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Alterações anatômicas e fisiológicas durante a gravidez

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Alterações anatômicas e fisiológicas durante a 
gravidez 
- Metabolismo: A fim se prover o suprimento da glicose e 
dos aminoácidos para o concepto, a mãe passa a não 
consumir mais a glicose como antes, a medida em que são 
produzidos hormônios contrainsulares pela placenta, 
desenvolvendo uma diminuição na utilização periférica. 
A glicose é passada para o concepto através da difusão 
facilitada, e devido a esse consumo e da passagem da 
glicose para o concepto de forma continua, os níveis do 
metabolismo dos carboidratos na gestante se eleva. 
A gravidez aumenta a resistência a insulina em 80% e os 
níveis elevados do hormônio lactogenico placentário, do 
hormônio do crescimento placentário e das as adipocinas 
(leptina, adiponectina, TNF-alfa e IL-6) estão implicados nesse 
processo. O efeito diabetogenico do hormônio lactogênio 
placentário resulta na mobilização de lipídeos na forma de 
ácidos graxos livres, de modo que esses ácidos graxos 
serviram como fonte de energia para o concepto, poupando 
a glicose e os aminoácidos disponíveis. No terceiro trimestre, 
o hiperinsulinismo é característico, pois ocorre a preservação 
da glicose à custa da utilização dos lipídeos. 
Hiperinsulinismo: Aumento na produção de insulina no 
sangue que serve para enviar a glicose produzida pelos 
açucares e carboidratos pelo corpo. Essa glicose será 
transformada em energia 
Metabolismo lipídico: O acumulo de lipídeos nos tecidos da 
gestante e a hiperlipidemia gestacional são os principais 
causadores do aumento de peso durante a gestação. Essa 
elevação do acúmulo lipídico nos tecidos de gordura é 
decorrente da lipogênese aumentada e da elevação na 
síntese de ácidos graxos e glicerol que formam os 
triglicerídeos. Essa elevação reduz durante no último 
trimestre de gestação, quando o metabolismo lipídico se 
torna catabólico em virtude a alterações associadas ao tecido 
adiposo pelo hormônio lactogenico placentário. 
Os lipídeos são praticamente impermeáveis a placenta, e por 
isso o aumento na atividade lipolítica do tecido adiposo eleva 
a liberação de ácidos graxos e glicerol na circulação materna 
para a placenta tendo o fígado materno como principal 
receptor. A transferência aumentada de AGL e de glicerol 
ao fígado em decorrência da lipólise nos tecidos adiposos 
induzem a liberação do VLDL que entregam os colesteróis 
aos tecidos em maior concentração. O feto se beneficia dos 
produtos finais do metabolismo decorrente da atividade 
lipolítica do tecido adiposo materno 
 A atividade da lipoproteína lipase se torna diminuída na 
gestação, o que promove a maior concentração dos 
triglicerídeos VLDL durante a gestação. 
Os corpos cetonicos circulam livremente sobre a placenta e 
podem ser utilizados como combustível fetal ou como 
substratos para a síntese de lipídeos pelo cérebro. Em 
condições de jejum, esses corpos cetonicos são produzidos 
pelo fígado materno e se difundem para a placenta para 
serem utilizados pelo feto. 
A atividade da lipase da placenta promove a reconversão 
dos ácidos graxos hidrolisados em triglicerídeos 
Os ácidos graxos essenciais, que são adquiridos pela 
alimentação, são essenciais para a prevenção de doenças 
cardiovasculares, câncer de colo de útero e doenças 
imunológicas assim como agem na a formação do cérebro e 
da retina durante o terceiro trimestre da gestação. Esses 
ácidos graxos são os ômegas 3 e o ômega 6. 
