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Resumo P R O D U Ç Ã O : V I T O R D A N T A S P R O D U T O R V E R I F I C A D O D O P A S S E I D I R E T O Vitor Dantas - METABOLISMO TUTORIA 02/SESSÃO 03 OBJETIVOS: → Explicar a ação dos reguladores na respiração celular → Explicar o metabolismo de outros carboidratos (frutose e galactose) ↪ Explicar a ação dos reguladores na respiração celular É a interferência direta ou indireta nas reações químicas que compõe o organismo. Aumentando ou diminuindo a velocidade das reações (aumento de substratos ou de metabólitos) As células enfrentam impasse quando oxidam combustíveis como a glicose, para produzir ATP. Se a oferta celular de ATP for baixa, seria melhor quebrar a glicose tão rápido quanto possível, para repor o ATP necessário para manter "as luzes acesas". Se a oferta de ATP for alta, pode não ser tão bom oxidar a glicose na velocidade máxima. O ATP é uma molécula instável e se ele permanecer na célula por muito tempo, é provável que seja espontaneamente hidrolisado em ADP novamente. Resumindo, a célula gastou glicose para gerar ATP e o ATP acaba sendo desperdiçado. É importante para a célula ajustar cuidadosamente sua atividade de quebra do combustível (vias para suas necessidades de energia em um dado momento). Aqui vamos estudar como as células "ligam" ou "desligam" as vias de respiração celular em resposta aos níveis de ATP e a outros sinais metabólicos. ENZIMAS ALOSTÉRICAS E CONTROLE DAS VIAS: Em muitos casos, as vias são reguladas através de enzimas que catalisam etapas individuais da via. Se a enzima de uma etapa particular está ativa, aquela etapa ocorre rapidamente, mas se estiver inativa, a etapa será lenta, ou não ocorrerá. Dessa forma, se a célula quer controlar a atividade da via metabólica, ela precisa regular a atividade de uma ou mais enzimas naquela via. O alvo primário da regulação de uma via bioquímica é, muitas vezes, a enzima que catalisa a primeira etapa comprometida da via (isto é, a primeira etapa que não é prontamente reversível). O conceito de etapa comprometida pode ficar um pouco complicado quando há muitas vias metabólicas que se cruzam, tal como na respiração celular, mas mesmo assim é uma ideia útil para se ter em mente. Como as enzimas que controlam as vias metabólicas são reguladas? Um número de enzimas da respiração celular é controlado através da ligação de moléculas reguladoras em um ou mais sítios alostéricos. (Um sítio alostérico é apenas um sitio regulador diferente do sítio ativo.) A ligação de um sítio regulador alostérico em uma enzima altera sua estrutura, tornando-a mais ou menos ativa. As moléculas que ligam enzimas da respiração celular agem como sinais, dando informação para a enzima, sobre o estado de energia da célula. ATP, ADP e NADH são exemplos de moléculas que regulam as enzimas da respiração celular. ATP, por exemplo, é um sinal de "pare": níveis elevados significam que a célula tem ATP suficiente e não precisa produzir mais através da respiração celular. Este é um caso de inibição retroativa, na qual um produto se "retroalimenta" para encerrar a própria via. CONTROLE DA VIA GLICOLITICA: A Glicólise tem como principal objetivo suprir as necessidades de ATP necessária (mantendo a síntese de ATP dentro dos valores necessários). Dessa forma, os pontos de controle estão no início e no fim do processo, sendo a fosfofrutoquinase (catalisa a reação 3) e a piruvatoquinase (catalisa a reação 10) os pilares dessa regulação ( sítios de regulação) e sofrem inibição quando os níveis de ATP estão elevados. Das 3 enzimas regulatórias a principal é a fosfofrutoquinase. O normal seria a hexoquinase ser a mais importante, entretanto, ela é comum em outros processos metabólicos. Os hormônios insulina e glucagon atuam na Via glicolítica em pontos específicos (onde atuam as enzimas chave). Enquanto mecanismos de regulação funcionam a curto