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Instrumentação cirúrgica - Técnica operatória (Resumo)

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1 TÉCNICA OPERATÓRIA RAUL BICALHO – MEDUFES 103 
Instrumentação Cirúrgica 
PLANO DE AULA 
• Introdução: 
o Breve histórico 
o Ambientação cirúrgica 
▪ Centro cirúrgico 
▪ Equipe cirúrgica 
▪ Posições operatórias 
▪ Preparo para a cirurgia 
• Materiais cirúrgicos: 
o Tempos cirúrgicos (diérese, hemostasia, 
exérese e síntese) 
o Instrumentos cirúrgicos (cirurgia aberta e vídeo 
cirurgia) 
o Sinalizações cirúrgicas principais 
• Montagem da mesa cirúrgica 
• Conclusões 
INTRODUÇÃO 
 
BREVE HISTÓRICO 
• História: 
o É uma história muito antiga, de mais ou menos 4000 a.C, onde as pessoas que viviam naquela época tentaram 
de alguma forma unir os tecidos de algumas feridas, podendo ser considerados os primórdios da cirurgia 
▪ Bisturi e agulhas (cirurgião egípcio SKAR 4000 a.C) 
o 1ª casa do cirurgião (século 1 – Celsus) → As pessoas eram levadas para serem consertadas/curadas 
o Ambroise Paré (século XVI – “pai da cirurgia”) 
o A maior parte das técnicas cirúrgicas se renova/reinventa nas grandes guerras (1ªGM, 2ªGM, Guerra civil 
americana etc.) 
▪ Porque durante essas guerras os países têm que tratar os soldados rapidamente para que eles possam 
retornar ao combate 
▪ Com isso, desenvolvem-se novas técnicas, novos instrumentais e novas tecnologias 
▪ Era moderna da cirurgia (guerra civil americana – século XIX) 
o Várias das técnicas recebem o nome das pessoas que desenvolveram 
▪ Ex.: Halsted e Bilrroth (1877) → Principais/primeiros a desenvolver os instrumentos de técnica operatória 
(hemostasia) que usamos até hoje 
o Final do século XIX → Adventos da anestesia e princípios de antissepsia (muito importantes para o 
desenvolvimento da cirurgia em si) 
• Nomes dos instrumentais: 
o Quantidade e qualidade 
▪ Muitos vem de acordo com a função que vão desenvolver (para que ele foi pensado) 
▪ Muitos receberam o nome das pessoas que os desenvolveram 
PROF. LUIZIÉLIO FILHO 
 
2 TÉCNICA OPERATÓRIA RAUL BICALHO – MEDUFES 103 
AMBIENTAÇÃO CIRÚRGICA 
• Ambientação: 
o Centro cirúrgico 
o Equipe cirúrgica 
o Posições operatórias 
o Preparo para a cirurgia 
• Centro cirúrgico: 
o Antigamente, antes da era da assepsia e de todos os cuidados que temos hoje, eram salas expostas onde os 
grandes cirurgiões faziam cirurgia ao vivo e demonstrações para aqueles que queriam aprender as técnicas 
▪ Não havia assepsia e quase nenhum cuidado. Então, o desfecho disso, obviamente, não era muito bom 
o Atualmente, temos centros cirúrgicos extremamente modernos, com tecnologia de ponta, além de centros de 
simulação que alunos e até médicos formados buscam para poder aprender e desenvolver técnicas 
▪ Nesses centros há todo o cuidado e tecnologia para evitar os problemas que os antigos apresentavam 
 
 
• Equipe cirúrgica: 
o É composta por todos aqueles que estão dentro do centro 
cirúrgico / sala cirúrgica 
o Anestesista, cirurgião, 1º assistente/auxiliar, 2º 
assistente/auxiliar, câmera, instrumentador cirúrgico, circulante 
de sala, equipe de enfermagem etc. 
▪ Circulante → Geralmente um técnico de enfermagem que 
não está no campo, mas está ao redor para fornecer os 
materiais necessários para a cirurgia 
o Antigamente se dizia muito que o cirurgião ficava à direita do paciente, o 1º auxiliar à esquerda, a 
instrumentador ao lado desse 1º auxiliar e o 2º auxiliar ao lado do cirurgião 
▪ Hoje, isso mudou muito, principalmente com o advento da videocirurgia, de novas posições cirúrgicas e da 
cirurgia robótica 
o No princípio básico da cirurgia, toda a equipe cirúrgica em campo entra com gorro, capote estéril, máscara, 
luva estéril etc., todos protegidos, para reduzir o risco de contaminação 
 
