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UNIVERSIDADE ESTACIO DE SÁ CURSO DE GRADUAÇÃO EM PEDAGOGIA MARIANA KARPINSKI GURSKI NEUROCIÊNCIA COGNITIVA – E as funções cognitivas do cérebro Curitiba 2021 OBJETIVO Estabeler uma relação teórica entre o vídeo, o Teste do Marshmallow e as funções executivas do cérebro. Explicar o que são as funções cognitivas do cérebro e como essas funções estão ligadas ao processo educativo e na formação do sujeito. . DESENVOLVIMENTO I. Relação Teórica A neurociência é caracterizada como sendo o estudo do sistema nervoso e suas funcionalidades, além de suas estruturas e processos de desenvolvimentos. Já a neurociência cognitiva é uma área acadêmica, um campo de estudo, que se ocupa do estudo científico dos mecanismos biológicos subjacentes à cognição, com foco específico nos processos mentais e suas manifestações comportamentais. Ou seja, a neurociência cognitiva foca na capacidade cognitiva do indivíduo, como o seu pensamento, aprendizado, inteligência, memória e linguagem. As funções executivas de aprendizagem são: • Atenção (sustentação, foco, fixação, seleção de dados relevantes dos irrelevantes, evitamento de distratores, etc); • Percepção (intraneurossensorial, interneurossensorial, meta-integrativa, analítica e sintética, etc); • Memória de trabalho (localização, recuperação, rechamada, manipulação, julgamento e utilização da informação relevante, etc); • Controle (iniciação, persistência, esforço, inibição, regulação e auto avaliação de tarefas, etc); • Ideação (improvisação, raciocínio indutivo e dedutivo, precisão e conclusão de tarefas, etc); • Planificação e a antecipação (priorização, ordenação, hierarquização e predição de tarefas visando a atingir fins, objetivos e resultados, etc); • Flexibilização (autocrítica, alteração de condutas, mudança de estratégias, detecção de erros e obstáculos, busca intencional de soluções, etc); • Metacognição (auto-organização, sistematização, automonitorização, revisão e supervisão, etc); • Decisão (aplicação de diferentes resoluções de problemas, gestão do tempo evitando atrasos e custos desnecessários, etc); • Execução (finalização e concomitante verificação, retroação e reaferênciação, etc). É fácil perceber pela lista simplificada apresentada como é importante treinar as funções executivas no âmbito da intervenção psicopedagógica e, especialmente, no contexto da educabilidade cognitiva, para que o potencial de aprendizagem das crianças e dos jovens possa ser maximizado, otimizado, regulado, controlado, enriquecido, potenciado e educado, assim, mais preparado para as exigências e pré- requisitos de situações-problema, quer da escola, quer da vida futura. A criação de hábitos executivos que presidem o funcionamento cognitivo global do sujeito aprendente ou maturescente é muito importante para qualquer aprendizagem simbólica, seja da leitura, da escrita ou da matemática, como são para o seu bem-estar, sejam na expressão de hábitos de reconhecimento social, de uso de competências de interação. As funções executivas são funções transversais de qualquer tipo de aprendizagem, compreendem funções de controle e de regulação do conjunto do funcionamento mental, assumindo, por analogia, as funções de um maestro numa orquestra, a orquestra da aprendizagem. As funções executivas são funções relacionadas à região do Córtex pré-frontal, correspondente às habilidades cognitivas necessárias para administrar nossos pensamentos, emoções e ações diante os conflitos e distrações. Começam a se desenvolver juntamente com o desenvolvimento da região do córtex pré-frontal, por volta dos 4 aos 5 anos, apresentando o seu maior desenvolvimento na adolescência e conclusão na idade adulta, por volta dos 25 anos. São processos cognitivos responsáveis por gerenciar todo o comportamento, relacionados à iniciação, inibição e planejamento de ações, resolução de problemas, tomada de decisão, autocontrole, auto monitoramento, flexibilidade cognitiva. O seu nome é dado devido à analogia do papel executivo de uma empresa, capaz de gerenciar todo um apanhado de ações para que um objetivo futuro seja alcançado. Certamente que o envolvimento da aprendizagem, os métodos instrução, os materiais e os livros de ensino têm um papel muito importante no ciclo do sucesso escolar, mas é preciso que os estudantes revelem