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1 / 12Economia: Unidade 3 Unidade 3 Introdução Roteiro de estudos Bem-vindos à unidade! Esta unidade de estudos aborda: Formação Econômica do Brasil; Processo de industrialização do Brasil; Plano de Metas; Plano de Ação Econômica do Governo (Paeg). Vídeo de introdução à unidade: Disparador Nesta unidade, iniciamos nosso estudo de Economia Brasileira. Faremos uma abordagem histórica dos principais fatos que influenciaram a Economia Brasileira ao longo dos anos. Para "entrar no clima" de estudo de Economia Brasileira, convido você a assistir ao vídeo abaixo sobre a Economia Cafeeira, fase muito importante na história econômica do nosso país. Boa reflexão! Formação econômica do Brasil Economia Agroexportadora Desde o período da chegada dos portugueses no Brasil (ano 1500) até a década de 1930, a Economia Brasileira foi marcada pela produção agroexportadora, isto é, pela produção de produtos agrícolas voltados para o mercado externo. Os produtos variaram, tivemos ciclos de diferentes produtos (açúcar, algodão, borracha, café). Nesse período, a Economia dependia fortemente das exportações. As demais atividades internas estavam ligadas de algum modo ao setor exportador. São características desse período a elevada Atenção! Prova presencial, informe-se na sua unidade sobre a data, sala e horário. 2 / 12Economia: Unidade 3 internas estavam ligadas de algum modo ao setor exportador. São características desse período a elevada vulnerabilidade, a concentração de renda, o comportamento cíclico dos preços das exportações. As condições do mercado internacional do produto exportado afetavam sobremaneira a Economia Brasileira sem que o Brasil pudesse ter qualquer controle sobre o mercado. As oscilações na demanda que dependia do crescimento econômico também afetavam os preços. A estrutura econômica agroexportadora é chamada de modelo de desenvolvimento para fora, termo cunhado por Maria da Conceição Tavares. Gremaud et al. (2014, p. 329-330). Termos de troca Termos de Troca é o nome dado à relação entre preço das exportações e das importações de uma economia. Em uma economia agroexportadora, dependente da exportação de commodities, há uma tendência a deterioração dos termos de troca, pois os preços das exportações tende a cair em relação aos preços das importações. A deterioração dos termos de troca na economia agroexportadora pode ser explicada pelo fato de que à medida que a renda mundial cresce, a demanda por produtos primários não cresce na mesma proporção (países com mais renda não passam necessariamente a comprar mais café, por exemplo, não após determinado patamar de renda pelo menos), enquanto a demanda por produtos manufaturados cresce mais que a de commodities. Além disso, o mercado de produtos primários tem características de concorrência perfeita enquanto os mercados de produtos manufaturados têm características oligopolísticas, gerando menor queda nos preços por aumentos de produtividade. Gremaud et al. (2014, p. 335-336). Ciclo do açúcar O primeiro ciclo agroexportador que nossa economia conheceu foi o do açúcar (antes tivemos a extensa produção de pau-brasil) no período 1570 a 1670. O Brasil foi o maior produtor mundial de açúcar nesse período até sofrer a concorrência das Antilhas. O ciclo do açúcar (assim como o ciclo de outros produtos que estudaremos) tinha as seguintes características: Produção para o mercado externo; Monocultura; Latifúndios; Mão de obra escrava. Souza (2011, p. 180-181) Sobre o legado do ciclo do açúcar, o economista Werner Baer nos diz que o legado do ciclo de exportação do açúcar foi negativo. A organização da agricultura no interior do Nordeste permaneceu primitiva e nas plantações costeiras as técnicas agrícolas continuaram a ser arcaicas. O sistema escravagista manteve os recursos humanos subdesenvolvidos e a distribuição de bens e de renda era extremamente concentrada. Muitos dos lucros não previstos proporcionados pelo ciclo da cana-de- açúcar passaram às mãos dos portugueses e intermediários estrangeiros, enquanto grande parte do lucro que cabia aos fazendeiros e senhores de engenho foi gasta com bens de consumo importados, e não em melhorias técnicas e de infraestrutura. Baer (2004, p. 35). Fig. 1 3 / 12Economia: Unidade 3 Ciclo do Ouro No final do século XVII, descobriu-se a existência de ouro e metais preciosos no interior brasileiro. Essa notícia foi comemorada pela Coroa Portuguesa, que enfrentava dificuldades com a presença da Inglaterra e França nas rotas orientais antes tradicionalmente portuguesas. As receitas portuguesas aumentaram