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ANGELL, Norman A Grande Ilusão - fichamento

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ANGELL, Norman. A Grande Ilusão 
Capítulo III 
“(...) a estabilidade financeira e industrial de cada nação, sua segurança no campo 
comercial- em suma, sua prosperidade e bem-estar - dependem da aptidão para defender-
se contra os ataques dos outros países, os quais estarão prontos, sempre que possível, a 
tentar uma agressão, para aumentar seu poder e, portanto, o seu bem-estar e sua 
prosperidade, às custas do fracos e dos vencidos.” (p. 21) 
 
“(...) conquista da Grã-Bretanha por outro país é uma impossibilidade física. Em nossos 
dias, nenhuma nação pode destruir ou prejudicar de forma permanente (e sequer por um 
período considerável) o comércio de outra nação usando meios militares, pois o comércio 
depende da existência de riquezas naturais e de uma população capaz de utilizá-las. (...)” 
(p. 22) 
 
“Se a invasão da Inglaterra pela Alemanha implicasse "a ruína total do Império", (...) o 
capital alemão também desapareceria, arrastando consigo o crédito, devido à 
internacionalização atual da indústria e das finanças e à delicadeza dos laços que ligam 
entre si os interesses de diferentes países. (...) o sucesso da Alemanha como nação 
conquistadora demonstraria objetivamente a esterilidade econômica da conquista.” (p. 
23) 
 
“(...) a imposição de tributos, à imposição de tributos a um povo vencido tornou-se uma 
impossibilidade econômica, e a cobrança de indenizações importantes é tão custosa, 
direta e indiretamente, que resulta muito desfavorável como operação financeira.” (p. 2 3) 
“(...) é física e economicamente impossível a um país apossar-se do comércio exterior de 
outro empregando meios militares. (...) A ideia de que é possível eliminar a competição 
dos rivais conquistando-os é uma das manifestações da curiosa ilusão em que se 
fundamenta o equívoco de que falamos.” (p. 24) 
 
“Nenhuma nação poderia derivar uma vantagem prática da conquista das colônias 
britânicas, (...) a Inglaterra ganharia com a sua separação formal, pois não precisaria 
preocupar-se com a defesa delas. Portanto, essa "perda" não implicaria qualquer mudança 
dos fatos econômicos (...) e por isso não poderia acarretar a ruína do Império, a miséria 
ou a fome para a metrópole, (...)” (p. 24-25) 
 
“(...)não podemos presumir que qualquer nação europeia se empenhasse em projeto tão 
estéril como seria a conquista da Inglaterra, tentando uma experiência que toda a história 
colonial do mundo nos mostra que é infrutífera.” (p. 25) 
“(...)a única conduta possível para o conquistador é deixar a riqueza de um território em mãos 
dos seus habitantes; (...)” (p. 26) 
“(...) qualquer confisco ou devastação extensa do comércio no território conquistado repercute 
desastrosamente nos interesses do conquistador. Assim, este se encontra reduzido à impotência 
econômica, o que significa que o poder político e militar é economicamente inútil; ou seja, em 
nada contribui para a prosperidade e o bem-estar daqueles que o detêm.” (p. 26) 
“(...)quanto mais se protege militarmente a riqueza de uma nação, menos segura ela parece.” 
(p. 27) 
“(...) Os únicos fatores que o capitalista leva em conta são a segurança e o proveito; ao 
medi-los e calculá-los, conclui de que os valores das nações indefesas são mais seguros 
do que os dos países que possuem armamentos colossais (...)Simplesmente porque o seu 
conhecimento das finanças (...)ensina que, em nossos dias, a riqueza não precisa ser 
defendida porque não pode ser confiscada.” (p. 28) 
“(...)Se o comércio de um país estivesse realmente à mercê de qualquer invasor vitorioso; 
se os exércitos e as esquadras fossem verdadeiramente necessários para proteger e 
fomentar o comércio, os pequenos países se encontrariam em condição de irremediável 
inferioridade e só subsistiriam pela condescendência dos poderosos. (...)” (p. 29) 
“(...)mesmo que fosse possível argumentar que a segurança dos pequenos Estados se deve 
aos tratados que garantem a sua neutralidade, não é possível sustentar que esses tratados 
lhes outorguem o poder político e o "controle" e o "peso nos conselhos da Europa", que, 
para o Almirante Mahan e outros expositores da política ortodoxa, representam um fator 
essencial da prosperidade das nações.” (p. 30) 
“(...)a segurança das riquezas depende de outros fatores que não os armamentos; que a 
falta de poder político não constitui obstáculo ou garantia com relação à prosperidade; e 
que a simples extensão do território administrado não tem relação com a riqueza dos 
habitantes desse território.” (p. 30)

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