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TCC Cecilia

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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO 
SERVIÇO SOCIAL 
Cecilia Rodrigues Santos Soares
O serviço Social No Âmbito da saúde mental Fortalecimento de Vínculos
 
João Monlevade/MG
2021
Cecilia Rodrigues Santos Soares
O serviço Social No Âmbito da saúde mental Fortalecimento de Vínculos
Trabalho apresentado ao Curso Serviço Social - Universidade Norte do Paraná, para a disciplina Trabalho de Conclusão de Curso I.
Tutor eletrônico: Marcia Cristina Rodrigues
 Tutor de sala: Simone
DEDICATÓRIA
Expresso minha gratidão a todos os profissionais do polo de João Monlevade, á coordenação do curso de serviço social da universidade UNOPAR por proporcionar acessibilidade e por todo apoio que me deram ao longo da realização do meu trabalho.
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar a Deus pela vida, pelo ar que respiramos e pelas ideias por mim realizadas.
A minha mãe Lúcia Maria sempre esteve ao meu lado nas horas mais difíceis e felizes da vida, e ao meu pai Walter Ferreira por estar olhando por mim no Céu.
A minha Irmã Ana Flávia por esta nesta jornada comigo, no mesmo curso. 
Aos meus amigos pela força e compreensão.
Aos amigos da universidade e professores que estiveram sempre comigo transferindo conhecimento de qualidade.
SOARES, Cecilia Rodrigues Santos SERVIÇO SOCIAL NO ÂMBITO DA SAÚDE MENTAL FORTALECIMENTO DE VÍNCULOS 2021. pag. Trabalho de Conclusão de Curso Graduação em Serviço Social – Faculdade Universidade Norte do Paraná - UNOPAR, João Monlevade, 2021. 
RESUMO
Este artigo visa proporcionar uma aproximação acerca da realidade vivenciada pelas pessoas em sofrimento psíquico e o trabalho realizado junto a sua família, ou seja, a intervenção do assistente social deve estar em sintonia com as necessidades dos usuários de forma a proporcionar autonomia, a emancipação dos indivíduos sociais na democracia e na luta pela efetivação dos direitos.
Palavras chave: Saúde Mental; Família; Serviço Social.
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
CAPS - CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL
RT - RESIDÊNCIA TERAPÊUTICA
Sumário 
Introdução .............................................................................................4
Objetivo Geral e Específicos................................................................5
Justificativa ...........................................................................................6
Metodologia ...........................................................................................6
Desenvolvimento ..................................................................................9
Referência.............................................................................................10
 
INTRODUÇÃO
 
Atualmente a saúde mental vem sendo bastante discutida perante a nossa sociedade, sendo assim o motivo da escolha deste tema. Quando associamos a loucura com a saúde mental enquanto doença acabamos por disseminar e mascarar o caráter humano controlando a normatização como sociedade humana. 
Importante investigar sobre as leis e normas técnicas que possam demonstrar formas de melhorar a acessibilidade que tanto tem atrasado o direito de ir e vir dos portadores de sofrimento psíquico. 
Ao perceber quanto o assistente social pode contribuir com a área da saúde mental foi que surgiu o interesse por este tema em questão. Durante a prática de estágio ao me aproximar bastante desta realidade, aonde pude observar um crescente, e com isso surge novos questionamentos a respeito da contribuição do assistente social quanto o exercício da saúde mental.
Em 2011 após o sancionamento da Lei 10.216, conhecida como Lei Paulo Delgado, lei essa que possibilitou a criação de serviços substitutivos ao modelo hospitalar manicomial, houve a expansão de diversos serviços substitutivos RT (Residências Terapêuticas), CAPS (Centro de Atenção Psicossocial), entre outros.
É normal que questionamentos e dúvidas apareçam sobre o tema. Dentre esses questionamentos os que mais pude observar é quanto ao exercício da função do assistente social esta área. Como é exigido do Assistente Social enquanto equipe de atenção psicossocial nesta área?
Qual público e que formas o profissional de serviço social pode encontrar para responder a estes e outros questionamentos? 
De nada adiantaria responder a todos estes questionamentos se não pudermos entender os desafios que serão impostos e enfrentados pelo profissional mediante o seu compromisso com a sociedade, a liberdade e a democracia e a justiça social.