com a cobrança do quinto (um quinto da produção de ouro e metais deveria ser entregue aos cofres reais portugueses). Assim, deu-se início ao ciclo do ouro, que durou até 1760, com o esgotamento das jazidas. Com o ciclo do ouro, a atividade econômica deslocou-se do Nordeste para o Centro-Sul do país e a cidade do Rio de Janeiro ganhou importância, passando a ser a sede administrativa da colônia. A concentração de renda no ciclo de ouro foi menor do que a verificada no Nordeste no ciclo do açúcar, pois pequenos empreendedores também participavam da extração. Em 1807, tivemos a chegada da família real portuguesa ao Brasil. Com ela, vieram modificações: Abertura dos portos às "nações amigas": com isso, o Brasil passou a participar diretamente das trocas internacionais. As importações, no entanto, eram da privilégio Inglaterra. Criação das primeiras instituições ensino superior e da Biblioteca Nacional. Abertura de estradas. Criação do primeiro banco, o Banco do Brasil. Souza (2011, p. 182-184). Brasil Império Em 1822, com a declaração da independência, o Brasil passa a ser Império. No período do Império, ocorreu uma crise fiscal e monetária no Brasil e o início do ciclo do café. Além disso, houve forte endividamento público. O Brasil teve que pagar pesada indenização à Portugal pela independência. Criou-se, em 1827, a Caixa de Amortização, órgão responsável por administrar a dívida pública interna e Figura retirada do livro Economia Brasileira, de Jobson Monteiro de Souza. Fig. 2 4 / 12Economia: Unidade 3 Criou-se, em 1827, a Caixa de Amortização, órgão responsável por administrar a dívida pública interna e externa. Também iniciou-se a emissão de títulos da dívida pública. A base de arrecadação brasileira era muito fraca, quase que unicamente proveniente de taxas alfandegárias. No lado da política monetária, o Banco do Brasil emitia moeda sem lastro. Souza (2011, p. 184-186). Ciclo do Café O ciclo do café trouxe modificações na sociedade brasileira, tais como: a vinda de imigrantes europeus para trabalhar nas fazendas de café após a proibição do tráfico negreiro; a construção de ferrovias para escoar a produção; o avanço tecnológico na lavoura com presença de máquinas de beneficiamento. Souza (2011, p. 187-188). Ciclo do Café: desvalorização cambial Durante o ciclo do café, em períodos em que o preço do grão caía no mercado internacional, o governo se valeu da desvalorização do câmbio para manter a renda dos cafeicultores e proteger os lucros do setor cafeeiro. Como vimos na unidade anterior, a desvalorização cambial favorece as exportações ao deixar o nosso produto mais barato quando cotado em moeda estrangeira. A desvalorização, no entanto, escondia a queda de preços do café no mercado internacional que enfrentava excesso de oferta. Assim, o setor continuava aparentemente sendo interessante e continuava- se a investir no setor gerando cada vez uma oferta maior e em consequência a continuidade e agravamento da queda do preço. A desvalorização também encarecia os produtos que eram importados pelo Brasil, prejudicando toda a sociedade. Celso Furtado chamou esse processo de desvalorização de socialização das perdas. Gremaud et al. (2014, p. 338-339). Ciclo do Café: política de valorização A política de valorização do café foi amplamente utilizada durante o ciclo do café. Consistia na retenção de parte da oferta de café em forma de estoques. Manter parte da oferta em estoque,era uma tentativa de aumentar o preço do café ou pelo menos evitar a queda no preço. Chegou-se a criar uma política permanente de defesa do café. A expectativa era conseguir desovar os estoques em períodos de quebra de safra (causada por problemas climáticos que afetassem a produção, por exemplo) ou pela diminuição da produtividade. Era, entretanto, com o passar do tempo, cada vez mais difícil desovar os estoques. A política mantinha o incentivo a se continuar a produzir café, pois com a estocagem os produtores garantiam preços acima daquele de mercado. Além disso, o risco de queda de preço diminuía, pois havia a Fig. 3 5 / 12Economia: Unidade 3 garantiam preços acima daquele de mercado. Além disso, o risco de queda de preço diminuía, pois havia a política garantindo o preço. Outros países também eram incentivados a produzir café dessa forma, pois a política de valorização do Brasil ajudava a manter os preços internacionais que não caíam devido à super oferta. Assim, aumentava- se a concorrência internacional na produção de café. Gremaud et al. (2014, p. 339-341). Ciclo do Café: crise Em 1930, o Brasil viveu a crise da economia do café. Foi ano de superprodução