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Procedimento Comum Fase Postulatória Os procedimentos podem ser comuns ou especiais. Os processos que observarão o procedimento comum são identificados por exclusão: todos aqueles para os quais a lei não tenha previsto o especial. O CPC trata do procedimento comum a partir do art. 319, dividindo-o em quatro fases: Postulatória: o autor formula sua pretensão por meio da petição inicial e o réu apresenta a sua resposta; Ordinatória: o juiz saneia o processo e aprecia os requerimentos de provas formulados pelas partes; Instrutória: são produzidas as provas necessárias ao convencimento do juiz; Decisória. Isso não significa que, em cada uma das fases, sejam praticados apenas atos processuais do tipo que lhes dá o nome. A classificação leva em conta apenas o tipo de ato predominante. Dessa forma, em qualquer das quatro fases, não apenas na última, o juiz proferirá decisões interlocutórias. Há possibilidade de atos instrutórios, como a juntada de documentos, em qualquer fase. Fase postulatória PETIÇÃO INICIAL É o ato que dá início ao processo, e define os contornos subjetivo e objetivo da lide, ou seja, nela o autor narra o seu problema e provoca a atividade jurisdicional. REQUISITOS DA P.I Arts. CPC 319: Requisitos 320: doc’s indispensáveis a propositura as ação I - Juízo a que é dirigida II - Qualificação do autor e réu ( Pode requerer ao juiz as diligencias necessárias p/ obtenção das informações e a P.I não será indeferida se na falta dessas informações for possível a citação do réu. III – Fato e fundamentos jurídicos do pedido: Corresponde a causa de pedir. IV – O pedido com suas especificações: deve ser CERTO (art. 322) e DETERMINADO (art 324) São considerados pedidos implícitos: Juros legais (art. 322 § 1º) Correção monetária (art. 322 § 1º) Verbas de sucumbência, honorários advocatícios Prestações sucessivas (art. 323) Admite-se pedido GENÉRICO: Nas ações universais (art. 324, I) Quando não for possível determinar, desde logo, as consequências do ato ou do fato (art. 324, II) Quando a determinação do objeto ou do valor depender de ato que deva ser praticado pelo réu (art. 324, III) Os pedidos podem ser CUMULADOS quando: Sejam compatíveis entre si (art. 327, I) Seja competente o mesmo juízo (art. 327, II) Seja adequado para o mesmo tipo de procedimento (art 327, III) Quando, para cada pedido, corresponder tipo diverso de procedimento, será admitada a cumulação se o autor empregar o procedimento comum (art. 327, §2º) Cumulação PRÓPRIA: ocorre quando se pretende o acolhimento simultâneo de todos os pedidos. *Simples: as pretensões não tem relação entre si. *Sucessiva: Os pedidos guardam entre si um vinculo de precedência lógica. IMPRÓPRIA: ocorre quando se pretende o acolhimento parcial dos pedidos. *Alternativa: o autor não gera preferencia entre os pedidos cumulados *Subsidiária: o autor formula um pedido de sua preferencia (principal), mas tbm elabora um pedido de subsidiário para a eventualidade do juiz não deferir o principal (art. 326) V – O valor da causa Toda petição inicial terá valor da causa e a ele será atribuído VALOR CERTO, ainda que não tenha conteúdo imediatamente aferível (art. 291) O valor da causa seguirá as REGRAS do art. 292 VI – As provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados: A petição inicial será instruída com os documentos indispensáveis a propositura da ação (art. 320) Admite-se tbm a juntada posterior de documentos formados após a petição inicial ou a contestação, bem como dos que se tornaram conhecidos, acessíveis ou disponíveis após esses atos, cabendo à parte que os produzir comprovar o motivo que a impediu de juntá-los anteriormente e incumbindo ao juiz, em qq caso, avaliar a conduta da parte de acordo com o art. 5º (art. 435, parágrafo único) VII – A opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação e mediação. Só não haverá audiência se ambas as partes expressamente demonstrarem desinteresse. O autor, então, deverá indicar na P.I, seu desinteresse na autocomposição, e o réu deverá faze-lo por petição, apresentada 10 dias de antecedência, contados da data de audiência. (art. 334. §5º) SANEAMENTO DA P.I A primeira atuação do juiz no processo é o juízo de admissibilidade da petição