Centro cirúrgico antigo x Centro cirúrgico moderno 
 
3 TÉCNICA OPERATÓRIA RAUL BICALHO – MEDUFES 103 
▪ Mas, com a evolução da cirurgia, o cirurgião saiu do lado do paciente e até saiu de estar em campo de fato 
e, atualmente, com a robótica, o cirurgião consegue operar num console fora do campo cirúrgico 
❖ Assim, não há necessidade de capote, luva estéril etc. 
❖ Mas, toda parte que vai em contato com o paciente deve estar estéril 
 
 
• Posições operatórias: 
o As posições operatórias também mudaram muito ao longo do tempo 
o Existem algumas posições clássicas, que vão depender de cada cirurgia, de qual é o órgão interessado etc. 
▪ Ex.: O paciente pode ficar numa cadeira semissentado ou o cirurgião pode operar entre as pernas do 
paciente → Tudo isso vai depender da cirurgia 
o Na cirurgia torácica, costuma-se operar o paciente em decúbito lateral 
▪ Algumas vezes na posição em canivete → Faz com que abram as costelas e se consiga uma melhor liberdade 
de operar as estruturas intratorácicas 
▪ Pode ser feito decúbito ventral ou outras posições também 
 
4 TÉCNICA OPERATÓRIA RAUL BICALHO – MEDUFES 103 
o Resumindo, a posição depende muito do órgão e da técnica que será utilizada 
 
 
• Preparo para a cirurgia: 
o A escovação das mãos é muito importante quando a gente fala em preparo para a cirurgia 
o Muitas pessoas falarão várias técnicas de diferentes formas, mas existe um manual da Anvisa que determina 
quais são as regras e qual a forma correta de se fazer a escovação das mãos 
▪ Abrir a torneira, umedecer as mãos com água até o antebraço e cotovelo 
▪ Ensaboar as mãos e o antebraço com uma substância degermante/antisséptica (pode ser povidine, 
clorexidina etc.), espalhando-a das mãos até o cotovelo de um lado e do outro 
▪ Daí começa-se a limpar, a realmente fazer a escovação das mãos e do membro superior (até o cotovelo) 
❖ Sempre partimos da parte mais distal (aquela que vai estar mais em contato com o paciente) para a 
posição mais proximal (aquela que vai estar em menos contato com o paciente) 
 
5 TÉCNICA OPERATÓRIA RAUL BICALHO – MEDUFES 103 
❖ É como se estivéssemos tirando a sujeira da ponta onde eu encosto no paciente e trazendo ela para a 
parte + proximal onde menos encosto no paciente → Faz com que diminua o risco de contaminação 
▪ Devemos friccionar as mãos, observando os espaços interdigitais e o antebraço → Toda essa escovação 
deve durar de 3 a 5 minutos, sempre mantendo as mãos acima do cotovelo 
❖ Unhas → Espaços interdigitais → Palma da mão → Dorso da mão → Punho → Dorso do punho → 
Antebraço (dividido em 3 partes e escovando essas 3 partes) 
❖ O protocolo do ministério da saúde não deixa claro se devemos fazer isso num lado inteiro e depois partir 
para o outro ou se devemos fazer concomitantemente 
❖ Mas, faz mais sentido que se escove primeiro uma mão depois a outra, um punho depois o outro, um 
antebraço depois o outro e assim vai → Isso para não levar a sujeira de uma parte proximal de um lado 
para uma parte distal do outro 
▪ Depois enxaguamos as mãos com água corrente, sempre do sentido da ponta dos dedos, estendendo para 
a mão, depois punho e depois todo o antebraço (fazemos isso com um lado depois o outro) 
▪ Depois enxugamos as mãos com toalha ou compressa estéreis 
o Quando se vai de uma cirurgia para uma outra cirurgia, obviamente deve-se retirar o EPI (gorro, capote, luva 
etc.) e fazer uma nova escovação 
▪ Essa nova escovação pode ser um pouco mais rápida (em torno de 2 a 3 minutos) 
 
