Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Estruturas de Madeira e Metálicas com BIM Peças Flexionadas Michael Leone Madureira de Souza michael.souza@ibmr.br 1 / 67 Sumário 1 Introdução 2 Dimensionamento à Flexão 3 Dimensionamento ao Cisalhamento 2 / 67 1 Introdução 2 Dimensionamento à Flexão 3 Dimensionamento ao Cisalhamento 3 / 67 Introdução Conceitos Em projetos no estado limite último de vigas sujeitas à flexão simples calculam-se, para as seções cŕıticas, o momento e o esforço cortante resistentes de projeto para compará-los aos respectivos esforços solicitantes de projeto. A resistência à flexão das vigas pode ser afetada pela flambagem local e pela flambagem lateral. A flambagem local é a perda de estabilidade das chapas comprimidas componentes do perfil a qual reduz o momento resistente da seção. Na flambagem lateral a viga perde seu equiĺıbrio no plano principal de flexão (em geral vertical) e passa a apresentar deslocamentos laterais e rotações de torção. Para evitar a flambagem de uma viga I, cuja rigidez à torção é pequena, é preciso prover contenção lateral à viga. 4 / 67 Introdução Conceitos 5 / 67 Introdução Conceitos A resistência ao esforço cortante de uma viga pode ser reduzida pela ocorrência de flambagem da chapa de alma sujeita às tensões cisalhantes. Os tipos de seções transversais mais adequados para o trabalho à flexão são aqueles com maior inércia no plano de flexão, ou seja, com áreas mais afastadas do eixo neutro As vigas com muita área próxima ao eixo neutro, como por exemplo as peças maciças de seção quadrada ou circular, trabalham com menor eficiência na flexão (menor capacidade de carga). 6 / 67 1 Introdução 2 Dimensionamento à Flexão 3 Dimensionamento ao Cisalhamento 7 / 67 Dimensionamento à Flexão Conceitos A figura abaixo apresenta o comportamento de uma viga de aço bi-apoiada sob carga distribúıda crescente, através da relação momento X curvatura da seção mais solicitada. Adota-se a hipótese de não existir flambagem local ou flambagem lateral da viga. O comportamento é linear enquanto a máxima tensão é menor do que a tensão de escoamento do aço. σmax = M ·ymax I < fy onde M é o momento solicitante, I é o momento de inércia e ymax a distância entre a linha neutra e o ponto de maior tração na análise. 8 / 67 Dimensionamento à Flexão Conceitos O momento My de ińıcio de plastificação da seção não representa a capacidade resistente da viga, já que é posśıvel coninuar aumentando a carga após atingi-lo. A partir de My o comportamento passa a ser não-linear pois as ”fibras” mais internas da seção vão também plastificando-se progressivamente até ser atingida a plastificação total da seção. A equação de equiĺıbrio das forças horizontais impõe a igualdade das resultantes de tração e de compressão uma vez que não há forças axiais aplicadas. Esta equação fornece a posição da linha neutra elástica (LNE), que neste caso passa pelo centróide G. Quando da plastificação total da seção, o equiĺıbrio das forças horizontais define a posição da linha neutra plástica (LNP) como sendo o eixo que divide a seção em duas áreas iguais, uma tracionada (At) e outra comprimida (Ac). Nas seção simétrica LNE coincide com LNP. 9 / 67 Dimensionamento à Flexão Conceitos 10 / 67 Dimensionamento à Flexão Conceitos Módulo plástico da seção: Z = At · yt +Ac · yc onde At e Ac são as áreas de tração e compressão da seção e yt e yc a distância entre o centróide da áreas At e Ac à linha neutra. Coeficiente de forma: Mp My = Z W onde My e Mp são os momentos de plastificação inicial e total, Z o módulo plástico da seção e W o módulo elástico, W = Iy . 