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2ªATIVIDADE-2ºTRIMESTRE_formaçao do feudalismo Iury

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2ª ATIVIDADE / 2º TRIMESTRE 
INTERPRETANDO MAPAS E TEXTOS 
I – ATIVIDADE COM MAPAS 
OBSERVE ATENTAMENTE OS MAPAS “INVASÕES BÁRBARAS” e “REINOS BÁRBAROS” (Texto Base “Formação do Feudalismo” p.2 e p.3 E RESPONDA ÀS QUESTÕES ABAIXO: 
1) Quais povos se deslocaram no território europeu e em qual direção se dirigiram? 
Anglos Saxões, Francos, Godos, Vândalos, etc., se deslocaram, em sua maioria, em direção ao Império Romano do Ocidente. 
2) Qual organização política substituiu o antigo Império Romano do Ocidente? 
Império Romano do Ocidente se dividiu em diversos reinos germânicos
3) De acordo com o que estudamos (reveja texto base “Formação do Feudalismo”), os francos foram os únicos que conseguiram manter sob controle o território que dominaram e ainda o expandiram. 
a) o que contribuiu muito para o fortalecimento dos francos? 
A conversão dos reis francos ao cristianismo e o apoio da Igreja Católica
b) qual foi o resultado da expansão desse reino? 
Criação do Império Carolíngio
c) o que foi o Tratado de Verdun (843) e o que ele assinala? 
Foi um acordo entre os netos do imperador Carlos Magno para a partilha do Império Carolíngio. Ele assinala o início da fragmentação política típica da Europa feudal.
II – ATIVIDADES COM TEXTOS 
Texto 1 – O Império Carolíngio 
No período de sua maior expansão, o império carolíngio chegou a abarcar as atuais regiões da França, Holanda, Bélgica, Suíça, República Tcheca, Alemanha, Eslováquia, norte da Itália e parte da Áustria. Esse enorme território era administrado por nobres locais. Como possuíam muitas terras — símbolo de riqueza nesse período —, os nobres tendiam a concentrar muito poder. Para evitar essa concentração de poder, o imperador fiscalizava a atuação dos administradores locais, enviando funcionários de sua confiança — muitas vezes membros da aristocracia eclesiástica (da Igreja) —, que interferiam nas questões de interesse do imperador e comunicavam-lhe as irregularidades e abusos. 
Entretanto, a partir do século IX, os abades começaram a rebelar-se contra a centralização do poder nas mãos do imperador, assumindo o poder local. O imperador e os bispos ainda tentaram conter esse movimento de rebelião, proibindo os abades de questionar as ordens superiores. 
Contudo, esses religiosos não respeitaram as novas regras. Na segunda metade do século IX, foram fundados mosteiros que se submetiam diretamente as ordens do papa e tinham seus abades escolhidos pelos próprios monges. Esse processo de descentralização se intensificou no século X, retirando dos imperadores carolíngios uma das bases principais do seu poder: o controle da religião. 
Por outro lado, após a morte de Carlos Magno, em 814, o império passou por diversas disputas políticas internas (divisão do Império). Em meio a essa crise, os nobres locais - seguindo o exemplo dos religiosos -, também se libertaram do controle centralizador, estabelecendo governos descentralizados. As muitas terras que possuíram e o fato de cuidarem das administrações locais davam aos nobres independência econômica e política em relação ao imperador. Por isso, os descendentes do imperador perderam outra base de seu poder: o controle da política. Continuavam governando, mas com poderes bastante reduzidos. 
4) Após a leitura do texto acima: 
a) copie o trecho que exemplifica a união entre governo e Igreja Católica. 
O imperador fiscalizava a atuação dos administradores locais, enviando funcionários de sua confiança — muitas vezes membros da aristocracia eclesiástica (da Igreja). 
b) Explique o papel dos abades e dos nobres no processo de perda do controle imperial.
A partir do século IX, os abades se rebelaram contra o poder centralizador; com isso, o imperador perdeu uma das bases de seu poder: o controle da religião; os nobres locais - seguindo o exemplo dos religiosos -, também se libertaram do controle centralizador, estabelecendo governos descentralizados. 
 c) Dé exemplos de descentralização do poder presentes nesse item. 
