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UNIFACISA | SAÚDE COLETIVA 3 | SISTEMAS DE INFORMAÇÕES | ISABELA ADÉLIA 1 PROFESSORA: ROUMAYNE Saúde Coletiva 3 – Teórica SISTEMAS DE INFORMAÇÕES EM SAÚDE INFORMAÇÃO EM SAÚDE Uma boa gestão e atenção à saúde apoia a produção e utilização dos serviços de saúde, para isso, deve-se basear nas informações. Os SIS conseguem nos dar uma direção por meio das informações como se comportam as doenças ao longo do tempo (tendências de morbidade e mortalidade), dá até para prever algumas coisas com as informações, visando controlar e eliminar os problemas. Essas informações também estabelecem o nível de suscetibilidade e de risco de grupos populacionais em áreas definidas (incidência, letalidade, mortalidade). Além disso, contribuem para monitorar e avaliar as intervenções, seus resultados e impactos Ajudam a verificar se foram alcançadas as metas estabelecidas no tempo e também no planejamento, organização e avaliação de ações e serviços FONTE DE DADOS São exemplos de fontes de dados que estão totalmente ligados à saúde da população: - condições demográficas; - alimentação; - educação; - condições de trabalho e emprego; - transporte e condições de moradia; - saneamento básico; - lazer e segurança; - acesso aos serviços de saúde. As informações em saúde devem subsidiar políticas públicas, pesquisas, debates e lutas para que haja uma relação Estado-Sociedade, por meio das reinvindicações da população. Com isso, haverão mudanças na relação saúde-doença-cuidado, já que as pessoas vão exigir melhorias para que haja um impacto na saúde do indivíduo e de toda população. Aos poucos isso vai sendo ampliado. FONTES ESPECIAIS DE DADOS Além das fontes de dados e sistemas de informações, há também: - estudos epidemiológicos Levantamento epidemiológico destina-se a coletar dados para complementar informações já existentes. Esses estudos são de grande relevância, pois trazem informações extras e trazem informações que não são possíveis de observar no sistema de saúde nacional, já que é tão diverso e os estudos epidemiológicos são mais específicos SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE Quando há coleta de dados, não há análise, é apenas um dado. A partir do momento que há análise, interpretação, processamento, vira uma informação. Essa informação deve ser disseminada, pois é o conhecimento baseado na informação que vai levar ao processo de decisão da gestão em saúde que se tornará uma ação e toda ação deve ser monitorada e avaliada pelo mesmo processo (dado-informação-conhecimento-decisão-ação) para ser analisado e concluir se tem o problema sob controle ou UNIFACISA | SAÚDE COLETIVA 3 | SISTEMAS DE INFORMAÇÕES | ISABELA ADÉLIA 2 não, se é necessário aumentar as medidas ou diminuí- las, se é para ter continuidade ou não. Há três níveis do sistema: municipal, estadual e nacional - As informações são produzidas em nível local, sobre um território determinado, devem convergir para um sistema regional e nacional de informações em saúde. -> Vantagens dos sistemas de informação em saúde: - Ampla cobertura; - Abrangência nacional; - Dados informatizados; - Grande nº de informações dos diversos setores e serviços; - Informações para cada município. -> Desvantagens: - Cada SIS atende ao propósito criado, ou seja, são muitos e restritos; - O SIS não são compatíveis entre si, ou seja, a mesma pessoa tem vários cadastros com suas informações espalhadas, ao invés de estar tudo junto; - Qualidade dos dados – grande nº de pessoas envolvidas com treinamentos distintos; - Grande nº de variáveis em branco ou mal preenchidas. -> Planejamento - Por que se registra essa informação? - Para que ela será utilizada? - Quem a utilizará? - Como será empregada? - Por quanto tempo será útil essa informação? Os SIS tem cobertura e qualidade com grande variação por sistema e região do país. A Organização Mundial de Saúde (OMS) define Sistema de Informação em Saúde (SIS) como um conjunto de componentes que atuam de forma integrada por meio de mecanismos de coleta, processamento, análise e transmissão da Informação necessária e oportuna para implementar processos de decisões no Sistema de Saúde. Seu propósito é selecionar dados pertinentes e transformá-los em informações para aqueles que planejam, financiam, proveem e avaliam os serviços de saúde. SELEÇÃO DAS VARIÁVEIS Os SIS não descrevem ou representam a realidade em si. Elas são a expressão de certo olhar da sociedade sobre si própria. Ou seja, se as condições de saúde estiverem relacionadas a condições sociais, econômicas, escolaridade, entre outros, é uma visão da própria sociedade, ela que vai dizer se essas variáveis tem relação com a doença em questão. PRINCIPAIS SIS - SIH-SUS: Sistema de Informações Hospitalares do SUS. - SIM: Sistema de Informação sobre