11 / 67 Dimensionamento à Flexão Conceitos Exemplo: Coeficiente de forma para flexão em torno do eixo x-x. Momento de inércia: Ix = 0,8·(90−1,9)3 12 + 2 [ 20·(0,95)3 12 + 20 · 0, 95 · ( 90 2 − 0,95 2 )2] Ix = 120923 cm 4 Módulo elástico: Wx = 120923 90/2 = 2687 cm 3 Momeno plástico: Zx = 2 [ 20 · 0, 95 · ( 90 2 − 0,95 2 ) + 0, 8 · (90/2−0,95) 2 2 ] Zx = 3244 cm 3 Coeficiente de forma: Zx/Wx = 1, 21 12 / 67 Dimensionamento à Flexão Conceitos Vigas com contenção lateral cont́ınua não estão sujeitas ao fenômeno de flambagem lateral. Porém a resistência das vigas à flexão pode ser reduzida por efeito da flambagem local das chapas que constituem o perfil. Conteção lateral cont́ınua: a) e b) Contenção lateral pontual (não cont́ınua): c), d) e e). 13 / 67 Dimensionamento à Flexão Conceitos As normas americana (AISC) e a brasileira (NBR 8800), dividem as seções das vigas em três classes conforme a influência da flambagem local sobre os respectivos momentos resistentes, MRd, seção: * compacta: aquela que atinge o momento de plastificação total(MRd =Mp) e exibe suficiente capacidade de rotação inelástica para configurar uma rótula plástica. * semicompacta: aquela em que a flambagem local ocorre após ter desenvolvido plastificação parcial (MRd > Mp) mas sem apresentar significativa rotação. * esbelta: seção na qual a ocorrência de flambagem local impede que seja atingido o momento de ińıcio de plástificação (MRd < Mp). 14 / 67 Dimensionamento à Flexão Introdução 15 / 67 Dimensionamento à Flexão Conceitos As classes de seções transversais são definidas por valores limites das relações largura-espessura, λb, das chapas de compõem o prefil. Para perfis I fletidos no plano da alma, os limites λb e λr estão detalhados na próxima tabela. * λb ≤ λp - Seção compacta; * λp < λb ≤ λr - Seção semicompacta; * λr < λb - Seção esbelta. 16 / 67 Dimensionamento à Flexão Conceitos 17 / 67 Dimensionamento à Flexão Conceitos Os elementos comprimidos de um perfil podem estar em diferentes classes. Porém, este deve ser classificado pelo caso mais desfavorável. 18 / 67 Dimensionamento à Flexão Conceitos Exemplo 1: Verificar a classe dos perfis laminados de aço MR250; I508(20”) × 121,2, IPE 550 e W 530 × 66 Perfil I508(20”) × 121,2: compacta bf = 17, 78 cm, tf = 2, 33 cm, h = 50, 8 cm e t0 = 1, 52 cm. λb,mesa = 1 2 · 17,78 2,33 = 3, 82 < 10, 7; λb, alma = 50,8−2·4,4 1,52 = 27, 6 < 106 Perfil IPE550: compacta bf = 21 cm, tf = 1, 72 cm, h = 55 cm e t0 = 1, 11 cm. λb,mesa = 1 2 · 21 1,72 = 6, 10 < 10, 7; λb, alma = 55−2·(1,72+2,4) 1,1 = 42, 5 < 106 Perfil W 530 × 66: compacta bf = 16, 5 cm, tf = 1, 14 cm, h = 52, 5 cm e t0 = 0, 89 cm. λb,mesa = 1 2 · 16,5 1,14 = 7, 2 < 10, 7; λb, alma = 53, 7 < 106 19 / 67 Dimensionamento à Flexão Conceitos Exemplo 2: Verificar a classe dos perfis soldados de aço MR250; CS 250 × 52, CS 650 × 305 e VS 1400 × 260 CS 250 × 52: semicompacta λb,mesa = 13, 2 > 10, 7; λr = 0, 95 · √ 20000 0, 7 · 25/(4/ √ 28, 9) = 27, 7 λb, alma = 28, 9 < 106 