inicial. Haverá três alternativas: Pode encontrá-la em termos, caso em que determinará o prosseguimento com a citação do réu (ou até com o julgamento imediato, nas hipóteses do art. 332); Pode constatar a necessidade de algum esclarecimento, ou a solução de algum defeito ou omissão, caso em que concederá prazo ao autor para emendá-la, indicando o que precisa ser completado ou corrigido; Pode verificar que há um vício insanável, ou que não foi sanado pelo autor, no prazo que lhe foi concedido, caso em que proferirá sentença de indeferimento da inicial. No art. 330 do CPC, elenca as possibilidades de indeferimento que resultam todas na extinção do processo sem resolução de mérito: I – P.I Inépta: é a inaptidão da inicial para produzir os resultados almejados, seja por falta de pedidos seja por falta de fundamentação (§ 1º do art. 330) II - Quando a parte for manifestamente ilegítima III - Quando ao autor carecer de interesse processual. Dessa forma, caso a petição inicial possua vícios, antes de indeferi-la o juiz mandará o autor corrigi-los. O prazo para emenda da inicial é de 15 dias (art 321) Caso o autor não faça as correções, o juiz prolatará SENTENÇA de indeferimento da inicial (art 330.) sem resolução do mérito (art 485, I) e por isso a demanda poderá ser proposta novamente. (art 486) Contra essa sentença, cabe recurso de APELAÇÃO no prazo de 15 dias (art 1009 e 1003 §5º) Tal apelação permite o JUIZO DE RETRATAÇÃO, que terá efeito regressivo. Ou seja, o juiz, ao receber o recurso poderá ANULAR a sentença e determinar o normal prosseguimento do feito. O prazo de retratação é de 5 dias (at. 331). Caso o juiz não se retrate e não ocorra o efeito regressivo, ANTES de enviar a apelação ao tribunal. O réu deverá ser citado para oferecer resposta ao recurso (art. 331 §1º) Após o prazo de resposta do réu ao recurso, com ou sem contrarrazões, a apelação será enviada ao tribunal. O juízo de admissibilidade das apelações não é feito pelo juiz de 1º grau. A apelação deve subir independentemente dessa análise (art. 1010 §3º). Não interposta apelação, o réu será intimado do trânsito em julgado da sentença (art. 331 §3º). DA AUDIÊNCIA DE TENTATIVA DE CONCILIAÇÃO É fase indispensável nos processos de procedimento comum. (art 334) A eventual conciliação nessa fase ainda inicial do processo se ajusta ao princípio econômico, já que o poupará de avançar a fases mais adiantadas. Audiência de conciliação: quando não há vinculo anterior entre as partes (art. 165, §2º) Audiência de mediação: quando há vinculo anterior entre as partes. (art. 165 §3º) Desde que a inicial tenha preenchido os requisitos de admissibilidade e não seja caso de improcedência de plano, o juiz designará audiência de conciliação ou mediação, na qual atuará necessariamente, onde houver, o conciliador ou mediador. Deverá ser realizada no mínimo de 30 dias e o réu deverá ser citado com antecedência mínima de 20 dias (art. 334) Será dispensada apenas quando o direito não admitir autocomposição ou quando ambas as partes demonstrarem de forma expressa desinteresse pelo ato (art 334 §4º) Na hipótese de desinteresse mutuo pela audiência, o autor deverá demonstra-lo na petição inicial e o réu em petição comum a ser protocolada com no mínimo 10 dias de antecedência da sessão (art. 334 §5º) As partes deverão estar acompanhadas por seus advogados ou defensores públicos (art. 334 §9º) Nessa audiência,a parte deverá se fazer representar por procurador através de procuração especifica com poderes para transigir e negociar (art 334 §10) É possível ocorre mais de uma sessão na tentativa de autocomposição, desde que não se exceda DOIS MESES da realização da primeira. (art 334 § 2º) A autocomposição obtida será reduzida a termo pelo conciliador ou mediador e posteriormente, homologada por sentença pelo juiz (art 334 §11º). Essa sentença homologatória é titulo executivo judicial (art. 515, II) A audiência poderá ocorrer por meio eletrônico (art. 334, §7º) O não comparecimento injustificado à audiência de conciliação é considerado ato atentatório à dignidade da justiça e será sancionada com multa de até 2% da vantagem econômica pretendida ou o valor da causa, revertida em favor da União ou do Estado. (art 334, §8º)
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