Busco como objetivo geral deste trabalho conhecer estas demandas e as respostas que podem ser obtidas pelos assistentes sociais na área da saúde mental sobre a inserção dos mesmos, destacando os desafios que serão encontrados. De forma específica procuro entender a trajetória do serviço social dentro do âmbito de saúde mental, sua forma de atuação e tentar entender a nova política de saúde mental e a reforma psiquiátrica.
O trabalho do assistente social junto com as famílias dos portadores de transtorno mental deve estar direcionado ao fortalecimento de vínculos para com o membro que precisa de atenção e cuidados especiais; pois muitas vezes o distanciamento e a rejeição, existente prejudica ambas as partes. Nesses casos verifica-se a fragilização dos vínculos familiares, causado muitas vezes pela sobrecarga que é posta sobre essas famílias, além do desconhecimento a respeito do transtorno e do tratamento. 
Assim considerando o cenário até aqui apresentado, estabelece-se como problemática a ser abordada em projeto: Como o assistente social pode contribuir para fomentar na família a construção desse novo lugar de cuidado, usando como estratégia o fortalecimento de vínculos?
O serviço Social orienta-se por princípios humanitários e luta para superar as relações sociais dominantes, exercendo um papel na reintegração dos portadores de transtorno mental nos serviços substitutivos atendendo não apenas a eles, mas também as suas famílias. A família exerce um papel fundamental junto ao portador de transtorno mental proporcionando toda a proteção, acolhimento, bem como aportes afetivos e cuidados distintos. 
Por fim, o trabalho apresenta as considerações finais, as percepções e aprendizado da autora ao longo do processo de formação e de construção e sistematização do TCC, com tendência a reflexão das práticas e proposição de alternativas
OBJETIVOS 
Objetivo Geral
Adquirir conhecimentos relacionados as ações que visam o fortalecimento de vínculo, rompido ou fragilizado e a construção do novo lugar de cuidado proposto pela Reforma Psiquiátrica Brasileira. 
Objetivo Específicos
Orientar as famílias sobre o lugar de cuidado do portador de sofrimento psíquico.
Apreender o processo de atividades propostas sobre o fortalecimento do vínculo familiar. 
Incentivar a família a romper com o estigma e preconceito que existem na sociedade acerca do portador de sofrimento psíquico.
Contextualizar historicamente e prevenir o confinamento e o abrigamento institucional desses portadores. 
JUSTIFICATIVA
Tendo em vista que com a Reforma Psiquiátrica brasileira o Serviço Social ganhou no campo da saúde mental um espaço para o desenvolvimento de suas atribuições, visto ser de grande necessidade um profissional apto para olhar de forma critica a analisar a situação social em que o portador mental se encontra, pois, a forma de se entender saúde mental não está mais putada na logica hospitalocêntrica e medicalocêntrica. 
Nesse contexto aparece também a família que antes posta a margem do tratamento a pessoa em sofrimento psíquico, vê-se agora com o papel de corresponsável pelo cuidado do mesmo, no fortalecimento afetivos e sentimento de pertença.
Esta pesquisa justifica-se no sentido contribuir em resposta a demanda trazida pela Reforma Psiquiátrica brasileira, sobre o novo lugar da família no cuidado ao portador de sofrimento psiquico, atuando através do fortalecimento de vínculos que encontra-sefragilizados ou rompidos trazendo assim prejuízo a ambas as partes.
METODOLOGIA
A metodologia é de muita relevância na hora de se elaborar o TCC, pois ela nos permite ter um direcionamento, do que de fato precisamos buscar para desenvolver um texto. 
A pesquisa caracterizou-se como bibliográfica, através de pesquisas em publicações impressas, pela internet, artigos, periódicos, em busca de recolher informações e embasamento para o desenvolvimento do presente trabalho. Para fazer valer os direitos da pessoa com deficiência mental é preciso conhecer as leis e as normas técnicas e estar sempre pesquisando e participando dos conselhos municipal, e de associações. 
DESENVOLVIMENTO 
É evidente que se faz necessário muitos debates relacionados ao tema, pois não são poucos os questionamentos relativos as atribuições do Assistente Social no campo da Saúde Mental.
A Política Nacional de Saúde Mental, apoiada na lei 10.216/02, busca consolidar um modelo de atenção à saúde mental aberto e de base comunitária. Isto é, mudança do modelo de tratamento: no lugar do isolamento, o convívio com a família e a comunidade. Além das mudanças na forma de tratamento, o “doente” mental/paciente, como era até então chamado, passa a ser considerado como um usuário sujeito de direitos, e de seu tratamento.