e os preços caíram. A política de valorização continuava, mas cada vez era mais difícil, pois não havia o que fazer com os estoques. Durante as décadas de 30 e 40 chegou- se a queimar parte da produção. O modelo agroexportador estava se esgotando e a industrialização se fazia necessária para o desenvolvimento econômico. Essa foi a época em que a industrialização passou a ser meta do país. Gremaud et al. (2014, p. 339-341). Economia Agroexportadora - Leitura complementar Vamos revisar algumas características da economia agroexportadora? Economia Agroexportadora Brasileira https://blogdoenem.com.br/economia-agroexportadora-brasileira-geografia-enem/ Crise Você sabe o que foi a crise de 1929? Assista ao vídeo abaixo e entenda um pouco do que aconteceu. Embora a depressão de 1929 tenha sido mais intensa, atualmente vivemos também, em nosso país, uma crise econômica. Fig. 4 6 / 12Economia: Unidade 3 crise econômica. Conversaremos mais ao longo das próximas unidades sobre a situação econômica brasileira atual, para entender o que está acontecendo em nosso país, mas já podemos começar a discutir os fatores que contribuíram para a recessão. Para conversar sobre isso, convido você a participar do fórum da unidade. Participe do fórum da unidade para uma maior interação com os colegas e troca de experiências. http://ead.cnec.br/moodle2.4/mod/forum/view.php?id=71914 Processo de industrialização do Brasil Início da industrialização A origem do setor industrial brasileiro está, de certa forma, ligada ao setor cafeeiro, pois surge para atender às necessidades da economia cafeeira. Além disso, o capital industrial é vazamento do capital cafeeiro. Inicialmente, destacava-se a produção de bens de consumo leve (têxteis, alimentos e bebidas), além de produção para atender à demanda da agricultura (instrumentos de trabalho) e peças para as estradas de ferro. Gremaud et al. (2014, p. 344). Processo de substituição de importações (PSI) Depois de 1930 até 1960, o modelo da industrialização do Brasil foi do Processo de Substituição de Importações (PSI). Com a depressão de 1929, as exportações brasileiras sofreram grave redução, gerando crise na balança de pagamentos. Assim, houve o deslocamento do centro dinâmico da economia. O elemento principal determinante da renda deixou de ser a demanda externa (como era na economia agroexportadora) e passou a ser o mercado interno (consumo e investimento). Gremaud et al. (2014, p. 347-348). Para evitar os efeitos da depressão de 1929, o governo brasileiro, além de prezar pela manutenção da renda através da política de defesa do café, incentivou o deslocamento da demanda dos produtos importados para os produtos nacionais. Ocorreu também modificação na pauta de importações: ao invés de bens de consumo leve (agora produzidos internamente) passou-se a importar mais bens de produção. Gremaud et al. (2014, p. 349-351). O PSI ocorreu por etapas: inicialmente, produzindo bens não duráveis, depois bens duráveis, bens intermediários e por fim bens de capital. Claro que não foi um processo totalmente linear dessa forma, mas ainda assim pode-se dizer que foi uma industrialização por etapas. Além de atuar como regulador, o Estado também atuou como empreendedor em setores em que era mais Fig. 5 7 / 12Economia: Unidade 3 Além de atuar como regulador, o Estado também atuou como empreendedor em setores em que era mais difícil atrair o capital privado. Souza (2011, p. 198-201). Veja a figura abaixo, que mostra iniciativas de atuação do Estado. Mecanismos de proteção à indústria nacional Foram adotadas as seguintes medidas para proteger a indústria nacional durante o período de PSI: Desvalorização do câmbio: tornando os produtos importados mais caros em relação aos nacionais. Também era positivo para o setor exportador, embora aumentasse os preços dos equipamentos importados. Controle do câmbio: estabeleceu-se um sistema de licenças para importar reduzindo as importações. Licenças eram concedidas para importação de produtos essenciais, evitando-se a importação de produtos similares aos nacionais. Taxas múltiplas de câmbio: criam-se vários mercados cambiais, cada um com uma taxa de câmbio. Assim, são estabelecidas taxas diferentes para produtos e setores diferentes. Produtos que precisavam ser importados para auxiliar no processo de industrialização (como matérias-primas) tinham taxas mais favoráveis que produtos que concorriam com a produção nacional. Elevação de tarifas aduaneiras: aumento de tarifas de importação. Protegiam-se alguns produtos com tarifas elevadas para importação de similares e se dava isenção tarifária ou