 
6 TÉCNICA OPERATÓRIA RAUL BICALHO – MEDUFES 103 
o No ambiente cirúrgico também existe uma regulação/legislação de como tem que ser as paredes, os materiais 
utilizados etc. 
▪ Tem que ser um ambiente com várias estruturas para dar suporte à sala de cirurgia (carrinho de anestesia, 
balão de oxigênio, todo o instrumental colocado de forma estéril dentro do campo cirúrgico etc.) 
 
 
o A antissepsia é feita sempre do local onde se vai incisar para a 
periferia, naquela mesma concepção de tirar a sujidade do ponto 
mais crítico e levar ela para fora(deixando a área onde vai ser feita 
a incisão mais limpa) 
o Depois que se faz toda a antissepsia, coloca-se os campos 
operatórios → Campos estéreis que vão delimitar onde será a 
incisão, então devem ser do tamanho previsto para a incisão (isso 
faz com que se haja uma barreira de proteção para todas as 
estruturas ao redor 
MATERIAIS CIRÚRGICOS 
É impossível saber todos os instrumentais, mas acabamos sabendo os instrumentais básicos da maioria das cirurgias 
e alguns específicos de certa especialidade. 
• Materiais: 
o Materiais básicos + materiais específicos de cada especialidade 
o Esses materiais são feitos de aço inoxidável composto de ferro, carbono, cromo, manganês, silício, molibdênio, 
enxofre e fósforo 
▪ O ferro é o elemento predominante 
▪ O cromo confere a característica inoxidável ao aço 
▪ O carbono dá a dureza e a leva → Porém permite a oxidação 
o São materiais “inoxidáveis”, mas, como o carbono em contato com o oxigênio e umidade durante algum tempo 
de uso acaba oxidando, esses materiais têm um tempo de validade 
Laboratório de experimentação – Onde às vezes se faz algum tipo de procedimento experimental com animais 
 
7 TÉCNICA OPERATÓRIA RAUL BICALHO – MEDUFES 103 
TEMPOS E INSTRUMENTOS CIRÚRGICOS 
• Tempos cirúrgicos: 
o São divididos em 3 ou 4 tempos 
▪ Diérese → É a incisão/abertura dos tecidos 
▪ Hemostasia → É quando se detém o sangramento 
▪ Exérese → Retirada do material (não é classificado como tempo cirúrgico por alguns autores) 
▪ Síntese → Fechamento dos tecidos 
• Diérese: 
o Vem do latim diarese ou do grego diaíreses, que é a abertura dos tecidos, a divisão 
o Pode ser feita de várias formas 
▪ Incisão → Ato de separar os tecidos (ferimento) 
▪ Secção → Ato de cortar (tesoura, serra) 
▪ Separação → Ato de separar 
▪ Punção → Introduzir elemento perfurante 
▪ Divulsão → Separação romba dos tecidos 
▪ Dilatação → Ampliação do diâmetro 
o Qualquer uma dessas etapas de diérese tem que ser muito cuidadosas para que façamos somente aquilo que 
é necessário 
▪ Devemos fazer então uma: 
❖ Incisão de tamanho proporcional ao procedimento 
❖ Técnica adequada a cada plano anatômico 
❖ Dissecção apropriada com hemostasia 
❖ Manipulação cuidadosa 
▪ Com a finalidade de não causar mais dano ao tecido 
▪ A incisão é um dano tecidual (abertura/separação dos tecidos), mas é uma agressão tecidual controlada e 
quanto mais controlada melhor 
❖ Por isso, cada vez mais utilizamos técnicas minimamente invasivas, porque essa agressão tecidual passa 
a ser menor, com isso os resultados e a recuperação do tecido e do paciente são melhores 
o Instrumentos de diérese: 
▪ Bisturi → Existe o bisturi com lâmina fixa, bisturi com lâmina removível/móvel e os cabos de bisturi (cabo 
3, cabo 4 etc., cada lâmina tem seu cabo específico) 
▪ Tesoura → Tesoura reta, tesoura curva e tesoura angulada 
❖ Existem vários tipos de tesouras, como tesoura de Mayo, de Metzembaum, de Potts etc. e cada uma 
delas foi desenvolvida para um tipo de cirurgia específico 
❖ As mais utilizadas são a tesoura de Mayo e a tesoura de Metzembaum 
 
