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Prof. Rodolfo Cardoso Buontempo Aula 7 – Fratura por Fadiga Fundamentos da Ciência e Engenharia de Materiais (William D. Callister Jr) (cap. 09, págs. 235 – 246). Prof. Rodolfo Cardoso Buontempo FADIGA é o processo de alteração estrutural progressivo, localizado e permanente que ocorre em um material submetido a condições que produzem variações de tensões e/ou deformações em um ou mais pontos do material e que podem culminar em trincas ou fratura completa após um número suficiente de flutuações (ou ciclos) de carregamento. (ASTM E1823-96, Standard Terminology - Relating to Fatigue and Fracture Testing. 1996, p.1030) As fraturas por fadiga representam aproximadamente 90% das falhas em serviço relacionadas com causas mecânicas. FRATURA por FADIGA Prof. Rodolfo Cardoso Buontempo Anderson, recentemente descreveu os clássicos acidentes ocorridos nos últimos 200 anos: As fraturas frágeis ocorridas nos navios Liberty em 1940, foram fabricados 2700 navios, sendo: • 400 apresentaram falhas estruturais; • 90 destas foram falhas estruturais graves; • Mais de 10 navios se partiram ao meio. FRATURA por FADIGA Prof. Rodolfo Cardoso Buontempo Aviões Comet : G-ALYP/6003 – 10 de Janeiro de 1954 Falha ocorrida a 25.000 ft 1290 vôos Total de horas de vôo: 3681 horas. Fratura Frágil Prof. Rodolfo Cardoso Buontempo Causa da falha INVESTIGAÇÃO Reconstrução da aeronave e testes cíclicos de pressão Fratura Frágil Prof. Rodolfo Cardoso Buontempo ALOHA AIRLINES, Vôo 243 BOEING 737-200, N7371I, NEAR MAUI, HAWAII 28 de ABRIL 1988 “..a 24,000ft, os pilotos escutaram um estrondo seguido de barulho de vento atrás deles. O comandante avistou o céu azul sobre o teto da primeira classe..” Avião muito antigo 19 anos de vida Os requisitos de inspeção de segurança haviam sido checados Fratura Frágil Prof. Rodolfo Cardoso Buontempo • Tanque de Melado, Boston, 1910 • Titanic, 1912 • Navios Classe Liberty (1940’s) • Fratura em um tanque de estocagem de gás natural em Cleveland, 1944: 128 mortes, destruição de 79 casas, 2 fábricas e 217 carros. • Aviões Comet (1950’s) • Aviões F111(1969) • Petroleiro Kurdistan (1979) • Challenger (1986) • Gasoduto doAlaska • Boeing 737, Hawaii (1988) Acidentes Históricos Prof. Rodolfo Cardoso Buontempo Por que o componente falhou? Que tipo de falha aconteceu? Falha nos componentes mecânicos: • projeto inapropriado; • processos de fabricação inadequados; • manutenção imprópria e/ou insuficiente; • tensões em serviço acima das esperadas; • fragilização durante a operação; • fadiga. Fratura Prof. Rodolfo Cardoso Buontempo Implica no rompimento das ligações metálicas entre os átomos da rede cristalina do material; Do ponto de vista macroscópico • Fratura Frágil; • Fratura Dúctil; • Fratura por Fadiga. Fratura em Metais Prof. Rodolfo Cardoso Buontempo Fonte Frágil Prof. Rodolfo Cardoso Buontempo Fratura Dúctil Prof. Rodolfo Cardoso Buontempo É comum ocorrer em estruturas como pontes, aviões, componentes de máquinas; A falha por fadiga é geralmente de natureza frágil mesmo em materiais dúcteis; A falha pode ser considerada como qualquer evento pela qual o material ou componente sofra alterações do seu comportamento inicial fazendo com que sua função seja perdida. “Metals Handbook”; A trinca inicia-se em pontos onde há imperfeição estrutural ou de composição e/ou de alta concentração de tensões (que ocorre geralmente na superfície). Fratura por