CS 650 × 305: semicompacta λb,mesa = 14, 5 > 10, 7; λr = 0, 95 · √ 20000 0, 7 · 25/(4/ √ 37, 8) = 25, 9 λb, alma = 37, 8 < 106 VS 1400 × 260: semicompacta λb,mesa = 15, 6 > 10, 7; λr = 0, 95 · √ 20000 0, 7 · 25/(4/ √ 109, 4) = 19, 9 λb, alma = 109, 4 > 106; λr = 5, 7 · √ 20000 25 = 161, 2 20 / 67 Dimensionamento à Flexão Conceitos O momento resistente de projeto MRd é dado por: MRd = Mn γa1 onde Mn é o momento resistente nominal, obtido por análise, sendo o valor determinado pelo limite de escoamento do aço, ou por flambagem conforme a Tabela abaixo. 21 / 67 Dimensionamento à Flexão Conceitos Na situação entre seções semicompactas e seções esbeltas, isto é λb = λr o momento resistente nominal denomina-se Mr igual ao momento de ińıcio de plastificação considerando-se a presença de tensões residuais. 22 / 67 Dimensionamento à Flexão Conceitos Flambagem local da mesa: Mr =Wc(fy − σc) < Wt fy onde σc representa a tensão residual de compressão nas mesas tomada igua a 0,3 fy e Wc e Wt os móduloselásticos da seção referidos às fibras mais comprimida e mais tracionadas respectivamente. Flambagem local da alma: Mr =W fy onde W é o menor módulo resistente elástico da seção. Nas seções semicompactas os momentos nominais podem ser interpolados linearmnete entre os valores limites Mr e Mp: Mn =Mp − λb−λpλr−λp (Mp −Mr) 23 / 67 Dimensionamento à Flexão Conceitos Quando a determinação dos esforços solicitantes, deslocamentos, flechas, etc. é feita com base no comportamento elástico, o momento resistente de projeto fica limitado a: MRd < 1, 5 · W fy γa1 onde W é o menor módulo resistente elástico da seção. 24 / 67 Dimensionamento à Flexão Vigas I com Mesa Esbelta Nas vigas contidas lateralmente com alma atendendo ao limite para seção semicompacta, porém com mesas esbeltas o momento resistente pode ser calculado com a tensão resistente na mesa reduzida pelo valor Q de flambagem local elástica de plásticas não-enrijecidas, dadas pela Tabela abaixo. Mn = QsWc fy Atenção! Na coluna de Qs é necessário modificar as variáveis b/f por λb = bf 2 tf . 25 / 67 Dimensionamento à Flexão Vigas I com Mesa Esbelta 26 / 67 Dimensionamento à Flexão Vigas I com Mesa Esbelta Portanto, de acordo com a NBR 8800, tem-se: * Perfis laminados: Mn = 0, 69EWc λ2b * Perfis solados: Mn = 0, 9E kcWc λ2b onde kc = 4√ h0/t0 e 0, 35 ≤ kc ≤ 0, 763 27 / 67 Dimensionamento à Flexão Vigas I com Alma Esbelta Nas vigas I com alma esbelta onde h0 t0 > 5, 7 √ E fy , h0 t0 ≤ 260 classificadas como seção compacta, o momento resistente de projeto pode ser calculado com MRd =Mn/γa1 onde Mn é o menor valor entre as equações: Mn =Wt fy ou Mn =Wc k fy com k = 1− ar 1200 + 300 ar ( hc t0 − 5, 7 √ E fy ) onde ar é a razão entre as áreas da alma e da mesa comprimida (menor ou igual a 10), hc o dobro da distância entre o centróide da seção e a face interna da mesa comprimida. 28 / 67 Dimensionamento à Flexão Vigas I com Mesa Esbelta A flambagem da alma transfere tensões para a mesa comprimida, reduzindo o momento resistente. 