Mortalidade. - SINASC: Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos. - SINAN: Sistema de Informação de Agravos de Notificação. - SIA-SUS: Sistema de Informação Ambulatorial. - SISREG: Sistema Nacional de Regulação. - SIS-AB/e-SUS: Sistema de Informação da Atenção Básica. SISTEMA DE INFORMAÇÃO SOBRE MORTALIDADE – SIM É um dos sistemas com melhor qualificação das informações. Ele oferece aos gestores de saúde informações de maior relevância para a definição de prioridades nos programas de prevenção e controle de doenças, a partir das declarações de óbito. As informações são coletadas pelos Estados e municípios, pelas respectivas secretarias de saúde. UNIFACISA | SAÚDE COLETIVA 3 | SISTEMAS DE INFORMAÇÕES | ISABELA ADÉLIA 3 A Declaração de Óbito que preenche as informações do SIM, e apenas o médico pode assinar a DO. Através dela, temos acesso à mortalidade geral, mortalidade infantil, mortalidade materna, mortalidade por causas e/ou idades específicas, mortalidade proporcional por causa e/ou faixa etária. Declaração de Óbito: o médico tem responsabilidade ética e jurídica pelo preenchimento e pela assinatura da DO, assim como pelas informações registradas em todos os campos deste documento. Deve, portanto, revisar o documento antes de assiná-lo. A qualidade da informação é muito importante, pois traz maior clareza sobre as causas das mortes, bem como as idades e as regiões que mais são afetadas. SISTEMA DE INFORMAÇÕES SOBRE NASCIDOS VIVOS – SINASC A Declaração de Nascidos Vivos que alimenta as informações desse sistema. Propicia um aporte significativo de dados sobre nascidos vivos, com suas características mais importantes, como sexo, local de nascimento, tipo de parto e peso ao nascer, entre outras. Indicadores de saúde que são possíveis de calcular a partir das informações fornecidas pelo SINASC: - Taxa de fecundidade - Taxa de natalidade - Mortalidade infantil e Materna (denominador) - Proporção de gravidez na adolescência - Proporção de recém-nascidos com baixo peso - Proporção de partos cesáreos e/ou domiciliares. SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE AGRAVOS DE NOTIFICAÇÃO – SINAN É o sistema que notifica e investiga casos de doenças e agravos que constam da lista nacional de doenças de notificação compulsória (obrigatória), mas é facultado a estados e municípios incluir outros problemas de saúde importantes em sua região. As informações chegam por meio de uma ficha de notificação preenchida por profissionais de saúde e ao identificar qualquer doença/agravo de notificação compulsória é obrigatório que seja avisado às autoridades sanitárias, o aviso deve ser realizado pelo profissional que reconhecer a doença/agravo. O que alimenta esse sistema é: Ficha Individual de Notificação (FIN) e Ficha Individual de Investigação (FII). É de obrigação de todo profissional de saúde preencher essas fichas. O que temos de informaçãoao extrair dados do SINAN? - Cálculo da incidência, prevalência e letalidade de doenças; - Acompanhamento da distribuição das doenças no tempo: tipo de variação da doença, tendência histórica, caráter endêmico e ocorrência epidêmica - Identificação de áreas de risco SISTEMAS DE INFORMAÇÕES ASSISTENCIAIS Servem apenas para atendimentos no SUS ou pagos pelo SUS. SIH-SUS: Contém informações que viabilizam efetuar o pagamento dos serviços hospitalares prestados pelo SUS, através da captação de dados das Autorizações de Internação Hospitalar – AIH SAI-SUS: Sistema de informação para facilitar o planejamento, controle e avaliação do atendimento ambulatorial. SISTEMA DE INFORMAÇÃO HOSPITALAR: - Instrumento: AIH (Autorização de internação hospitalar) - Caracterização das internações (individualizado) - Natureza do evento (diagnóstico ou procedimentos) - Valores pagos (procedimentos) - Cadastro das Unidades (Leitos, gestão, natureza, etc) O que dá para calcular com as informações fornecidas? Assistenciais - perfil da rede hospitalar (natureza, gestão) - oferta de leitos e clínicas disponíveis UNIFACISA | SAÚDE COLETIVA 3 | SISTEMAS DE INFORMAÇÕES | ISABELA ADÉLIA 4 - serviços e procedimentos realizados - meios diagnósticos e terapêuticos - evolução do paciente e tempo de internação - valores pagos com a internação (faturamento dos hospitais) Epidemiológicos - frequência absoluta e relativa - coeficiente de internação ou mortalidade hospitalar - razão entre de internação e notificação de agravos - coeficientes específicos (causa, sexo e faixa etária) INDICADORES DE SISTEMA DE INFORMAÇÃO AMBULATORIAL Assistenciais: - perfil da rede ambulatorial - oferta de serviços e profissionais por especialidade - quantidade de atos / procedimentos realizados (frequência e valores) - serviços diagnósticos e terapêuticos - avaliação dos serviços (prioridades políticas) - planejamento e controle – avaliação das