“Como possuíam muitas terras — símbolo de riqueza nesse período —, os nobres tendiam a concentrar muito poder”; “eram fundados mosteiros que se submetiam diretamente as ordens do papa e tinham seus abades escolhidos pelos próprios monges”. 
5) Para ampliar seu conhecimento sobre descentralização, leia uma das várias definições dessa palavra: 
	Descentralizar é espalhar os atributos de autoridade que existiam em um ponto, distribuindo—os mais ou menos lentamente pelos demais pontos. (Dicionário de Ciências Sociais, FGV/MEC.)
Com base nas respostas anteriores e na definição acima, escreva sobre a questão: no Brasil atual, o poder é centralizado ou descentralizado? 
No Brasil atual, o poder é centralizado. Apesar de existirem as divisões em níveis de governo (federal, estadual e municipal) todas as leis e decretos devem seguir uma única diretriz que é a Constituição Federal (1998); esta não pode ser contestada. 
Texto 2 – A Igreja na Idade Média
Vimos que o cristianismo passou de religião perseguida a religião oficial do Império Romano. Para isso adaptou a sua doutrina a realidade social, aproximou-se das elites, enfrentou e derrotou poderosos concorrentes, criou um corpo profissional de funcionários, tornou-se uma instituição do Estado. Assim, ela conseguiu sobreviver à própria queda do Império Romano e Carolíngio. 
Mas a sua permanência como instituição poderosa dependia da sua capacidade de expansão entre os povos bárbaros que invadiram e conquistaram o Império Romano. Dependia também da fidelidade dos camponeses, a maioria imensa da população, principalmente depois do processo de decadência das cidades. A conversão dos bárbaros ao cristianismo representou uma grande transformação na vida desses povos. Na Inglaterra, por exemplo, o clero, em contato com a cultura da região do Mediterrâneo, introduziu o alfabeto latino e o uso do pergaminho. O direito tribal, baseado nos usos e costumes, e as doações de terras passaram a ser registrados por escrito, incorporando princípios do direito romano. O poder do rei, assistido pelo clero, tornou-se mais efetivo, contribuindo para o lento declínio da organização tribal. 
O cristianismo ensinou também a responsabilidade individual e o dever de controlar os impulsos, como o sexo e a violência. Iniciou um movimento que, lentamente, foi acabando com a vingança de sangue, costume que causava intermináveis lutas entre famílias. 
Todavia, assim como o cristianismo mudou os costumes dos povos germânicos, foi também mudado por eles. O aspecto guerreiro tomado pelo cristianismo, principalmente no esforço para converter os povos pagãos da Europa oriental, é bem germânico. A belicosidade foi atenuada e, ao mesmo tempo, abençoada pela Igreja. Era o clero que sabia ler e escrever. Era ele que mantinha as bibliotecas, guardava os textos antigos e registrava os eventos. Assim, a Igreja acabou por monopolizar a cultura escrita, o que lhe permitiu exercer controle sobre a memória do passado. 
A vitória do cristianismo, traduzida no crescimento do número de seus seguidores, não significou apenas um abandono do radicalismo dos primeiros tempos. Houve também uma assimilação pela Igreja de numerosas crenças estranhas ao cristianismo primitivo. O paganismo não desapareceu, mas sim sobreviveu no seio do próprio cristianismo. 
Ao contrário do que a tradição cristã afirma, os cristãos dos primeiros séculos não pertenciam as camadas humildes, mas eram prósperos habitantes das cidades. Por essa razão foi difícil à cristianização do campo. Pagunus, que significa homem do campo, passou a ter o sentido de não cristão, não convertido. Nesse difícil processo de conversão do homem do campo, o cristianismo acabou assimilando as crenças camponesas. O culto aos Santos facilitou essa absorção do paganismo, pois eles eram identificados com os deuses locais. 