29 / 67 Dimensionamento à Flexão Vigas I com Mesa Esbelta Exemplo 3: Calcular o momento resistente de projeto de um perfil W 530x66 em aço MR250 com contenção lateral cont́ınua. Conforme demonstrado no Exemplo 1 esse perfil é compacto. Momento resistente de projeto MRd = Z fy/γa1: MRd = 1558 · 25/1, 1 = 35409 kN.cm → MRd = 354, 1 kN.m 30 / 67 Dimensionamento à Flexão Vigas I com Mesa Esbelta Exemplo 4: Calcular o momento resistente de projeto de um perfil VS 400x49 em aço MR250 com contenção lateral cont́ınua. Conforme demonstrado no Exemplo 1 esse perfil é compacto. Momento resistente de projeto MRd = Z fy/γa1: Z = 2 [ 0, 95 · 20 · ( 40−0,95 2 )] + 2 ( 0, 63 · 38,12 · 38,1 4 ) = 971 cm3 MRd = 971 · 25/1, 1 = 22068 kN.cm → MRd = 220, 7 kN.m 31 / 67 Dimensionamento à Flexão Vigas I com Mesa Esbelta Exemplo 5: Calcular o momento resistente de projeto de um perfil VS 1400x260 em aço MR250 com contenção lateral cont́ınua. Conforme demonstrado no Exemplo 2 esse perfil é semicompacto. Momento resistente de projeto: MRd =Mn/γa1 Momento nominal: Mn =Mp − λb−λpλr−λp (Mp −Mr) Z = 2 [ 1, 6 · 50 · ( 140−1,6 2 )] + 2 ( 1, 25 · 136,82 · 136,8 4 ) = 16920 cm3 Mp = 16920 · 25 = 423000 kN.cm = 4230 kN.m Flambagem local da mesa: Mr =W ·(fy−σc) = 14756·(25−0, 3·25) = 258230 kN.cm = 2582 kN.m, λb,mesa = 15, 6, λp, alma = 10, 7, λr, alma = 19, 9 Momento nominal: Mn = 4230− 15,6−10,719,9−10,7(4230− 2582) = 3352 kN.m MRd = 3352/1, 1 → MRd = 3047 kN.m 32 / 67 Dimensionamento à Flexão Vigas I com Mesa Esbelta Flambagem local da alma: Mr =W · fy = 14756 · 25 = 368900 kN.cm = 3689 kN.m, λb, alma = 109, 4, λp, alma = 106, λr, alma = 161, 2 Momento nominal: Mn = 4230− 109,4−106161,2−106(4230− 3689) = 4197 kN.m MRd = 4197/1, 1 → MRd = 3815 kN.m 33 / 67 1 Introdução 2 Dimensionamento à Flexão 3 Dimensionamento ao Cisalhamento 34 / 67 Dimensionamento ao Cisalhamento Conceitos As almas das vigas servem principalmente para ligar as meses e absorver os esforços cortantes. Por razões econômicas procura-se concentrar massas nas mesas para obter maior inércia, reduzindo a espessura da alma. 35 / 67 Dimensionamento ao Cisalhamento Conceitos A alma das vigas é dimensionada basicamente para a condição de flambagem sob ação de tensões cisalhantes. Nos perfis laminados as almas são pouco esbeltas (h0/t0 moderado), tendo geralmente resistência à flambagem suficiente para atender aos esforços solicitantes de mofo que a resistência é determinada pelo escoamento a cisalhamento do material (fv ≈ 0, 6 fy). Nos perfis fabricados as almas são geralmente esbeltas (h0/t0 elevado), de modo que a resistência da viga fica limitada pela flambagem da alma. Nesses casos, para aumentar a resistência à flambagem utilizam-se enrijecedores transversais, que dividem a alma em painéis retangulares. 36 / 67 Dimensionamento ao Cisalhamento Conceitos 37 / 67 Dimensionamento ao Cisalhamento Conceitos A tensão cŕıtica de flambagem local elástica por cisalhamento de um painel de alma é dada por: τcr = k π2E 12(1− ν2)(h0/t0)2 = 0, 904 k E (h0/t0)2 onde k é o fator que considera as condições de contorno da placa e é uma função do espaçamento a entre enrijecedores transversais. As tensões de cisalhamento τ em peças de altura constante solicitadas por esforço cortante V são dadas por: τcr = V S t I onde t é a espessura da chapa no ponto de análise, S momento estático referido ao centro de gravidade da seção bruta e I o momento de inércia da seção bruta referido ao mesmo centro de gravidade. 