ações de saúde implantadas SISTEMA NACIONAL DE REGULAÇÃO – SISREG De acordo com os dados anotados do paciente, haverá o encaminhamento para outros profissionais, realização de exames e tudo isso é por meio do SISREG. Permitir a distribuição dos recursos assistenciais disponíveis de forma regionalizada e hierarquizada. Facilitar o planejamento dos recursos assistenciais em uma região Permitir o referenciamento em todos os níveis de atenção nas redes pública e contratada. Identificar as áreas de desproporção entre a oferta e a demanda Disponibilizar informações em tempo real sobre a oferta de leitos, consultas e exames especializados de média e alta complexidade. SISTEMA DE INFORMAÇÃO DA ATENÇÃO BÁSICA – SIS-AB/E-SUS Coleta de Dados Simplificada – CDS - estruturado em fichas de papel - informações integradas - histórico do atendimento do cidadão Prontuário Eletrônico do Cidadão – PEC - auxilia o fluxo da UBS - agenda dos profissionais - histórico do prontuário do cidadão - atenção domiciliar - relatórios O município consegue centralizar todas as informações das unidades de saúde e através das informações obtidas, serão gerados relatórios e a gestão verá o que investir para melhorar cada vez mais a saúde da população CADASTROS NACIONAIS CNES: imprescindíveis a um gerenciamento eficaz e eficiente. Propicia ao gestor o conhecimento da realidade da rede assistencial existente e suas potencialidades, visando auxiliar no planejamento em saúde CNS-cartão SUS: possibilita a vinculação dos procedimentos executados no âmbito do Sistema único de Saúde (SUS) ao usuário, ao profissional que os realizou e também à unidade de saúde onde foram realizados CADASTRO NACIONAL DE ESTABELECIMENTOS DE SAÚDE – CNES – é possível encontrar: - Instrumento: FCES (ficha cadastral de estabelecimentos de saúde) - estabelecimentos e profissionais (indicadores e consultas) - Brasil – UF – municípios UNIFACISA | SAÚDE COLETIVA 3 | SISTEMAS DE INFORMAÇÕES | ISABELA ADÉLIA 5 ,SISTEMA DE INFORMAÇÕES DO PROGRAMA NACIONAL DE IMUNIZAÇÕES – SI-PNI Contribui para o controle, eliminação e/ou erradicação das doenças transmissíveis e imunopreveníveis, com a imunização sistemática da população. Garante a qualidade dos dados e a velocidade do fluxo de informações, otimizando o controle e gerenciamento das unidades de vacinação. IBGE Não é um sistema de informação em saúde, mas traz importantes dados que contribuem no âmbito da saúde Nos dá acesso ao: - Censo - Tem por objetivo a contagem populacional e domiciliar - Não se caracteriza por sistema de informação - Mas gera base de dados úteis para compor o denominador em um significativo número de indicadores CARTÃO NACIONAL DE SAÚDE Instrumento que possibilita a vinculação dos procedimentos executados no Sistema Único de Saúde, ao usuário, ao profissional que os realizou e também à unidade de saúde onde foram realizados. Objetivos: - Construção de uma base de dados histórico clínico - Imediata identificação do usuário, com agilização no atendimento - Ampliação e melhoria de acesso da população a medicamentos - Revisão do processo de compra de medicamentos - Acompanhamento dos fluxos assistenciais - Revisão dos critérios de financiamento e racionalização dos custos - Acompanhamento, controle, avaliação e auditoria do sistema e serviços de saúde - Gestão e avaliação de recursos humanos - Arquitetura geral do sistema - Nível de atendimento: composto pelos Terminais de Atendimento SUS instalados nas unidades de saúde - Nível municipal: composto pelos servidores municipais responsáveis pelo processamento e armazenamento dos dados de todos os atendimentos realizados no município - Operacionalização - Construção de cadastros de usuários, de profissionais de saúde e de unidades de saúde – Número nacional de identificação - Infraestrutura de informação e telecomunicações, com funções de captar, armazenar e transmitir as informações sobre os atendimentos realizados. - Desenvolvimento de aplicativos específicos para o sistema Cartão Nacional de Saúde DELIBERAÇÃO DA 12ª CONFERÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE (2003) - Garantir a compatibilização, interface e modernização dos sistemas de informação do SUS, bem como o aperfeiçoamento da integração e articulação com outros sistema de interesse para a saúde; - Assegurar recursos orçamentários para implantação da Rede Pública Nacional de Comunicação - Definir recursos, fontes de financiamento, prazos, cronogramas e critérios para implantação do Cartão Nacional de Saúde em todo o país OBJETIVOS DOS SIS NO SUS Possibilitar a análise de situação de saúde no nível local tendo como referencial microrregiões homogêneas e que, necessariamente, leve em consideração as condições de vida da população e o processo saúde- doença
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