A gente simples resistiu mais do que parece as regras estabelecidas pela elite da Igreja. À medida que esta padronizava o culto e estabelecia as verdades oficiais da fé, se contrapunhaaos que orientavam suas manifestações religiosas pelo sentimento e pela tradição pagãos. Desta oposição acabou ocorrendo um verdadeiro sincretismo. O culto a Virgem Maria, por exemplo, a transformou em uma autêntica deusa, e a devoção aos numerosos santos restabeleceu um certo politeísmo. 
Foi necessário, portanto, apagar uma determinada memória e construir outra. 
O mesmo esforço que a Igreja fez para apagar na cultura erudita tudo o que contrariava os seus objetivos de poder teve de fazer também para absorver e controlar a cultura popular. Isto se deu, principalmente, por meio das hagiografias, as histórias de vida de santos. Os mitos populares, cujas origens se perdem no tempo, foram apropriados pela Igreja e adquiriram uma nova significação. 
Os personagens folclóricos que simbolizavam potências da natureza foram assimilados pela tradição cristã como representantes do Bem ou do Mal. Ocorreu o que podemos chamar de racionalização do folclore. Exemplos significativos desse processo são as hagiografias que marcam o confronto de santos com dragões. O dragão é uma personagem folclórica milenar, estando presente em mitos de várias origens. O combate do herói contra um dragão pode simbolizar um processo civilizador: a dominação de um meio hostil por uma comunidade humana. 
O dragão, lentamente, se tornou a encarnação do mal, do próprio demônio. E o herói que dominou o dragão assumiu a personalidade de um santo, geralmente um bispo. A tradição popular se transformou em história da Igreja. 
O esforço de evangelização do clero fez com que ele procurasse se aproximar do povo. Essa aproximação implicava o uso de uma linguagem mais simples do que a da cultura erudita greco-romana. Procurava-se evangelizar o povo muito mais pela palavra oral do que escrita. Daí os sermões e os cantos, as ladainhas e as procissões.
Por outro lado, esse esforço evangélico tinha também um aspecto destrutivo. Templos pagãos eram demolidos e substituídos por igrejas. Ídolos e amuletos eram recolhidos e destruídos. Ao mesmo tempo proibiam-se determinadas práticas tradicionais. 
Essa apropriação de tradições populares permitiu à Igreja se afirmar como universal e, ao mesmo tempo, se enraizar nas comunidades locais. Todavia, essa submissão de uma cultura tradicional considerada inferior pela cultura cristã, controlada pelo clero, nunca foi completa. 
6) Desenvolva a análise do seguinte problema: 
“A Igreja converteu os bárbaros, mas os bárbaros também converteram a Igreja.” 
A Igreja converteu os bárbaros, mas em um processo de assimilação mútua. Para os bárbaros, principalmente os camponeses, houve uma drástica mudança no estilo de vida. Para a Igreja, ocorreu uma mudança em relação ao cristianismo primitivo: o aspecto guerreiro tomado pelo cristianismo no processo de conversão e o culto aos santos facilitou a aceitação do cristianismo entre os povos
7) No processo de conversão dos povos bárbaros, a Igreja exerceu um papel civilizador. Explique como isso ocorreu. 
O uso do alfabeto latino; o uso do pergaminho; o direito tribal registrados por escrito; o poder do rei, mais efetivo, leva ao declínio da organização tribal; a responsabilidade individual e o dever de controlar os impulsos, como o sexo e a violência, são contribuições civilizadoras da Igreja Católica medieval. 
8) “Foi necessário, portanto, apagar uma determinada memória e construir outra”. Aponte resumidamente as estratégias que a Igreja usou para “apagar uma memória e construir outra”.
 Os mitos populares foram apropriados pela Igreja e adquiriram uma nova significação; como exemplos temos: o culto a virgem Maria (uma verdadeira deusa), a devoção a numerosos santos (certo politeísmo), personagens folclóricos foram assimilados pela tradição cristã como representantes do Bem ou do Mal. 
9) Sincretismo significa mistura e fusão de elementos culturais diferentes. Mostre como a Igreja utilizou o sincretismo, se apropriando dos mitos ligados ao dragão para a construção de suas crenças. 
O combate do herói contra um dragão pode simbolizar um processo civilizador: a dominação de um meio hostil

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