38 / 67 Dimensionamento ao Cisalhamento Conceitos No caso particular de perfil I, simples ou composto, o esforço cortante é absorvido quase em sua totalidade pela alma da viga, com tensões variando pouco ao longo de seu comprimento. 39 / 67 Dimensionamento ao Cisalhamento Conceitos Para o cálculo das tensões solicitantes de cisalhamento no estado limite de projeto utiliza-se a relação τr = Vd Av onde Vd é o esforço cisalhante de cálculo e Av a área efetiva de cisalhamento dada por perfis de seção: * I: h0 t0; * Retangular cheia: 2/3Ag; * Circular cheia: 3/4Ag; * Tubular circular: 1/2Ag. 40 / 67 Dimensionamento ao Cisalhamento Vigas I com Valores Moderados de hw/t0 Para vigas I com alma pouco esbelta (valores baixos de hw/t0), a flambagem da alma por cisalhamento não é determinante (o material entra em escoamento para cargas inferiores à carga cŕıtica de flambagem). Os valores limites de hw/t0 para esta categoria de almas são dados pela expressão: hw/t0 ≤ 2, 46 √ E y onde hw é a altura da alma, tomada igual à distância h0 entre as faces internas das mesas em perfis soldados e igual a (h0 − 2r) nos perfis laminados. * Aço MR250: 69,6; * Aço AR350: 58,8. 41 / 67 Dimensionamento ao Cisalhamento Vigas I com Valores Moderados de hw/t0 O esforço cortante resistende de projeto VRd para vigas atendendo aos limites de hw/t0 detalhados anteriormente, é dado por: VRd = Aw (0, 6 fy) γa1 onde Aw é tomada igual a h t0 sendo h a altura total da seção. Os perfis laminados em geral e os perfis soldados de pequena altura têm relações hw/t0 que atendem aos valores moderados, de modo que a flambagem da alma por cisalhamento não é determinante no dimensionamento desses perfis, nos quais podem ser dispensados os enrijecedores transversais intermediários. 42 / 67 Dimensionamento ao Cisalhamento Vigas I com Valores Elevados de hw/t0 Em vigas I com valores hw/t0 superiores aos limites dados anteriormente, a resistência ao cisalhamento é reduzida por efeito da flambagem da alma. Esse fato é levado em conta multiplicando-se a equação de VRd um coeficiente de redução Cv. Portanto: VRd = Aw Cv (0, 6 fy) γa1 Para valores de hw/t0 > 3, 06 √ E/fy, Cv é a razão entre a tensão cŕıticade flambagem elástica e a tensão de escoamento ao cisalhamento fv. Cv = τcr fv = τcr 0, 6 fy 43 / 67 Dimensionamento ao Cisalhamento Vigas I com Valores Elevados de hw/t0 Para valores de hw/t0 superiores ao limite, porém inferiores à 3, 06 √ E/fy, o Cv traduz uma transição linear entre a resistência à flambagem elástica e a resistência ao escoamento por cisalhamento. Nas vigas I sem enrijecedores intermediários, Cv pode ser obtido por: * Flambagem elástica: Cv = 7, 5E fy(hw/t0)2 → hw t0 > 3, 06 √ E fy * Flambagem inelástica: Cv = 2, 46 hw/t0 √ E fy → 2, 46 √ E fy < hw t0 ≤ 3, 06 √ E fy 44 / 67 Dimensionamento ao Cisalhamento Vigas I com Valores Elevados de hw/t0 Exemplo 1: Calcular a relação hw/t0 dos perfis dados abaixo e determinar se estão sujeitos à flambagem por cisalhamento da alma. Aço MR250. W 200x15: hw/t0 = 39, 4 < 69, 6 W 310x21: hw/t0 = 53, 3 < 69, 6 W 360x32,9: hw/t0 = 53, 1 < 69, 6 W 410x38,8: hw/t0 = 55, 8 < 69, 6 W 610x101: hw/t0 = 51, 5 < 69, 6 VS 550x64: hw/t0 = 84, 3 > 69, 6 VS 1000x140: hw/t0 = 121, 9 > 69, 6 VS 1200x200: hw/t0 = 122, 9 > 69, 6 VS 1500x270: hw/t0 = 117, 4 > 69, 6 45 / 67 Dimensionamento ao Cisalhamento Vigas I com Valores Elevados de hw/t0 Em vigas soldadas (hw = h0) com alta extremamente esbelta pode ocorrer flambagem no plano vertical, da mesa comprimida pelo momento fletor. O limite superior de hw/t0 é dado portanto, conforme informado anteriormente, hw/t0 ≤ 260 46 / 67 Dimensionamento de Vigas I Exerćıcios Exerćıcio 1: Compare os momentos resistentes de projeto de uma viga de perfil laminado W 530x85 com uma viga soldada VS 500x86, de mesmo peso próprio aproximadamente, supondo as vigas contidas lateralmente. Adote aço MR250. 