade limitada para uns, e ilimitada para outros. Comummente, a responsabilidade de cada cooperador é limitada ao montante de capital subscrito. f. Empresas familiares. Definição: Empresa em que umaou mais familias, interligadas, detém uma maioria absoluta ou relativa do capital da empresa e que por essa via determinam a nomeação dos principais órgãos de Gestão. Vantagens: Compromisso de longo.prazo e maior resiliencia em situação de crise, Utilização frequente do patrimonio da familia para garantia de responsabilidades da Empresa. Desvantagens: Limitação ao crecimento para evitar a diluição da posição da familia. Dificuldades na implantação de uma gestão profissionalizada e na captção de talentos fora da familia. Pouca atenção às areas estrategicas da empresa, condicionadas aos interesses da familia. III. GESTÃO EMPREENDEDORA 3.1. FUNÇÕES DE GESTÃO. 3.1.1. Significado, Componentes e importância das funções de Gestão. A GESTÃO é a arte e ciência de conseguir fazer as coisas através de outras pessoas com os melhores resultados». As funções fundamentais da gerência administrativa são: a. Planificação (Decidir antecipadamente o que fazer de maneira a fazer, quando fazer e quem deve fazer.) Planejar - Estabelece os objectivos da empresa, especificando a forma como serão alcançados. Parte de uma sondagem do futuro, desenvolvendo um plano de acções para atingir as metas traçadas. É a primeira das funções, já que servirá de base directora à operacionalização das outras funções. b. Orçamentação (Identificar, descrever, quantificar, análisar e valorizar custos de produção, tranporte e venda). A orçamentação consiste em agregar os custos estimados de atividades individuais, ou dos pacotes de trabalho – que foram realizados na etapa de estimativa de custos – para estabelecer o orçamento inicial mínimo necessário 19 para se iniciar um projeto novo ou uma determinada etapa de um em andamento. Por ser a base da fixação do preço do projeto, a orçamentação torna-se uma das principais áreas no negócio da construção. Um dos requisitos básicos para um bom orçamentista é o conhecimento detalhado do serviço. Orçar não é um mero exercício de futurologia ou jogo de adivinhação. Um trabalho bem executado, com critérios técnicos bem estabelecidos, utilização de informações confiáveis e bom julgamento do orçamentista, pode gerar orçamentos com alto grau de precisão, embora não perfeitamente exatos, porque o verdadeiro custo de um empreendimento é virtualmente impossível de se fixar de antemão. Exitem 7 tipos de orçamento: Orçamento incremental Orçamento de base zero Orçamento top-down Orçamento bottom-up Orçamento baseado nas atividades Orçamento contínuo (rolling budgeting) Beyond budgeting (Definição, Principios, Vantagens e Desvantagens) c. Organização (envolve a determinação e a enumeração de actividades necessárias para a consecução de objectivos.) Organizar - É a forma de coordenar todos os recursos da empresa, sejam humanos, financeiros ou materiais, alocando-os da melhor forma segundo o planeamento estabelecido d. Coordenação/Liderança (unificar e harmonizar todos os esforços e todas actividades.) Coordenar: a implementação de qualquer panejamento seria inviável sem acoordenação das atitudes e esforços de toda a empresa, almejando as metas traçadas. e. Designação do pessoal e Direcção (preencher os cargos existentes na estrutura organizacional.) e (orientar e suspender os subordinados) Designar o pessoal e Dirigir: Pressupõe que as relações hierárquicas estejam claramente definidas, ou seja, que a forma como admi nistradores e subordinados se influenciam esteja explícita, assim como o grau de participação e colaboração de cada um para a realização dos objectivos definidos. Faz com que os subordinados executem o que deve ser feito. f. Controlo (significa ver se tudo corre de acordo com o plano estabelecido.). Controlar: É estabelecer padrões e medidas de desempenho que permitam assegurar que as atitudes empregadas são as mais compatíveis com o que a empresa espera. O controlo das actividades desenvolvidas permite maximizar a probabilidade de que tudo ocorra conforme as regras estabelecidas e ditadas g. Funções alargadas da gestão: Relações com agentes internos e externos. Informação: recolha, indagar e distribui-la. Negociação, arbitragem e gestão de conflitos. Criatividade e espírito empreendedor. Representação da instituição. 20 Bibliografia: FERREIRA, M.P., SANTOS, J.C., & SERRA, F.R. (2008). Ser empreendedor - pensar, criar e moldar a nova empresa (1ª ED.). LISBOA: EDIÇÕES SÍLABO, LDA. GASPAR, F. (2009). O processo empreendedor e a criação de empresas de sucesso, 1ª ED. GEM, 2018 – Estudo sobre o empreendedorismo-Angola 2016/2017, MINF, AGT 2020- Manual de Apoio às Micro, Pequenas e Médias Empresas, Luanda, WANGA, Waldano Heler Natxari (2015) Gestão Curso de agregação financeira, Ed. Academia.educ, Luanda. WANGA, Waldano Heler Natxari (2016) Governação Democrática e Desenvolvimento em Àfrica, Ed. Academia.educ, Luanda.
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