taxas reduzidas para outros. Gremaud et. al (2014, p. 357-358). Problemas no modelo de industrialização por substituição de importações O PSI era concentrador de renda. Devido ao êxodo rural e ao caráter capital intensivo dos investimentos na indústria, gerava-se excedente de mão de obra e baixos salários. O setor industrial também não era eficiente, pois não estava sujeito à exposição à concorrência externa. O protecionismo era justificado pelo argumento da indústria nascente (durante um período de tempo a indústria é protegida para que consiga criar condições de competir com a concorrência externa), mas era mal utilizado, estendendo-se por períodos muito longos ou indefinidamente. Figura retirada do livro Economia Brasileira, de Jobson Monteiro de Souza 8 / 12Economia: Unidade 3 Gremaud et al. (2014, p. 360 - 361). Legislação trabalhista Dentre os avanços e mudanças desse período, tivemos a criação de leis trabalhistas que melhoraram bastante a vida do trabalhador brasileiro. Veja o vídeo: Leia o texto abaixo sobre a jornada dos direitos trabalhistas. Direitos trabalhistas http://www.ipea.gov.br/desafios/index.php? option=com_content&view=article&id=2909:catid=28&Itemid=23 Plano de Metas Segundo Gremaud et al. (2014, p. 365), o Plano de Metas adotado no governo de Juscelino Kubitschek tinha como objetivo "estabelecer as bases de uma economia industrial madura no país, especialmente aprofundando o setor produtor de bens de consumo duráveis". O Plano de Metas praticamente não estimulou a agricultura. O Plano de Metas ia além do processo de substituição de importações. Com o Plano, o PSI ganhava planejamento, uma política cambial deliberada e atacava não apenas os pontos de estrangulamento como antes, mas também os pontos de germinação. Ou seja, aqueles que teriam efeito multiplicador gerando mais emprego, investimento e demanda. Souza (2011, p. 204-205). O Plano de Metas tinha três pontos principais: Investimento estatal em infraestrutura: destacando-se os setores de transporte e energia elétrica. Priorizou-se inclusive o transporte rodoviário. Aumento da produção de bens intermediários: aço, carvão, cimento, zinco, por exemplo. Introduçãode setores produtores de bens de consumo duráveis e de capital. Gremaud et al. (2014, p. 365-366). O Plano de Metas valeu-se de duas fontes principais de financiamento: o dinheiro público e o investimento estrangeiro privado, já que se enfrentava falta de poupança interna. O resultado para a Economia foi déficit público e inflação. Em 1958, foi necessário negociar um empréstimo com o FMI. Souza (2011, p. 205-206). 9 / 12Economia: Unidade 3 Veja o vídeo abaixo sobre o governo JK. Leia também o material abaixo sobre o Plano de Metas. Plano de Metas https://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/JK/artigos/Economia/PlanodeMetas Leitura fundamental Leia o capítulo 9, denominado "O Processo de Industrialização", do livro "Economia Brasileira", de Souza (2011), páginas 195 a 211, na Biblioteca Virtual. Essa leitura reforça o que estudamos até o momento e é fundamental para o melhor entendimento do conteúdo! Boa leitura e reflexão! Leitura http://cnec.bv3.digitalpages.com.br/users/sign_in ATENÇÃO: antes de acessar o link, consulte a Biblioteca Virtual no canto superior esquerdo da página no AVA. Em seguida, retorne à tela e clique no ícone. Plano de Ação Econômica do Governo (PAEG) Crise na década de 1960 Na década de 1960, o Brasil enfrentou um quadro de crise com redução nos investimentos, redução da taxa de crescimento e inflação alta. Esses problemas eram herança dos desequilíbrios para financiar o Plano de Metas. Havia também um cenário de crise política com a eleição de Jânio Quadros para presidência, sua posterior renúncia, a troca de regime político para o parlamentarismo, a ascensão de João Goulart (vice de Jânio Quadros) à presidência, a volta ao presidencialismo e finalmente o golpe militar. Com todas essas mudanças políticas em pouco tempo, ficava difícil manter uma política consistente e de longo prazo. Adotou-se uma política econômica restritiva nesse período. Para controlar a inflação elevada, tentou-se controlar os gastos públicos e também a política monetária. A restrição de gastos do governo aliada a problemas climáticos que prejudicaram a agricultura contribuíram para a queda no crescimento econômico. Enfrentava-se o esgotamento do processo de substituição de importações. Para continuar o processo, exigia-se cada vez mais capital, ficando cada vez mais difícil continuar investindo. Novos setores dependiam de demanda derivada, isto é, de demanda criada pelos outros