47 / 67 Dimensionamento de Vigas I Exerćıcios Perfil W 530x85: Flambagem local da mesa: λb = bf 2 tf = 5 < 10, 7 Ok! Flambagem local da alma: λb = hw t0 = 46, 4 < 106 Ok! Seção compacta: MRd =Mn/γa1, → Mn = Z fy Variáveis de cálculo: Zx = 2100 cm 3, fy = 25 kN/cm 2 e γa1 = 1, 1. Momento resistente de cálculo: MRd = 2100·25 1,1 → MRd = 47727 kN.cm = 477, 3 kN.m 48 / 67 Dimensionamento de Vigas I Exerćıcios Perfil VS 500x86: Flambagem local da mesa: λb = bf 2 tf = 7, 8 < 10, 7 Ok! Flambagem local da alma: λb = hw t0 = 74, 3 < 106 Ok! Seção compacta: MRd =Mn/γa1, → Mn = Z fy Variáveis de cálculo: Zx = 2281 cm 3, fy = 25 kN/cm 2 e γa1 = 1, 1. Momento resistente de cálculo: MRd = 2281·25 1,1 → MRd = 51841 kN.cm = 518, 4 kN.m Apesar de ter uma altura um pouco menor que o perfil laminado de peso equivalente, o perfil soldado tem maior eficiência à flexão. 49 / 67 Dimensionamento de Vigas I Exerćıcios Exerćıcio 2: Uma viga biapoiada de vão L de pise de edif́ıcio, perfil VS 500x86, está sujeita a cargas uniformemente distribúıdas permanente g (estruturas pré-moldadas) e variável q, sendo válida a razão q/g = 0, 5 para esse cenário de projeto. Nesse contexto calcule a carga permanente máxima a ser aplicada para três valores de L/h: a) 8; b) 13 e c) 20. Sabe-se que a viga é contida lateralmente e é composta por aço MR250. 50 / 67 Dimensionamento de Vigas I Exerćıcios a) L/h = 8 → L = 8 · 0, 5 = 4 m. Combinação (ELU): p = 1, 3 · g + 1, 5 · (0, 5 g) = 2, 05 g Verificação do Momento Fletor: Momento solicitante (viga bi-apoiada): MSd = p L2 8 = 4, 1 g m 2 Flambagem local da mesa: λb = bf 2 tf = 7, 8 < 10, 7 Ok! Flambagem local da alma: λb = hw t0 = 46, 4 < 106 Ok! Seção compacta: MRd =Mn/γa1, → Mn = Z fy Variáveis de cálculo: Zx = 2281 cm 3, fy = 25 kN/cm 2 e γa1 = 1, 1. Momento resistente de cálculo: MRd = 2281·25 1,1 → MRd = 51841 kN.cm = 518, 4 kN.m Carga máxima de flexão: MRd =MSd 518, 4 = 4, 1 g → g = 126, 4 kN/m → q = 63, 2 kN/m 51 / 67 Dimensionamento de Vigas I Exerćıcios a) L/h = 8 → L = 8 · 0, 5 = 4 m. Combinação (ELU): p = 1, 3 · g + 1, 5 · (0, 5 g) = 2, 05 g Verificação do Cisalhamento: Esforço solicitante (viga bi-apoiada): VSd = p L 2 = 4, 1 g m Flambagem local da alma: λb = h0 t0 = 74, 3 > 69, 6 Não Ok! 3, 06 √ E/fy = 3, 06 √ 20000/25 = 86, 5 Flambagem inelástica. Coeficiente: Cv = 2,46 hw/t0 √ E/fy = 2,46 74,3 √ 20000/25 → Cv = 0, 936. Cortante resistente de cálculo: VRd = Aw Cv (0,6 fy) γa1 VRd = (50·0,63)·0,936·(0,6·25) 1,1 → VRd = 402 kN Carga máxima de flexão: VRd = VSd 402 = 4, 1 g → g = 98 kN/m → q = 49 kN/m 52 / 67 Dimensionamento de Vigas I Exerćıcios a) L/h = 8 → L = 8 · 0, 5 = 4 m. Combinação (ELS quase-permanente): p = g + 0, 4 · (0, 5 g) = 1, 2 g Verificação da Flecha Máxima: δmax = L/350. Flecha máxima (viga bi-apoiada): δ = 5384 pL4 EI δ = 5384 1,2 g 4004 20000·52250 → δ = 0, 383 g cm 2/kN Carga máxima de flexão: δmax = δ 400/350 = 0, 383 g → g = 2, 98 kN/cm→ g = 298 kN/m O esforço determinante para esse dimensionamento é o cisalhamento. Portanto, gmax = 98 kN/m. Qual seria o impacto nessa verificação se fosse adotado um Fs = 2? 