Essa lei que garante a circulação das pessoas com transtorno mental, na comunidade e cidade e assim oferecendo cuidados com base nos recursos oferecido pela cidade. 
A discussão acerca do que é saúde e doença é complexa, e deve ser analisada de forma cautelosa. Existem diversos estudos sobre o assunto nos dias atuais. Alguns preservam a concepção de que saúde se resume na ausência de doença.
Ao analisar o processo de Reforma Psiquiátrica no Brasil, percebe-se que houve um grande avanço no tratamento direcionado aos pacientes, para que esses possam usufruir do seu direito de convívio social e sejam assistidos em todas as suas necessidades, porém ainda existem ― barreiras para uma implementação mais efetiva dessa política, como por exemplo, a cobertura oferecida pelas políticas públicas que acabam sendo atravessadas pela perspectiva neoliberal, que com a sua lógica de exploração, não visa atender o social e limita os recursos destinados também a política pública de Saúde Mental.
Contudo, apesar desses avanços é certo que existem muitos desafios a serem enfrentados, pelo Portador de Transtorno Mental, pelas suas respectivas famílias bem como pela equipe multiprofissional que atua diretamente nesses espaços de assistência psicossocial, em um amplo contexto de lutas e busca pela consolidação de direitos para esses sujeitos.
Os profissionais Assistentes Sociais contribuem para o campo da Saúde Mental, com base no Código de Ética profissional de 1993 e na Lei de Regulamentação da profissão, formulando e implementando propostas que contribuam com a cidadania, mantendo um olhar crítico sobre o usuário de Saúde Mental e seus familiares, assim, O Serviço Social se encontra inserido nessa realidade contraditória, em que o neoliberalismo acontece simultaneamente ao Movimento de Reforma Psiquiátrica (GUIMARÃES, 2013).
Nesse contexto, o profissional não deve buscar apenas técnicas para atuar na saúde mental, mas deve, também, desenvolver metodologias adequadas a essa realidade e, ainda, deve avançar na análise crítica da sociedade nas suas refrações com a loucura, para daí conceber as mediações necessárias à intervenção nesse campo (GUIMARÃES apud, 2013, p. 6).
Falar do assunto saúde mental requer o mínimo de discernimento para não se deixar influenciar pelo intenso preconceito que o tema carrega consigo. Até mesmo em questões simples, como ao se referir às pessoas em sofrimento psíquico, que são intitulados de “loucos”, “malucos”, “doentes mentais”, “retardados”, entre outros termos estigmatizastes que apenas contribuem para a discriminação.
As Instituições asilares eram o lugar destinado ao “Louco”, porém, essas instituições não ofereciam nenhuma estabilidade para essas pessoas, que disputavam espaços superlotados e sem as mínimas condições de higiene, “sendo reclusos nos porões das Santas Casas de misericórdia, mantidos sob a vigilância de guardas e carcereiros, submetidos à camisas-de-força e maus tratos”. (ROSA, 2003, P. 86). Uma época em que os olhares estavam direcionados para a doença mental, sem qualquer proposta ou perspectiva de tratamento e cuidados específicos.
A primeira instituição específica de assistência psiquiátrica no Brasil, foi Hospital psiquiátrico Dom Pedro II, criado em 1852 no Rio de Janeiro, permeando sob uma lógica de promover a ordem pública e a paz na sociedade. Embora o tratamento oferecido fosse baseado nos estudos realizados por Pinel, médico francês considerado o pai da psiquiatria. (MACHADO, 1978, p.439 apud AMARANTE,1995, p. 33)
As primeiras instituições psiquiátricas surgiram em meio a um contexto de “ameaça à ordem e à paz social, em resposta aos reclamos gerais contra o livre trânsito de doidos pelas ruas das cidades; acrescentem-se os apelos de caráter humanitário, as denúncias contra os maus tratos que sofriam os insanos.” (RESENDE, 2007, p. 38)
Nos dias de hoje ainda é desconfortável para alguns profissionais que atuam na área falar com familiares sobre saúde mental do seu ente querido. Isto porque, historicamente, os transtornos mentais receberam as mais diferentes interpretações, sendo que algumas delas ainda permanecem.
Muito se fala sobre respeito à diversidade. Mas pouco se vê de mudança no comportamento humano. Pessoas são vítimas de discriminação o tempo todo (seja por sua religião, etnia, opção sexual, “classe” social). Com as pessoas portadoras de transtornos mentais não é diferente. Não é difícil encontrar pessoas que ainda pensam como no século passado, em que se entendia a “loucura” como resultante da possessão de “maus-espíritos”, como um castigo por erros de vidas passadas, ou pela falta de vontade ou fraqueza de caráter do indivíduo.