Fadiga Prof. Rodolfo Cardoso Buontempo Como ocorre o desenvolvimento progressivo de uma trinca? Sob influência de aplicações repetidas de tensões de baixa intensidade. Fadiga. Tração: esforço estático a peça ou os corpos-de-prova não rompem antes do LR; Fadiga: esforço dinâmico / alternado a ruptura ocorre antes do LE. Ensaios: Tração X Fadiga Prof. Rodolfo Cardoso Buontempo Para que ocorra o fenômeno da fadiga, são necessários simultaneamente: • Carregamentos cíclicos (ou variáveis); • Deformações plásticas (macro ou microscópicas); • Tensões normais de tração durante o carregamento cíclico. Fadiga Prof. Rodolfo Cardoso Buontempo + 0 - Amplitude: metade do intervalo das tensões. Média entre as tensões máximas e mínimas no ciclo. Fadiga – Definições Prof. Rodolfo Cardoso Buontempo R m i n . m á x . Razão entre as amplitudes das tensões mínimas e máximas. i máx. min. Intervalo é simplesmente a diferença entre as tensões máximas e mínimas. i Fadiga – Definições Prof. Rodolfo Cardoso Buontempo Ciclos regulares de tensão a) Tensão reversa (alternadas) b) Tensão repetida (campo tração / compressão) Ciclos irregulares Raramenteusados em ensaios, porém são comuns na prática DEFINIÇÕES SIMBOLOGIAS Prof. Rodolfo Cardoso Buontempo Consiste na aplicação de uma carga cíclica em um corpo-de- prova ou componente. É muito utilizado pela indústria mecânica, principalmente a automobilística e pela indústria aeronáutica, Existindo desde de ensaios em pequenos componentes até em estruturas complexas como longarinas e asas de aviões. Posibilita a obtenção de dados qualitativos relativos às características de um material ou componente ao suportar, por longos períodos, sem se romper, cargas repetitivas ou cíclicas. Ensaio de Fadiga Prof. Rodolfo Cardoso Buontempo Os equipamentos para ensaio de fadiga normalmente simulam os seguintes esforços: - Tração / compressão - Tensão rotativa - Flexão Obs.: Todos interrompem o ensaio quando ocorre fratura dos corpos-de-prova. Ensaio de Fadiga Prof. Rodolfo Cardoso Buontempo Ensaio de Fadiga Prof. Rodolfo Cardoso Buontempo Alumínio / Cobre / Magnésio Fratura Prof. Rodolfo Cardoso Buontempo Prof. Rodolfo Cardoso Buontempo Características da falha por fadiga (marcas de praia): Aspecto macroscópico geralmente é frágil; O processo de fratura deixa marcas característica na superfície; A fratura final poderá ter aspecto dúctil ou frágil. Fratura por Fadiga Prof. Rodolfo Cardoso Buontempo Fratura por Fadiga MARCAS DE CATRACA Prof. Rodolfo Cardoso Buontempo Prof. Rodolfo Cardoso Buontempo As setas indicam os pontos de nucleação de trincas de fadiga na seção transversal de um garfo de empilhadeira, onde observam-se marcas de praia Fratura por Fadiga Prof. Rodolfo Cardoso Buontempo Esforços cíclicos Surgimento de trincas dominantes (a crescimento e coalescimento de trincas microscópicas) Crescimento estável das trincas dominantes INSTABILIDADE Mudanças microestruturais Defeitos permanentes Trincas microscópicas Iniciação e Propagação Trinca Por Fadiga Prof. Rodolfo Cardoso Buontempo Amplitude X Fadiga Prof. Rodolfo Cardoso Buontempo Tensão Média X Fadiga Prof. Rodolfo Cardoso Buontempo Geometria X Fadiga Prof. Rodolfo Cardoso Buontempo Quanto maior for a rugosidade, menor o limite de fadiga Vida em fadiga do aço 3130 testado sob m = 0 e a = 95.000 psi Acabamento Rugosidade (µin) Vida média à fadiga (Nf) Torneado 105 24.000 Parcialmente polido 6 91.000 Polido 5 137.000 Retificado 