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: E.Carr e N. Angell Debate entre Idealismo e Realismo

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UNVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA FILHO” FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS
Resenha Escrita - UNIDADE 2: E.Carr e N. Angell Debate entre Idealismo e Realismo
• Informações biográficas 
Norman Angell nasceu em 1873 em Holbeach, Inglaterra, e morreu em 1967. Foi um economista, jornalista e trabalhou em prol da paz internacional, sendo laureado com um Prêmio Nobel da Paz em 1933. Passou vários anos de sua vida nos Estados Unidos, onde iniciou sua carreira como jornalista, e desta profissão resultou sua maior obra - “A Grande Ilusão” - que foi resultado de um artigo jornalístico. Neste sentindo, Angell se insere como um dos expoentes do Primeiro Debate Teórico em Relações Internacionais, tomando a frente idealista - queria harmonizar a relação entre os países europeus de modo a impossibilitar a guerra, por meio da cooperação. A outra frente do debate, os realistas, apenas analisavam fatos, não criavam teorias e explicações para afastar a guerra. 
Mas porque evitar a guerra? A obra tenta estabelecer a falácia do pensamento realista em que guerras e conquistas trariam vantagens econômicas e garantiriam espaço e acesso à mercados, comércio e matérias-primas, criticando assim a política europeia nacional-militarista e a corrida armamentista da época, se opondo diretamente ao pensador Frederick Harrison. O autor reflete se a segurança, estabilidade financeira e comercial de uma nação realmente dependem da possibilidade de defender-se e ou atacar visando poder internacional. 
A resposta do problema é que a guerra não é viável para ninguém, inclusive economicamente para os conquistadores, já que os Estados buscam através dessa política expansionista privilegiar os interesses particulares dos abastados e não do bem estar da população – a harmonia de interesses não lhes interessa. A tese é que a melhor conduta para um Estado expansionista é deixar as riquezas de um país nas mãos de seus habitantes, os únicos proprietários legítimos. 
Para explicar a ilusão da expansão como lucro e poder político, Angell explicita com uma simples exposição de fatos políticos como há um ganho inicial em uma tomada imperialista, mas que posteriormente os gastos para manter o território sobrepõem-se aos lucros. Primeiramente, não é possível tomar posse do comércio exterior de outros países através de sua anexação, já que a competição dos locais apenas se intensificaria pois o conquistado estaria ausentado de barreiras alfandegárias (mesmo regime aduaneiro), recebendo de fato benefícios econômicos no mercado internacional. Não somente isso, com a globalização das tecnologias comunicativas, a interdependência recíproca presente nas trocas comerciais e a internacionalização financeira e industrial, uma anexação formal impediria a estrutura do mundo comercial já que a segurança financeira dos centros está ligado à solidarização com a economia dos outros centros. Além disso, enquanto uma nação tiver riquezas naturais e população produtiva, uma economia não pode ser permanentemente prejudicada, sendo impossível aniquilar o comércio de um país conquistado. 
Angell também mostra como prosperidade e poder político não são dependentes: países pequenos e sem status internacional, como Holanda, Bélgica e Suíça eram desprovidos de poderosas forças militares mas gozavam de economias equilibradas e tão fortes quanto às das potências, e um generalizado bem estar populacional - menos poderosas mas representam comércio per capita superior que os centros hegemônicos. Assim, se esquadras e exércitos fossem realmente necessários para incentivar e proteger o comércio, estes pequenos países só existiriam por mera “caridade”. Se conquistas enriquecem, estes pequenos Estados não deveriam ser infinitamente mais pobres que países como a Grã-Bretanha e França? Outro argumento de Angell é que a perda de colônias não se torna uma perda de fato, pois o conquistador deixa de utilizar recursos para defender o respectivo território; a imposição de impostos e indenizações diretamente ou não também é custoso e inviável financeiramente , ou seja, colônias são “projetos econômicos estéreis” - força militar e extensão territorial não influenciam economias. Angell também argumenta sua tese criticando estadistas que discursam sobre guerra como meio de suposto desenvolvimento do Estado, já que ampliação de extensão territorial não significa prosperidade para os habitantes. Esses homens de negócios não diferenciam seus fins individuais dos coletivos políticos, já que “para se proteger da voracidade e ambição de vizinhos, a base buscada é a força e a expansão – segurança comercial equivale à segurança militar”, mas às custas dos impostos dos habitantes para bancar esses empreendimentos militaristas, quantos cidadãos de fato têm seu bem-estar intensificado? Quantos cidadãos enriquecem com essas expansões?
Angell fundamenta sua opinião mediante sete proposições que abarcam o campo das afirmativas características da política adotada na Inglaterra e na Alemanha. Essas sete proposições podem ser resumidas em uma só: em nossos dias, a única conduta possível para o conquistador é deixar a riqueza de um território em mãos de seus habitantes, que são os únicos e verdadeiros proprietários da riqueza correspondente.
Assim, a conclusão de Angell é que o conquistador deve deixar as riquezas dos territórios com seus próprios habitantes, já que estes são os únicos proprietários das respectivas riquezas, e dado o fato que nada se ganha conquistando – poder político não está atrelado à prosperidade ou militarismo
Referências Bibliográficas:
CARR, Edward H. Vinte anos de crise – 1919-1939. A harmonia de interesses; A crítica do realismo, Brasília: UnB, 2001. Cap. V, p. 85-115. 
ANGELL, Norman. A Grande Ilusão, In: _____________: A Grande Ilusão, Brasília: UnB, 2001, p. 21-35.
http://altoaltoalto.blogspot.com/2014/12/a-grande-ilusao-norman-angell-classicos.html

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