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RESPOSTA AS QUESTÕES - Práticas não medicalizantes na escola

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE EDUCAÇÃO
CURSO DE GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA
Disciplina: Intervenções Psicopedagógicas 
 Docente: Victor Hugo de Souza 
Discente: Ana Beatriz Dias Daniel 
O texto em questão concerne a um livro elaborado pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP) cujo trata sobre instruções práticas para a atuação de profissionais envolvidos em serviços de educação e saúde a partir da visão não medicalizante, sendo pautado em um Fórum sobre Medicalização da Educação e da Sociedade. Para o presente fichamento, foi considerado as páginas 24 a 43, abordando os temas “Aos profissionais de Educação”, “Aos profissionais da Saúde” e “Para interação de profissionais e articulação em redes de serviços”. O objetivo do livro caracteriza-se por “1) Favorecer a compreensão das necessidades relativas à educação, saúde e vida de crianças, adolescentes, familiares e seus grupos sociais, a partir de uma perspectiva não medicalizante; 2) Apoiar a abordagem não medicalizante dessas necessidades de indivíduos e coletivos no trabalho de profissionais e serviços de educação e saúde; 3) Fornecer instrumentos potencializadores de práticas de educação e cuidados em saúde que contemplem a diversidade nas formas de ser e aprender, respeitando os direitos das crianças e dos adolescentes.” (Conselho Federal de Psicologia, 2015). 
De acordo com o Conselho Federal de Psicologia (2015) uma criança ou adolescente que não aprende não deve ser encarado como um problema e sim um desafio que precisa de análise e compreensão, considerando todos os aspectos envolvidos na situação. Frente a isso, entende-se que a criança com dificuldade de aprendizagem não pode ser concebida como responsável por sua dificuldade pois muitos aspectos contextuais contribuem para a instalação da mesma. É impressindível salientar que o processo de adquirir conhecimento, bem como, o desenvolvimento são atravessados por impasses e dificuldades, portanto, esses momentos precisam ser mais naturalizados e tratados pelos profissionais da educação e da saúde por meio de estratégias menos biologizantes, medicalizantes e individualistas. 
Frente a essa perspectiva, é imperioso que os profissionais da educação reflitam sobre os erros e acertos de seus alunos, analisando os erros de maneira crítica e observando os acertos como avanços que precisam ser considerados e reforçados. Nenhuma criança esta na escola sozinha, por isso, não faz sentido atribuir a sua dificuldade apenas a uma falta individual. Levando isso em consideração, a construção de estratégias em equipe para enfrentar e resolver a questão da dificuldade de aprendizagem do (os) aluno (os) é a melhor opção, implicando em construir projetos pedagógicos de maneira coletiva, reflteir a prática com todos os agentes escolares e abrir espaços de planejamento. Algumas estratégias aconselhadas pelo CFP para atuação do profissional da educação são: trazer a tona estratégias que já foram adotadas e tiveram sucesso para gerar ideias novas e novos ânimos; planejar oficinas em grupo entre os professores, incentivando cada professor a contribuir com seu conhecimento específico e posteriormente isso ser compartilhado para todos os alunos, sendo o trabalho em grupo, gerador de espaço para trocar hipóteses sobre diferentes opiniões e pontos de vista a serem ouvidos e respeitados; investigar o que os alunos gostam de aprender, utilizar instrumentos e estratégias que ajudem o aluno a compreender o mundo em que se vive, utilizar da motivação da criança, aquilo que faz sentido para ela aprender e consolidar a aprendizagem de maneira significativa; e por último e não menos importante, auxiliar o aluno no processo de aprender junto, compreensão e percepção do outro, contribuindo para refletir sobre respeito, diferenças e paz. 
Além dos profissionais da educação, o CRP também faz alguns apontamentos dirigidos aos profisisonais da saúde como instruções sobre a atuação mais contextualizada e menos voltada para a medicação. Frente a isso, entende-se que as queixas referentes a dificuldade de aprendizagem devem ser abordadas a partir da percepção da criança e/ou adolescente, da família e da escola, olhando a questão de maneira completa. É necessário chegar a percepção da criança sobre a situação, reconhecendo que esta possui capacidade para participar do processo de tomada de decisão do cuidado consigo mesma. Todavia, é importante que o profisisonal da saúde construa sua própria percepção a partir de um primeiro contato com a criança para somente depois ouvir as outras percepções, para que o olhar não fique inviesado e a subjetividade da criança seja desconsiderada. Além disso é indicado: Sempre fazer perguntas mais gerais para que se gere oportunidade de explorar questões do cotidiano, dinâmica familiar, escolar e aspectos da vida social e cultural; Questionar qual é a relação da família com a leitura e a escrita, como situações sociais em que se faz uso do ler e escrever; conversar com profisisonais de instituições que essa criança faz parte; explorar qual o interesse da criança e se ela tem um desenvolvimento de leitura e escrita fora do ambiente que está sendo apontada a dificuldade, qual o ambiente social e físico proporcionado para a realizção das tarefas; incentivar os pais a terem uma rotina de leitura como os filhos baseando-se naquilo que fazem rotineiramente; e realização de grupos de educação em saúde entre profissionais de áreas do saber envolvidas no processo em que a temática da não medicalização frente aos problemas de aprendizagem seja trabalhada. 
Por fim, o CRP aponta algumas reflexões para a interação dos profissionais. A interação dos profissionais de campos e saberes diversos não é algo fácil, pois existe a dificuldade de trabalhar em grupo, compartilhar ideias e o desejo que cada um possui de garantir seus reconhecimentos e autoridade. Todavia, é necessário quebrar essas dificuldades e almejar o fortalecimento de laços, identificando e trabalhando em prol de um obejtivo comum. Frente a isso, são apontadas algumas dicas como: Estabelecer reuniões de tempo em tempo para discussão de casos; mapear territorialmente os diferentes serviços disponíveis que possam auxiliar no processo em questão; registrar as intervenções realizadas para o compartilhamento de casos e troca de conhecimentos; realizar visitas em diferntes ambitos; entre outros. Além disso, é fundamental procurar ajuda de órgãos como o Conselho Tutelar, Vara da Infância e Adolescencia, CAPSi, etc, para que hajam redes de apoio profissionalizadas e preparadas para amparar essa criança, sua família e escola fernte as dificuldades aprensentadas. 
REFERÊNCIA
CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Fórum Sobre Medicalização da Educação e Saúde. Recomendações de práticas não medicalizantes para profissionais e serviços de educação e saúde. São Paulo, 2015. Disponível em: <https://site.cfp.org.br/wp-content/uploads/2015/06/CFP_CartilhaMedicalizacao_web-16.06.15.pdf>

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