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AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DO PACIENTE HOSPITALIZADO O paciente hospitalizado possui particularidades e especificidades que devem ser levados em consideração na escolha do método de avaliação que será utilizado. Diversas situações causam tais particularidades como: Uso de respiradores, sondas alimentares, sinais clínicos como ascite, dificuldade de permanecer em pé, feridas, etc. Principais características do paciente hospitalizado: · Imunocompetência comprometida; · Imobilização no leito; · Quadros de dor e fraqueza generalizada · Presença de problemas de edema; · Desnutrição associada à doença de base; · Administração de soro, dieta e medicamentos por acesso venoso; É de extrema importância avaliar a presença de desnutrição: Classificações das desnutrições: Primaria: Ocorre devido ao baixo nível socioeconômico, pobreza, privação nutricional, más condições ambientais levando a infecções e hospitalizações frequentes. Também, pelo baixo nível educacional e cultural, negligência, falta de amamentação, privação afetiva. Para essa forma de desnutrição apenas a correção da dieta bastará para que se obtenha a cura. Secundaria: Normalmente originada por alguma doença que impede a ingestão e absorção dos alimentos, fatores que aumentam as necessidades nutricionais (ex: febre). Sua evolução dependera da capacidade de resposta individual ao tratamento da doença de base. Mista: Situação em que os dois mecanismos estão envolvidos. DESNUTRIÇÃO HOSPITALAR A desnutrição hospitalar é muito frequente. A medida que se aumenta o tempo de internação, aumenta a prevalência de desnutrição. As complicações associadas a desnutrição são risco de infecções, atraso na cicatrização, risco de complicações relacionas a doença e redução da capacidade funcional. Causas: · Diminuição da ingestão alimentar do paciente hospitalizado; · Impossibilidade de horários flexíveis para as refeições; · Aumento das necessidades calóricas secundário ao processo mórbido; · Prescrições dietéticas que não atendem as necessidades do paciente. Implicações da desnutrição para o setor de saúde: · Incremento das taxas de morbimortalidade; · Maior permanência hospitalar devido a dificuldade de recuperação; · Elevação do custo do leito; Como reduzir a desnutrição intra-hospitalar: · Implantar protocolos adequados para detecção precoce dos casos e tratamento adequado; · Assistência ao paciente por equipe multiprofissional; · Utilização da gastronomia hospitalar; Consequências: · Comprometimento da imunidade; · Maior risco de mortalidade; · Aumento do custo; · Perda de massa gorda e muscular; · Maior tempo de permanecia hospitalar; · Cicatrização comprometida; Objetivos da avaliação nutricional: · Identificar os pacientes em risco nutricional; · Diagnosticas o estado nutricional por meio de métodos objetivos e subjetivos, avaliação dietética, antropométrica, clínica, bioquímica e exame físico; · Auxiliar na decisão do suporte nutricional mais adequado; · Fornecer dados para monitorar a evolução do estado nutricional; Métodos de avaliação nutricional: Objetivos: antropometria, composição corporal, exames laboratoriais, consumo alimentar Subjetivos: Exame físico, avaliação nutricional Subjetiva Global, MUST, NRS-2002, SNAQ, etc (triagem). Os métodos subjetivos possuem alguns componentes de avaliação objetiva, como por exemplo peso e perímetro da panturrilha. Exigem elevado grau de treinamento, são baratos e relativamente rápidos e simples, não invasivos, indicam com boa precisão a situação nutricional do paciente e seu prognóstico e são recomentados por vários comitês internacionais como primeiro método de escola na avaliação nutricional hospitalar. Na medida do possível, deve-se realizar uma combinação de métodos. História Clinica e nutricional: · Avaliação socioeconômicas e de estilo de vida · História pessoal e familiar de doenças pregressas e atuais · Uso de medicamentos e suplementos · Exame físico (sinais e sintomas de deficiência) · Detecção de alterações funcionais cognitivas · Detecção de mudanças no consumo alimentar · Identificação do risco nutricional/desnutrição MUST (Mahnutrition Universal Screenig Tool É um método de triagem desenvolvido para detectar desnutrição. Pode ser aplicado em adultos e idosos e possui boa aplicabilidade e reprodutibilidade. Baixo risco Repetir a triagem: a) Hospitalizados: Semanalmente b) Internação domiciliar: Mensalmente c) Ambulatorial: Anualmente para grupos especiais (maiores de 75 anos) Médio risco Realizar registro alimentar por 3 dias nos pacientes hospitalizados ou internação domiciliar. Se melhora ou adequa a ingestão e estresse clínico baixo: a) Hospitalizados: Semanalmente b) Internação domiciliar: Mensalmente c) Ambulatorial: 2-3 meses Alto risco Referenciar ao nutricionista, equipe de terapia nutricional ou implementar protocolo local. Melhorar e aumentar a oferta de nutrientes. Monitorizar e revisar o plano de cuidados: a) Hospitalizados: Semanalmente b) Internação domiciliar: Mensalmente c) Ambulatorial: Mensalmente NRS – 2002 (Nutritional Risk Screening) Deve ser aplicada nas primeiras 48 horas de internação. Se NRS+, complementar a avaliação aplicando a avaliação subjetiva global (ASG) Quando a resposta for “SIM” para qualquer uma das questões acima, deve-se realizar a triagem completa. SNAQ (Short nutritional assessment questionnaire) Mini – Avaliação Nutricional (MAN) É um método de screening e de avaliação do estado nutricional de idosos que inclui componentes subjetivos e objetivos. É um método de baixo custo, simples de fácil aplicação e não invasivo que permite identificar aqueles idosos em risco nutricional ou com desnutrição. Mini-Avaliação Nutricional (MAN) – Versão reduzida Para fins de triagem do risco nutricional em idosos pode-se utilizar a versão reduzida da MAN que possui 6 questões e ao final da aplicação do questionário é possível classificar o idoso em: a) 12 a 14 pontos = Estado nutricional normal b) 8 a 11 pontos = Risco de desnutrição c) 0 a 7 pontos - Desnutrido
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