8 TÉCNICA OPERATÓRIA RAUL BICALHO – MEDUFES 103 
❖ Podem ser retas (usualmente utilizada para cortar uma substância mais endurecida, mais resistente ou 
fios por exemplo) 
❖ Podem ser curvas (também chamadas de tesoura do cirurgião, porque permitem acessar melhor o 
tecido, não de ponta e sim de lado, permitindo melhor dissecção) 
▪ Afastadores → Instrumentos de afastamento 
❖ Afastador de Farabeuf → São 2, que usamos em 90° para expor os tecidos (afastador manual) 
❖ Afastador de Gelpi, afastador de Balfour e afastador de Fenochietto → São afastadores autostáticos 
(abrimos eles e eles mantêm abertos) 
▪ Ruginas → Servem para separar os tecidos de forma romba 
❖ Rugina de Doyen → Usamos muito para separar os músculos intercostais da costela 
❖ Rugina Lambotte → Também serve para separar algum músculo de um osso 
▪ Instrumentos acessórios → Fazem parte de todos os 3 tempos cirúrgicos 
❖ Pinça anatômica / de dissecção → Geralmente vai na mão não dominante e serve para apoiar/segurar 
os tecidos, enquanto na mão dominante vai o instrumento principal de diérese, síntese ou hemostasia 
❖ Pinça dente de rato → Tem um dente na ponta que faz uma preensão parecida com um dente de rato 
❖ Pinça de Bakey → Parece uma pinça anatômica, mas a ponta é bem fininha, usada para pinçar vasos 
❖ + Diversas outras pinças endereçadas a diversos tipos de cirurgia, cada uma com uma característica 
 
 
 
 
Bisturis 
Tesouras 
 
9 TÉCNICA OPERATÓRIA RAUL BICALHO – MEDUFES 103 
 
 
 
 
 
 
Afastadores 
Rugina de Doyen x Rugina Lambotte 
Pinça anatômica x Pinça dente de rato 
 
10 TÉCNICA OPERATÓRIA RAUL BICALHO – MEDUFES 103 
 
 
• Hemostasia: 
o É o 2º tempo cirúrgico 
o Vem do grego que significa deter o sangue 
o Depois que se faz a diérese (corta) sangra, então devemos deter o sangue 
o Pode ser feita de 2 formas 
▪ Forma temporária (por meio de pinçamento ou compressão) → Na medida que deixo de comprimir ou 
pinçar, o sangue volta a fluir 
▪ Forma definitiva (por meio de fios e ligaduras) 
o Instrumentos de hemostasia: 
▪ Pinças → Cada uma recebeu um nome específico (provavelmente do seu inventor), podem ser retas ou 
curvas e com elas fazemos o pinçamento para parada temporária do sangramento 
❖ Pinça hemostática Kelly → Tem um serrilhado na parte interna das suas hastes que vem até a metade 
❖ Pinça hemostática Crile → É semelhante à Kelly, mas o serrilhado vai até o final 
❖ Pinça hemostática Kocher → Tem um serrilhado interno até o final, mas com um dente de rato na ponta 
❖ Pinça hemostática Halsted/Mosquito → Parecida com a Crile, porém bem pequena e mais delicada 
❖ Pinça hemostática Mixter (ou passa-fio / pinça de pedículo) → Tem um serrilhado até o final e é angulada 
na ponta (próximo a 90°) 
❖ Pinça hemostática Rochester → Parece uma Crile maior (tem o serrilhado até o final) 
Outras pinças 
 
11 TÉCNICA OPERATÓRIA RAUL BICALHO – MEDUFES 103 
▪ Fios e ligaduras → Para fazer a interrupção definitiva do sangramento. Existem diversos tipos de fios, cada 
um tem uma ação própria e uma forma própria de poder fazer essa etapa da hemostasia (também são 
utilizados na síntese) 
❖ Fio de Vicryl (poligliconato, poliglactina...) → Fio sintético absorvível multifilamentar 
❖ Fio de Prolene (polipropileno) → Fio sintético inabsorvível monofilamentar 
❖ Fio de Nylon → Fio sintético inabsorvível monofilamentar 
 
 
 