competências executivas, como autoconceito positivo, esforço concentrado e continuado, estratégias de estudo e de realização de avaliações mais eficientes, pois só com tais ferramentas mentais podem estabelecer pontes entre o seu potencial de aprendizagem e as exigências dos currículos e dos exames. Os processos mentais das funções executivas permitem-nos captar e integrar informação relevante para os nossos objetivos e para as nossas intenções e finalidades, ao mesmo tempo que ignoramos uma espécie de mar de estímulos ou de selva de informação irrelevante. Os estudantes com déficits nas funções executivas enormes obstáculos e intransponíveis barreiras para obter rendimento minimamente aceitável nas salas de aula tradicionais. Brincadeiras, jogos de faz de conta, interação social e atividades físicas são fundamentais no desenvolvimento de tais funções. São classificadas em três grupos: 1. Autocontrole emocional (Controle inibitório/ Autocontrole): Capacidade de regular um comportamento, controlar impulsos, resistir a tentações, parar e pensar antes de agir. 2. Memória de trabalho: Capacidade de reter informações na mente, e conseguir usá-las, fazendo vínculos entre ideias, calculando, estabelecendo prioridades. 3. Flexibilidade cognitiva: Capacidade de se adaptar as circunstâncias, alterar o foco atencional, ser flexível e maleável. Ser criativo e encontrar soluções. II. Teste do Marshmallow Um dos mais famosos testes da neurociência, conduzido no final de 1960, onde foram colocadas crianças em uma sala com um marshmallow, sob a orientação de que se conseguissem aguardar até o retorno do pesquisador à sala (cerca de 10 minutos) elas ganhariam outro marshmallow como recompensa. As crianças que participaram do teste foram acompanhadas nos anos que se seguiram e foi constatado que: As crianças que conseguiram passar no teste, ou seja, que esperaram pela recompensa, obteve melhor rendimento acadêmico, controle emocional, habilidade de planejamento, autocontrole e força de vontade. III. As funções executivas e o teste do Marshmallow Autocontrole: as crianças precisaram utilizar a capacidade de controlar seu impulso de comer de imediato o doce para poder ganhar o outro. Memória de trabalho: também foi necessário lembrar-se do comando de esperar, retendo a informação e estabelecendo a prioridade: só comer o doce depois que o pesquisador voltasse. Flexibilidade cognitiva: utilizaram a flexibilidade e aceitaram mudar de comportamento. Deixando o comportamento de comer de imediato, para comer após o término do teste. CONCLUSAO Crianças que possuem funções executivas bem desenvolvidas apresentam um melhor rendimento escolar, sendo responsável na execução de suas atividades, possuindo um a melhor capacidade de trabalhar em grupo, planejar e traçar metas; possuem mais resiliência e foco que crianças com funções subdesenvolvidas. As funções executivas exercem um papel fundamental na vida das crianças, impactando profundamente no adulto que elas virão tornar a ser. E, por isso, é de extrema importância desenvolvê-las ainda na primeira infância, a fim de possibilitar às crianças que cresçam de forma mais equilibrada e saudável. São as habilidades cognitivas que nos permitem controlar e regular nossos pensamentos, emoções e ações. Com inovação pedagógica, tecnologias de apoio, as barreiras de muitos alunos com dificuldades ou déficitscognitivos, conativos e executivos podem ser superadas, porque na nossa concepção as escolas têm a responsabilidade de intervir nas zonas de desenvolvimento proximal, de minimizar as barreiras e de maximizar a aprendizagem de todos os alunos sem exceção. A educação da criança e do jovem na era digital tem que ser cada vez mais amiga dos seus corpos, dos seus cérebros e das suas mentes, caso contrário muitos problemas de cognição, de conação e de execução, ou seja, de adaptação, de aprendizagem e de integração social vão emergir sem necessidade. REFERENCIAS BIBLIIOGRAFICAS Vídeo o Teste do Marshmallow. https://www.youtube.com/watch?v=77XIyD0YTqU https://paineldeeducacao.com.br/2017/11/08/funcoes-executivas-e-seu- impacto-no-processo-de-aprendizagem/ https://www.researchgate.net/profile/Natalia_Dias/publication/281177320_func oes_executivas_desenvolvimento_e_intervencao/links/5604497408ae8e08c089ac7f/ funcoes-executivas-desenvolvimento-e-intervencao.pdf