Pra isso o profissional utiliza alguns recursos considerados relevantes ao seu trabalho na saúde mental, o acolhimento social, escuta qualificada e o fortalecimento de vínculos afetivos entre outros. 
A população usuária, (pacientes e familiares), dos serviços de assistência psicossocial, constitui o público alvo a ser atendido pelo assistente social na Saúde Mental. A ação do profissional deve seguir em direção a mediação dos direitos dessa parcela da população que historicamente e por longos e terríveis anos foi excluída do convívio social em uma sociedade onde o indivíduo é cada vez mais cobrado a se padronizar, a fim de responder as expectativas do mercado. 
Identificar seu objeto de trabalho, contribui para que o assistente social se constitua como um intermediador na busca pela efetivação dos direitos do cidadão, e no campo da saúde mental, visto que o trabalho profissional deve ser conduzido em direção à viabilização do acesso dos portadores de transtornos mental, bem como de suas famílias, aos direitos humanos e sociais garantidos em lei.
Não existe uma causa única que ofereça uma explicação acerca dessa condição que acomete tantas pessoas, de diferentes níveis culturais, econômicos e sociais, causando-lhes sofrimento e também o desgaste e a rejeição por parte daqueles que os rodeiam, que não se sentem preparados ou se negam a aceitar esta situação.
Na concepção de Spandini e Souza:
“A doença mental permanece até hoje obscura perante a medicina, no entanto, o adoecer psíquico é facilmente percebido, pois em geral, são apresentados pelos indivíduos que adoecem comportamentos fora daqueles normalmente aceitos pela sociedade. (WWW.scielo.br)
Dentre os diversos espaços ocupacionais que o serviço Social está inserido, está o campo da Saúde Mental, pois com o passar dos anos e sob as bases da Reforma Psiquiátrica, este tem se constituído um dos principais mercados empregadores de assistente Social no Brasil. (ROSA, 2016, p. 18).
Tendo como objeto de trabalho a questão social, o Assistente Social tem a tarefa de buscar meiode intervenção nas expressões da questão social que estão sempre presente na sociedade, essa intervenção deve se dar por meio de um trabalho positivo, tendo como objetivo a superação das desigualdades sociais, e a contribuição para a formação de uma sociedade mais justa e igualitária. Diante disso também se faz necessário que o profissional não adote uma postura messiânica, mas busque, por meio de uma intervenção pautada em preceitos ético-político construído coletivamente e através da articulação com projetos macro societários contra hegemônicos.
O projeto ético político profissional vem afirmar essa essencialidade de pensar e repensar o cotidiano de forma totalizante, haja vista que o profissional de Serviço Social está inserido no contexto Neoliberal e sofre a mesma problemática que os demais trabalhadores.
Rosa (2016, p.29) considera que uma das maiores desafios dos assistentes sociais que atuam na Saúde Mental, está relacionado à dificuldade que muitos profissionais tem em apreender como as múltiplas manifestações do seu objeto de trabalho, a saber a questão social, se expressam nesses espaços, visto que o Serviço Social é uma profissão que tem características singulares e não atua sobre uma única necessidade humana (NETTO E CARVALHO, p.52 apud ROSA, 2016, p 30), logo o trabalho do Assistente Social não deve se limitar ao espaço institucional, sendo necessário o desenvolvimento de um olhar crítico sobre a realidade que está posta.
Não poucos são os casos que familiares de pacientes acionam o Serviço Social para solicitar que o assistente social providencie os medicamentos necessários, ambulância, ou o benefício do passe para transporte público, para que assim, este possa acessar os bens e serviços.
O fator moradia também se constitui um agravante e um desafio para o trabalho do assistente social. Existem famílias que embora estejam dentro do território de abrangência (clinicas/casas), moram longe da instituição e não tem condições de arcar com as despesas de transporte para o paciente chegar até o respectivo local.
O trabalho do assistente com as famílias dos portadores de transtorno mental deve estar direcionado ao fortalecimento de vínculos para o membro que precisa de atenção e cuidados especiais, o que muitas vezes resulta no distanciamento e rejeição. 
A instituição família tem um papel relevante na formação do sujeito, ela é a primeira sociedade em que o individuo faz parte, ensina normas e padrões presentes na sociedade. Porém a relação familiar pode ficar fragilizada/rompida quando passa situações atípicas decorrentes do transtorno mental de seu membro.