prazo, a influência hormonal leva horas ou dias para se refletir sobre as vias. (Obs.: a insulina amplia de 10 a 20 vezes a quantidade de enzimas chave na via). Regulação da hexoquinase: Essa enzima está presente na maioria do tecidos, como isoenzimas e possuem particularidades Inibição: A hexocinase é inibida pelo seu produto glicose-6-fosfato No fígado é chamada de glicoquinase, nesse caso ela sofre inibição por frutose 6 fosfato, enquanto a frutose-1-fosfato estimula Comunicação entre a Hexocinase e a PFK-1 •Uma elevação na concentração de glicose 6-fosfato é o meio pelo a fosfofrutocinase se comunica à hexocinase. • Quando a fosfofrutocinase está inativa, a concentração de frutose 6-fosfato se eleva. • Por sua vez, o nível de glicose 6-fosfato se eleva, porque está em equilíbrio com a frutose 6-fosfato. • Portanto, a inibição da fosfofrutocinase conduz a uma inibição da hexocinase. Vitor Dantas - METABOLISMO Regulação da fosfofrutoquinase (PFK-1) •Principal site da regulação de glicolíse, pois controla a entrada da glicose 6 fosfato na grande maioria dos tecidos •Apresenta quatro sítios de regulação alostérica •A PFK é regulada pelo ATP,AMP e pelo citrato. ATP. O ATP é um regulador negativo do PFK, o que faz sentido: se já houver abundância de ATP na célula, não é necessário produzir mais através da glicólise. AMP. A Adenosina monofosfato (AMP) é um regulador positivo do PFK. Quando a célula tem escassez de ATP, ela começa a "espremer" mais das moléculas de ADP convertendo-as em ATP e AMP (ADP + ADP → ATP + AMP). Níveis de AMP assinalam que a célula está carente de energia e que a glicólise precisa ser acelerada para reabastecê-la de ATP Citrato. O citrato, o primeiro produto do ciclo do ácido cítrico, também pode inibir PFK. Se o citrato aumentar, é sinal de que a glicólise pode desacelerar, pois o ciclo do ácido cítrico está abastecido e não precisa de mais combustível. O fígado e os músculos podem ser utilizados como exemplos dos mecanismos de regulação da via glicolítica. Nesses pontos, o ATP atua como modulador alostérico da fosfofrutoquinase, ou seja, altos níveis de ATP intracelulares se ligam a um local específico da enzima, Essa interação causas alterções estruturais na enzima, diminuindo assim sua atividade (reduz a afinidades com o sítio ativo. Em contrapartida, baixos níveis de ATP no fígado fazem o processo inverso, aumentando a afinidade. O pH também atua como regulador cinético da PK1, pois potencializa o efeito inibidor de ATP (aumentando a necessidade de ATP). O efeito do pH é importante pois a atividade muscular anaeróbia leva a produção de ácido lático, provocando acidose. Esse mecanismo evita lesões ligadas ao acumulo excessivo de grande quantidade de ácido lático. Regulação da Piruvatoquinase (PK) Regulação por proação • No fígado, a PKé ativada pela F1,6BP, o produto da reação da PFK-1. • Essa regulação une as atividades das duas cinases: um aumento na atividade da PFK-1resulta em níveis elevados de F1,6BP, ativando a PK. Regulação pela Proteína-cinase/glucagon • A fosforilação da PK por uma proteína-cinase dependente de AMPc leva à inativação da PKno fígado (Figura 8.19). • Quando os níveis sanguíneos de glicose estão ↓, o↑no GLUCAGON induz elevação nos níveis de AMPc. • Isso leva à fosforilação e à consequenteinativação da piruvato-cinase. • Assim, o PEP não pode prosseguir na via glicolítica, entrando, então, na via da gliconeogênese. • Isso explica, em parte, a inibição da glicólise e a estimulação da gliconeogênese em resposta ao glucagon. OBS.: Deficiência da Piruvato-quinase Anemia hemolítica (destruição dos eritrócitos). • Um eritrócito não apresenta mitocôndrias. • É, portanto,completamente dependente da glicólise para a produção de ATP. • O ATP é essencial para: - satisfazer as necessidades energéticas do eritrócito - manutenção de sua forma bicôncava e flexível, que o permite alcançar capilares