53 / 67 Dimensionamento de Vigas I Exerćıcios b) L/h = 13 → L = 13 · 0, 5 = 6, 5 m. Combinação (ELU): p = 1, 3 · g + 1, 5 · (0, 5 g) = 2, 05 g Verificação do Momento Fletor: Momento solicitante (viga bi-apoiada): MSd = p L2 8 = 10, 8 g m 2 Flambagem local da mesa: λb = bf 2 tf = 7, 8 < 10, 7 Ok! Flambagem local da alma: λb = hw t0 = 46, 4 < 106 Ok! Seção compacta: MRd =Mn/γa1, → Mn = Z fy Variáveis de cálculo: Zx = 2281 cm 3, fy = 25 kN/cm 2 e γa1 = 1, 1. Momento resistente de cálculo: MRd = 2281·25 1,1 → MRd = 51841 kN.cm = 518, 4 kN.m Carga máxima de flexão: MRd =MSd 518, 4 = 10, 8 g → g = 48 kN/m → q = 24 kN/m 54 / 67 Dimensionamento de Vigas I Exerćıcios b) L/h = 13 → L = 13 · 0, 5 = 6, 5 m. Combinação (ELU): p = 1, 3 · g + 1, 5 · (0, 5 g) = 2, 05 g Verificação do Cisalhamento: Esforço solicitante (viga bi-apoiada): VSd = p L 2 = 6, 7 g m Flambagem local da alma: λb = h0 t0 = 74, 3 > 69, 6 Não Ok! 3, 06 √ E/fy = 3, 06 √ 20000/25 = 86, 5 Flambagem inelástica. Coeficiente: Cv = 2,46 hw/t0 √ E/fy = 2,46 74,3 √ 20000/25 → Cv = 0, 936. Cortante resistente de cálculo: VRd = Aw Cv (0,6 fy) γa1 VRd = (50·0,63)·0,936·(0,6·25) 1,1 → VRd = 402 kN Carga máxima de flexão: VRd = VSd 402 = 6, 7 g → g = 60 kN/m → q = 30 kN/m 55 / 67 Dimensionamento de Vigas I Exerćıcios b) L/h = 13 → L = 13 · 0, 5 = 6, 5 m. Combinação (ELS quase-permanente): p = g + 0, 4 · (0, 5 g) = 1, 2 g Verificação da Flecha Máxima: δmax = L/350. Flecha máxima (viga bi-apoiada): δ = 5384 pL4 EI δ = 5384 1,2 g 6504 20000·52250 → δ = 2, 669 g cm 2/kN Carga máxima de flexão: δmax = δ 650/350 = 2, 669 g → g = 0, 696 kN/cm→ g = 70 kN/m O esforço determinante para esse dimensionamento é a flexão. Portanto, gmax = 48 kN/m. Qual seria o impacto nessa verificação se fosse adotado um Fs = 2? 56 / 67 Dimensionamento de Vigas I Exerćıcios c) L/h = 20 → L = 20 · 0, 5 = 10 m. Combinação (ELU): p = 1, 3 · g + 1, 5 · (0, 5 g) = 2, 05 g Verificação do Momento Fletor: Momento solicitante (viga bi-apoiada): MSd = p L2 8 = 25, 6 g m 2 Flambagem local da mesa: λb = bf 2 tf = 7, 8 < 10, 7 Ok! Flambagem local da alma: λb = hw t0 = 46, 4 < 106 Ok! Seção compacta: MRd =Mn/γa1, → Mn = Z fy Variáveis de cálculo: Zx = 2281 cm 3, fy = 25 kN/cm 2 e γa1 = 1, 1. Momento resistente de cálculo: MRd = 2281·25 1,1 → MRd = 51841 kN.cm = 518, 4 kN.m Carga máxima de flexão: MRd =MSd 518, 4 = 25, 6 g → g = 20, 3 kN/m → q = 10, 2 kN/m 57 / 67 Dimensionamento de Vigas I Exerćıcios c) L/h = 20 → L = 20 · 0, 5 = 10 m. Combinação (ELU): p = 1, 3 · g + 1, 5 · (0, 5 g) = 2, 05 g Verificação do Cisalhamento: Esforço solicitante (viga bi-apoiada): VSd = p L 2 = 10, 3 g m Flambagem local da alma: λb = h0 t0 = 74, 3 > 69, 6 Não Ok! 3, 06 √ E/fy = 3, 06 √ 20000/25 = 86, 5 Flambagem inelástica. Coeficiente: Cv = 2,46 hw/t0 √ E/fy = 2,46 74,3 √ 20000/25 → Cv = 0, 936. Cortante resistente de cálculo: VRd = Aw Cv (0,6 fy) γa1VRd = (50·0,63)·0,936·(0,6·25) 1,1 → VRd = 402 kN Carga máxima de flexão: VRd = VSd 402 = 10, 3 g → g = 39 kN/m → q = 19, 5 kN/m 58 / 67 Dimensionamento