Metabolismo hidroeletrolítico: A maior secreção de 
aldosterona pela suprarrenal causa uma maior reabsorção 
tubular nos glomérulos do sódio, resultando em uma 
retenção de líquidos no meio intra e extracelular. Na 
gravidez, estimasse que a gestante adquira cerca de onze 
quilos, sendo que, 70% são derivados da agua para manter a 
isotonicidade 
Metabolismo do cálcio: O nível de cálcio no soro plasmático 
é mantido nos limites normais pelos hormônios da 
paratireoide ou pelo paratormônio e pela vitamina D. Na 
gestação, grande quantidade de cálcio e de fosforo é 
transferida por transporte ativo da mãe para o feto, ou seja, 
a absorção de cálcio dobra na gravidez. A vitamina D3 de 
origem placentária e materna renal é responsável pelo 
aumento dessa absorção, assim como a proteína de ligação 
ao cálcio que atinge máxima concentração durante o 
terceiro trimestre da gestação. 
A vitamina D é responsável por abrir os canais de cálcio 
voltagem dependente na membrana dos enterócitos, o que 
promove a sua absorção. 
Alterações hemodinâmicas do sistema cardiovascular: 
Na gravidez, ocorre o aumento no debito cardíaco e do 
volume sanguíneo resultantes principalmente do volume 
plasmático e da redução da resistência vascular periférica 
juntamente com a pressão sanguínea. Essas alterações, 
contribuem para o ótimo crescimento e desenvolvimento do 
feto além de serem importantes na proteção da mãe nas 
perdas fisiológicas de sangue durante o parto. 
No inicio da gravidez, ocorre a vasodilatação periférica pelo 
aumento do óxido nítrico secretado pelo endotélio vascular. 
O aumento na vasodilatação promove um maior dedico 
cardíaco que é acompanhado de uma maior frequência 
cárdica. Com o volume acentuado do debito cardíaco, ocorre 
uma queda na pressa arterial em 5 a 10 mmHg no segundo 
trimestre da gravidez. 
A pressão venosa nos membros inferiores se torna elevada 
devido a compressão do útero sobre as veias pélvicas. 
Sistema sanguíneo: 
A diluição dos fatores circulantes do sangue é ocasionada 
pelo aumento do volume plasmático resultando em uma 
hemodiluição das hemácias circulantes. A concentração da 
hemoglobina reduz cerca de 2g durante a gravidez, 
causando a clássica anemia fisiológica da gravidez. A gestante 
necessita de uma maior quantidade de ferro alimentar para 
suprir as suas necessidades e as necessidades do feto. 
Ao contrário das hemácias, os leucócitos tem a sua 
concentração elevada durante a gestação. 
Sistema urinário: 
Os rins se deslocam para coma em virtude do aumento no 
volume uterino e esse deslocamento causa uma dilatação na 
parte superior dos rins. A dilatação começa por volta da 
sétima semana de gravidez e persiste ate a 6 semana pos 
parto. 
 A dilatação do sistema urinário pode aumentar a parada na 
circulação urinaria, predispondo a gestante a infecções 
urinarias. 
O útero expandido comprime os ureteres e a progesterona 
inibe a musculatura lisa ureteral. A bexiga torna-se distorcida 
pela compressão do útero e os níveis elevados de 
estrógeno circulantes determinam congestão da mucosa 
uretral e vesical, promovendo assim também maiores 
incidências de infecções urinarias. 
Sistema respiratório: 
A expansão do volume sanguíneo e a vasodilatação na 
gravidez causam edema da mucosa do sistema respiratório 
superior, o que pode resultar em congestão nasal e 
alterações na voz. 
Alterações na caixa torácica e no diafragma aparecem 
durante a gravidez devido ao relaxamento dos ligamentos da 
costela o que causa uma redução no volume de reserva 
expiratório. A hiperventilação facilita as trocas gasosas no 
pulmão e ocasiona a alcalose respiratória compensada. Os 
níveis elevados de O2 são compensados pelo aumento na 
excreção urinaria de bicarbonato de sódio, o que não altera 
o ph arterial de forma significativa. 