 
12 TÉCNICA OPERATÓRIA RAUL BICALHO – MEDUFES 103 
 
• Exérese: 
o Depois que passamos da fase de deter o sangue, de fazer a hemostasia (seja de forma temporária seja de forma 
definitiva), retiramos a peça, que é a exérese 
o Fase intermediária 
• Síntese: 
o Por fim temos que fazer a reconstituição do tecido (anatômica ou funcional) 
OBS.: Fios 
o Podemos dividir os fios em 2 grandes grupos, os sintéticos e os orgânicos 
▪ Os orgânicos causam bastante reação inflamatória, então tendemos a utilizar menos 
▪ Os sintéticos (desenvolvidos em laboratório) são menos reativos (causam menos reação inflamatória) 
o Sendo orgânicos ou sintéticos, eles podem ser divididos em absorvíveis ou inabsorvíveis 
▪ Os absorvíveis vamos utilizar em estruturas onde depois que os tecidos se coaptam e o processo de 
cicatrização ocorre ele pode ser absorvido porque não vai haver ruptura do tecido 
▪ Os inabsorvíveis vamos utilizar em estruturas que não podem romper, onde não podemos dar a chance 
de um processo de cicatrização não ocorrer de forma adequada e haver um rompimento do tecido 
❖ Ex.: Síntese de vaso sanguíneo 
o Os fios ainda podem ser monofilamentares ou multifilamentares 
 
 
 
13 TÉCNICA OPERATÓRIARAUL BICALHO – MEDUFES 103 
o Instrumentos de síntese: 
▪ Porta-agulha → Vai portar a agulha para poder fazer a síntese. Existem diversos porta-agulhas usados para 
diversas situações diferentes 
❖ Porta-agulhas de Mayo Hegar 
❖ Porta-agulhas de Mathieu 
❖ Porta-agulhas Castroviejo 
 
 
• Instrumental de vídeo: 
o Com o advento da cirurgia por vídeo, os 
instrumentais tiveram que ser adaptados 
(a função é basicamente a mesma, mas a 
forma de se endereçar cada uma das 
etapas mudou) 
o Na cirurgia torácica em específico, a 
maioria das cirurgias são feitas por vídeos 
e se utilizam esses materiais 
o Não significa que nessas cirurgias não se 
precisa utilizar os materiais falados 
anteriormente, eles também fazem parte 
do arsenal, apenas se acrescentou o 
material de cirurgia por vídeo 
o Esses materiais foram desenvolvidos com algumas funções específicas 
▪ Pinça Grasper → É uma pinça de apreensão, tem vários dentinhos e às vezes é usada como pinça anatômica 
▪ Pinça Maryland → Parece uma Crile por conta do serrilhado 
▪ Tesoura 
▪ Porta-agulhas 
o Na cirurgia por vídeo temos instrumentais que fazem diversas dessas etapas de uma vez só´ 
▪ Grampeador endoscópico → Quando endereçamos no tecido, ele faz o grampeamento, onde faz a síntese 
do tecido, ele detém o sangue (hemostasia) e ele corta para o tecido ser retirado (diérese) 
Porta-agulha de Mayo Hegar x Porta-agulha de Mathieu x Porta-agulha Castroviejo 
 
14 TÉCNICA OPERATÓRIA RAUL BICALHO – MEDUFES 103 
 
 
 
 
 
 
Pinça Grasper x Pinça Maryland 
Tesoura x Porta-agulhas 
Grampeador endoscópico 
 
15 TÉCNICA OPERATÓRIA RAUL BICALHO – MEDUFES 103 
SINALIZAÇÕES CIRÚRGICAS 
• Sinalizações: 
o A sinalização tem uma praticidade muito importante porque quando estamos numa cirurgia mais tensa, saber 
os sinais faz com que a cirurgia se torne mais rápida e ande de forma mais harmônica 
o Geralmente a sinalização cirúrgica se dá de acordo com o movimento que o instrumento faz 
▪ Movimento de corte → Bisturi 
▪ Movimento de clampar → Kelly/Crile 
▪ Movimento de fechar um dedo com o outro (aproximando) → Pinça anatômica 
▪ Movimento com angulação para frente e para trás → Afastador de Farabeuf 
▪ Movimento de cortar (2 dedos retos ou curvos) → Tesoura reta ou curva 
o Alguns outros instrumentos ou materiais que a gente utiliza não têm um movimento muito parecido com a 
função que eles fazem 
▪ Estender a mão curva → Gaze 
▪ Movimento de mão para cima e para baixo (instrumento que quero colocar e tirar) → Gaze montada 
▪ Estender a mão espalmada → Compressa 
▪ Estender a mão em gancho → Fio (instrumentador deve colocar o fio de forma que o cirurgião já segure) 
▪ Movimento de mão rodando/angulando → Porta-agulha 
 