de Vigas I Exerćıcios c) L/h = 20 → L = 20 · 0, 5 = 10 m. Combinação (ELS quase-permanente): p = g + 0, 4 · (0, 5 g) = 1, 2 g Verificação da Flecha Máxima: δmax = L/350. Flecha máxima (viga bi-apoiada): δ = 5384 pL4 EI δ = 5384 1,2 g 10004 20000·52250 → δ = 14, 952 g cm 2/kN Carga máxima de flexão: δmax = δ 900/350 = 14, 952 g → g = 0, 172 kN/cm→ g = 17, 2 kN/m O esforço determinante para esse dimensionamento é a flecha. Portanto, gmax = 17, 2 kN/m. Qual seria o impacto nessa verificação se fosse adotado um Fs = 2? 59 / 67 Dimensionamento de Vigas I Exerćıcios Exerćıcio 3: Refaça o Exerćıcio 2 utilizando o perfil soldado W 530x85 para as mesmas condições de projeto. Exerćıcio 4: Refaça o Exerćıcio 2 adotando Fs = 2 e aço AR350. 60 / 67 Dimensionamento de Vigas I Exerćıcios Exerćıcio 5: Considerando apenas a flexão selecione o perfil W laminado mais econômico para uma viga de edif́ıcio com quatro vãos de 4 m sujeita a uma carga de 25 kN/m. A viga está contida lateralmente pelas lajes dos pisos e é de aço MR250. Admite-se carga do tipo permanente de elementos construtivos industrializados. Adote M+max = 34 kN.m e M − max = 42, 8 kN.m. 61 / 67 Dimensionamento de Vigas I Exerćıcios Momento máximo solicitante de cálculo: MSd = 1, 4 · 42, 8 = 60 kN.m = 6000 kN.cm Admitindo seção compacta e MRd =MRd MRd = Z · fy/γa1 → 6000 = Z · 25/1, 1 → Z = 264 cm3 Perfil W 250x22,3. Verificação de seção compacta: Verificação de seção compacta: Flambagem local da mesa: λb = bf 2 tf = 7, 4 < 10, 7 Ok! Flambagem local da alma: λb = hw t0 = 38 < 106 Ok! 62 / 67 Dimensionamento de Vigas I Exerćıcios Exerćıcio 6: Refaça o Exerćıcio 5 adotando Fs = 2 e aço AR350. Exerćıcio 7: Calcule os momentos resistentes de projeto da viga I detalhada abaixo, com contenção lateral cont́ınua, admitindo os seguintes valores de espessura da chapa da alma: a) t0 = 5 mm, b) t0 = 8 mm e a) t0 = 10 mm. Suponha aço MR250. 63 / 67 Dimensionamento de Vigas I Exerćıcios a) t0 = 5 mm. Flambagem mesa (comp.): λb = bf 2 tf = 2002·9,5 = 10, 5 < 10, 7 Compacta Flambagem alma: λb = hw t0 = 8815 = 176, 2 > 161 Esbelta Mn = menor {Wt fy , Wc k fy} k = 1− ar 1200 + 300 ar ( hc t0 − 5, 7 √ E fy ) ar = Aalma Amesa ≤ 10 → ar = 88,1·0,520·0,95 → ar = 2, 32 hc = 2 · (42, 2− 0, 95) → hc = 82, 5 cm k = 1− 2, 32 1200 + 300 · 2, 32 ( 82, 5 0, 5 − 5, 7 √ 20000 25 ) ≈ 1, 0 64 / 67 Dimensionamento de Vigas I Exerćıcios Momento nominal: Mn = menor {1962, 5 · 25 ; 2223 · 1, 0 · 25} Momento resistente de cálculo: MRd =Mn/fy = 490, 6/1, 1 → MRd = 446 kN.m 65 / 67 Dimensionamento de Vigas I Exerćıcios b) t0 = 8 mm. Flambagem mesa (comp.): λb = bf 2 tf = 2002·9,5 = 10, 5 < 10, 7 Compacta Flambagem alma: λb = hw t0 = 8818 = 110 > 106 Semicompacta Mr =W · fy = 2357, 8 · 25 → Mr = 589, 5 kN.m Mp = Z · fy = 3026, 2 · 25 → Mp = 756, 6 kN.m λb, alma = 110, λp, alma = 106, λr, alma = 161 Momento nominal: Mn = 756, 5− 110−106161−106(756, 6− 589, 5) = 750, 4 kN.m MRd = 750, 4/1, 1 → MRd = 682 kN.m 66 / 67 Dimensionamento de Vigas I Exerćıcios c) t0 = 10 mm. Flambagem mesa (comp.): λb = bf 2 tf = 2002·9,5 = 10, 5 < 10, 7 Compacta Flambagem alma: λb = hw t0 = 88110 = 88, 1 < 106 Compacta MRd = 3415, 4 · 25/1, 1 = 77623 kN.cm → MRd = 776 kN.m 67 / 67 Introdução Dimensionamento à Flexão Dimensionamento ao Cisalhamento
Compartilhar