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Os arquétipos anima e animus fazem uma ligação da personalidade do sujeito com o inconsciente coletivo, bem como da consciência com o inconsciente, comportando-se de forma gratificante em relação à personalidade que o indivíduo manifesta externamente. Anima (feminino) e animus (masculino) são características presentes em cada sujeito em determinada dimensão, mas que não representam aquilo que o indivíduo busca para adaptar-se ao seu mundo externo ou ideal existente na sociedade. Anima está relacionada à exaltação estética, vaidade, instabilidades de humor, acolhimento, relações sociais, motivação para encontros, sensibilidade e receptividade. Animus está associado à agressividade desmedida, irracionalidade, força, poder e invasão. “A anima cria, inventa, e o animus faz, realiza. A anima é o coração e o animus é o verbo, a ação!” (ALVARENGA, 2015). O decoro destes arquétipos é determinado pela respectiva estruturação no sexo oposto, pelas experiência do sujeito do trato com indivíduos do sexo oposto ao longo da vida e pela imagem coletiva que possui do sexo oposto. Anima e animus irão atuar juntos na junção de um casal, na relação de um sujeito com seu sexo oposto, sendo condição para tornar as projeções eficazes, a projeção anímica, ato que foge à consciência do indivíduo pois parecem estar fora de nós. A primeira projeção anima-animus que irá acontecer na vida do sujeito é a do casal parental, que, no curso da vida, irá se desfazer e trilhar o caminho para relações com os pares que estimulem os sentimentos do indivíduo. “Seja do ponto de vista positivo como negativa, a relação anima-animus é sempre “animosa”, isto é, emocional” (JUNG, 1982). A relação de um casal, de início, será pautada nas projeções anima- animus dos sujeitos. De início, a consciência de ambos se funde na paixão que cega, a ativação anímica irá expor quem são de verdade, possibilitando o casal a se conhecer verdadeiramente, conhecer o outro interno do sujeito amado. A paixão torna-se amor, quando as projeções são retiradas, conscientizadas. Caso a paixão não resista ao abalo das projeções, a relação pode vir ao fim, e o risco que a dor da separação traz é de que as projeções não devidamente conscientizadas transfiram-se insensatamente para outro. Anima e Animus Laura P. da Encarnação A anima influencia o homem a adquirir atitudes tais como a vaidade, harmonia, ternura, intuição, generosidade, paciência, gentileza, zelo consigo mesmo etc., buscando fazê-lo um homem enriquecido em sua vida pessoal, instigado por sua anima a atuar de forma mais semelhante ao gênero feminino mas mantendo-se motivado predominantemente pela sua natureza masculina, seu ego. Ao unir- se com sua anima, o homem se amplia. Caso a anima torne-se mais presente do que o animus, apossando o ego, o homem pode sofrer uma desorganização psíquica, acometendo seus relacionamentos. Uma anima “ciumenta” resulta em dificuldades para criar vínculos afetivos, passando a sensação de que não existe sujeito bom o suficiente para si. Quando a mulher é influenciado pelo animus passa a comportar-se com atitudes que condizem com o masculino, como a coragem, racionalidade, controle afetivo, força emocional, objetividade etc., favorecendo principalmente sua vida social e do trabalho, motivada a sempre buscar mais desenvolvimento pessoal e crescimento na carreira e nos estudos. Se o animus tomar posse das atitudes da mulher, pode torná-la uma pessoa arrogante e agressiva, fria e indiferente tanto aos sentimentos dos outros quanto os próprios, colocando a racionalidade como pilar em sua vida, relacionando-se mais fielmente aos objetos do que às pessoas. “A coexistência de animus e anima em homens e mulheres traria a possibilidade do encontro mais profundo, em posição dialética interna e externa, quando do processo de desidealização da paixão e recolhimento progressivo das projeções. Tal encontro precisa de cuidado diário, uma vez que o inconsciente é fonte inesgotável.” – MOREIRA, 2016 R ef er ên ci as •ALVARENGA, M. Z.; Anima-animus e o desafio do encontro. Junguiana, V. 33/1, p. 5-12; 2015. • JUNG, C. G. Aion: estudos sobre o simbolismo do si- mesmo. (1976). OC vol. IX/2. Vozes, Petrópolis: 1982. •MOREIRA, F. G.; Conceituação do arquétipo anima- animus na obra de Jung, 2016. Disponível em: <Microsoft Word - TextoAnima.docx (fernandagmoreira.com.br)>. http://fernandagmoreira.com.br/jung/TextoAnima.pdf
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