setores. Aponta-se também como dificuldade para a continuidade do processo a falta de reformas institucionais que favorecessem os investimentos. Não havia mecanismos de financiamento apropriados e a expansão do mercado consumidor era dificultada (por questões de falta de educação, de falta de crédito ao consumidor e Fig. 6 10 / 12Economia: Unidade 3 mercado consumidor era dificultada (por questões de falta de educação, de falta de crédito ao consumidor e pela própria inflação). Para enfrentar a crise, o governo militar de Castelo Branco lançou o Plano de Ação Econômica do Governo (Paeg). Esse plano adotava medidas conjunturais para combater a inflação e reformas estruturais. Entendia- se que o controle da inflação era fundamental para o desenvolvimento do país. Gremaud et al. (2014, p. 372-376). Eram objetivos do Paeg: Acelerar o desenvolvimento econômico; Conter a inflação; Reduzir desequilíbrios entre setores e entre regiões; Aumentar o investimento. Gremaud et al. (2014, p. 376) Medidas do Plano Correção Monetária Uma das medidas adotadas pela Paeg foi a correção monetária. A partir do Paeg, passou-se a introduzir a correção monetária em contratos imobiliários, títulos públicos e tributos. Antes desse plano, a utilização de correção monetária era incipiente, o que desestimulava a compra de títulos públicos e os financiamentos. Com isso, as receitas provenientes de tributos não foram mais corroídas pela inflação, os títulos públicos tornaram-se atraentes, o mercado imobiliário foi estimulado (pois contratos imobiliários agora seriam reajustados pela inflação), a poupança interna também não foi mais corroída pela inflação e teve aumento, as tarifas públicas reajustadas pela inflação permitiram melhorias nos serviços públicos como fornecimento de água e energia elétrica. No entanto, a correção monetária futuramente criou um processo de indexação que dificultou o posterior combate à inflação. Souza (2011, p. 215-2016). Arrocho Salarial O PAEG estabeleceu o arrocho salarial. O reajuste dos salários refletiria apenas parte da inflação passada (enquanto dívidas e contratos refletiriam toda a inflação passada). Essa medida visava não consumir todas as receitas geradas pela correção monetária com os reajustes salariais do funcionalismo e também fazer com que os funcionários públicos não gastassem ainda mais e contribuíssem para o aumento da inflação. Assim, o reajuste dos salários (que é o preço do trabalho) foi inferior aos reajustes dos demais preços da economia. Souza (2011, p. 215-216). Reforma Institucional O PAEG também estabeleceu reformas que melhorassem a estrutura do país. Entre elas, destacamos: Fig. 7 11 / 12Economia: Unidade 3 Reforma bancária: criação do Banco Central e do Conselho Monetário Nacional; Promulgação da Lei de Mercado de Capitais: disciplinando o mercado de títulos e valores mobiliários; Criação do Sistema Financeiro de Habitação, do Banco Nacional de Habitação e do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS); Promulgação do Código Tributário Nacional; Estabelecimento da Zona Franca de Manaus: para integrar a região ao processo de industrialização. Souza (2011, p. 217-218). Resultados A inflação de fato recuou, mas o crescimento econômico ainda permaneceu baixo, principalmente quando comparado ao crescimento obtido durante o governo JK. A restrição de crédito causou falências e o arrocho salarial insatisfação entre os trabalhadores e agito nos sindicatos, que eram fortemente reprimidos. Vale lembrar que, durante o governo de Castelo Branco, a dívida externa também foi renegociada. Souza (2011, p. 218-219). Para conhecer mais detalhes do PAEG, leia as páginas 214 a 219 do livro Economia Brasileira, de Souza (2011), na Biblioteca Virtual. http://cnec.bv3.digitalpages.com.br/users/sign_in ATENÇÃO: antes de acessar o link, consulte a Biblioteca Virtual no canto superior esquerdo da página no AVA. Em seguida, retorne à tela e clique no ícone. Retomada de conceitos Vamos revisar o que aprendemos nesta unidade? Ouça o áudio, que resume os principais pontos estudados nesta unidade. Ec o no m ia A p lic ad a - U n id ad e 3 Share Cookie policy Referências Bibliográficas BAER, Werner. A Economia Brasileira. 2. ed. São Paulo: Nobel, 2004. GREMAUD, Amauri Patrick; VASCONCELLOS, Marco Antonio Sandoval de; TONETO JÚNIOR, Rudinei. Economia Brasileira Contemporânea. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2014. SOUZA, Jobson Monteiro de. Economia brasileira. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2011. 12 / 12Economia: Unidade 3
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