muitoestreitos. • A anemia por deficiência de enzimas glicolíticas é resultado da redução da velocidade da glicólise, levando à diminuição na produção de ATP. • As alterações na membrana da célula vermelha do sangue, resultantes dessa condição, levam a mudanças no formato da célula e a sua fagocitose por células de defesa. CONTROLE DA OXIDAÇÃO DO PIRUVATO: O próximo ponto de controle chave vem após a glicólise, quando o piruvato é convertido em acetil CoA. Esta etapa da conversão é irreversível em muitos organismos e controla quanto "combustível" acetil CoA entra no ciclo do ácido cítrico. A enzima que catalisa a reação de conversão é chamada de piruvato desidrogenase. • ATP e NADH tornam essa enzima menos ativa, enquanto o ADP a torna mais ativa. Assim, mais acetil CoA é produzido quando o estoque de energia está baixo. • A piruvato desidrogenase também é ativada pelo substrato, piruvato, e inibida por seu produto acetil CoA. Isto assegura que o acetil CoA seja produzido apenas quando necessário (e quando houver disponibilidade abundante de piruvato). Controle do ciclo do ácido cítrico A entrada no ciclo do ácido cítrico é altamente controlada por meio da piruvato desidrogenase (acima), a enzima que produz acetil-CoA. Entretanto, há mais duas etapas no ciclo que estão sujeitas à regulação. São as etapas nas quais as moléculas de dióxido de carbono são liberadas, e também aquelas nas quais as duas primeiras moléculas de NADH do ciclo são produzidas. Vitor Dantas - METABOLISMO As enzimas são reguladas, principalmente, pela disponibilidade de substratos e inibidas pela concentração de produtos. O modelo: excesso de produtos (inibição) e falta de produtos (estimula produção) é seguido em todo o ciclo. Entretanto, existem 3 pontos chave durante o ciclo que são as reações catalisadas por: citrato sintase, isocitrato desidrogenase e pelo complexo alfa-cetoglutarato desidrogenase (São as reações que ocorrem de forma mais espontânea) • A isocitrato desidrogenase controla a primeira dessas duas etapas, transformando uma molécula de seis carbonos em uma molécula de cinco carbonos. Esta enzima é inibida por ATP e NADH, e é ativada por ADP. • A α-cetoglutarato desidrogenase controla a segunda dessas duas etapas, transformando o composto de cinco carbonos da primeira etapa em um composto de quatro carbonos ligado à CoA (succinil-CoA). Esta enzima é inibida por ATP, NADH, e por diversas outras moléculas, entre elas a própria succinil-CoA. CONTROLE DA FOSFORILAÇÃO OXIDATIVA • Regulação: Inibição devido a hipóxia (Ausência de Oxigênio causa a queda do gradiente de H+).Exemplo do Cianeto •Regulação: Depende da concentração do Aceptor de Pi ADP Inibidores e desacopladores Inibidores: existem drogas capazes de atuar especificamente em cada complexo, levando ao interrupmento da cadeia de transporte de elétrons, e com isso não se forma gradiente de prótons, interrompendo a síntese de ATP também. Estas são drogas letais. Desacopladores: Existem substâncias lipofílicas, que são capazes de atravessar a membrana impermeável interna da mitocôndria. Algumas dessas substâncias são levemente básicas, ou ácidos muito fracos, capazes de se protonarem no pH do meio intramembranar, e levam estes prótons até a matriz. Dessa forma, eles impedem a formação gradiente de prótons, e a energia que seria usada para a síntese de ATP é dissipada na forma de calor. Este mecanismo torna a oxigenação do O2 mais favorável, e a mitocôndria passa a consumir muito mais oxigênio que o normal. Existem desacopladores naturais em nossas membranas, levando a termogênese. Recém nascidos mamíferos possuem uma massa chamada tecido adiposo marrom, que funciona como uma forma de proteção. Este tecido contém muitas mitocôndrias, e estas possuem uma proteína transportadora de prótons (UCP), sendo uma forma de adaptação ao frio e ao jejum.
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