Sistema digestivo: 
Náuseas e vômitos são presentes em boa parte das 
gestantes no primeiro trimestre da gravide. Elas podem ser 
resultantes da elevação nos níveis hormonais de 
gonadotrofina coriônica e de estrogênios. 
Sistema endócrino: 
A tireoide sofre um aumento no volume em cerca de 10% a 
20% durante a gravidez. Essa estimulação o primeiro 
trimestre é derivado HCG e pelo aumento na globulina de 
ligação da tireotoxina, que atua elevando as concentrações 
de estrogênio. Esse efeito é acompanhado da queda 
circulante de t3 e t4, o que causa um estimulo no eixo 
hipotálamo-hipófise-tireoide com a tendencia a elevar o TSH 
durante o segundotrimestre. No terceiro trimestre, o 
metabolismo dos hormônios da tireoide é mais proeminente 
devido a produção de três enzimas pela placenta. A enzima 
tipo 1 não se modifica de forma significativa, já a enzima do 
tipo 2 é responsável por converter o t4 em t3 e a enzima 
do tipo 3 catalisa o t4 em t3 reverso. 
A organização mundial da saúde recomenda a ingestão de 
200mg/dia de iodo para as gestantes, pois devido ao elevado 
aumento no TSH e da tiroglobulina, a queda nos níveis 
desse iodo pode progredir para o bócio devido ao aumento 
na vascularidade na tireoide materna. 
Pele e fâneros: 
O aparecimento de estrias no abdome e nos seios no 
decurso no terceiro trimestre e a pigmentação da linha alva 
do abdome, da vulva e das aréolas mamarias são 
decorrentes no estimulo no sistema nervoso autônomo pelo 
hormônio melanotrofico da hipófise. Esse hormônio atua nos 
melanoblastos epidérmicos acentuando a pigmentação. 
Modificação nos órgãos genitais: 
- Vulva e vagina: sobre influência dos estrogênios, o epitélio 
vaginal se espessa durantes a gravidez e há aumento na sua 
descamação, o que resulta na maior secreção vaginal. Essa 
secreção tem o ph mais ácido, o que protege contra 
infecções. 
- Útero: o útero sofre aumento dramático no seu peso e no 
seu volume. No início da gestação, o número de células 
miometriais aumenta e depois permanece estável. Na 
segunda metade da gestação, o crescimento miometrial 
resultante da hiperplasia das células é decorrente dos 
hormônios esteroides, principalmente o estrógeno. 
O aumento no tamanho do útero é acompanhado da 
elevação no fluxo sanguíneo. 
Com o passar das semanas, a abertura existente no istimo, 
denominada de orifício interno do canal cervical passa a ser 
denominada como orifício interno obstétrico. Ela sofre 
crescente desenvolvimento causando a incorporação do 
istimo a cavidade do corpo uterino. 
As fibras musculares e o tecido conjuntivo aumentam nas 
partes inferiores do útero em direção ao fundo. Esse 
aumento decorre dos níveis elevados de estrogênio que 
estimulas a hiperplasia e hipertrofia das células miometriais, 
aumentando o peso do útero em 50 a 60g. 
Simultaneamente as alterações das células miometriais, 
conexões celulares especializadas se desenvolvem e são 
chamadas de junções comunicantes. Elas possibilitam uma 
maior comunicação entre as células que possibilitam 
alterações nos potenciais de membrana de uma célula a 
outra, facilitando a despolarização e subsequente contração 
miometrial. 
Sob influência dos estrogênio e da progesterona, o colo se 
torna amolecido durante a gravidez. O estrogênio estimula o 
crescimento do epitélio colunar do canal cervical e se torna 
azulado em razão da sua maior vascularização. As 
prostaglandinas induzem a remodelação do colágeno cervical 
e a colagenase produzida pelos leucócitos também contribui 
para o amolecimento do colo.

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