7 237.000 Retificado e polido 2 234.000 Superfície X Fadiga Prof. Rodolfo Cardoso Buontempo Trativas: perigosas, pois diminuem a vida à fadiga do componente. Compressivas: desejadas, pois aumentam a vida do componente Processos que induzem tensões residuais compressivas na superfície dos metais: Jateamento com granalha de aço, com alta velocidade (shot peened) Tratamentos termoquímicos superficiais (ex: cementação) Tensões residuais X vida à Fadiga Prof. Rodolfo Cardoso Buontempo Tensões residuais X vida à Fadiga Prof. Rodolfo Cardoso Buontempo Material Condição LR (MPa) LE (MPa) Limite de fadiga (MPa) Ligas de Alumínio (limite de fadiga obtido em 5.108 ciclos) 2024 T3 483 345 138 6061 T6 310 276 97 Aços (limite de fadiga obtido em 107 ciclos) 1015 recozido 455 275 240 1015 TF=60% 710 605 350 1040 recozido 670 405 345 4340 recozido 745 475 340 4340 T/R (204oC) 1950 1640 480 4340 T/R (538oC) 1260 1170 670 Limite de fadiga para alguns materiais Prof. Rodolfo Cardoso Buontempo Um ensaio de fadiga foi conduzido onde a tensão média era de 50MPa e a amplitude da tensão era de 225MPa. a) Calcule os níveis de tensão máximo e mínimo; b) Calcule a razão de tensão; c) Calcule a magnitude do intervalo de tensões. Exercício 1 R m i n . m á x . i máx. min. Prof. Rodolfo Cardoso Buontempo Um bastão cilíndrico com diâmetro de 8,0mm fabricado a partir de latão vermelho, está sujeito a um ciclo de carregamento alternado de tração e compressão ao longo do seu eixo. Para cargas máximas de tração (+7500N) e compressão (–7500N), determine sua vida em fadiga. Suponha que a tensão plotada na figura abaixo seja a amplitude de tensão. Exercício 2 Prof. Rodolfo Cardoso Buontempo Exercício 2 Prof. Rodolfo Cardoso Buontempo Três corpos-de-prova de fadiga, idênticos, representados por A, B e C, são fabricados a partir de uma liga não ferrosa. Cada um está sujeito a um dos ciclos de tensão máxima-mínima listados abaixo; as freqüências são as mesmas para todos os três ensaios. Corpo-de-prova máx [MPa] mín [MPa] A +450 -350 B +400 -300 C +340 -340 Exercício 3 Prof. Rodolfo Cardoso Buontempo a) Classificar as durações das vidas em fadiga desses três corpos-de-prova em ordem decrescente, da mais longa para a mais curta. b) A seguir justificar essa classificação usando um gráfico esquemático -N i máx. min. Exercício 3 Prof. Rodolfo Cardoso Buontempo Para os dados de fadiga para uma liga de latão da tabela abaixo, determine: a) Faça um gráfico -N (amplitude da tensão em função do logaritmo do número de ciclos até a fratura) utilizando os dados da tabela. b) Determine a resistência à fadiga para 5.105 ciclos. (260MPa) c) Determine a vida em fadiga para 200MPa. (3.106) Exercício 5 Prof. Rodolfo Cardoso Buontempo Amplitude de tensão [MPa] Ciclos até a fratura 310 2.105 223 1.106 191 3.106 168 1.107 153 3.107 143 1.108 134 3.108 127 1.109 Exercício 5 Prof. Rodolfo Cardoso Buontempo Anderson T.L. Fracture Mechanics - Fundaments and Aplications, 2nd Edition, Ed. CRC Dowling,N.E. - Mechanical Behavior of Materials – Engineering Methods for Deformation, Fracture and Fatigue, Prentice Hall, 1998 Hertzberger, R.W – deformation and Fracture Mechanics of Engineering Materials, 3rd Edition, 1989PLT - 69 - Callister, W.D. Materials Science and Engineering - An Introduction, 5ft edition, 2000 ASM Handbook - Failure and Analysis Prevention, vol. 11, 2002 Bibliografia Consultada
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