Sinalização de bisturi 
 
16 TÉCNICA OPERATÓRIA RAUL BICALHO – MEDUFES 103 
 
 
 
 
 
 
Sinalização de Kelly/Crile 
Sinalização de pinça anatômica 
Sinalização de afastador de Farabeuf 
 
17 TÉCNICA OPERATÓRIA RAUL BICALHO – MEDUFES 103 
 
 
 
 
Sinalização de tesoura reta e tesoura curva 
Sinalização de gaze x Sinalização de gaze montada x Sinalização de compressa 
 
18 TÉCNICA OPERATÓRIA RAUL BICALHO – MEDUFES 103 
 
 
 
 
Sinalização de fio 
Sinalização de porta-agulha 
 
19 TÉCNICA OPERATÓRIA RAUL BICALHO – MEDUFES 103 
• Entrega dos instrumentos: 
o É muito importante que as pinças sejam entregues ao cirurgião de forma adequada 
o O instrumento principal vem na mão dominante 
o O movimento de entrega tem que ser firme, único e forte → Para que o cirurgião sinta que o material chegou 
na mão e não precise tirar o olho do campo cirúrgico 
o O material tem que vir na mão do cirurgião sempre já preparado para ele poder utilizar 
o Há uma forma de empunhar/guardar um instrumental que vai se usar o tempo todo, geralmente é uma 
tesoura, assim é possível utilizar outro instrumento nessa mão 
 
 
MONTAGEM DA MESA 
• Características da montagem: 
o De fato não existe uma regra para a montagem da mesa cirúrgica 
o O ideal é que se coloque na mesa cirúrgica os tempos cirúrgicos muito próximos um do outro 
▪ Instrumentos de diérese em um local A 
▪ Instrumentos de hemostasia em um local B 
▪ Instrumentos de síntese em um local C 
o Os instrumentos de todos os tempos são colocados na mesma mesa de uma forma que fique organizado 
o Usualmente se coloca os instrumentais (pinças) de hemostasia na parte superior da mesa, onde é possível ter 
um acesso mais fácil 
▪ Em caso de uma lesão de um vaso importante, é possível acessar mais rápido 
o Mesa de Mayo → Mesa menor onde se coloca os instrumentos (mesa protegida por campo estéril) 
o Os instrumentos são separados na mesa geralmente por compressa, mas pode ser utilizado qualquer coisa 
desde que fiquem organizados 
o A organização é feita de forma que vá dos instrumentos menores para os instrumentos maiores, sempre 
agregando os iguais com os iguais 
Entrega correta dos instrumentos principais e auxiliares x Empunhadura de tesoura 
 
20 TÉCNICA OPERATÓRIA RAUL BICALHO – MEDUFES 103 
 
 
 
 
Mesa de Mayo organizada – Materiais de diérese na direita inferior, materiais de hemostasia na parte superior e materiais de síntese e acessórios na esquerda 
 
21 TÉCNICA OPERATÓRIA RAUL BICALHO – MEDUFES 103 
CONCLUSÃO 
• Conclusões: 
o O papel da instrumentação cirúrgica é fundamental no processo de cirurgia → O instrumentador facilita a 
cirurgia, tornando-a mais segura e mais rápida 
o É importante conhecer os instrumentais básicos e os instrumentais que vão ser endereçados naquela cirurgia 
específica (existem caixas de instrumentos diferentes para diferentes cirurgias) 
▪ Essa especificidade vai ser determinada pelo órgão a ser operado 
o Habilitação em instrumentação cirúrgica → Existe um curso de instrumentação cirúrgica de cerca de 3 meses, 
geralmente para técnicos de enfermagem, mas podem ser feitos por vários profissionais da saúde 
▪ Com o advento da robótica existe um treinamento específico para ser instrumentador de cirurgia robótica 
o Cada instrumento e cada material tem sua particularidade e sua finalidade → É impossível conhecer todos 
o Devemos estar em treinamento contínuo → Porque novas peças, instrumentos e técnicas vão surgindo com a 
finalidade de facilitar a cirurgia 
o Novos materiais e novas tecnologias → Fazem com que estejamos em constante estudo

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