A fragmentação/fragilização/rompimento dos laços afetivos reproduz um cenário de ignorância e preconceito com o portador de transtorno psíquico o desconhecimento da gravidade do problema, provoca uma rejeição do mesmo. 
A atuação do assistente social junto e essas famílias é justamente no rompimento e desmistificação que envolve o portador de sofrimento psíquico, para que a família ocupa esse lugar proposto pela Reforma psiquiátrica, lugar de corresponsável no tratamento, parceria no cuidado, na reinserção familiar e comunitária.
Colocar-se a disposição para escutá-la, demonstrando atenção e importância para os diversos problemas que ela apresenta parece, aparentemente, simples. Muitas vezes podemos ir além, realizando intervenções para auxiliar esta família com a expectativa de fortalecer cada vez mais os desafios a serem superados. Ou então propor e efetivar mudanças na realidade dessa família vítima da exclusão social.
O fortalecimento de vínculos familiares parte do envolvido e acompanhamento do portador de sofrimento psíquico, compreendendo o problema, a família entende a importância da participação e protagonismo da mesma no tratamento. 
Muitos são os casos onde o próprio familiar não sabe como lidar com a doença e com as mudanças que ela traz na rotina da família, e por vezes cobram do paciente uma postura ou comportamento que este devido o seu comprometimento psíquico não consegue dar em resposta ao que lhe está sendo demando.
Infelizmente existem muitas famílias devido ao esgotamento físico e psicológico se afastou, deixando o paciente somente sob os cuidados, das instituições que trabalham com a política de saúde metal.
Outros fatores que contribuem para o agravamento da vulnerabilidade do paciente e se constitui em demandas para o serviço social, estão relacionados, a dificuldade de acesso aos serviços de saúde, e aos medicamentos.
Não poucos são os casos que familiares de pacientes acionam o Serviço Social para solicitar que o assistente social providencie os medicamentos necessários, ambulância, ou o benefício do passe para transporte público, para que assim, este possa acessar os bens e serviços.
O estreitamento dos laços afetivos é bilateral, visto que a fragilidade dos vínculos não se dá só por parte da família, desencadeada pelo sofrimento, desanimo e desassistência, mas muitas vezes pelo próprio portador do sofrimento psíquico, que se afasta: assim sendo o assistente social articulará estratégias para restaurar esses vínculos familiares. 
Bisneto (2007, p. 145) coloca com exatidão o que cabe ao profissional para superar determinadas fragilidades ainda existentes no campo de saúde mental: “É necessário ao assistente social reconhecer seu próprio valor, saber o que está fazendo criar um discurso profissional, publicar ideias.” 
É claro que o profissional de campo precisa contar com a colaboração de seus colegas de academia: a universidade também deve desenvolver esse discurso profissional com pesquisas, aulas, extensão, publicações, conferências, entre outros recursos.
Como menciona, (ROSA, 2016 p.24) era de se esperar que tivesse um acúmulo em termos de levantamentos de perfis sócio demográficos e estudos socioeconômicos e metodologias de ação, ter esse entendimento não significa que o Assistente Social vá fechar os olhos para as demais necessidades, mas significa que ele terá uma atuação baseada nos princípios éticos da profissão, conforme explicito no código de ética do assistente social no que tange as competências do Assistente Social. 
Conforme descrito no Art. 4° São competências do Assistente Social: Elaborar, coordenar, executar e avaliar planos, programas e projetos que sejam do âmbito de atuação do Serviço Social com a participação da sociedade civil. (CFESS: 2002, P. 17).
As demais necessidades do paciente devem ser analisadas pelo profissional que possui competência para tal. Um trabalho onde um profissional realiza práticas que não é de sua competência está fadado ao fracasso, e a perca da identidade profissional.
A pessoa em sofrimento psíquico, assim como sua família, deve ser contemplada enquanto sujeito de direitos, que pode e deve participar e opinar sobre os serviços que lhe são prestados, exigindo respeito perante sua condição. Todavia, essa reivindicação nem sempre é possível, pois a família muitas vezes encontra-se tomada pelo desgaste decorrente do difícil cotidiano que enfrenta, geralmente acompanhados pela falta de apoio, desinformação, dificuldades financeiras, estando submetidas a todo o momento ao julgo da sociedade. 
