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Capital Social e Administração Pública

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ENSAIO SOBRE CAPITAL SOCIAL 
 
Luciana Vasconcelos da Costa 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
 A dinâmica social e o papel da sociedade civil como elementos de manifestação 
e interesse coletivos requerem análises e leituras para entender seus conceitos, bem 
como para pensar sobre a participação social. Sendo assim, este ensaio irá tratar do 
capital social e de administração pública, com base nos seguintes artigos: Capital 
social: conceitos e contribuições às políticas públicas (2003), de Elisabete Ferrarezi, 
Teorias do capital social e desenvolvimento local: lições a partir da experiência de 
Pintadas (2003), de Carlos Milani, e Desafios da administração pública brasileira: 
governança, autonomia e neutralidade (1997), de Maria das Graças Rua. 
 
2 CAPITAL SOCIAL 
 
 O diálogo perceptível entre os artigos de Ferrarezi (2003) e Milani (2003) se dá 
através da análise e da apresentação dos conceitos dados para capital social sob 
diferentes perspectivas sem que haja um consenso. Ambos apresentam o capital social 
definido por autores como Pierre Bourdieu, James Coleman, Robert Putnam, Lyda 
Hanifan, John Durston, David Robinson. 
 Milani (2003) apresenta um mapa de literatura com uma síntese das definições 
de capital social dos autores citados anteriormente, O autor (2003, p. 107) expõe que 
não há um consenso dos conceitos, entretanto, afirma que os autores concordam quanto 
à importância da contextualização para definir variáveis e fatores do capital social, além 
de concordarem que o capital social está consolidado nas relações sociais. Além disso, a 
partir dessa revisão de literatura, Milani (2003, p. 107-108) comenta que o capital social 
seria um estoque de relações e valores, além de poder ser entendido com uma 
propriedade da uma sociedade. 
 Milani (2003, p. 111-112) conclui seu artigo afirmando que o capital social é 
concebido “como o somatório de recursos inscritos nos modos de organização cultural e 
política da vida social de uma população”, além disso, o autor trata o capital social 
como um bem coletivo, tendo em vista que “garante o respeito de normas de confiança 
mútua e de compromisso cívico”, e utiliza a linguagem dos economistas para concluir 
que o capital social faz referência a recursos acumulados, que podem ser usados e 
mantidos para serem utilizados em outro momento. 
 Enquanto isso, Ferrarezi (2003) aborda o capital social como um mecanismo 
para a adaptação de políticas públicas e como elemento relevante para o fortalecimento 
da democracia – juntamente com a participação social. A autora (2003, p. 18) afirma 
que o capital social deve ser analisado através do papel político das redes de conexões 
sociais. 
 
3 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA BRASILEIRA 
 
 O artigo de Rua (1997) aborda a governança a partir de um contexto de recente 
reforma administrativa, tendo em vista Plano Diretor da Reforma do Aparelho do 
Estado (PDRAE) de 1995, que tinha como objetivo a reestruturação do aparelho do 
Estado em busca de uma Administração Pública Gerencial. Sendo assim, a autora inicia 
o artigo abordando a governança e a administração pública burocrática, para, 
posteriormente, tratar da mudança para o modelo de administração pública gerencial. 
 Bresser Pereira – Ministro que estava à frente do PDRAE em 1995 – conceitua 
governança como “condições financeiras e administrativas de um governo para 
transformar em realidade as decisões que toma” (1997 apud RUA, 1997, p. 134). A 
governança está relacionada, segundo Rua (1997), à forma como o poder é exercido 
para administrar os recursos sociais e econômicos. 
 A partir da análise da administração burocrática e da administração gerencial, a 
autora apresenta características centrais da reforma administrativa brasileira que 
abrange, entre outras coisas, a participação social, a transparência, a accountability. 
 
4 CONCLUSÃO 
 
 A relevância da abordagem do capital social é observada principalmente no 
exemplo de aplicação trazido por Milani em um município do interior da Bahia. Pode-se 
compreender com mais clareza a importância do acúmulo desse recurso para o 
desenvolvimento social. 
 O Brasil é um país com muita desigualdade econômica, entretanto o autor 
apresenta uma visão otimista de desenvolvimento através do capital social, remetendo 
ao pensamento de emponderamento de Ferrarezi (2003) para adaptação das políticas 
públicas. 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
FERRAREZI, Elisabete. Capital social: conceitos e contribuições às políticas públicas. 
Revista do Serviço Público, Brasília, ano 54, n. 4, out./dez. 2003. 
 
MILANI, Carlos. Teorias do capital social e desenvolvimento local: lições a partir da 
experiência de Pintadas. IV Conferência ISTR-LAC, São José, Costa Rica, 2003. 
 
RUA, Maria das Graças. Desafios da administração pública brasileira: governança, 
autonomia e neutralidade. Revista do Serviço Público, Brasília, ano 48, n. 3, 134-152, 
set/dez 1997.

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