É neste contexto que se faz necessária a intervenção do assistente social enquanto um profissional que contempla a importância da família em todos os momentos de sua atuação, vislumbrando a família como um espaço de cuidados e proteção que deve ser merecedora de atenção e investimentos, pois mesmo sendo grande a sua responsabilidade, sem contar com o apoio do Estado, profissionais e 16 sociedade civil, sozinha não conseguirá promover todos os cuidados à pessoa em sofrimento psíquico.
A realidade vivenciada pelo usuário dos serviços de atenção em saúde mental exige uma intervenção profissional crítica e competente, que só poderá se concretizar através de uma análise dialética da realidade e compromissada com a democracia e a cidadania contempladas pelo projeto ético político profissional.
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
A saúde mental sofreu e vem sofrendo significativas transformações,avanços e retrocessos ao longo dos últimos trinta anos. Apesar das políticas sociais estarem organizadas no âmbito legislacional, de forma articulada e intersetorial, vimos que isso ainda é um processo a ser construído e implementado na realidade, nos campos de atenção, nos serviços oferecidos.
Partindo do pressuposto de que o processo de saúde/adoecimento engloba diferentes fatores, o seu enfrentamento não deve resumir-se apenas a uma política. Por isso, a importância de se entender que embora a intersetorialidade e integralidade sejam concepções que têm sua origem na saúde, sendo diretrizes do SUS, sejam princípios adotados por outras áreas das políticas sociais, como assistência educação, trabalho, entre outras, o que já se observa como um processo em desenvolvimento.
O conhecimento dos serviços, das formas de acesso e do funcionamento destes, são ferramentas de trabalho do assistente social. O processo de socialização da informação é um mecanismo que deve ser utilizado pelo assistente social, além de ser entendido como mecanismo inicial para a construção de uma rede de cuidados.
Finalmente, afirma-se que, embora haja o entendimento de que a ação profissional do assistente social na saúde mental, como em qualquer campo, não se concretiza somente em uma ação, mas sim em inúmeras, expressas no complexo quadro em que se mostra o cotidiano profissional, todas estas devem ser permeadas pela busca da integralidade do atendimento, do desenvolvimento da autonomia dos usuários, da participação popular e, consequentemente, da melhoria da qualidade de vida do usuário e da superação de expressões da questão social. 
Assim, selecionaram-se para o debate noções de empoderamento (como estratégia para autonomia e exercício de cidadania), intersetorialidade e integralidade, ambos como elementos primordiais de uma prática profissional voltada para a construção de uma rede resolutiva de cuidados em saúde mental com características humanas e de cunho fortalecedor dos sujeitos envolvidos.
REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA 
AMARANTE, Paulo. Saúde Mental e Atenção Psicossocial, 2ª ed. Rio de Janeiro, Ed. Fiocruz, 2008. p.117.
BOCCATO, Vera Regina Casari, Pesquisa Brasileira em Ciências da Informação da Informação e Biblioteconomia, n1,2006, p.266. 
BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE: Lei 10216, de 06 de abril de 2001. Dispõe sobre a proteção e aos direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental. Lex – Legislação em Saúde Mental 1990-2004, Brasileira, 5. Ed.amp., p.67-70,2004.
CFFES, Parâmetros para atuação de Assistentes Sociais na Saúde. Brasília, março de 2009.
MIOTO, R.C.T; Trabalho com as famílias; um desafio para assistentes socias. Revista Virtual textos e Contextos, n.3,2002, p.1 a 15.
OLIVEIRA M, COLVERO L. A Saúde Mental no Programa de Saúde da Família, 2ª ed. São Paulo; Hucetec; 2001. 
TEIXEIRA, Solange M. Família e Proteção Social: Uma relação continuamente reatualizada. In: TEIXEIRA, S. M. A família na Política de Assistência Social; concepções e tentativas do trabalho social com famílias; EDUEPI, 2013, P. 23-41.
VASCONCELOS, Eduardo Mourão. Saúde Mental e Serviço Social: o desafio da subjetividade e da interdisciplinaridade. – 5. Ed. São Paulo; Cortez,2010. 
http://www.saude.sp.gov.br/humanizacao/areas-tematicas/saude-mental. Acesso em 01/09/2021. 
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 TFC%20UFF%20SERVIÇO%20SOCIAL%202017.1%20LILIANE%20MARCELINO%20ALMEIDA%20%20.pdf. Acesso em 09/09/2021.
http://www.joinpp.ufma.br/jornadas/joinpp2017/pdfs/eixo8/oassistentesocialinseridonasaudementalesuasestrategiasdeintervencao.pdf. Acesso em 13/09/2021.

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